Questões básicas do curupira

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: CEDI/Câmara dos Deputados

 

Um dos muitos problemas para todos aqueles que se posicionam nos extremos é que, nessa situação, os indivíduos correm um sério risco de ficarem à beira do precipício. Em caso de escolha, tendo como motivo os matizes políticos e ideológicos radicais, as chances dos indivíduos se verem lançados num abismo de irracionalidade e violência é ainda maior. Dentro de um relativo livre arbítrio, essa é a escolha que a cada um cabe.

As consequências dessa escolha, no entanto, restarão também a cada um, conforme a sua posição. É da vida. Assim é que todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, aliaram-se politicamente quer ao atual governo, ou aos governos petistas do passado, possuem sua parcela de responsabilidade por tudo de bom ou de ruim produzido nesses períodos.

Estão fora dessa lista apenas aqueles que, por interesses pragmáticos e pessoais, juntaram-se a esses governos para deles colherem benefícios de toda a ordem. Para esses, não existem governos ideologicamente radicais que mereçam ser desprezados. Todos, indistintamente, rendem bons dividendos, independente para que lado do precipício estão em marcha.

Trata-se, aqui, exatamente do grupo aglutinado no que ficou conhecido como Centrão, uma ninhada degenerada da espécie Curupira Brasiliense, que, com os pés virados para trás, finge seguir ora à direita, ora à esquerda, marchando, na realidade, na única direção em que sabem ir: os cofres públicos. A questão é compreender a razão de, no entra e sai de mandatários eleitos, como esse grupo permanece intocável e acolhido no seio desses governos e sempre em cargos estratégicos, que lidam diretamente com grandes somas de recursos públicos?

Seria esse grupo formado por especialistas nas intrincadas ciências contábeis da gestão pública e financeira? Obviamente que não. Muitos deles, quando muito, se limitam a desenhar o nome sobre uma folha de papel. Essa verdadeira vanguarda do atraso vem aproveitando, ao máximo e há anos, as brechas escancaradas do nosso esdrúxulo modelo de presidencialismo de coalizão, que faz com que todo e qualquer presidente só possa governar, de fato, com o apoio desse grupo no parlamento.

Surge outra incógnita: por que esse grupo, que constantemente age na contramão dos princípios mais básicos da ética pública e sobre o qual pesam sérias denúncias de crimes de corrupção, está sempre com cadeiras cativas no Congresso? Algumas explicações estão em suas bases eleitorais, sempre bem irrigadas com os recursos públicos que conseguem extrair desses apoios pragmáticos. Outras explicações vêm do fato de que, nesses redutos, o aliciamento e a compra de votos correm soltos, bem como as maquinações políticas, feitas à meia luz, e que permitem a perpetuação desses grupos, num ciclo vicioso e, obviamente, prejudicial à nossa democracia.

Nesse ponto, mais uma questão se abre: por que os diversos governos de diversas orientações ideológicas, e que sempre prometem correção e combate aos atos de corrupção, acabam sempre se aliando com grupos dessa natureza? A resposta poderia vir resumidamente quando se verifica que todos os governos, de uma maneira ou de outra, possuem uma identificação ética com esse grupo, não se observando quaisquer dissemelhanças.

Outra razão pode ser encontrada na certeza da impunidade e no fato notório da justiça jamais ter alcançado esse grupo, que segue impávido e influente.

A frase que foi pronunciada:

A justiça tardia se parece muito com a injustiça.”

Sêneca

Imagem: reprodução da internet

Pela beirada

Continuam conquistando audiência, documentários, filmetes e verdadeiras aulas. Brasil Paralelo trata da história do país sem ocupar lados. Entra na estrada e segue adiante. Veja algumas dicas para assistir a seguir.

Nos últimos emails, contamos detalhes dos primeiros anos de nossa trajetória. Da primeira entrevista à primeira viagem internacional.

Depois do ‘Congresso Brasil Paralelo’ e da ‘Série Brasil – A Última Cruzada’, lançamos outro sucesso, em 2018, ano de eleições.

O ‘Teatro das Tesouras’ foi assistido por mais de 5 milhões de espectadores e expôs uma das estratégias políticas mais utilizadas no país.

Já 2019 foi o ano em que lançamos nosso maior sucesso e também foi o ano em que quase quebramos.

O documentário ‘1964: O Brasil entre armas e livros’ gerou grande repercussão em todo o país.

Saiu na mídia, foi censurado no cinema e alcançou durante dois dias seguidos os principais tópicos do twitter.

Mesmo alcançando 9 milhões de pessoas e se tornando o documentário mais assistido do país, esse foi o ano que quase marcou o fim da Brasil Paralelo.

Entramos em 2020 com a corda no pescoço e abrimos o jogo para o público. Foi no lançamento da trilogia ‘Pátria Educadora’ que anunciamos nosso plano de sobrevivência.

Ou ele dava certo, ou aquela seria nossa última produção.

Apostamos todas as nossas fichas e mais uma vez, a confiança que o público depositou em nossa empresa fez muito mais do que salvar o negócio.

Foi em 2020 que saímos da marca de 13 mil assinantes e saltamos para o número de 200 mil Membros.

Um crescimento que mudou o patamar da Brasil Paralelo.

Em contrapartida, a nossa promessa de abordar os temas mais relevantes foi realizada.

Aceleramos o ritmo de produção, reduzindo para menos de 2 meses o tempo que levamos para entregar um filme novo.

Daquele momento até o dia de hoje, lançamos e distribuímos de graça mais de 20 produções, alcançando 10 milhões de brasileiros.

E agora chegou a hora de dar um novo passo. De começar um novo ciclo na história da Brasil Paralelo.

Fique atento aos seus e-mails. Acompanhe nosso trabalho em redes sociais.

Uma nova BP irá nascer maior, mais forte e mais tecnológica.

Atenciosamente,
Equipe Brasil Paralelo

IoT

Análise do TCU em relação à Internet das Coisas é desanimadora. Baixa cobertura, parcos investimentos, dificuldade para divulgação e implementação pelo país, impostos altos. Além disso, políticas públicas nesse setor ainda são muito tímidas. Há também problemas na coordenação. A nota do TCU termina com a seguinte informação: “No mundo, o impacto da tecnologia é estimado em entre U$ 3,9 trilhões e U$ 11,1 trilhões por ano até 2025. No mesmo período, o Brasil deve alcançar cerca de U$ 200 bilhões no mesmo período, o que representa 10% do PIB anual.”

