MST, em busca de sobrevivência, elege Gilmar Mendes como patrono

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Imagem: buzzfeed.com

 

Muita coisa pode ser dita sobre o encontro que reuniu, neste mês, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e as lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), ladeado pelos principais partidos que fazem oposição cerrada ao atual governo. De tudo o que foi dito, pelos que defenderam esse encontro e por aqueles que criticaram, com veemência, a reunião, tão esdrúxula e inusitada, o mais improvável e inverídico é que esse “diálogo” se deu em nome da construção da democracia em nosso país.

A premissa de que só se constrói a democracia com diálogo, como afirmada pelo próprio ministro, é sabidamente verídica. Só há entendimento entre as forças que compõem a sociedade, por meio da conversa. Com relação à essa fala do ministro, tratado como convidado de honra desse encontro, mostra que, em certos casos, e esse é um deles, o diálogo com os radicais, auto intitulados, como o exército Brancaleone do ex-presidente Lula, disposto a tudo, inclusive, a pegar em armas para defender o indefensável, não pode ter lugar dentro de parâmetros legais, uma vez que esse grupo não reconhece, sequer, os limites legais fixados pela sociedade.

Portanto, trata-se aqui de um diálogo do tipo fake e até perigoso para as instituições, pois aponta, por meio de um de seus representantes, na figura de um ministro da Suprema Corte, um reconhecimento e acolhimento de um grupo de foras da lei. Não é preciso lembrar ao ministro que o MST é um movimento que, por si só, não existe como personalidade jurídica. Ninguém sabe quem são oficialmente seus dirigentes, sua sede, estatuto, seu registro junto aos órgãos de Estado, ou qualquer outro registro legal.

Fosse esse o único problema com o MST, tudo poderia ser resolvido com o auxílio de um despachante junto a um cartório, como fazem todos os brasileiros de bem. O problema é que esse movimento é flagrantemente uma organização que despreza as leis e age, de modo destemido, com métodos claramente criminosos, invadindo propriedades, queimando lavouras, matando gado, ameaçando produtores, incendiando sedes rurais, plantações de espécies destinadas às pesquisas e outros delitos continuados. A maioria dos seus dirigentes responde a processos. Alguns líderes já estiveram presos, acusados de assassinatos e outros crimes graves.

Na realidade, o que o MST desejou com essa live com o ministro Mendes, tido como o mais próximo desse movimento, foi criar um embrião de uma possível frente política de oposição, com vistas às próximas eleições, dando um verniz de certa institucionalidade ao que é, ainda, um grupo de bandoleiros.

Outras falam da possibilidade de o MST vir a se transformar em mais um partido político, disposto a enfrentar as urnas no lugar do moribundo Partido dos Trabalhadores (PT). Na falta de discurso capaz de empolgar um número expressivo de eleitores, o que o MST faz, pelas beiradas, é achar uma brecha para não desaparecer na poeira da história.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A nossa consciência é um juiz infalível, enquanto não o assassinamos.”

Honoré de Balzac, escritor francês

Honoré de Balzac (Foto: Reprodução)

 

Ensino

Recebemos uma missiva que sugere mais uma disciplina na grade escolar do ensino fundamental: Combate à corrupção. Em 10 ou 15 anos, estaria brotando uma mudança cultural no Brasil.

 

Toma lá, toma cá

Continua muito baixo o retorno em serviços do GDF. Basta constatar pelo número de manifestações na ouvidoria. Ao todo, 249.900 e apenas 3.640 em atendimento.

Cartaz: ouvidoria.df.gov

 

Desistam!

Ministro Guedes verbalizou que há um complô para derrubá-lo em Brasília. O mesmo complô que não conseguiu vencer a competência da ministra Damares. São como bambus. Envergam, mas não quebram.

Charge do Kleber

 

Crime

Pouco se tem falado nos dez anos de comemoração da Lei de Alienação Parental. Um crime invisível, no qual há interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente por indução de um dos genitores, que denigre ou repudia o outro genitor, comprometendo a integridade psicológica e da convivência familiar.

Arte publicada no site genjuridico.com

 

Melhor amigo

Vários concursos já publicaram os nomes dos aprovados que farão curso de formação. O governador Ibaneis adiou alguns, com o argumento de falta de verbas. Mas uma categoria conseguiu assumir: os cães treinados para polícia e bombeiros já tomaram posse.

Publicação no perfil oficial da Secretaria de Segurança Pública do DF no Instagram

 

Detran

Se o Detran não cortar o mal pela raiz, o trânsito em Brasília vai piorar cada vez mais. O foco seria nas motocicletas. Ultrapassam pela direita, cortam os carros feito loucos, entram na contramão, sobem calçadas, e retiram o cano de escape, deixando, por onde passam, um barulho ensurdecedor.

Foto: Wilson Dias – ABR

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A Prefeitura está multando o pessoal do Setor de Indústria e Abastecimento pela existência de letreiros, e pela falta de habite-se. Não pensa, entretanto, em indenizar os prejuízos que tem causado, sem dar luz, água, esgoto e telefone. (Publicado em 14/01/1962)

Hermenêutica Seletiva

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Foto: Roberson Pozzobon/MPF-PR

 

Os ataques à Operação Lava Jato, em conluio com partidos e políticos de ficha suja e com o beneplácito da própria Procuradoria Geral da República, ressurgem, apenas, como a ponta visível de um gigantesco iceberg que se move para inverter a lógica da justiça, tornando réus aqueles que ousaram condenar criminosos de grosso calibre, nitidamente envolvidos num rol de ilicitudes sem fim.

Aplica-se a lei para demonstrar, dentro dos labirintos e das filigranas legais, como desfazer o senso comum de justiça, distorcendo e tornando as letras dos códigos penais libelos a favor de notórios condenados. O mais trágico, se é que se pode ir mais além nessa pantomima processual recorrente, é conseguir, diante do silêncio obsequioso de muitos, também manchados por desvios de conduta, tornar culpados em inocentes, transformando-os em anjos de candura e ética.

Observadores da cena nacional, postados de plantão, permanentemente, no meio da Praça dos Três Poderes, de olhos e ouvidos atentos para cada uma das instituições daquele sítio, são unânimes em reconhecer o que seria uma contramarcha de antilavajistas dispostos a tudo para impedir o avanço da legalidade, da justiça e da ética. Está, justamente, naquele ponto geográfico e nevrálgico da nação, o que parece ser uma grande e nebulosa orquestração com vistas não só a deter a consumação de qualquer veredito final, que leve para detrás das grades aqueles que assaltaram os cofres públicos sem remorsos, como para impedir que qualquer outro contratempo seja capaz de atrasar a marcha da insensatez, tornando condenados em inocentes e agentes da lei e da ordem, notoriamente probos e cumpridores do dever, em réus.

