Jeito baiano de ser

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Dizem que baiano não nasce. Estreia. Desde que abre os olhos, está pronto pra brilhar. Verdade? Inveja? Ninguém sabe. Melhor: ninguém sabia. Agora a dúvida se dissipou. O governo mandou implodir o Estádio Ponte Nova. No mesmo lugar, vai construir um senhor espaço para exibir jogos da Copa do Mundo. O bummmmmm levantou a questão. Como conjugar o verbo implodir? Ele joga no time de explodir?
Joga. Os dois são filhos do latino plaudere, que significa bater um contra o outro com ruído. A discrição com ele passa longe. (Combina com os nascidos na boa terra, não?) O prefixo ex, de explodir, quer dizer para fora. É o mesmo que aparece em exportar (vender para fora), expatriar (mandar para fora da pátria), excomungar (pôr fora da comunidade), exorcizar (lançar fora o demônio). In, que aprece em implodir, é o contrário de ex. Significa para dentro. Ora assume a forma im, ora i. Exemplos? Importação (trazer para dentro), ingerir (botar para dentro), imigrar (movimento de pessoas para dentro do país).

Vem, preguiça
Lembra-se do Justo Veríssimo? É aquele personagem do Chico Anísio que detesta os humildes. “Quero que o pobre exploda”, diz. Não explodiu. O babaca nem desconfia que o exploda explode a gramática. Defectivos, implodir e explodir só se conjugam nas formas em que o d é seguido de e ou i: explodes, implodes, explodimos, implodimos, explodi, implodi, explodia, implodisse. E por aí vai.
Dica
Eu implodo? Eu explodo? Que eu imploda? Que eu exploda? Nem pensar. Xô! Use outras formas. Uma: recorra a auxiliar (vou explodir, pode explodir, deve implodir). Outra: apele para sinônimos. Que tal estourar?