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Comércio atacadista que vende no varejo pode funcionar no DF

Publicado em Coluna Capital S/A

Por Samanta Sallum

Algumas empresas do comércio atacadista que também vendem no varejo, os chamados “atacarejos”, estão livres de restrições de vendas no DF. Situação diferente da do Rio Grande do Sul, onde o decreto de lockdown impede que atacadistas vendam produtos não essenciais. A cidade de Goiânia também passou a adotar o mesmo modelo a partir de hoje.

Empresários do varejo, como lojistas de comércio local e de shoppings, acham injusto estarem fechados enquanto os grandes mercados de atacado estão funcionando normalmente. Aqui no DF podem vender tudo, como sapatos, roupas, utensílios domésticos e aparelhos eletrônicos.

Segundo os varejistas, isso gera uma concorrência desleal com os lojistas menores impedidos de abrir devido ao lockdown decretado pelo GDF.  E isso também estaria provocando aglomerações nos “atacarejos”.

O Sindicato do Comércio  Atacadista no DF esclarece que a grande maioria dos estabelecimentos do setor não atende a pessoa física. Afirma que esses locais não estão abertos ao público e que apenas atendem a clientes com CNPJ, ou seja, outras empresas. Atacado de material de construção só vende para loja de material de construção, por exemplo.

Operação híbrida

No entanto, das 450 empresas de atacado no DF, 21 têm operação híbrida. Têm permissão para vender no atacado e também no varejo, são os atacarejos.

“Lamentamos o momento, que está sendo difícil para todo o setor empresarial. Defendemos que é preciso apoiar os pequenos comerciantes. O governo local e o federal podem ajudar com medidas. Mas a solução do problema não é fechando os grandes. Seria penalizar ainda mais a população, que ficaria totalmente sem opções”, afirma o presidente do Sindiatacadista , Lysipo Gomide.

Migração de clientes

No raciocínio dos varejistas, se a demanda ficasse reprimida, os consumidores, após o lockdown, comprariam nas lojas. Mas, com a opção dos atacarejos vendendo tudo, a demanda está sendo absorvida pela segmento, que não tem concorrência no momento, além de estarem sendo foco de aglomerações, o que contraria o objetivo do decreto do GDF. A solução para os lojistas seria adotar o exemplo do Rio Grande do Sul.

Evitar injustiças

Segundo o governo gaúcho, a intenção é evitar injustiças com outros estabelecimentos, que precisaram fechar as portas devido ao lockdown por não serem considerados essenciais. Lá os estabelecimentos que realizem mais de um tipo de atividade deverão observar as limitações, horários, modalidades e protocolos para cada tipo de atividade, vedada a prestação de serviços ou a comercialização de produtos não essenciais nos horários de funcionamento reservados às atividades essenciais.

Volume de vendas

“Somos contra esse tipo de decreto. Não faz sentido. Até porque o grande volume de vendas dos atacarejos é de produtos de primeira necessidade”, reforça Gomide.

Segundo o Sindiatacadista, as vendas dos produtos de eletro, vestuário e cama mesa e banho representam entre 0,4% e 1,5%, dependendo da rede.  “Não é uma compra de destino, que concorre com as lojas especializadas, mas uma compra de conveniência”, explica Gomide.

O Sindiatacadista afirmou que reforçou a orientação de cumprimento dos protocolos sanitários nos estabelecimentos para se evitarem aglomerações.

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