Nada muito estranho para um país surreal. Com isso, é possível notar que a desmoralização paulatina das instituições públicas, sob a batuta dos atuais dirigentes, não é obra do acaso, mas decorre de uma cultura transviada do bom senso, de um país que insiste em andar na contramão do mundo, comandado por uma elite com modelos e leis próprias, que enxerga, na população, uma espécie de bem de capital, capaz de gerar apenas lucro e sustento àqueles que estão no piso superior.

Não por outra razão, esses personagens não desfilam em público, transitam por corredores e passagens secretas, movendo-se em aeroportos e outros lugares inevitavelmente públicos por meio de túneis, salas vip e outros paredões que os isolam da plebe. Quando expostos ao público, as reprimendas e os impropérios voam para todo lado. Numa situação tão paradoxal como essa, em que assalariados e servidores da nação são, por essa mesma classe, quase que enxotados, o que se tem é uma anomalia, que em nenhuma hipótese pode funcionar de modo minimamente razoável.

É como se a nação fosse governada por alienígenas de uma galáxia distante e inacessível. Obviamente que críticas que tendem a hostilizar e a atacar o Supremo, por exemplo, só servem para piorar uma situação que em si já é por demais delicada e instável. O chamado Estado Democrático de Direito, uma abstração que paira sobre toda e qualquer instituição ou poder, deve ser o norte a seguir, mesmo quando as instituições teimam em não se harmonizar com os cidadãos e a cidadania.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O poder quando é orgulhoso, nunca pode considerar-se seguro.”

Tácito, senador e historiador romano

Imagem: MURPHY(1829), Cornelius Tacitus (wikipedia.org)

 

Isso é Novo

Partido Novo não precisa dos R$36 milhões dos cofres públicos a que tem direito pelo Fundo Eleitoral. Não vai usar essa verba para a autopromoção e angariar votos. Hoje em dia, a população prefere votar em quem age como discursa.

Foto: boletimdaliberdade.com

 

Ebook
Réquiem para o Cerrado, da Xapuri Editora, assinado por Altair Sales Barbosa. Veja como ter acesso ao livro, no link RÉQUIEM PARA O CERRADO – O SIMBÓLICO E O REAL NA TERRA DAS PLANTAS TORTAS.

 

Cuidado
Atenção, moradores dos lagos Norte e Sul! Se avistarem alguma capivara, favor comunicar ao dicon@ibram.df.gov.br para um mapeamento e futura ação. Os animais estão se proliferando rápido demais e trazendo incômodos como carrapatos e invasões. A iniciativa é assinada por Paulo Costa, do Conselho de Segurança do Lago Norte.

Foto: Gabriel Luiz/G1

 

Chamas

Leia, no link Foco não é o fogo, o artigo escrito pelo pesquisador e jornalista Reginaldo Marinho, publicado na Folha do Meio Ambiente, sobre a temporada de queimadas e o que há de cultura e política por trás.

 

Uma pena

Está dando o que falar a retirada das plantas medicinais da UBS do Lago Norte. Era um horto de plantas medicinais tratado de forma sustentável, que dava suporte ao trabalho do Dr. Marcos Trajano, especialista em fitoterapia. O que a medicina chinesa levou milênios para desenvolver, o Brasil não tem, até hoje, cultura para compreender.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Na última reunião do Conselho de Ministro, o assunto foi ventilado pelo professor Hermes Lima, que citou nominalmente o caso daquela repartição fazendária, que instituiu o retorno por conta própria, em prejuízo do funcionamento do Ministério da Fazenda em Brasília. Aqui está a verdade. (Publicado em 13/01/1962)

Supremo alheamento

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Foto: STF/Divulgação

 

Hoje, qualquer pesquisa de opinião pública para medir o grau de confiabilidade e credibilidade do Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo aquelas encomendadas pelo próprio órgão, mostra que, para a maioria dos brasileiros, essa que deveria ser a mais importante Corte do Estado, apresenta um baixíssimo grau de avaliação pela sociedade.
Dependessem das notas emitidas pelos cidadãos, a maioria dos atuais ministros estaria simplesmente reprovada. A população, de um modo geral, desaprova a conduta dessa Alta Corte, enxergando nessa instituição e, principalmente, nos seus membros, o mais importante instrumento para a manutenção de um antigo e condenável modelo de governo que todos querem ver superado.
Não que enquetes desse gênero possam ter alguma importância para a Corte ou mesmo influenciar a condução de seus trabalhos. Nesse sentido, alguns ministros, por diversas vezes, têm afirmado que não pautam seus pareceres pelo bafo das ruas, nem se deixam intimidar pelo clamor popular quando têm que decidir seus votos. As ruas e o STF vivem um divórcio litigioso há anos, e isso, embora não intimide suas excelências, não é, definitivamente, para dizer o mínimo, saudável para a democracia.
No máximo, a percepção da população sobre a Suprema Corte fica a meio termo entre o bom e o ruim ou péssimo. E isso é preocupante, por um lado, porque passa a noção de que essa alta instância, até mesmo pela denominação um tanto pomposa, destaca-se do restante dos brasileiros por se achar localizada no céu ou no Olimpo, em contraposição ao restante dos mortais, que permanecem na planície, em que a vida é enfadonha e se resume a um rosário de lamúrias diárias.
Nada mais surreal para um país que almeja juntar-se às demais nações desenvolvidas e modernas. Talvez, esse distanciamento e alheamento do STF em relação à média da população se dê pelo fato de que seus membros não dependem da vontade popular para alcançar esse status. Talvez, esteja no fato de que, entre um e outro, não haja uma comunicação direta ou mesmo uma língua ou idioma em comum. Os ministros falam uma novilíngua, que é uma corruptela ou uma espécie de juridiquês hermético e cifrado, em que o sim pode ser um não e vice-versa.
De qualquer forma, não vale aqui apontar o dedo. De dicotomia entre uma Corte embutida num país, mas, ao mesmo tempo alheia a esse, faz com que seja preciso acertar os passos desses que são, quer queira, quer não, funcionários públicos a serviço da nação para evitar o que parece ser iminente, ou seja, uma colisão frontal que possa trazer prejuízos múltiplos.
O pior nessa questão que se arrasta há anos é que ela parece não ter uma solução à vista. Pelo contrário, a cada decisão tomada nessa instância aumenta o descontentamento do grosso da população. Não bastassem armar todo o tipo de ardis jurídicos para impedir a condenação final de corruptos comprovadamente implicados em crimes diversos, eis que o STF, agora, parece ter empreendido um caminho sem volta para fazer de qualquer noção de direito, mesmo os mais simples e básicos, um anátema de justiça.
A frase que não foi pronunciada
“A liberdade de expressão é soberana desde que não incomode os soberanos.”
Dona Dita, resumindo a ópera em seu pensamento
Charge do Duke
Presença
Megaoperação no Paranoá na manhã de ontem. Havia carros do DER, da Vigilância Sanitária, do DF Legal, da Polícia Militar e da Brasília Ambiental.
Segurança
Para a proteção do presidente da República, torres farão parte do visual dos palácios em Brasília. A intenção é proteger contra drones. Nada mais natural, principalmente para quem quase foi eliminado por uma facada.
Foto: tripadvisor.nl
Destarte
Cine Brasília, Biblioteca Demonstrativa, Teatro Nacional, reformas intermináveis para locais do saber.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil
FB
Adriano Lafetá registra, no Facebook, a visita ao Xingu na década de 80, onde presenciou o reencontro do cacique Aritana Yawalapiti com Orlando Villas-Bôas. Veja o post, em seu perfil pessoal, em que o jornalista lamenta a morte do líder indígena pelo Covid-19.
Foto: reprodução da internet
Cientista
Professor da UnB, Nagib Nassar foi convidado pelo Conselho de Administração da Fundação Kuwait para o Avanço das Ciências, para participar da Arab Scholars Academy. Veja a missiva a seguir.
História de Brasília
O jornal noticiou a retificação, de acordo com o pedido do diretor-geral da Fazenda. Mas estávamos sendo burlados, enganados, desmentidos sem razão. (Publicado em 13/1/1962)

