Cochilos da revisão

Publicado em Geral

Flatônio José da Silva

No título “A bola está com ela, de novo”, saiu este texto:

“[Dilma Rousseff] Tem repetido para os seus que a missão se tornará menos tortuosa  se reconquistar o empresariado, azeitar a máquina pública, aprofundar as transformações sociais brasileiras e, sobretudo, fazer o que ela não tem a mínima paciência: articulação política com os ‘picaretas de sempre’ para que o Brasil caminhe no asfalto liso da governabilidade”.

Corrigindo: …e, sobretudo, fizer o (= aquilo) com que ela não tem a mínima paciência: articulação política com os “picaretas de sempre” para que o Brasil caminhe no asfalto da governabilidade.

Explicação –

(a) Erro de conjugação verbal: há, no texto, quatro verbos (“reconquistar”, “azeitar”, “aprofundar” e “fazer”) levados ao futuro do subjuntivo pela conjunção condicional “se”. Os três primeiros (“reconquistar”, “azeitar” e “aprofundar”) têm o futuro do subjuntivo regular e por isso apresentam a primeira e a terceira pessoas do singular iguais ao infinitivo (reconquistar: se eu/ele reconquistar; azeitar: se eu/ele azeitar; aprofundar: se eu/ele aprofundar).

Por contaminação, o redator do jornal teria sido induzido a “regularizar” o quarto verbo (“fazer”), cuja terceira pessoa do singular do futuro do subjuntivo acabou sendo conjugada “regularmente”: “se ela (Dilma Rousseff) fazer (em vez de fizer) o (= aquilo) com que não tem a mínima paciência”;

(b) Erro de regência nominal: o substantivo “paciência” exige a preposição “com”, que deve ser colocada antes do pronome relativo “que”.