Um partido zumbi

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960 Com Circe Cunha  e Mamfil

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Charge do Fernandes (caricaturasfernandes.blogspot.com)

Só há uma maneira eficaz para o Partido dos Trabalhadores sobreviver aos novos tempos: desligar a legenda do lulismo. Ou é isso ou será como abraço de afogados. Ainda há tempo para a adoção dessa medida. O problema é que, dentro do partido, a tendência majoritária descarta essa opção por um motivo simples e prosaico: as principais lideranças petistas de expressão nacional ainda são praticamente as mesmas, desde o primeiro Lula e dele obtiveram os maiores benefícios legais e ilegais.

Nesse sentido, livrar o partido de seu fundador, saneando a sigla com um bem estudado mea-culpa, o que parece impossível, ainda são possibilidades distantes. Com isso, pouco importa à legenda possuir ainda um número expressivo de deputados eleitos. Fora das quatro paredes do Congresso, interessa aos políticos que vieram na onda da renovação, mostrar para os eleitores que não irão decepcioná-los, aliando-se aos adversários das urnas.

Na verdade, quem não é do PT ainda não sabe disso. Quem alçou Bolsonaro ao poder foi justamente o Partido dos Trabalhadores, ou, mais precisamente, a rejeição tremenda a essa legenda e ao seu programa, sobretudo, a sua maior liderança, hoje condenado e preso por crime comum. Com isso, restam poucas possibilidades ao partido de voltar a emergir por conta própria, mantendo o mesmo modus operandi e atado à figura de Lula. É certo que a figura de Lula encolheu muito, sobretudo nos anos finais do governo Dilma.

Sobre esse ponto, vale salientar que Dilma, foi, entre todos, a principal coveira de Lula, por seu governo pífio e surreal. Obviamente que o maior responsável pela derrocada de Lula, não foi outra pessoa se não ele mesmo, esmagado pelo peso do próprio ego. De outra forma, é preciso meditar sobre uma possível sobrevida dessa legenda, com uma pergunta básica: a quem interessa a sobrevivência do PT?

Alguns argumentarão que isso interessa à democracia. Outros encontrarão, nessa resposta, uma contradição básica. Pelo desempenho ao longo de mais de treze anos, esse partido demonstrou total desprezo pela democracia e pelos seus ritos, guiando sua conduta unicamente pela ideia de perpetuação da legenda no poder.

Democracia popular é um outro nome para a ditadura de esquerda que usa do pretexto de governar com a população para usurpar do poder. Os apoios irrestritos dados por essa legenda a ditaduras como Venezuela, Cuba e outras exemplificam bem essa postura. Quando a inteligência é substituída por fanatismo, nada de racional se pode esperar pela frente. Ao colocar Lula, Marx e outras figuras do comunismo lado a lado no altar da adoração ateia, o que as atuais lideranças dessa legenda vêm conseguindo é atrair a ira santa dos brasileiros.

Em uma das suas últimas peregrinadas pelo Sul do país, a bordo de uma caravana improvisada que visava alavancar sua candidatura, Lula pode testemunhar, ao vivo e in loco, a tremenda rejeição da população, fato que, por pouco não acabou em maiores incidentes. Dessa forma, atar o destino de uma legenda que, até pouco tempo, era uma das maiores do país, à figura de um condenado por crime comum é suicídio.

Lula é hoje a maior liderança apenas para sua própria claque. Reconhecer esse fato triste para história política do Brasil é um modo de libertar o partido de um passado recente repleto de malfeitorias. O mais difícil é convencer essas velhas lideranças que ainda aí estão de que o antigo partido morreu. Querer ressuscitá-lo de qualquer forma e sem uma visão clara por novos caminhos é transformá-lo numa legenda zumbi a arrastar correntes pelos corredores do Congresso, amedrontando as pessoas.

 

A frase que não foi pronunciada:

Ópera Fantasma – Nada tenho. Nada me pode ser tirado. Eu sou o ex-estranho, o que veio sem ser chamado e, gato se foi sem fazer nenhum ruído

Paulo Leminski

 

Educação

Aos poucos, cidadãos do país se beneficiam da educação à distância promovida pelo Poder Legislativo. Milhares de pessoas foram formadas por essa modalidade de curso.

Foto: Divulgação/MCTIC

Certo

Disse Lasier Martins, o autor do projeto que acaba com o voto secreto no Senado para a eleição da presidência, vice-presidência, secretários e suplentes da Mesa Diretora e presidentes e vices das comissões da Casa:

“Nunca deve ser esquecido que os parlamentares são meros representantes do povo e, quando votam, estão exercendo a delegação popular que o voto lhes concede. É injustificável que haja deliberações secretas no Congresso Nacional, na medida que isso significa ocultar do representado aquilo que o representante está fazendo em seu nome. Trata-se de agressão contra o cidadão, que o impede de exercer o seu inalienável direito de fiscalização da atuação de seu representante”.

Charge do Mário, reprodução da Tribuna de Minas

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O governo preste atenção para uma coisa: inicia-se, hoje, em Fortaleza, o primeiro Congresso de Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Ceará. (Publicado em 08.11.1961)

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