Inversão de valores permanece depois de séculos

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Foto: Reprodução

 

Nunca, em tempo algum, a observação feita por Rui Barbosa (1849-1923) sobre a inversão de valores éticos entre as elites que comandavam os poderes da República, em sua época, fez tanto sentido como agora. Dizia ele: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”

A sentença, que parece resumir toda a epopeia brasileira desde 1500, foi feita em discurso no Senado Federal em 1914, e seu alvo era justamente a falta de ânimo da Justiça em punir os poderosos. Para ele, “a maior de todas as ruínas é a ruína da justiça”, principalmente aquela “colaborada pela ação dos homens públicos.” Rui Barbosa ia mais além em seu libelo, acusando os partidos de seu tempo e, principalmente, o governo de influenciarem constantemente as decisões da justiça em favor dos poderosos.

Nada diferente do que acorre exatamente nesse instante, com o Supremo agindo, seguidamente, em favor de abolir penas quando o réu é alguém conhecido e poderoso e com conexões diversas e preciosas dentro da máquina do Estado. Rui Barbosa dizia, há mais de um século, a mais grave de todas as ruínas era a “falta de penalidades aos criminosos confessos”, assim como a “falta de punição quando se aponta um crime que envolve um nome poderoso, apontado, indicado, que todos conhecem”.

São observações proféticas e que servem hoje como uma luva no que vem ocorrendo nesse instante, quando juízes e um conjunto pequeno de procuradores do Ministério Público ousaram, por meio da já famosa Operação Lava Jato, investigar, julgar e condenar uma parte enorme de políticos da nossa história atual, reunida de uma só vez para assaltar o erário.

Essa imensa e poderosa quadrilha, formada por políticos dos mais altos escalões, inclusive presidentes da República, aliados aos mais ricos e influentes empresários do país, foi, um a um, encaminhado às penitenciárias, inaugurando assim uma etapa totalmente nova e extraordinária de nossa história.

Questões levantadas por muitos internautas, que acompanharam de perto o desenrolar das revelações obtidas por meio de escutas ilegais e divulgadas  pelo site The Intercept Brasil, mostram, de forma clara,  que boa parte da opinião pública que trafega nas redes sociais não, apenas, vem pondo em dúvida a integridade desses diálogos, como passou a estabelecer, por conta própria, as conexões entre os diversos fios soltos.

O que se tem nesse episódio é que milhares de investigadores, amadores online e por todo o país, passaram a investigar o caso e a divulgar cada passo em falso e cada pequeno detalhe deixado para trás pelos denunciantes. Num país que, desde 2005, vive em permanente estado de atenção e onde a realidade política se mistura com a ficção do realismo fantástico, o surgimento de mais esse sub enredo, dentro do mega escândalo levantado pela Operação Lava jato, reacendeu o interesse do público sobre a tragédia da corrupção.

Com isso, o público, desde aquele tempo, vem interagindo com o desenrolar de todo enredo sobre corruptos e ditadores, o que pode levar a um desfecho imprevisível dessa trama. O material colhido até agora sobre esses casos já possui um volume de informação considerável. Quem acompanha as notícias está certo de que há trama de todos os lados para desmanchar a Operação Lava Jato, por meio de uma campanha visando desacreditar seu principal juiz.

Muitos afirmam, inclusive, que, se os bandidos revelados por essa Operação combinavam minuciosamente o esquema que os levariam aos cofres públicos, por que os agentes da lei não poderiam fazer o mesmo, já que se tratava, no caso, de defender o Estado de uma bem engendrada organização criminosa?

Para conferir mais surrealismo à toda história tecida nesse país, vale lembrar o desfecho de um tal site intitulado Pavão Misterioso, que divulgava supostos diálogos entre o deputado JW, que teria vendido o cargo, para o marido de Glen Greenwald. Neles, o ex-parlamentar cobra parcela do dinheiro devido e que não estaria sendo honrado por conta das fiscalizações feitas pelo COAF nas movimentações financeiras desse trio. Volta e meia, JW volta às redes sociais com questões dos internautas sobre o desaparecimento repentino e definitivo do deputado que abriu mão de ser representante dos seus eleitores.

A população que a tudo assiste, ao vivo e a cores, chegou a acreditar que, com a Operação Lava Jato, o Brasil finalmente adentrava numa nova e virtuosa fase de sua história. Durou pouco a esperança da sociedade de que finalmente iria haver uma mudança radical de rumos. Por ação justamente daqueles mesmos sujeitos apontados há mais de um século por Rui Barbosa, em seu famoso discurso de 1914, o castelo de cartas vem sendo posto abaixo agora, diante de nossos olhos, e graças à inércia daqueles que poderiam agir a tempo de cessar essa verdadeira contrarreforma do antigo regime de impunidade. Uma leitura nos jornais diários dá conta de que a Hidra da corrupção, com seus aliados, ainda está viva e se move.