Foto: reprodução/ Gazeta Online

Educação

Universidade gratuita para a população do DF e entorno. Autorizada a construção da Universidade do Distrito Federal Jorge Amaury (UnDF) com um investimento de R$ 200 milhões e um prazo de quatro anos para estar pronta. Jorge Amaury era advogado na cidade que faleceu depois de ter contraído Covid.

História de Brasília

O Cine Brasília está infestado de pulgas. Mas a gerência deve ter razão para não ligar tanto para a sala de espetáculos. A frequência é lamentável. Poltronas estão desaparafusadas, assentos rasgados e as costas de tôdas as cadeiras, menos da última fila, estão vermelhas de lama dos sapatos dos seus frequentadores.” (Publicado em 06.02.1962)

O canto da sereia

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Charge do Duke para otempo.com

 

Nessas próximas eleições, quanto mais se intensificar a polarização das forças políticas ao redor da esquerda e da direita, mais restarão espaços e terrenos vazios, por onde poderão crescer, livremente, as alternativas para a consolidação de uma terceira e vitoriosa via. Essa possibilidade viria com mais naturalidade e vigor se pudesse contar com um amplo apoio popular, o que, por hora, dadas as complicações da pandemia, parece incerto. O fato é que a polarização em torno de Bolsonaro e Lula é favorável ao caminho do meio, por forças livres, do que se convencionou chamar velha política.

Por certo que, a essa altura dos acontecimentos, dado o intenso grau de movimentações de bastidores desses dois candidatos ditos “naturais”, já perceberam essa possibilidade e começam a agir para não perderem tempo e ganharem, também, nacos desse espaço central que vai se abrindo. Inclusive, os próprios candidatos desses extremos já deram a partida para um processo de captação dessas forças que poderão surgir entre as fronteiras da esquerda e da direita.

A apatia com a pandemia, e os quase 550 mil mortos, pelo lado da direita, e a experiência traumática de treze anos de governo petista, com a formação do maior esquema de corrupção já visto em todo o mundo, servem, cada um com sua intensidade específica, para a formação de um mínimo de juízo, por parte do eleitorado, principalmente aquele formado por pessoas que enxergam, na ética humana e na ética com a coisa pública, as principais virtudes de todo e quaisquer governantes.

Os contratempos para a consolidação dessas novas forças centrais ficam aqui por conta da possibilidade real da utilização da máquina pública em favor do candidato da situação e do forte aparato organizativo que ainda existe das esquerdas, espalhados por todo o país. Em entrevista ao Correio, o presidente e dono do PSD, Gilberto Kassab, uma dessas notórias raposas da política nacional, demonstra que está à espreita e com o faro fino e bem afiado para a possibilidade da terceira via, e já não esconde de ninguém que aposta no nome do atual presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco. Se conselho pode servir de alguma ajuda para o atual presidente do senado, mire-se no exemplo trágico do ex-juiz Sérgio Moro e faça ouvidos moucos à cantilena encantadora dessas sereias. Leia a Odisseia de Homero! No poema épico do século VIII a.C, pode estar a fórmula para livrar-se de apelos dessa natureza.

Ladinos como são, outros também têm feito acenos aos potenciais candidatos da terceira via, com as promessas de sempre e os distratos que lhes seguem.

O que se assiste, até com certa curiosidade, é o pânico, indisfarçável, que, a cada dia, vai tomando conta dos principais postulantes, muito antes da existência real dessa terceira via e da possibilidade dela vir a retirar-lhes o chão sob seus pés. Não será surpresa se, nessa marcha da insensatez, os movimentos que vão se alternando nas ruas, apoiando esses nomes da esquerda e da direita, vierem a se encontrar numa esquina que dá para uma rua sem saída e, por ação da razão, enxerguem que estão sós e sem alternativas, e com isso baixem as bandeiras.

A frase que foi pronunciada:

Cuba foi sustentada pela URSS, saqueou Angola, sugou o que pôde da Venezuela e passou 14 anos parasitando o Brasil. A crise cubana tem uma explicação simples: Com a falência da Venezuela e a queda de Lula, acabaram os hospedeiros.”

Dárcio Bracarense (@darciobraca), no Instagram

Para alma

Assinado pelo Comandante Geral dos Bombeiros, Cel William Augusto Ferreira Bomfim, o convite eletrônico para a live da Banda de Música do Corpo de Bombeiros Militar do DF, dia 28 às 20 h. O concerto será transmitido da Academia de Bombeiro Militar no Setor Policial Sul. Veja a seguir.

* Cartazes publicados nos histories do perfil oficial do CBMDF no Instagram

Transparência

Veja como o QRCode e o código de certificação digital, além do voto impresso, podem garantir uma eleição limpa. Pessoas com fé pública na conferência dos votos e a apuração imediata, sem transporte dos dados antes de aferidos. Isso sim é democracia. Ideia publicada no tik tok. Veja a seguir. Dia 1º de agosto, às 9h, presença pelo voto impresso no Museu da República.

 

Novo script

Saiu, no Diário do Poder, uma matéria de forma diferente das mesmas notícias, onde só apareciam com o lado negativo. “O Brasil superou nesta quinta-feira a marca de 7 milhões de pessoas curadas da Covid, o que representa 97,24% do total de casos encerrados”.

Foto: divulgação

História de Brasília

Ninguém pode dizer que o governo do sr. Jânio Quadros tenha sido proveitoso para o Brasil, mas autoridade, êle tinha, e ninguém se atrevia a insistir quando êle dizia não. (Publicado em 04.02.1962)

A nudez da verdade

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Charge do Duke

 

