São Tantas Emoções

Publicado em Envelhecimento, Violência Contra Idosos

Ana Castro & Cosette Castro

Brasília – Esta foi uma semana intensa. Entremeamos sentimentos, como a tristeza de ver 500 mil brasileiros morrerem por Covid-19, algo como varrer do mapa a cidade inteira de Vila Velha, no Espírito Santo,. Segue a falta de políticas públicas de combate ao vírus.

Vivemos um luto individual, pois não há família no Brasil que não tenha sido atingida. Seja com a perda de pessoas amadas ou com a contaminação de parentes, de amigas e amigos ou famílias vizinhas.

E vivemos um luto coletivo como nação pela perda de meio milhão de brasileiros, mortes que poderiam ter sido evitadas se houvesse um plano nacional de prevenção. Ou com amplas campanhas de vacinação em massa, como ocorreu de forma piloto em Serrana (SP) e agora em Alcântara (MA).

Não é por acaso que o Coletivo Filhas da Mãe, acompanhando outras iniciativas da sociedade lançou a campanha #queremosvacinajá.

Publicamos diariamente em nossas redes sociais digitais vídeos gravados no celular com convidados de todo país. Os vídeos estão disponíveis no nosso canal do You Tube.

Vivemos a esperança de que a nova medicação sobre Alzheimer, a Aducanumab,  fosse capaz de revolucionar o mundo das demências. Mero sonho.

A medicação chegou envolta de muitas controversias na comunidade científica, principalmente por falta de transparência e de comprovação da eficácia do remédio.

O que se sabe até agora é que o Aducanumab pode aliviar sintomas para pacientes em estagio inicial, mas apresenta muitos efeitos colaterais. E é ofertado, ao menos inicialmente, a preços inacessíveis para a maioria dos pacientes que estão na Fase 1.

Também vivemos momentos de emoção ao participar, junto com o Fórum Distrital de Defesa dos Idosos/DF, de uma atividade pública para chamar a atenção sobre a violência contra idosos, que cresceu 81% no país em 2020. Uma violência que no Distrito Federal cresceu de forma expressiva.

Apenas entre janeiro a maio, o número de casos denunciados na Central Judicial dos Idosos (CJI)  corresponde a 72% dos casos de todo ano de 2020.

No dia internacional de conscientização sobre a violência contra idosos, 15 de junho,  projetamos em prédios públicos da Capital Federal (rodoviária, biblioteca nacional, museu da república e congresso nacional) diferentes frases sobre o tema.

Entre elas: Velhice Não É Doença, Mulheres Idosas Também Sofrem Violência Doméstica, Basta de Violência Contra Idosos, Idosos Merecem Respeito e +Idosos +Amor.  Com isso,  tentamos  chamar atenção sobre a violência, que pode ser física, psicológica, sexual, financeira e patrimonial. Ou pode ser por negligência e abandono.

O Distrito Federal foi o segundo local do país em denúncias sobre a violência contra idosos em 2020, segundo dados do Disque 100  , mostrando a falta de políticas públicas no setor.

Aliás, o Disque 100, canal nacional de denúncias sobre violação de direitos humanos, precisa de mais atenção e efetividade, pois apenas 30% dos casos são solucionados.

O Estado brasileiro também realiza violência institucional e estrutural contra os idosos ao manter a Emenda Constitucional – EC95, que congelou os recursos da saúde por 20 anos, ferindo o direito à saúde. Ou ao extinguir o Conselho Nacional do Idoso, espaço de representatividade da sociedade civil, que agora não tem voz nem visibilidade.

Com essa ação, o Coletivo Filhas da Mãe lembra que todos nós estamos envelhecendo, mas seguimos desejamos uma sociedade melhor para nós, para nossas filhas e filhos e também para netas e netos.

Crédito das fotos: Renato Nunes, Thiago Macedo e Diego Góis.

8 thoughts on “São Tantas Emoções

  1. Pois é meninas, e se pensarmos que num futuro próximo teremos mais idosos do que jovens, essa situação fica ainda mais alarmante. Excelente texto e muito gratidão ao rico conteúdo que estamos recebendo por vocês

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