Um policial federal na inteligência da Secretaria de Segurança Pública

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O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) assinou ontem a nomeação do delegado Elmiz Antônio Rocha Júnior, da Polícia Federal (PF), para o cargo de subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e Paz Social. Foi uma escolha da titular da pasta, Márcia de Alencar, que vai representar um novo embate interno num dos setores mais importantes do governo, o combate à criminalidade, justamente num momento em que se aproximam as manifestações mais fortes contra e a favor do impeachment e os Jogos Olímpicos. Pela primeira vez, pelo menos na última década, a área de inteligência da capital sai do comando de um delegado da Polícia Civil do DF.

Derrota para a Polícia Civil
A secretária Márcia de Alencar conversou com os demais integrantes das forças de segurança sobre a mudança que pretendia implementar na inteligência. Disse que queria ampliar a interlocução com o governo federal para conter confrontos nas manifestações na Esplanada dos Ministérios, principalmente agora que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff pode deflagrar uma guerra entre manifestantes. A Casa Militar, os comandos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros foram ouvidos, além do diretor da Polícia Civil. Houve reação, um temor de que a troca representasse uma nova crise. Até a noite de ontem, o governador Rodrigo Rollemberg vacilava sobre a nomeação. Rodrigo Rollemberg queria evitar conflitos com delegados da Civil. Mas assinou o ato depois de um despacho com a secretária.

Prerrogativa da secretária
O diretor da Polícia Civil, Eric Seba (foto), foi consultado ontem por Rollemberg sobre a troca na inteligência da Secretaria de Segurança. Seba respondeu que o cargo era estratégico para a Polícia Civil e seria prudente que permanecesse sob o comando de um delegado do DF. Mas disse que entenderia uma decisão da secretária de Segurança Pública. Márcia de Alencar, segundo ressaltou, tem a prerrogativa de escolher a sua equipe.

Reação entre delegados
Entre delegados da Polícia Civil, a reação foi pior. Desde a semana passada, circulava a informação sobre a troca na inteligência da Secretaria de Segurança. O comentário era de que até mesmo o delegado da Polícia Federal Sandro Avelar manteve um representante da Polícia Civil na inteligência, quando exerceu o cargo de secretário de Segurança Pública no governo Agnelo Queiroz.

Personagem na prisão de Arruda
O novo subsecretário de Inteligência, delegado Elmiz Antônio Rocha Júnior estudou no Colégio Militar de Brasília e foi policial militar antes de ingressar na carreira da Polícia Federal. Os amigos o descrevem como uma pessoa tranquila, de fácil relacionamento. No seu currículo, ostenta ter sido quem cumpriu o mandado de prisão do então governador José Roberto Arruda, em fevereiro de 2010, no auge da Operação Caixa de Pandora. Conheceu Márcia de Alencar quando a hoje secretária de Segurança trabalhou no Ministério da Justiça.

Conceituado

O delegado Josué Ribeiro da Silva, que deixa o cargo de subsecretário de Inteligência, deve assumir uma função na assessoria do diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba. Ele é considerado por colegas, integrantes do Ministério Público e pela comunidade de inteligência um profissional competente e comprometido. O próprio governador Rodrigo Rollemberg conversou com ele sobre a decisão de Márcia de Alencar.