Só resta agora o presidente Jair Bolsonaro deixar-se imbuir pela luz do juízo e da razão e vetar, radicalmente, a indecente, para dizer o mínimo, proposta dos partidos com assento no Congresso de triplicar o valor do fundo eleitoral, elevando esse montante para o escandaloso patamar de aproximadamente R$ 6 bilhões. A insensibilidade e o distanciamento dos partidos e dos políticos com os problemas da nação já é um fato mais do que reconhecido pelos eleitores, e não é raro que esses personagens da nossa trágica e farsesca República surpreendam a população brasileira com medidas desse naipe, frontalmente em desacordo com as expectativas dos cidadãos.
Em atendimento ao que parece ser um desvirtuado e recorrente comportamento moral, onde a ganância e a esperteza são as características maiores, nossos representantes, mais uma vez, sem qualquer sentimento minimamente vexatório, sacam do bolso do colete, e na última hora, o valor exorbitante de uma conta que acreditam merecer pelo labor de entregar à nação, um arremedo de democracia.
De fato, não há limites possíveis àqueles que não se deixam permanecer pelas balizas da ética. É o vale tudo. Para aqui dizer pouco. Conhecendo muitos daqueles que, hoje, ocupam as cadeiras do nosso Parlamento, não causa espanto, para ninguém, que tenham eles, embutido, mais uma vez, em meio à fictícia Lei Orçamentária Anual, os custos do Fundo Eleitoral turbinado, bem como os valores a serem despejados no ralo das três dezenas de legendas, pelo fundo partidário, tudo isso, obviamente, somados aos valores pagos obrigatoriamente, pelo Tesouro, às emendas parlamentares.
Não é por outra razão que multiplicaram o número de partidos, num verdadeiro festival de legendas, sem programas objetivos ou estatutos decentes, a grande maioria transformada em empresas privadas lucrativas a viverem à sombra e à tripa-forra dos cofres públicos. Não há negócio nesse mundo mais rendoso e seguro do que dominar uma sigla partidária no Brasil de hoje. Que o digam os presidentes dessas agremiações, e seus principais caciques, todos absolutamente ricos ou milionários à custa da viúva dadivosa.
O que chega a causar um certo misto de espanto e indignação é que uma proposta como essa, sem lastro algum dentre as prioridades nacionais, seja espetada nas costas dos contribuintes, em plena temporada de pandemia, quando mais de meio milhão de brasileiros perderam a vida justamente pela falta de recursos e ação no combate à virose e quando ainda se assiste a penúria e a falta de dinheiro público destinado aos hospitais e ao atendimento desses doentes. O que não chega a ser segredo também para nenhum brasileiro é que essa é apenas uma parte da conta que o pessoal do Centrão e outros querem receber para livrar o chefe do Executivo do cerco, que vai se fechando, da CPI. Ao menos é essa a verdade dos fatos que aí estão postos. Uma verdade nua e exposta à luz do Sol para quem quiser ver e enxergar sem tampar os olhos de tanto asco e repulsa.
A frase que foi pronunciada
“Ser honesto, neste país, parece ser imperdoável!”
Repetida por Janaína Pascoal
Foto: odia.ig.com
Foto
Ivan Mattos, voluntariamente, capta imagens dos animais no Zoológico chamando a atenção do público brasiliense para a beleza que está a nossa disposição. Veja no link Zoo Brasília: por trás das lentes.
Foto: reprodução
Antes tarde
Senado do Arizona, nos Estados Unidos, passou um pente fino nas eleições. A auditoria veio tarde. Mas veio.
Presidente Joe Biden. Foto: tercalivre.com
ABCDT
Bom cobrador, péssimo pagador. Assinado pela Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante, documento informa que quem precisar fazer diálise vai ter que voltar para casa. Motivo: o GDF deve R$ 900 mil para clínicas. Sem o repasse, fica impossível atender as centenas de pacientes do SUS. A situação é crítica!
Foto: jornaldebrasilia.com
Muda já
Questão de segurança é a resposta mais absurda dos bancos que não querem entregar, aos correntistas, a quantia pedida. Se um ladrão quiser R$ 10 mil, pode se preparar para o caixão. A resposta do banco é que, para sacar mais de R$ 5 mil, só avisando antes. Se não tiver cartão e tentar retirar o dinheiro em agência diferente da titular, o total é R$ 2.900. A informação é dada com a face tão limpa que o correntista chega a pensar que está pedindo dinheiro emprestado. Isso precisa mudar.
Charge do Duke
História de Brasília
Moralizadora a portaria do desembargador José Colombo de Souza determinando a gratuidade dos casamentos civis em Brasília. (Publicado em 04.02.1962)

Reeleição, o coronelismo moderno

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Charge do André

 

É sabido que promessa de político vale tanto quanto uma nota de três reais. Boa parte da população já aprendeu, com o processo farsesco das eleições, que é, nessa época, que os candidatos parecem surgir em grandes cupinzamas saindo do subsolo profundo da terra e logo querendo ganhar as alturas incomensuráveis dos céus.

Repetia o filósofo de Mondubim que formiga, quando quer se perder, cria asas. Hoje, já se sabe que político, quando busca esse acasalamento furtivo com o eleitor, promete o que ele reconhece, no íntimo do que lhe resta de razão e ética, não poder cumprir jamais. Como não existe ainda recall político ou cláusulas no código de leis, capazes de penalizar aqueles que fazem propaganda política enganosa, o vale tudo nessa área é a regra geral. A questão ganha relevância, chegando a prejudicar, diretamente, o cidadão, quando algumas dessas promessas irrealizáveis de mascate produzem crises sistêmicas a afetar, indistintamente, a vida de todos, atingindo, inclusive, o desenvolvimento econômico do país.

No caso do atual presidente, ficamos apenas naquela promessa de acabar com o instituto da reeleição, comprometimento esse que fez questão de enfatizar enquanto corriam soltas as campanhas. A decepção com esse perjúrio, em especial, acabou se estendendo e contaminando também todo o mandato do atual presidente, que segue, impávido, em procissões de motoqueiros por todo o país, ou em outros desfiles de fundo eleitoreiro, estendendo, sem interrupção, a campanha de 2018 até 2022. Fosse essa apenas mais uma promessa como outra qualquer, nada de anormal estaria no horizonte. Mas, além de permanecer 24 horas do dia em campanha, deixando as obrigações do Executivo de lado, o que mais afeta o país e o cidadão é que o instituto da reeleição para cargos executivos e mesmo no Legislativo, vem, a par i passo, minando a qualidade do nosso sistema democrático, pelo simples fato de que as premissas legais dessa recondução, não absolutamente respeitadas, fazem do detentor do mandato um candidato com todos os potenciais para ser reeleito e sem chances para os concorrentes.

O uso descarado da máquina pública em favor do mandatário que mira a reeleição, embora possa ser enquadrado em crime, jamais rende punição, o que estimula, ainda mais, o cometimento desse delito. Nove em cada 10 analistas da vida política do país já chegaram à conclusão de que o instituto da reeleição é prejudicial ao desenvolvimento e aperfeiçoamento da democracia e mantenedor de elites políticas, enclaves de partidos, e toda uma consolidação de exagerados poderes em mãos de mandatários, repetindo, em pleno século XXI, o modelo atrasado do coronelismo e do voto de cabresto, tão nefastos para o Brasil.

