Dicas inspiradas no julgamento dos Nardonis

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      É sorte
  Como a pessoa se torna membro do júri? Convoca-se um grupo de cidadãos. Em seguida, conjuga-se o verbo sortear. Ele se flexiona como passear. Na 1ª pessoa do plural do presente do indicativo, dispensa o i. Assim: eu passeio (sorteio), ele passeia (sorteia), nós passeamos (sorteamos) eles passeiam (sorteiam). O sorteado não pode espernear. A alternativa é uma só. Aceitar. Ou aceitar.
  É lugar
  No julgamento, um verbo sobressai. É depor. A mãe de Isabella depôs na segunda. Foi a primeira pessoa a ser ouvida pelos jurados. Ao comentar o fato, pintou uma dúvida. Qual a regência do dissílabo? Ela depôs ao tribunal ou depôs no tribunal? A pessoa depõe em algum lugar. Ela depôs no tribunal. O deputado depôs na CPI. O acusado depôs na Polícia Federal.
  Inimigos do relógio
  Convenhamos. Pontualidade não é o nosso forte. Médicos, dentistas, psicólogos adoram dar chá de cadeira. Autoridade, então, nem se fala. Deputados, senadores, ministros, presidente da República declararam guerra ao relógio. O julgamento dos Nardonis não fugiu à regra. Começou mais de uma hora depois do horário previsto.
  Todos conjugam o verbo atrasar. Apesar de muito pronunciada, a antipática criatura padece na hora de ser escrita. Muitos se esquecem de que ela pertence à ilustre família S. Trás, atrás, traseiro, atraso são alguns dos membros do clã. Reparou? Todas olham para trás. São um atraso de vida.