Francisco Maia, Presidente Da Fecomércio-DF
Francisco Maia, Presidente Da Fecomércio-DF Francisco Maia, Presidente Da Fecomércio-DF (Credito: Vinicius Cardoso/Esp. CB/D.A Press.) Francisco Maia, Presidente Da Fecomércio-DF

“Na W3 Sul nós teremos a avenida fechada para carros, mas com a oferta de atividades culturais”, diz presidente da Fecomércio

Publicado em Eixo Capital, Entrevistas
QUEIMA-ROUPA // Francisco Maia

Presidente da Fecomércio-DF

É uma boa ideia interditar a W3 Sul aos domingos e feriados para passagem de carros?
Com os estabelecimentos comerciais abertos e iniciativas culturais sendo realizadas, acredito que sim, é uma boa ideia. Estimula a circulação de pessoas no local e isso promove uma interação com o comércio. Acaba gerando uma redescoberta da avenida e ressurge aquele sentimento de pertencimento que todos nós deveríamos ter com essa que é a avenida mais tradicional de Brasília. Ganham os comerciantes e a comunidade. A nossa Câmara de Economia Criativa tem participado dos debates junto ao governo e outras entidades para unir esforços e revitalizar a W3.

As lojas abertas teriam público?
Uma cafeteria da W3 até passou a abrir aos domingos para atender ao público. Acho que faz parte de um processo, que está sendo estruturado. O Sesc, por exemplo, braço social da Fecomércio-DF, terá a sua unidade da 504 Sul totalmente reformada para privilegiar a revitalização da W3. Junto com a obra, estamos elaborando um projeto que cria um corredor cultural da 504 até a 508, envolvendo o Espaço Cultural Renato Russo e empreendimentos da localidade. Então, diferentemente do Parque da Cidade ou do Eixão, na W3 Sul, nós teremos a avenida fechada para carros, mas com a oferta de atividades culturais, realização de feiras de artesanato e de produtos orgânicos. Na sua unidade da W3, o Sesc vai realizar serestas, apresentações artísticas, exposições e outras ações ao ar livre para beneficiar o público e integrar a comunidade. No geral, o que a gente percebe é que a população tem apoiado a ideia, que tem o intuito de dar nova vida para a avenida.

E os comerciantes?
A cultura, lazer e a prática de atividades físicas se mostram como um fator agregador para a economia. Com a circulação de pessoas e a revitalização do espaço, acredito que os comerciantes terão um ganho. Criar pontos de convergência entre moradores, turistas e outros frequentadores gera um incremento no fluxo de pessoas, e, consequentemente, no comércio.

Qual é a vocação da W3 Sul?
A W3 Sul foi criada para ser uma grande avenida de comércio e serviços para população brasiliense. Com o tempo e o descaso, ela foi perdendo o seu brilho. Estamos trabalhando para pensar em soluções que revitalizem a avenida e façam dela uma referência em cultura e economia criativa.

A avenida pode se tornar algum dia o que ela tinha vocação para ser no início de Brasília, uma espécie de Champs-Élysées?
Se houver investimento, cuidado e sensibilidade, acredito que sim. A Câmara de Economia Criativa da Fecomércio-DF já está discutindo ações mais conceituais e profundas. Como, por exemplo, queremos entender quais negócios precisam ser estimulados a ir para W3, o que fazer com as bancas de revistas, como padronizar os quiosques já instalados, sugerir novas políticas fiscais para o Estado, mapear quais imóveis de propriedade do GDF e do Governo Federal estão subutilizados e podem dar espaço a novos negócios. É um esforço conjunto que precisa ser abraçado por todos. Só assim vamos reviver a W3 Sul.