Ou caminhamos para a extinção da possibilidade de reeleição, ou estaremos fadados a repetição de enganos e do desmanche do que, minimamente, se entende como República.

A frase que foi pronunciada:

Até outro dia, sobretudo no Nordeste, jovens talentosos beijavam a mão de velhos coronéis para ascender politicamente”.

Haddad, perdido no tempo

Foto: carlossousa.com.br

Proposta lançada

Participação de Paulo Costa no grupo de moradores do Lago Norte lança um desafio. “O lago norte tem todas as condições de ser a primeira cidade Lixo Zero do DF, através da compostagem.” Que se iniciem as parcerias para a divulgação da empreitada!

© WWF-Brasil

Clínica do Idoso

Médico estudioso, que atende olhando nos olhos do paciente, sem a preocupação constante no relógio? Existe. Dr. Vitor Machado, passa a atender no Centro Médico Lúcio Costa, na 610 Sul. Cartão postado a seguir.

Prata da Casa

Depois de 5 anos de treino, Califa Curi conquistou o prêmio de canoagem oceânica como o primeiro brasileiro a subir no pódio dessa modalidade de esporte. Veja as fotos a seguir.

ACESSE O PORTFÓLIO CALIFA CURY CLICANDO AQUI!

Pelo Brasil

Assim como o astronauta Marcos Pontes serviu a dois governos, o ministro Tarcísio de Freitas, se não ouvir o conselho do ex-presidente Temer, deve ter as iniciativas aproveitadas e continuadas pelos próximos presidentes. Mudar o Brasil pelos trilhos de trem. Assim falou o ministro Tarcísio: “A autorização ferroviária vai promover uma revolução no Brasil. As empresas estão bem estruturadas e podem fazer investimentos até bilionárias nesse modo de transporte”.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

História de Brasília

Há de fato, muitos redatores com nível superior, portadores de diploma universitário. Mas não é o caso de se encobrir uma imoralidade com outra. (Publicado em 04/02./1962)

Aposta no caos

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Foto: Sérgio Lima/Poder360

 

Cada dia com sua agonia, repetia o filósofo de Mondubim. O problema é quando a agonia de todos os lados começa a ficar cada vez mais intensa com o passar dos dias. Nesse caso o que se obtém é a formação, no horizonte, de uma tempestade perfeita, prestes a precipitar igualmente sobre todos. É justamente essa armação de um intenso temporal que vamos aguardando, aparvalhados, abater-se sobre o país, suas instituições e, por extensão, em cima da nação, com ameaças veladas de um retrocesso desejado por uns poucos que, dessa tormenta, sonham em colher os frutos da dissipação da democracia. Não se trata aqui de alarmismos sem fundamentos.

A antevisão de fissuras, que agora surgem estampadas e em uníssono, chama a atenção para uma sequência de fatos, muitos oriundos do destempero verbal do chefe do Executivo, das iniciativas do Judiciário e do desespero do Legislativo. Os grupos parecem ter atingido um perigoso ponto de ebulição. De um lado, um cipoal de denúncias que vão emergindo na CPI do Covid do Senado, de outro, senadores exaltados fugindo das suas atribuições e, mais para a direita, na Praça dos Três Poderes, ministros do judiciário arbitrando como no julgamento final.

As repetidas pilherias e outras troças continuam dirigidas aos fantasmas que parecem assombrar esse momento brasileiro. Tentaram evitar o futuro com uma faca afiada rodada no bucho do mais votado. A liturgia do cargo começou a sangrar aí. Sem apoio para divulgar os responsáveis pela tentativa de homicídio, Bolsonaro, amparado por seus eleitores, não consegue a grande mídia nem o Congresso como apoiadores por razões que a própria razão conhece. Poucas figuras do poder dignificam a posição ao criar no imaginário daqueles que prezam pela seriedade e liturgia de tão importante cargo.

A intenção de todos os lados, de enviar recados intimidatórios aos muitos inimigos, revelam  personagens que parecem perdidos e amedrontados, em meio a mata escura, e, por isso, acionam a metralhadora verbal para todos os lados. O problema é quando esse temperamento ciclotímico, que mais lembra um arremedo da figura de Jânio Quadros, sai das raias da caricatura e passa a causar danos às instituições do Estado e a gerar crises sistêmicas, colocando em risco o próprio Estado Democrático de Direito.

Dessa vez, as ameaças de diferentes matizes que vêm surgindo de todos os lados ganharam um status de ataque frontal. Basta acompanhar o desprezo pelo voto impresso. Mais cara que a implementação da impressão do voto é a dúvida. A segurança é total, já que o voto não sai da urna, para quem zela pela democracia e a Carta Magna, a construção das justificativas contra a certeza do voto é frágil. Inimigos da Nação, ninguém mais sabe quem são.

Por outro lado, ao afirmar taxativamente que não haverá eleições em 2022, caso o voto impresso não seja instituído como deseja, Bolsonaro açulou os outros Poderes. Bolsonaro conseguiu a unanimidade de juntar, contra si, os ministros do STF e do TSE, além do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco. Os primeiros garantiram que as eleições acontecerão. O segundo afirmou não compactuar e aceitar retrocessos à democracia. Até mesmo onze partidos com assento do Legislativo já bateram o martelo, dizendo não apoiar a introdução do voto impresso nessas próximas eleições. Se seria mais seguro que os brasileiros pudessem ver a urna auditada, não há como compreender essa teimosia.

Qualquer um, de qualquer dos Poderes, que possa a vir a ser apontado, por sua performance, como inimigo da Nação, perde, nesse campo, o poder, a capacidade e o direito de comandá-la.

A frase que foi pronunciada:

Não se interpreta a Constituição em tiras, aos pedaços”.

Eros Roberto Grau

Eros Roberto Grau. Foto: stf.jus

Mais segurança

Já acontece há muito tempo noutros países, e agora o Senado acaba de aprovar o programa Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica. A iniciativa é da Associação dos Magistrados Brasileiros, foi apresentado ao Congresso pela deputada federal Margarete Coelho e contou com o apoio da bancada feminina. No Senado, a relatora da matéria foi Rose de Freitas. Trata-se de uma parceria entre o comércio e instituições públicas que trabalharão em conjunto para identificar os casos de abuso com casais que se comportem estranhamente em público.

