O mês de dezembro, no entanto, será o melhor momento para compra de bens duráveis desde a pandemia
Por Samanta Sallum
A renda extra gerada pelo 13º e pelas contratações temporárias no período de festas impulsionou timidamente a percepção dos consumidores sobre a própria condição financeira. O crescimento mensal foi de apenas 0,1%, o menor índice desde dezembro de 2021 (quando o indicador ficou em -0,1%).
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), índice apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou a primeira queda em dois anos. A pesquisa apontou uma redução de 0,7% em dezembro, descontados os efeitos sazonais. Este é o primeiro resultado negativo desde dezembro de 2021 e reflete a desaceleração observada nos meses anteriores.
Mesmo com a queda, o índice permaneceu na zona de satisfação, aos 105,2 pontos. Na variação anual, a ICF teve crescimento de 15,3%, uma redução em relação à taxa de novembro, que foi de 17,9%.
O desaquecimento da intenção de consumir é evidenciado pelo recuo em todos os subindicadores analisados (emprego atual, renda atual, nível de consumo atual, perspectiva profissional, perspectiva de consumo, acesso ao crédito e momento para duráveis) e sinaliza maior cautela dos consumidores na reta final deste ano.
Ainda assim, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, reforça que a expectativa é otimista para o Natal.
“A previsão da Confederação é que o varejo movimente mais de R$ 69 bilhões neste mês, 5,6% a mais que no ano passado e o maior crescimento em quatro anos, o que é um resultado muito importante se levarmos em conta o cenário desafiador que a economia brasileira vive nos últimos anos”, afirma.
Já o subindicador de momento para compra de duráveis cresceu 44,7%, em relação a dezembro do ano passado, e atingiu 71,7 pontos, ainda na zona de insatisfação. Mesmo assim, essa é a maior pontuação desde o início da pandemia.