Por Samanta Sallum
Representantes da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apresentaram as demandas do setor terciário, em audiência pública realizada pelo Grupo de Trabalho da Câmara dos Deputados que discute a reforma tributária. A grande preocupação da entidade é com o possível impacto na imposição de uma alíquota única, aventada em até 25%, sobre o setor de serviços.
“Estamos falando do maior empregador da economia brasileira: são 23 milhões de trabalhadores com carteira assinada no setor de serviços. Quando olhamos o desempenho dos últimos anos, ele tem sido o grande sustentáculo da geração de empregos no país”, frisou o diretor de Economia e Inovação da CNC, Guilherme Mercês.
Participaram também o consultor da confederação para a reforma tributária, Gilberto Alvarenga; e o economista Fabio Bentes.
Avaliação sobre desigualdades
A CNC defende que a redação final do texto para a reforma leve em conta o respeito às desigualdades entre os setores. “As atividades de cadeias curtas, como as do setor de serviços, em que a mão de obra é o principal produto, precisam ser tratadas de forma especial”, ponderou Gilberto Alvarenga (foto). Por isso, a confederação defende alíquotas tributárias diferenciadas.
Tratamento especial
Bernard Appy, secretário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, declarou em ocasiões anteriores que o ideal é evitar exceções nas alíquotas, mas indicou que o setor de serviços tende a receber tratamento especial no Congresso Nacional.
Indústria não aceita aumento
Ontem, foi a vez de a Fiesp marcar posição. Em reunião com coordenador do GT, deputado Reginaldo Lopes (PT), o presidente da federação, Josué Gomes da Silva, defendeu que indústria não sofra mais carga.
“Somos a favor da reforma tributária. No entanto, não podemos admitir que a alíquota suba para os bens da indústria de transformação de maneira a compensar exceções que teremos de outros setores.”