Foto: senado.leg

Loucura

Uma prova da paciência e conivência com absurdos é o consumidor que paga mais de R$ 4 mil por um celular da marca mais cara do mundo e aceitar que venha sem carregador, obrigando a compra do dispositivo em separado.

Imagem: abolukbas/Shutterstock

Muito estranho

Por falar nisso, alguém encontrou uma explicação plausível para o horário de atendimento ao público feito pelos bancos? Se os supermercados ficam abertos 24h, a pandemia não é exatamente a razão.

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Mais respeito

Lá está a obra inacabada no asfalto do Lago Norte. De repente a pista raspada, um degrau abaixo, é o que se tem para a passagem dos carros pela esquerda. O nome da empresa deve estar em sigilo máximo. Nenhuma placa identifica os responsáveis por esse serviço mal prestado.

História de Brasília

Está na comissão de revisão do Dasp o processo relativo ao reconhecimento de nível universitário, para os redatores do serviço público. No que valha a justiça que prega em alguns casos é simplesmente imoral a proposição. E mais: abre brechas para novas proposições tão perigosas quanto as atuais. (Publicada em 04.02.1962)

Em marcha acelerada para o abismo

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Foto: Gazeta do Povo/Arquivo

 

Antes só do que sozinho, já recomendava o filósofo de Mondubim, querendo, com essa máxima, dizer que em más companhias o indivíduo está sozinho em meio a feras e, por isso, é bem melhor ficar só, sob a proteção e a paz de sua própria consciência.
Vale para um indivíduo, como vale para um grupo. No caso, aqui, o conselho vai dirigido para as Forças Armadas, no sentido de não fugirem de suas atribuições constitucionais. Como estabelece o seu artigo 142, a função das Forças, mesmo estando sob a autoridade suprema do presidente da República, é a defesa da pátria, a garantia dos Poderes da República e, por iniciativa destes, a salvaguarda da lei e da ordem. Fora dessas atribuições legais, todo o resto caminha para a ilegalidade e, daí, para a insegurança e para conflitos desnecessários e perigosos.
Por certo, as experiências vivenciadas no período recente de nossa história, entre 1964 e 1985, ou seja, num espaço de 21 anos, já teriam sido demasiado caras à imagem dos militares perante a sociedade.
De proveitosa dessa experiência, talvez tenha sido a oportunidade de banimento do comunismo para fora das fronteiras do país, durante a fase de guerra fria. Ao custo, obviamente, de vidas e de desgastes para essas forças. De resto, o que parece estar acontecendo nesse momento da vida nacional, deveria fazer acender a luz amarela nos quartéis, alertando para os perigos que a infiltração de grande contingente de militares na administração pública e civil poderá trazer de malefícios e desgastes para os militares.
Mas, ao que parece de fato, é que esses brasileiros fardados já cruzaram o rubicão, numa decisão ousada e que certamente terá consequências arriscadas nesta travessia irrevogável das tênues fronteiras a separar as armas da política.
O que se tem até aqui, de certo, é que os obuses civis já começaram a ser lançados contra militares, vindos de todas as posições da sociedade. No Legislativo, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga os descaminhos das vacinas contra a covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), ao se referir genericamente ao que chamou de membros do lado podre das Forças Armadas, envolvidos nas tratativas suspeitas de compra de vacinas, atingiu, em cheio, os brios militares, que refutaram, em nota dura, as afirmações do político.
Mesmo o general Pazuello, ex-ministro da Saúde e militar da ativa, vem sendo posto sob fogo cruzado, acusado de negligência e demora na compra de vacinas. Membros destacados de dentro das Forças Armadas já começam a ver essa situação como danosa para a instituição.
Do Judiciário, quem se pronunciou sobre essa saída da caserna foi o, agora, ex-ministro e decano do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio de Mello, para quem os militares devem permanecer nos quartéis, pois são uma força do Estado, e não do governo. Ao andar em companhia de Jair Bolsonaro, os militares já sabiam muito bem de quem se tratava e qual a sua folha corrida como antigo militar e que culminou com sua exclusão. Sabiam também o que pensava sobre ele, gente também de farda, como o ex-presidente Ernesto Geisel (1974 a 1979), que, em entrevista realizada em 1993, considerava que os militares deveriam ficar fora da política partidária, mas não da política, com P maiúsculo.
De lá para cá, o discurso nesse sentido pouco mudou. Talvez, as novas gerações de militares não tenham aprendido, ainda, que, em más companhias, pode-se ir a qualquer lugar, menos a bons lugares.
Pouquíssimo acerto
Quem quiser atestar a credibilidade dos institutos de pesquisa do Brasil deve visitar a biblioteca do Senado para olhar jornais de 2018 com os dados em primeira mão à época.
Charge do Sinfrônio
Vai e volta
Cinemas que faturavam com os preços mais que exorbitantes de pipocas, refrigerantes e com o valor da entrada penam durante a pandemia. Com preços justos, retomam as atividades com pouca adesão.
Foto: Getty Images
Ação
Um arraial que merece ajuda vai acontecer nos dias 6 e 7 de agosto no Jardim Botânico. Com venda limitada de tíquete, é bom correr! Na modalidade pega e leva, toda a verba arrecadada pelo Arraiá Campus Fidei será revertida para reformas na sede da instituição. Acesse o link a seguir para participar e comprar as guloseimas.

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(E tem descontão na compra de 2 ou mais unidades hein!! ⚠️)

Confere aí na foto o tanto de comidas deliciosas que vem nesse kit… me diz se não é kit junino mais bem servido que você já viu por aí?! Vem celebrar com a gente!! 🥳

A retirada dos kits será no Instituto Campus Fidei, que será a nova sede da Rede de Missão, o lugar que Deus nos concedeu como o novo lugar de evangelização, aqui no Distrito Federal… mas se você não é de Brasília e ainda quiser contribuir de alguma forma, não se preocupe: envie uma mensagem para esse número aqui, que a gente conversa! 😉 E não deixem de divulgar!!

Nois conta cocês uai!
Anarriê 🎉🔥🌾

Batalha
Por falar em alimento, uma boa pedida para o espírito é o frei Gilson. Em tempos conturbados, vale conhecer esse evangelizador, que tem ganhado o mundo. Assista no link: O Evangelho não é uma imposição.
História de Brasília
O deputado Salvador Romano Lousaco foi espancado pela polícia na estação da Sorocabana, em Sorocaba. Nos casos de greve, a polícia sempre exorbita de suas funções, mas queremos lembrar, também, que nesse caso, o deputado exorbitou das imunidades do seu mandato. 