Depois de sepultar qualquer possibilidade de condenação com o fim da prisão em segunda instância, e depois de mandar soltar todos os criminosos do colarinho branco, o Supremo, que tudo pode, tudo executa, mira agora seus canhões contra juízes como Sérgio Moro, o procurador da República Deltan Dallagnol e outros que ousaram furar o cerco secular da impunidade, numa inversão de valores que faria o próprio Rui Barbosa envergonhar-se de ser brasileiro. Só escapa um detalhe: a população está cansada, mas não inerte.

 

 

 

A frase que não foi pronunciada:

“O casamento entre o Notório saber jurídico e ilibada reputação.”

Sugestão de dona Dita para uma nova trova a ser cantada pelo ex-ministro do STF, Ayres Britto.

Foto: Divulgação/TV Brasil

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Nos tempos do sr. Jânio Quadros, demos, daqui, uma notícia, informando que a Diretoria Geral da Fazenda estava se mudando para o Rio de Janeiro, apesar do bom rendimento que vinha experimentando em Brasília. (Publicado em 13/01/1962)

Establishment mira a Lava Jato

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O coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, criticou decisão do presidente do STF — Foto: Agência Brasil (valor.globo.com)

 

Não é de hoje que os poderosos, instalados nos Três Poderes da República, sentem-se incomodados e mesmo amedrontados com as investigações conduzidas pela força-tarefa da Lava Jato, principalmente aquelas conduzidas pela seção de Curitiba. Em segredo e até abertamente, políticos de todos os partidos, empresários, juízes e outros próceres desse Brasil desigual tramam a extinção dessas operações.

O motivo para isso é óbvio e salta aos olhos de todos. Não há como esconder que as diversas tentativas que têm sido feitas, ao longo desses últimos anos, para enterrar, de vez, a Lava Jato e pôr fim a uma série de inquéritos abertos pelos procuradores de Curitiba, partiram de pessoas e grupos envolvidos, direta ou indiretamente, num rol de crimes que perpassa todo o Código Penal.

A situação chegou a um paroxismo tal que é raro encontrar, entre políticos, empresários e outros figurões, pessoas e grupos que não estejam, de alguma maneira, envolvidos nesse mega escândalo. Para a população, que acompanha essas investigações desde o começo, houve momentos em que foi possível acreditar que o Brasil mudaria de fato e entraria para o seleto clube de países livres da praga da corrupção. O fato de os brasileiros reconhecerem, hoje, que o fenômeno da corrupção na máquina pública é responsável pelo subdesenvolvimento crônico que assola nosso país desde sempre,  deve-se muito aos trabalhos levados com grande esforço pelos procuradores da Lava Jato.

A esperança de um novo Brasil vai, no entanto, ficando cada vez mais para trás. Alvejada por todos os lados, a Lava Jato vai definhando, pouco a pouco, e perdendo sua autonomia e poder. Agora, sob a mira dos canhões do Supremo Tribunal Federal (STF) e da própria Procuradoria Geral da República (PGR), que, em tese, deveria ser a primeira instituição a proteger os valiosos trabalhos dessas forças-tarefas, a Lava Jato está sofrendo o que seria a maior e mais forte investida de todos os tempos, visando minar os alicerces, preparando-se para – quem sabe – receber o tiro final de misericórdia.

Atendendo a determinações expressas do presidente do STF, Dias Toffoli, reforçadas ainda por seguidos apelos feitos pelo atual Procurador-Geral da República, Augusto Aras, e contando com o apoio velado do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, a Lava Jato está sendo obrigada, agora, a compartilhar todos os dados que dispõe, justamente com aqueles que buscam brechas e outras filigranas jurídicas para dizimá-la de vez.

Ao ter que entregar “todas as bases de dados estruturados e não-estruturados, utilizadas e obtidas em suas investigações, bem como dados pretéritos, diretamente ao gabinete do procurador-geral”, como diz a ordem da suprema corte, a Lava Jato de Curitiba está se desfazendo de todo um vasto material que garantia sua permanência e que era a causa principal de sua força motriz. Ao compartilhar, à força, todo o rico material que dispõe e que – todos sabemos – acabará, mais cedo ou mais tarde, nas mãos dos próprios investigados, a Lava Jato de Curitiba, à semelhança de Sansão, à quem foi cortado os cabelos, perde sua força e cai por terra.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Especialistas sem espírito, sensualistas sem coração – e esta nulidade se considera, ainda por cima, o suprassumo da civilização.”

Goethe, escritor e estadista alemão.

‘Goethe na Campagna’, de Johann Heinrich Wilhelm Tischbein (1787).            Reprodução: dw.com

 

Corruptos

É impressionante! Enquanto o país reclama que políticos não trabalham pelo Brasil, provavelmente, eleitores desses políticos fraudam uma ajuda emergencial em tempos de guerra para tirar proveito da situação. O Ministério da Cidadania já enviou à Caixa 1,3 milhão de CPFs para bloqueio. Certamente, alguns justos pagarão pelos não justos.

Charge: Gilmar Fraga / Agencia RBS

 

Mais essa

Na Asa Sul, algumas quadras ficaram sem luz porque furtaram centenas de metros de fios de energia. É impressionante essa selva.

Foto: oscabecasdanoticia.com

 

Faça yoga

Três setores que tiveram um avanço no atendimento são: psicologia, yoga e massagens. Tudo para aliviar a estressante vida de confinados. Veja Maria Luiza, antiga professora de Yoga da cidade, a seguir.

 

Pernambuco

Aconteceu na Câmara de Vereadores do Cabo do Santo Agostinho, em Pernambuco. São, mais ou menos, 2,6 milhões subtraídos dos cofres públicos por rachadinhas. Tivesse um disque denúncia para esse crime, pouca gente ficaria surpresa com o resultado.

Foto: portaldeprefeitura.com

 

Consume dor

Enquanto um projeto de lei está no forno para garantir que, em 2021, as tarifas de luz não sofram reajustes, os supermercados remarcam preços de produtos básicos, estimulando consumidores conscientes a planejarem, pelas redes sociais, boicote aos estabelecimentos mais caros.

Foto: Procon-MS/Divulgação

 

Preciosidade

Ouçam, logo abaixo, sensacional coletânea dos Melhores Momentos do Parlamento Brasileiro. Trata-se de um trabalho realizado sob o comando de Fernando Cesar Mesquita, quando dirigia a Secretaria de Comunicação do Senado.

