Eles são de Marte. Elas são de Vênus

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Um livro pintou na praça. Chama-se Os homens são de Marte, as mulheres são de Vênus. Capricho? Tempos depois, uma peça entrou em cartaz. Trata-se de Os homens são de Marte…é pra lá que eu vou. Que história é essa? A resposta vem da terra de Platão e Aristóteles. Na Antiguidade, os gregos representavam os dois gêneros por símbolos. O feminino: circunferência com uma cruz apontando para baixo. O masculino: a mesma circunferência com uma seta para cima. A explicação tem tudo a ver com as obras citadas.

 Trocando em miúdos

O círculo com a cruz é símbolo de Afrodite, deusa do amor, da sedução e da feminilidade. Os romanos chamam a bela de Vênus. Uma e outra são a mesma criatura. A bola representa o espírito. A cruz, a matéria. O círculo com a seta remete a Marte, deus da guerra. A bola simboliza o escudo. A seta, a lança. Em bom português: os homens são regidos pela guerra; as mulheres, pelo amor.

A deusa do amor

Vênus nasceu no mar. Era bonita e branca como a espuma que as ondas fazem. Assim que veio ao mundo, os ventos da primavera sopraram e a levaram para a ilha de Citera. Lá, todos se encantaram com a beleza da moça. Vestiram-na, enfeitaram-na e a mandaram para o Olimpo, lugar onde vivem os deuses. A presença dela era sinal de graça, prazer e amor.

Um dia, Vênus conheceu Vulcano, o deus do fogo. O homem era manco e muito feio. Os dois se casaram. Mas, logo, logo a bela partiu pra outro. Começou a paquerar Marte, o senhor da guerra. Eles se encontravam escondidinhos para o maridão nunca descobrir. A estratégia falhou. O deus Sol, indiscreto, viu os amantes namorando. Deu com a língua nos dentes. Furioso, o marido jurou vingança. Como? Fabricou uma rede mágica — invisível e inquebrável.

Uma noite, quando Vênus e Hermes dormiam, ele jogou a rede em cima deles. Os dois ficaram presos. Vulcano, então, chamou os deuses do Olimpo para testemunharem a traição. Chateada, Vênus se mudou para a ilha de Chipre. Mora lá até hoje.

O deus da guerra

Senhoras e senhores, meninos e meninas, abram alas. O deus da guerra vai passar. Ele se chama Marte. É forte, valente e mau. Está sempre preparado pra luta. Dia e noite usa armadura e capacete. Na mão esquerda, carrega um escudo. Na direita, uma espada.

Onde há guerra, lá está ele. Aparece de surpresa, num carro puxado por quatro cavalos. No campo de batalha, não deixa por menos. Fica no meio dos soldados e luta com vontade. Todos morrem de medo dele.

Em homenagem a Marte, o planeta Marte se chama Marte. O homem verdinho que nasce lá é marciano. O terceiro mês do ano recebe o nome de março. Judô, caratê e aiquidô são lutas marciais. Por quê? Há muiiiiiiiiiiiitos anos, os guerreiros japoneses e chineses não tinham armas. Para atacar ou se defender, usavam o próprio corpo. Aprendiam, então, as lutas da guerra — as lutas marciais.   Time duplo

Os símbolos masculino e feminino aparecem nas aulas de biologia. Travestis e transexuais pegaram carona na marca. Mantiveram o círculo e misturaram as imagens. Juntaram cruz e seta.