As porteiras escancaradas do latifúndio chamado Brasil

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Ministro Rosa Weber. Foto: ac24horas.com

 

Somente, num país do tipo “faz de conta”, os Três Poderes da República possuem, cada um a seu turno, a prerrogativa legal de desmanchar com os pés o que outro Poder tenta fazer com as mãos, numa ciranda ilógica e movida a interesses de grupos que se digladiam permanentemente entre si.
É o que, de modo eufemístico, convencionou-se pomposamente chamar de pesos e contrapesos. O pior é quando, dentro do mesmo Poder, esses movimentos de fazer e desfazer ocorrem de forma sistemática, dando o dito por não dito. Sem dúvidas, a imagem que surge na tela mostra o transatlântico da República Brasileira, depois de navegar, sem rumo e em meio a turbulências, encalhado entre rochas traiçoeiras, totalmente entregue aos humores de um mar bravio e imprevisto.
Se a imagem ainda não é adequada para retratar nosso atual momento, quando o Estado parece entregue e à mercê do que pretende o pior conjunto de indivíduos a compor, ao mesmo tempo, os três Poderes da República, em toda a nossa história, é porque vamos, em meio a uma pandemia devastadora, acostumando-nos aos absurdos do dia a dia e já nem fazemos questão de saber para onde seguimos.
E nem precisa ser mencionado aqui o desfazimento da Operação Lava Jato, realizado pelo Supremo, com a ajuda do Legislativo e Executivo, ocasião em que acabaram também com a possibilidade de prisão em segunda instância, para atender aos reclames de um pequeno grupo de meliantes. O que chama atenção agora, em meio ao vai e vem desse formigueiro açulado, foi a decisão da ministra do Supremo, Rosa Weber, em suspender a convocação dos governadores, que tinha sido aprovada, a contragosto, pela Comissão Parlamentar de Inquérito, sob o argumento de que a CPI não pode investigar o uso, feito pelos estados, dos recursos provenientes de repasses federais.
O mesmo impedimento foi estendido ao presidente da República. Com essa medida derradeira, o Supremo, ao mesmo tempo, desfez qualquer possibilidade de uma investigação séria de corrupção ocorrida em vários estados da federação, pondo uma pedra sobre o que seria o mote e o veio principal que levaria até aos gestores estaduais, onde a Polícia Federal já identificou um verdadeiro cipoal de malversações de recursos públicos, desvios, lavagem de dinheiro, compra superfaturada, pagamentos suspeitos, pagamentos por compras não entregues e todo um conjunto de crimes.
Ao mesmo tempo, essa decisão vem de encontro ao que muitos parlamentares com assento na CPI queriam, mas não tinham coragem de externar publicamente.
O mesmo vale para o Executivo, que viu, nessa decisão, um modo de quebrar as pernas da CPI no que ela tinha de mais sensível. O único a perder com essa decisão foi o cidadão e contribuinte brasileiro, que ficou impossibilitado de verificar os rumos que tomaram os bilhões de reais que foram despejados nos estados, pretensamente em nome do combate à pandemia.
Não chega a ser estranho que a pandemia tenha possibilitado, aos três Poderes da República, passar livres com suas boiadas pelas porteiras escancaradas desse latifúndio devoluto chamado Brasil.


A frase que foi pronunciada:
“Pois embora a lei da natureza seja clara e inteligível para todas as criaturas racionais; contudo, os homens, sendo tendenciosos por seu interesse, bem como ignorantes por falta de estudo dele, não estão aptos a admiti-lo como uma lei obrigatória para eles na aplicação dele a seus casos particulares.”
John Locke, em o Segundo Tratado de Governo

Retrato de John Locke, de Sr. Godfrey Kneller. Fonte: Coleção de Sr. Robert Walpole, Houghton Hall, 1779.


Como sempre
Se o leitor parar para pensar, vai concordar que a profissão de jornalista é só trocar o nome de personagens da História. Veja a historinha abaixo, registrada em fevereiro de 1962 e registrada pelo criador desta coluna, Ari Cunha. Jânio Quadros já usava seu próprio interesse com inverdades para atingir seus desafetos. Hoje o nome disso é fake news.

Charge do Duke


Nonato Notícias
Livros de Rogaciano Leite são lançados por editora cearense em evento do centenário do poeta. Helena Roraima, filha do escritor, organizou uma publicação preservando o conteúdo da primeira edição de 1950. Outro destaque dessa obra-prima é a qualidade da impressão.

Foto: Acervo Rogaciano Leite


Abuso
Uma idosa que paga, mensalmente, R$10 mil por um plano de Saúde teve que viajar às pressas para outro estado fazer um exame nos olhos em clínica particular, porque o plano não aceitou cobrir o procedimento. Um verdadeiro absurdo!

Charge do Jarbas


História de Brasília
Enquanto o sr. Jânio Quadros, em suas famosas sindicâncias atirava à execração pública os nomes de criminosos e inocentes, o se. Alfredo Nasser, com aprumo e justiça, aguarda o inquérito para indicar somente os nomes dos culpados. (Publicado em 04.02.1962)

A Constituição como Norte

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Charge do Pater

 