Melhores Momentos do Parlamento Brasileiro – 2º Volume – Apresentação

Melhores Momentos do Parlamento Brasileiro – 31/08/1961

Melhores Momentos do Parlamento Brasileiro – 28/10/1965

Melhores Momentos do Parlamento Brasileiro – 12/12/1968

Melhores Momentos do Parlamento Brasileiro – 23/08/1979

Melhores Momentos do Parlamento Brasileiro – 23/08/1979

Melhores Momentos do Parlamento Brasileiro – 23/03/1988

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Houve um intervalo, até que sucedeu o acidente do “Caravelle”. Daí, surgiu uma ordem do Ministério, para que a SIT instalasse um cabo dentro, dos geradores para os postes. O serviço foi feito, e terminado. Testado, ficou confirmado que estava completo o trabalho. (Publicado em 12/01/1962)

Clique aqui – Eleitores são escravos do voto

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Foto: Gisele Federicce, 2014

 

Não é incomum que transgressões como corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, estelionato e outros crimes correlatos se encontrem para acertar a melhor forma: ou de branquear os recursos desviados, ou combinar novos modus operandi de tornar essas operações mais invisíveis ou lucrativas para todos.

O corrupto necessita do doleiro ou de um empresário ladino para disfarçar os recursos surrupiados. O doleiro, ou o empresário, necessita do político corrupto para agilizar e dar aparência legal aos seus desatinos. De fato, num tempo indeterminado, ou outro ponto qualquer, todos acabam mergulhando em águas turvas e se confraternizam, festejando o resultado do butim.

Quando o ministro Abraham Weintraub disse: “Eu não quero ser escravo nesse país. E acabar com essa porcaria que é Brasília. Isso daqui é um cancro de corrupção, de privilégio. Eu não quero ser escravo de Brasília. Eu tinha uma visão negativa de Brasília e vi que é muito pior do que eu imaginava.”, essa Brasília a que se referiu o ministro é a que abre os braços para receber os políticos eleitos pela população do país. Nenhum deles ocupa lugar no Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional ou no Palácio do Planalto sem legitimidade.

A capital tem sido esse ponto de encontro de gente de todos os estados, onde essas agendas, que desagradam aos eleitores, se dão regadas a acepipes e vinhos de altíssimos valores. Exemplos dessa prática malcheirosa são abundantes nas cercanias do poder, nos chiques restaurantes, nos hotéis de luxo e em outros lugares exclusivos. Interessante nesse caso não é, precisamente, nem o tempo, nem o lugar onde esses encontros se dão, mas o próprio fato deles se repetirem num compasso até monótono. Muitos desses convescotes têm ocorrido nas residências oficiais, onde, de comum acordo, todos deixam seus celulares na entrada.

Somente o fato de existirem encontros dessa natureza, longe do olhar e dos ouvidos do povo, num país que se declara como República, já é bastante insólito e estranho. A questão aqui é que, de uma forma ou de outra, esses indivíduos, sejam eles identificados como notórios corruptos, ou doleiros de alto calibre, ou mesmo políticos inocentes, acabam se misturando nessas festas, bebendo e brindando o ano proveitoso para todos. A interdependência desses elementos assegura, a todos em conjunto, à própria sobrevida do grupo. Poderosos politica ou financeiramente se protegem mutuamente. Enquanto uns conferem o cartão verde e os passes livres aos articuladores dos recursos que voam livremente de um ponto a outro, outros garantem o azeitamento com farto dinheiro para que esses próceres da República não se preocupem com questões banais como moedas.

As revelações produzidas, quer pela Operação Lava Jato e congêneres, quer pela própria delação feita de muitos acusados, têm ensinado muito sobre esses cruzamentos entre o poder e o dinheiro. Na verdade, existe um ponto geográfico bem determinado e em comum, onde todos esses personagens atuais da história brasileira se encontram e realizam a fase final de seus crimes, quer fisicamente ou apenas na forma de fantasmas. Esse ponto específico, já por demais devassado ao longo dos anos, era nada mais, nada menos do que os cofres do Tesouro Nacional, onde a população confia compulsoriamente suas economias e onde as raposas deitavam e rolavam ao som do Hino Nacional.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quem entra a introduzir uma lei nova não pode tirar de repente os abusos da velha”

Pe Antonio Vieira, religioso, filósofo, escritor e orador português da Companhia de Jesus.

Padre António Vieira (imagem: wikipedia.org)

 

Insustentável

Escolas pressionam pais para continuarem a pagar a mensalidade da criançada da primeira infância. Meninos e meninas de 4 anos continuam recebendo aulas online com diretores irredutíveis em dar desconto, mesmo que as mães estejam exercendo o papel dos professores, orientando as tarefas. A iniciativa é tão insidiosa que há ameaças, lembrando que crianças de 4 anos precisam obrigatoriamente estar matriculadas. Ou o governo toma uma medida sobre esse assunto, ou a volta à normalidade vai ser outra guerra.

Foto: Arquivo Pessoal/Washington Luiz (correiobraziliense.com)

 

Boa solução

Com os parques fechados, núcleos familiares de moradores do Sudoeste se aninham em sombras do Eixo Monumental para piquenique ou simplesmente espairecer. Brasília já é uma cidade parque.

 

Igrejinha

Maio quase no fim e a festa da Igrejinha não aconteceu no Mês Mariano pela primeira vez.

Cartaz: divulgação (quermesse de 2019)

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O caso do leito desse supermercado não foi bem explicado. O leite está se perdendo por falta de refrigeração, e não deve ser reduzida a cota, porque na entre safra haverá dificuldade haverá dificuldade para receber a quantidade necessária ao consumo da cidade, como aconteceu no ano passado. (Publicado em 08/01/1962)

Clique aqui – Redes antissociais

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Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

 

Com a decisão, tomada nessa quarta-feira (27), autorizando buscas e apreensões contra aliados do presidente Jair Bolsonaro, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, abriu mais um capítulo no já conturbado e delicado mundo das mídias sociais. A questão é tão polêmica e surpreendente quanto o próprio ambiente virtual, onde mentiras, intrigas, difamações e mesmo verdades convivem de forma caótica, concorrendo, com igual potencial, para provocar estragos bens concretos no mundo real.

A entrada das redes sociais no ambiente político das campanhas, das eleições e dos mandatos, principalmente no Brasil, onde normas e leis não exalam a capacidade de se fazer cumprir, não poderia resultar em nada diferente do que está aí exposto. Num país onde o fenômeno da difamação já é um fato histórico, percorrendo todo o nosso caminho desde a chegada de Cabral em 1500, o advento das mídias sociais, originária de um planeta virtual, veio para embaralhar, ainda mais, nossa trajetória política e, desde então, tem sido usada não como mais uma ferramenta de construção de nossa democracia, mas como arma para erguer e enterrar aliados e opositores, ao simples apertar de um botão ou acionar de um robô.

