As férias inspiram diquinhas

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Oba! O Natal passou. O réveillon foi atrás. Venham, férias! Compromissos pra lá e relógio aposentado, é hora de dar a vez ao à toa. Alguns vão à praia. Outros, à fazenda. Há os que ficam em casa. Mas mudam a rotina. Frequentam livrarias, museus, cinemas com dia claro ou batem perna por parques e shoppings. De uma forma ou de outra, todos concordam com Drummond.
O poeta mineiro escreveu: “Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, / a que se deu o nome de ano, / foi um indivíduo genial. / Industrializou a esperança, / fazendo-a funcionar no limite da exaustão. / Doze meses dão para qualquer ser humano / se cansar e entregar os pontos. / Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, / com outro número e outra vontade de acreditar / que daqui pra diante vai ser diferente”.  
Time plural

Na praia, no campo ou em casa, usufruímos o descanso de verão. Duas palavras ganham destaque na folga do trabalho ou dos estudos. Uma delas: férias. A outra: óculos. Elas têm um ponto em comum. Pertencem ao time plural. Fiéis, não mudam de equipe. Adjetivos, pronomes, artigos e verbos que a elas se referem bancam as vaquinhas de presépio. Vão atrás: Nas férias desta época do ano, o sol brilha sem piedade. Os olhos pedem proteção. Exigem óculos escuros. Os meus sumiram. Você os viu? Sem eles, as férias não serão as mesmas.   Pouca roupa
Areia brannnnnnnnnnnnca convida para uma esticadinha ao sol. Pra pegar aquela cor de saúde, o traje adequado se impõe. Algumas mulheres preferem biquíni. Outras, maiô. As duas vestimentas ensinam lições linguísticas. Ei-las:
Biquíni pertence à equipe de táxi e safári. O trio pede acento. Por quê? São paroxítonas terminada em i. Sem o grampinho, as palavras terminadas em i jogam em outro time — o das oxítonas: aqui, ali, jabuti, abacaxi.
Maiô tem duas sílabas. Como separá-las? Do mesmo jeito que meia, creia, ceia, praia. Em todas aparecem ditongos. A duplinha — como unha e carne — mantém as duas letras juntinhas (mai-ô, crei-a, cei-a, prai-a). Os ditongos abertos não fogem à regra. Veja: i-dei-a, as-sem-blei-a, Ju-dei-a, Co-rei-a.
E por aí vai.