Um dos meios eficazes e seguramente mais estratégicos para o enfraquecimento e posterior desmanche do Estado Democrático de Direito é minar-lhe as bases e seus fundamentos legais com os elementos estranhos e corrosivos à sua estrutura natural. Incluem-se entre esses elementos estranhos e danosos aos alicerces do Estado, todos aqueles relativos à religião, ao militarismo e às ideologias político partidárias. O que equivale a afirmar que para ser verdadeiramente democrático, o Estado deve ser laico, civil e apartidário.
Assegurando, desse modo, a liberdade de culto, o governo exercido pela sociedade civil é capaz de garantir a liberdade de expressão, de ideias e de livre escolha política. Sem essas premissas, pode haver um Estado, do tipo totalitário, mas nunca um Estado Democrático de Direito. Não por outra razão, são esses preceitos que estão garantidos na Constituição promulgada em 1988. Quando ocorre de um governante, ou grupo a ele ligado, e mesmo algum Poder da República, fazer frente a esses ditames impostos pela Carta, o que se obtém como resultado não é outro senão o solapamento do Estado e seu posterior colapso.
Infelizmente, é o que parece estar acontecendo com o nosso país, praticamente desde o retorno da democracia nos anos 1980, obviamente com algumas exceções. Foi assim durante o período em que o país esteve entregue aos governos petistas, ocasião em que a disseminação da ideologia extremada de esquerda passou a contaminar as instituições do Estado, espraiando-se também para dentro das organizações civis, numa repetição dos fenômenos nefastos já experimentados, por exemplo, pelos países do antigo bloco do Leste Europeu e outros como Cuba e Venezuela, com os resultados que já conhecemos.
Coincidentemente, foram esses efeitos nefastos, sentidos por boa parte da população, principalmente com a erupção dos gigantescos escândalos de corrupção, que levaram parte do eleitorado a buscar um antídoto nas eleições de 2018. De lá para cá, o que se assistiu foi a transformação do que seria um remédio contra o esquerdismo doentio, num potente veneno, capaz de liquidar com o Estado Democrático de Direito, substituindo as garantias constitucionais pelo mais raivoso modelo de extrema direita, levando os brasileiros a migrarem de um abismo a outro, com desdobramentos que parecem empurrar os brasileiros para uma nova e profunda crise.
Ao atrair, para dentro de seu governo, elementos que se declaram terrivelmente evangélicos, militares dos três segmentos das Forças Armadas, com partidos e ideólogos que professam abertamente as teorias simpáticas ao que poderia ser classificado como extrema direita, o atual governo passou a minar os fundamentos básicos do Estado Democrático de Direito, rompendo frontalmente com os princípios constitucionais e garantindo, com isso, a repetição dos mesmos erros cometidos a partir de 2003, com a chegada das esquerdas ao poder. Pastores que sejam dotados de humanismo, indivíduos fardados e ideólogos, mas com calibre técnico, e administradores com bom senso e ética. Se for assim, tudo bem.

 

 

A frase que foi pronunciada

Discurso do general Montgomery:

“Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói”.

General Montgomery. Foto: gettyimages.com

Winston Churchill ouviu o discurso e, com ciúme, retrucou:

“Eu fumo, bebo, prevarico e sou chefe dele.”

Winston Churchill. Foto: wikipedia.org

 

Covid-19
A mercantilização da política e sua apropriação por partidos e por figuras demasiadamente conhecidas da população vai, a cada eleição, perdendo o sentido e se transformando numa espécie de jogo interno, envolvendo apenas as legendas e seus acólitos, com a população vendo tudo de uma arquibancada distante.

Charge do Nani

 

Passadas e próximas
O que ocorre, por detrás dessa encenação toda, é que, a cada pleito, de maneira até monótona, repetem-se as inscrições de candidatos fantasmas, principalmente mulheres, para justificar, falsamente, os altos gastos com as campanhas, por meio de notas frias e outros malabarismos malandros, sempre trazidos à tona pela imprensa investigativa.

Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

Final infeliz
A verdade é que, passados os momentos de euforia com o retorno da democracia, a sensação experimentada pela população é que ela embarcou num canoa furada, com os políticos e partidos avançando, ano a ano, sobre os recursos públicos, criando uma casta privilegiada de cidadãos blindados e divorciados dos restantes dos brasileiros, centrados apenas em seus próprios interesses.

Charge de J. Bosco

 

História de Brasília
Homem da justiça tem sido o dr. José Bonifácio, na Secretaria da Câmara. Como são muitos os seus afazeres, está aqui um pequeno lembrete. Os reservas da Câmara ainda estão esperando os resultados do projeto 123.
(Publicado em 04.02.1962)

Brasil necessita de cabeças pensantes

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Foto: Anderson Riedel/PR, Ricardo Stuckert, Sergio Andrade e Jefferson Rudy/Agência Senado

 

Contra a polarização na política, uma fórmula em si perigosa e desprovida de capacidade de entendimento do país como ele e não como querem esses falsos protagonistas, postados, cada um, em lados opostos de um mesmo e profundo abismo, existem opções de bom tamanho. A questão é como poderiam essas opções ocuparem espaço adequado num ambiente tão conturbado e repleto de indivíduos, cuja a inteligência mede-se pelo comprimento do radicalismo que exalam.

Estamos numa encruzilhada histórica e, como as experiências vindas do passado ensinam, esse é o momento em que todo o encadeamento do futuro se faz presente. Caso o trem desse destino tenha a má sorte de ser posto em linhas erradas, as chances de retornarmos à gare de origem, onde repetiremos os mesmos erros, são reais, assim como irmos de encontro a um paredão, destruindo por completo nosso vagão.

De fato, a discussão em torno desses nomes principais e desastrosos que aí estão à baila têm deixado pouco espaço para o surgimento de outras vertentes mais dignas e quiçá mais detentoras de qualidades pessoais. Uma outra questão que surge dessa necessidade urgente por um nome à altura dessa missão de unir a nação, na trilha central e segura, vem justamente pelo impedimento colocado pelas dezenas de partidos, que obstam qualquer um que não seja consagrado pelos caciques e donos dessas legendas.

Nesse turbilhão, onde todos reclamam por seu quinhão, não há brechas para apelos por união, muito menos palanques para os que apelam para a razão. Num exercício de pura ficção, mas que poderia carregar algumas fórmulas que nos livre desse hospício em que estamos encarcerados há décadas, suponhamos que todos os estados da federação, de forma autônoma, reunissem e organizassem grupos compostos por nomes que a sociedade civil reconhece como probos e fornidos de curriculum admirável, verdadeiros conselheiros, a quem todos recorrem nas horas de aflição. Essa é uma possibilidade real e que poderia, em tese, funcionar ou, ao menos, trazer algumas luzes que indicassem o caminho das pedras nesse pântano escuro em que estamos imersos.

Seriam esses conselhos de notáveis, apartidários, no seu trabalho de elucubração metódica, que dariam a tônica para sairmos do impasse da polarização entre o ruim e o péssimo. Por certo, esses conselhos, formados nos estados, dariam ênfase ainda a uma proposta de reforma do Estado, capaz de pôr um fim a um modelo que, já insistimos aqui, está montado para não funcionar em prol do Brasil e sim em favor dessas elites que aí estão e que parecem ser as únicas beneficiárias com esse caos.