O que o ministro Moraes enxerga agora como uma real associação criminosa comandada a partir do chamado gabinete do ódio é, na verdade, um novo modus operandi de se fazer política, segundo o receituário brasileiro de sempre, somente substituindo a pena pela tecnologia de hoje. Trata-se de um problema novo que exige também uma nova e adaptada abordagem legal para deter abusos que, ninguém nega, são abundantes e contínuos. Candidatos como o atual presidente, eleito principalmente com a ajuda desses novos mecanismos virtuais, passam a necessitar também desses mesmos meios para se manterem vivos no mundo real. E esse é um problema originário do mundo virtual, que necessita de providências urgentes no mundo concreto e real.

Não é segredo para ninguém que o atual presidente da República tem, nas mídias sociais e na interlocução que mantém nesse ambiente, seu principal pilar e suporte político. Desprezado por políticos e por parte da grande mídia, o presidente encontrou no nicho virtual, praticamente, seu único apoio e nele vem investindo grande parte de seu tempo. Não por outra, esse setor, em especial, foi confiado diretamente a um de seus filhos, que exerce essa função como uma espécie de ministro das comunicações fantasma. A operação dessa quarta-feira, ordenada pelo STF, mira justamente essa indústria de fake news e, mais precisamente, os conteúdos dessas mídias com ameaças claras à Corte e contra todos aqueles pespegados com o rótulo de opositor ao governo.

A divulgação de mensagens de ódio, subversão e de incentivos à quebra da normalidade institucional democrática está entre as razões que levaram a mais alta Corte do país a dar início a uma contenda, opondo o mundo real das letras jurídicas ao universo tênue e melífluo das redes sociais, o que, de certa forma, traz de volta a luta onírica de D. Quixote contra os moinhos de vento, vistos como dragões poderosos.

No âmbito do Inquérito 4781, o ministro e relator desse espinhoso caso mira, nesse momento, o coração e a base de sustento virtual do próprio governo, entendido pelo magistrado como uma organização criminosa que opera com a ajuda de robôs. Se a verdade está acima de tudo, que venha.

 

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Dinheiro só vai onde volta mais gordo.”

Tancredo Neves, político brasileiro

Tancredo Neves (foto: Célio Azevedo/Senado)

 

Na ponta do lápis

Quando um casal decide rever as contas e prioridades a pagar, até a escola das crianças sai da lista se houver alguma dívida bancária. Os juros são exorbitantes e, apesar de todas as leis e regulamentações proibirem, o juro sobre juro permanece de forma velada.

 

No papel

Para se ter uma ideia em números, as multas, juros e prazos até o corte de serviço são monitorados. Cheque especial, por exemplo, tem os juros regulados por diretrizes do Conselho Monetário Nacional. Desde janeiro desse ano, ficou proibido que instituições financeiras cobrassem taxas acima de 8% ao mês pelo serviço. Ao ano equivale a 151,8%, um valor estratosférico em tempos de pandemia para uma instituição que não devolve nada ao cidadão apesar de obter lucros generosos.

Foto: Sérgio Lima/Poder360

 

Pesadelo

Deixar de pagar o cartão de crédito é a pior das ideias. Segundo o Banco Central, com a taxa de juros da opção de pagamento pelo rotativo, pagando no mínimo 15% da fatura antes do vencimento, os juros podem alcançar a marca de 790% ao ano.

Imagem: diariodeceilandia.com

 

No mais

Em comparação com os juros cobrados pelo banco, o atraso por um mês na conta de internet ou celular é de 2% do valor total da cobrança mais a correção monetária e mora, que não ultrapassa 1% ao mês. A multa pelo atraso da conta de luz é de, no máximo, 2% do valor da fatura. Correção monetária, juros e mora obedecem ao limite de 1% ao mês.

Foto: Helene Santos/SVM

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Em frente à Rádio Nacional há um poste de madeira ameaçando cair. A solução que encontraram foi colocar um fio de sustentação (pasmem) com a base presa exatamente no meio da calçada, impedindo o trânsito de pedestres. (Publicado em 08/01/1962)

Um mundo aparte

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Cartazes publicados no perfil oficial do MBL no Instagram

 

Uma outra grande lição que poderá ficar gravada na memória de todos os brasileiros, com o término da quarentena, e que pode levar até a uma futura modificação nas relações entre a população e os Poderes constituídos da República, é quanto à pouca ou quase nenhuma disposição dessas instituições em, prontamente, socorrer e solidarizar-se, de forma prática, com a sociedade nesse momento de enorme aflição geral.

De forma prática, entende-se essa solidariedade como sendo a diminuição geral dos altos salários e dos indecentes penduricalhos que, somados aos proventos, já altos para os padrões do país, elevam os valores recebidos por uma casta de marajás do serviço público, acintosamente dezenas de vezes acima do salário mínimo. Com ou sem pandemias, o fato é que a tolerância dos contribuintes com esses desníveis injustos e até afrontosos de proventos chegou ao limite da tolerância, do bom senso, da ética e do que seria justo, mesmo para um país injusto e campeão mundial absoluto em desigualdade social.

Essa situação, vergonhosa perante o mundo civilizado, ganha ainda mais nonsense quando se verifica que mesmo diante de uma economia de guerra, em que estamos todos metidos, o que se observa, sempre que crises surgem, são as costumeiras receitas que acabam mirando na saída fácil do desemprego, da diminuição de salários, para quem já pouco ganha, e outras medidas que, ao fim e ao cabo, não só não resolvem a origem do problema, como criam outros de iguais ou maiores efeitos.

Mesmo as medidas emergenciais adotadas pelo Executivo, em cima do laço e por pressão, mais uma vez sairão caras aos contribuintes, já que serão eles que vão ser chamados para cobrir os rombos da dívida pública que se avoluma com a mesma rapidez com que o vírus se espalha. Passada a crise, num futuro incerto, a conta virá na forma de mais um arrocho, seja no sistema tributário, seja na forma de achatamento de salários. O que o público em geral está assistindo é a tomada de um conjunto de medidas, principalmente pelo Executivo, que visam amainar os primeiros efeitos ou onda da paralisação da economia.

