Um discurso para a capital – Parte 2

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

facebook.com/vistolidoeouvido

instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: veja.com/VEJA

 

Para o conhecimento das novas gerações seguem aqui  os trechos finais ou a segundo parte  do discurso feito pelo ex-presidente Juscelino Kubistchek por ocasião do ato  que inaugurava oficialmente a capital de todos os brasileiros em 21 de abril de 1960, ocasião em que eram fundados também o Correio Braziliense e a Coluna Visto Lido e Ouvido. O discurso proferido naquela longínqua  ocasião é até hoje o documento  político mais importante sobre  Brasília, pois registra não só o nascimento de uma cidade especial como marca uma nova etapa na história de nosso país.

“Deste Planalto Central, Brasília estende aos quatro ventos as estradas da definitiva integração nacional: Belém, Fortaleza, Porto Alegre, dentro em breve o Acre. E por onde passam as rodovias vão nascendo os povoados, vão ressuscitando as cidades mortas, vai circulando, vigorosa, a seiva do crescimento nacional.” Ficou patente que a construção de Brasília ia, aos poucos revitalizando a porção interior do país do ficara esquecida por séculos e que agora passavam a ser interligada por estradas de união que estavam sendo abertas. Nesse ponto é necessário acrescentar a colaboração imprescindível de um personagem muito estimado por JK, que era o engenheiro Bernardo Sayão. Graças ao entusiasmo desse colaborador do presidente, foi dado continuidade ao importante processo de integração nacional, inciado ainda com o Marechal Rondon e que tinha como objetivo ligar por estradas o interior do país. Depois de efetivado o programa de construção da nova capital, no interior do Brasil, ligar por rodovias  Brasília  a Belém, ao Acre e a Fortaleza   os próximos desafios a serem cumpridos para dar sentido prático a mudança da capital. Ainda em janeiro de 1960, quatro meses antes da inauguração de Brasília, foram iniciadas as Caravanas da Integração Nacional. Saídas de São Paulo e do Rio de Janeiro, homens e máquinas, sob a liderança de Bernardo, foram rasgando estradas rumo a nova capital.  

“Brasileiros! Daqui, do centro da Pátria, levo o meu pensamento a vossos lares e vos dirijo a minha saudação. Explicai a vossos filhos o que está sendo feito agora. É sobretudo para eles que se ergue esta cidade síntese, prenúncio de uma revolução fecunda em prosperidade. Eles é que nos hão de julgar amanhã.  Neste dia – 21 de abril – consagrado ao Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, ao centésimo trigésimo oitavo ano da Independência e septuagésimo primeiro da República, declaro, sob a proteção de Deus, inaugurada a cidade de Brasília, Capital dos Estados Unidos do Brasil.”  Nesse trecho final Juscelino Kubitschek fala da  importância da construção de Brasília para as novas gerações que viriam. Seriam elas que iriam ser as maiores beneficiadas com essa obra e com todo o processo de interiorização do país.

Este discurso foi proferido por Juscelino Kubitschek na sessão solene de instalação do governo no Palácio do Planalto, no dia 21 de abril de 1960 e comentado por ocasião dos 64º aniversário de Brasília.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse”.

Lúcio Costa

Sob a batuta de Lúcio Costa, Oscar se diverte grafite e aquarela, 29x21cm, 2010 (evblogaleria.blogspot.com)

 

Dito e feito

Jussara Dutra Ferreira é daquelas pessoas que se empenham aos projetos até vê-los concretizados. Em Brasília desde o tempo da poeira, Jussara é filha de José Dutra Ferreira, garçom e mordomo de JK. Estava com a ideia de escrever um livro compilando as histórias do pai. E conseguiu. Quem quiser ler assuntos inéditos do começo de vida de Brasília é só ver os detalhes no link: @memoriasdutra.

Jussara Dutra. Foto publicada em seu perfil oficial no Instagram

 

O Mar e o mal

Todos conversavam sobre o Arrastão, de Dorival Caymmi. Uma música que consegue colocar ventos nas notas. Ouvindo sobre o assunto, Gilda Elizabeth Nogueira começou a contar as histórias de arrastão que passou na vida. As que viveu e as que ouviu dizer. A confusão com uma palavra tão linda, Gilda mostrou o que o tempo conseguiu fazer para que arrastão se tornasse um fato pavoroso. Mostra que o nosso mundo já não é o mesmo. Os meninos que esperavam, na areia, o arrastão das praias que trazia o peixe bom para a família, com o passar do tempo, transformaram-se nos meninos temidos que, agora sem família, arrastam pela areia a própria dignidade.

 

 

Futuro

DF teve liberação para o funcionamento do primeiro crematório, que fica no cemitério Campo da Esperança. A decisão que a Sejus aguardava veio do Instituto Brasília Ambiental. Isso faz lembrar um cemitério projetado pelo arquiteto Manoel A. Madureira Filho. Apenas umas hastes com neon na ponta contendo o DNA do falecido.

Publicação no perfil oficial da Secretaria de Justiça, no Instagram

 

História de Brasília

Ontem na minha superquadra, houve um atropelamento. Havia dois guardas para orientar as crianças, e a orientação não foi dada. O motorista ainda tentou evitar o acidente e não conseguiu. Socorreu a vítima, o que foi muito lógico. (Publicada em 06.04.1962)

It's only fair to share...Share on Facebook
Facebook
Share on Google+
Google+
Tweet about this on Twitter
Twitter
Share on LinkedIn
Linkedin