Em outros tempos e lugares, fórmulas semelhantes funcionaram e serviram de remédio contra sistemas visivelmente enfermos e viciados. A reunião desses diversos conselhos numa grande assembleia nacional fecharia as propostas num consenso geral, dando os rumos que precisamos e que, por certo, passam longe desses partidos que aí estão e de seus próceres, como também de toda uma máquina azeitada que tem servido para moer a carne da nação, servida sempre nesse banquete de sanguessugas. Ou se recorre a essas cabeças pensantes ou aceitamos a temperatura estabelecida por esses donos do forno do inferno.

A frase que foi pronunciada:

Existem diferenças significativas entre a versão americana e a europeia do capitalismo. O americano tradicionalmente enfatiza a necessidade de um governo limitado, regulamentações leves, impostos baixos e flexibilidade máxima do mercado de trabalho. O seu sucesso tem-se demonstrado sobretudo na capacidade de criar novos empregos, nos quais é sempre mais bem-sucedido do que a Europa.”

Margareth Thatcher

Margareth Thatcher. Foto: britannica.com

Natureza e Educação

Compostagem é um caminho interessante para quem mora em casa. O tratamento do lixo, de forma enriquecedora para a terra, nutre e fortalece a resistência das plantas. Trata-se de prática simples que diminui o caos nos lixões. Veja sugestões de compostagem divulgadas pelo Senado Federal a seguir.

Recadinho

Pátria Latina, um site que prega a união dos povos, trouxe uma notícia nada amigável. O presidente do maior país da Ásia Oriental avisou que quem se meter em pesquisar a fundo a origem do tormento mundial e aborrecer ou intimidar aquela nação terá a cabeça esmagada. Veja no link China não será intimidada.

Presidente chinês Xi Jinping. Foto: Reprodução

História de Brasília

Se forem alegadas deficiências técnicas é incompetência do pessoal incompetência do pessoal. Que seja mudado, então, porque em fevereiro de 1960 o general Eisenhower falava de Brasília, onde estivesse, com a Casa Branca. E mais: chegou a falar com seu Secretário de Estado, de seu automóvel, no percurso do Eixo Rodoviário, a caminho do aeroporto militar. (Publicada em 04.02.1962)

Um modelo feito para não dar certo

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Charge do Benett

 

Visto de luneta, o Brasil parece, aos olhos do mundo, um desses planetas alienígenas, ocupados por uma estranha raça, cujos costumes sociais, políticos e econômicos são, por seu caráter primitivo e malevolente, impossíveis de serem aplicados em outras partes do mundo civilizado no século 21.
Nossas mazelas nos pertencem por direito histórico e nos caracterizam como nação e como Estado. Tomando como exemplo nosso modelo de Estado, vê-se logo que foi montado para não dar certo. O chefe do Executivo, tão logo toma posse, é obrigado a abrir a porteira do Estado, estabelecendo, já no primeiro dia, uma intrincada rede de relacionamentos com as diversas bancadas com assento no Congresso, acordos esses que nada têm de republicano e ético. Colocado como refém do parlamento, é instado a ceder a parte significativa e mais rendosa da máquina do Estado, representada pelas estatais, aos próceres das dezenas de legendas. Esse é o único caminho a seguir para garantir um mínimo de governabilidade, dentro do que se convencionou chamar, de presidencialismo de coalizão.
Numa primeira etapa, a escolha é só uma: ou age conforme as regras, ou tem suas mais importantes propostas de governo barradas no Legislativo. Caso não consiga estabelecer entendimentos que tragam vantagens significativas para os políticos e suas respectivas legendas, a situação do governo adentra para uma segunda fase mais delicada, dando início, propriamente dito, à fritura do chefe do Executivo, que pode redundar, facilmente, na abertura de um penoso e prolongado processo de impeachment, com todas as suas consequências posteriores.
Nessas relações tumultuadas entre os diversos Poderes, encontrar aqueles que verdadeiramente possuem espírito público e pensam apenas no bem do país é coisa tão rara que sua existência, de tão minguada e esparsa, pouco ou nada influencia para alterar essa situação.
Para se ver livre dessas ameaças concretas e veladas, o próximo caminho a ser trilhado pelo presidente da República e também o mais danoso para o país e para a população é usar, de suas prerrogativas legais, para lotear os postos de comando na Procuradoria-Geral da República, nos Tribunais de Contas, na Polícia Federal e, sobretudo, no Supremo Tribunal Federal, indicando pessoas cujo único atributo técnico está na possibilidade de, lá adiante, obstar ou interromper os processos de destituição do mandatário.
Trata-se aqui de um modelo perverso que cobra um alto preço a ser pago, não por esses atores políticos, mas por todos os brasileiros, indistintamente, que passam a ter, como resultado dessa engenharia marota, um Estado montado na base do compadrio, e não no mérito, como feito em outras partes do mundo civilizado.
Obviamente, quem perde com essas manobras feitas pelos poderes Legislativo e Executivo é a sociedade, tanto no quesito instabilidade das instituições como nas crises políticas recorrentes e, sobretudo, nos prejuízos decorrentes da inevitável má gestão da máquina pública, o que inclui, nesse pacote nefasto, os problemas gerados por uma corrupção endêmica e que, há séculos, vem resistindo impávida e fortalecida por um modelo engendrado, exatamente, para não dar certo. Talvez, esteja aí mesmo o segredo de sua longevidade.
A frase que não foi pronunciada
“Nada se parece mais com o pensamento mítico que ideologia política.”
Claude Lévi-Strauss
Claude Levi-Strauss. Foto: Reprodução
Dinheiro à vista
Completamente à deriva, os brasileiros assistem à soberania nacional ser comprada por países estrangeiros. Educação, comunicação, florestas, rios, terras, mentes e regras.
Foto: Minha Capital
Programa 7.7
Na próxima quarta-feira, a TV Escola apresentará, no programa Meia Volta Vamos Conhecer, Fabio Pereira, Procurador de Justiça, presidente de estudos de inteligência e contra inteligência. A entrevista será feita por Flavia Mello, às 21h.
Fabio Pereira. Foto: perfil oficial no Twitter
Vote
A seguir, o link do e-cidadania do Senado para votar sobre a urna eletrônica.
Charge: Bessinha
História de Brasília
Afora a determinação da transmissão de Brasília, o ministro da Justiça devia, também, mandar investigar sobre os funcionários da Agência Nacional que recebem diárias de Brasília, residem no Rio e transmitem de lá A Voz do Brasil, sem que tenha havido qualquer ordem a respeito.(Publicado em 04.02.1962)