Espanta que mesmo em meio ao que se denominou economia de guerra, não surjam lideranças, tanto do Legislativo, como do Judiciário, colocando-se, de fato, ao lado dos brasileiros, quer abrindo mão de parte dos altos salários, quer sugerindo cortar na própria carne os gastos astronômicos e despropositados com mordomias de todo o tipo, como passagens aéreas em primeira classe para ministros e suas esposas, quer na compra de acepipes refinados como lagostas e vinhos de grife internacional entre outras merendas e comilanças pantagruélicas. O mesmo se sucede no Legislativo, incapaz de abrir mão dos bilhões de reais dos fundos partidários e eleitorais, numa afronta, sem precedente contra os cidadãos que lutam para sobreviver e ainda assim são obrigados a manter esses descalabros que envergonham os homens de bem.

Para um país, que parece hipnotizado com esses disparates e que talvez seja o mais surreal do planeta bastaria, como recomenda uma criança nas redes sociais, indexar toda a economia com base no valor atual do salário mínimo, a começar por todos os salários, que seriam nivelados por esse valor, ao menos enquanto perdurar a crise e seus efeitos, o que facilmente se estenderia por todo o ano de 2020. À primeira vista parece uma solução fácil demais e até óbvia. Mas apenas os gênios são capazes de enxergar o óbvio.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Coloque a lealdade e a confiança acima de qualquer coisa; não te alies aos moralmente inferiores; não receies corrigir teus erros.”

Confúcio, filósofo chinês

Foto: reprodução da internet

 

Sem fundamento

Veja a seguir a devassa das motosserras na 315 Norte. Ninguém entendeu.

 

União

O leite em pó especial Enfagrou quase dobrou de preço no Sams Club. É preciso ter uma rede de denúncias alimentada pelos consumidores, capitaneada pelo Procon, registrando o abuso nos preços. Não é possível que faturem até na crise.

 

Governo

Veja a seguir o vídeo do ministro Guedes com as estratégias para enfrentar a crise instalada com a chegada do Coronavírus. Os brasileiros precisam compreender agora como será a logística dessa ação.

 

Ação

Ainda sobre o Coronavírus, uma iniciativa que tem dado certo em outros países é o rastreamento dos casos de pessoas hospitalizadas. Em um mapa, é apontado onde essa pessoa mora e onde costumava frequentar. Assim, as regiões são advertidas a manterem os cuidados, por estarem mais vulneráveis.

Charge do Jean Galvão

 

De boa

No Paranoá e no Piscinão do Lago Norte, o Coronavírus é completamente ignorado. Nos mercados, farmácias e padarias, não sendo obrigatória a proteção dos funcionários, os proprietários ignoram a segurança sanitária. No piscinão, a festa aos domingos é a mesma de sempre.

Jovens desrespeitam isolamento social e fazem festa na Concha Acústica.                  Foto: correiobraziliense.com

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Quanto ao caso particular de Brasília, lembramos o recomeço das obras das Superquadras 304 e 104, e alojamento para funcionários e engenheiros que não desrespeitem o plano de Brasília, como a construção de alvenaria, que continuam de pé, desafinada a própria Prefeitura. (Publicado em 04/01/1962)

Fumaça à vista

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Aquele que não aprende com as lições da história e da vida, já dizia o filósofo de Mondubim, está condenado, contra a própria vontade, a repetir os mesmos erros, transformando seu destino numa farsa insuportável. Advertência como essa, serve tanto para um indivíduo como para uma nação inteira.

No caso das manifestações populares, programadas para acontecer em 15 de março, esse aforismo tem o atual governo como o endereço certo. De quebra serve também para todos aqueles envolvidos nesses acontecimentos, tanto para aqueles que querem ver o país pegar fogo, como para os que sonham em tirar proveito dessa situação.

Cabe ao governo e a todas as autoridades, com responsabilidade sobre os destinos do País, cuidar para que o Estado siga firme no caminho da estabilidade institucional. Exemplos vindos do passado ensinam que qualquer desvio de rota ou atalhos a opções fora do script da Carta Maior, as consequências indesejáveis tendem a recair, de forma inexorável, sobre os ombros da sociedade.

Tem havido muito cruzamento de informação, o que só tem servido para aumentos e distorções da verdade. Hoje é preciso ficar atento às ciladas representadas pelas redes sociais, principalmente pelos mecanismos de plebiscitos instantâneos, como modelos para democracia do tipo direta. As vozes das ruas, muitas vezes soam como cânticos de sereias, atraindo incautos para o fundo do poço.

O apoio recebido das mídias das mídias sociais nas eleições é uma coisa, outra, muito diferente, é e apoiar nesse mundo virtual para mudança de trajetória. Boatos ou não, o fato é que o noticiário em todo o país, tem chamado a atenção para o aumento preocupante de tensão entre o Poder Executivo e o Legislativo.

É verdade que desde que assumiu, o presidente Bolsonaro não tem tido uma boa relação com o Congresso. O motivo, segundo quem acompanha de perto as atividades diárias desses poderes, estaria na mudança de rumos adotada pelo atual governo com relação ao modelo de presidencialismo de coalizão.

De forma sucinta, o Palácio do Planalto teria cerrado as portas do antigo balcão de negócios, do toma lá da cá, interrompendo uma prática nefasta e antiga, que permitia o prosseguimento tranquilo da governabilidade. Sem uma base disciplinada e coesa dentro do Congresso, o presidente navega em mares revoltosos dentro da Câmara e do Senado, numa reedição, mal arrumada do que foi o governo Collor.

Por outro lado, tem razões de sobra o governo, que pela boca do general Heleno, reconheceu que o Executivo está acuado e se julga chantageado pelos políticos. Para piorar uma situação que é tensa, é sabido que o presidente Bolsonaro tem atrás de si a pressão de seus filhos, inexperientes nas artes de governo e pouco afeitos ao entendimento.

O loteamento de postos chaves do Palácio do Planalto por militares de alta patente, é outro complicador nessa questão. Principalmente para quem não coloca o país em primeiro lugar.

Para os políticos também a situação é delicada. Desde sempre se sabe que o que os políticos mais temem é povo nas ruas, principalmente para aqueles políticos que só mantêm relação pessoal com a população em épocas de eleições.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A verdade sai do poço, sem indagar quem se acha à borda.”

Machado de Assis, escritor brasileiro

Foto: escritas.org

 

Resultado

Paulo, Marcos, e outros funcionários de quiosques da Mc Donald’s agradecem a notinha da coluna onde reclamava um banco para os empregados se sentarem. Hoje não são mais obrigados a trabalhar em pé.

Foto: brandinginasia.com

 

Sem manutenção

Na Estrada Parque Paranoá Norte- DF 005, perto da curva da dona Dionísia, há crateras perigosas principalmente para motoqueiros.

 

 

De boa

A nota abaixo trata de um problema social que acontece com o Bolsa Família. Muita gente opta só pelo benefício que dá perfeitamente para sobreviver em troca da oportunidade de um emprego. É preciso repensar a política.

Charge do Sizar

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A Novacap está levando avante uma política extremamente danosa para os trabalhadores. Isto de dar comida de graça é acintoso, e foco de agitação. É que em muitos casos há, realmente, necessidade, mas a maioria se encosta para receber alimentação, e não quer mais trabalhar. (Publicado em 16/12/1961)

Reformar o STF é evitar crises futuras

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Charge do Roque Sponholz

 

Se a voz do povo representa, de fato, a voz de Deus, como dizem, é certo que as pesquisas de opinião pública, realizadas em diversas ocasiões e por alguns institutos especializados nesse tipo de levantamento, apontam, sem margem para erros, que a maioria significativa dos brasileiros não confia e não nutre simpatia alguma pela composição atual do Supremo Tribunal Federal (STF).
Se essa não é a vontade divina, pelo menos é o que pensa a maioria dos cidadãos brasileiros , sobretudo os contribuintes, indignados com nítido rumo político tomado pela Suprema Corte, pelos gastos excessivos e, principalmente, com as últimas decisões tomadas por essa corte, na contramão do que pretendia a população, o bom senso e o que exige o atual momento histórico atravessado pelo país.

O que se depreende dessas enquetes é para os brasileiros é chegada a hora de o STF ser submetido a um processo extenso de reformas, capaz não apenas de livrá-lo das influências políticas e ingerências de outros Poderes, que distorcem o princípio republicano da independência , mas, sobretudo que restitua a sua função basilar de Corte constitucional.

O momento histórico é outro e parece se encaminhar para uma posição em que a sociedade, cônscia de seus diretos, já não tolera mais que o Poder Judiciário permaneça refém de forças políticas, mormente aquelas, que contribuíram e pressionaram para a indicar a composição dessa importante instituição.

Em longa entrevista concedida nesse sábado (15) ao jornalista Renato Souza do Correio (pg.4) o senador Lasier Martins (Podemos- RS) defendeu sua proposta de emenda à Constituição (PEC) que busca, entre outras medidas, diminuir a influência política nas decisões da Corte, principalmente aquelas de caráter nitidamente político.

Não é de hoje que se fala em politização da justiça versus judicialização da política, o que, em ambos sentido, significa um desvirtuamento tanto do Poder Judiciário, como dos poderes Executivo e Legislativo. É sabido que qualquer uma dessas hipóteses sinaliza para um rompimento da harmonia e equilíbrio entre os poderes, o que, por si só, acaba acarretando sérias crises institucionais com desdobramentos imprevisíveis e nefastos para o Estado e para a sociedade.

Na avaliação do senador Lasier Martins, um dos nomes dessa nova safra de políticos que mais tem surpreendido positivamente a sociedade pela qualidade de suas propostas e pelo seu posicionamento absolutamente firme em defesa da ética, é preciso reduzir não apenas o poder do presidente da república em decidir quem será o próximo ministro do STF, mas reduzir também os interesses pessoais e partidários nessas escolhas.

Entende o senador que além da composição de uma lista tríplice para a escolha dos ministros do STF é necessário também estabelecer um mandato de 10 anos para essas funções, acabando com o antigo e nefasto modelo de vitaliciedade. “O Supremo é formado com participação de outro poder, o que contraria a independência dos Poderes previstas na Constituição.
Os Poderes são independentes e harmônicos. Agora, como falar em independente e harmônico se o Supremo é formado por aqueles nomes que o chefe do Executivo indica conforme sua conveniência, amizades, identidade de ideologia, identidade partidária?”, indaga o parlamentar gaúcho.

Para a sociedade, essa e outras mudanças são mais que necessárias, são urgentes e inadiáveis, sob pena dessa Corte se firmar também como mais uma instância dos Poderes da República, responsáveis por crises institucionais periódicas e perigosas.


A frase que não foi pronunciada

“Aquele que nunca pecou 
pode pedir audiência.”
Papa Francisco, ensinando porque recebeu Lula

Papa Francisco. Foto: Daniel Ibáñez (ACI Prensa) / Lula. Crédito: Wilson Dias – Agência Brasil (CC BY 3.0 BR)
ID
Dessa vez, os parlamentares estavam discutindo a lei que estende para todas as pessoas com deficiência a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados, incidente sobre a aquisição de automóveis. Autoria do senador Romário e relatoria do senador Esperidião Amin. Enquanto isso, o senador Marcos Rogério indagou a razão de seu voto não ter sido contabilizado. O senador Omar Aziz apontou que era a digital, o problema. Deve ter desgastado um pouco, disse o senador Marcos Rogério olhando para o dedo.
Senador Marcos Rogério (Foto: Antonio Barbosa da Silva/Câmara dos Deputados)
Cabeleira
Essa foi do senador Omar Aziz brincando com o senador Esperidião Amin e Confúcio Moura: “Vocês estão dando prejuízo para os cabeleireiros dos seus estados”! Ao que o senador Esperidião completou.” O Confúcio compensa! Ele é um falso exemplar. Ele ainda trata no cabeleireiro dos acostamentos…”
Fotos: senado.leg
Delegados
Antes da leitura da PEC do Fundo, a senadora Simone Tebet prometeu não tocar mais a campainha que interrompia os oradores. Havia muita gente desrespeitosa na sessão. Prontamente, o senador Esperidião Amin apontou para o Major Olimpio e o senador Alessandro. “Eles são delegados! Podem resolver!” O senador Alessandro buscou mais um. “Contrato também.” Delegado é o que não falta por aqui. Arrancaram risadas de um ambiente pesado.
Senador Major Olimpio (Foto: senado.leg)
Senador Alessandro Vieira (Foto: senado.leg)
Gratidão
Na Comissão de Constituição e Justiça do Senado houve um momento em que a presidente Simone Tebet parou para fazer um agradecimento público ao secretário da CCJ Ednaldo Magalhães Siqueira e equipe pelo trabalho perfeito, com mais de 700 páginas de atividades da comissão como audiências públicas, votações de projetos e requerimentos.

História de Brasília

A diretoria do Banco do Brasil não está na melhor das amizades por Brasília. Sabe-se que numa reunião realizada recentemente, foram abordados vários assuntos, principalmente a exclusão dos 50% e aumento dos preços dos apartamentos. (Publicado em 15/12/1961)