Petróleo, alimentos e ilusão

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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          Notícia recente dando conta de que a Petrobras registrou lucro de R$ 44,5 bilhões apenas nos três primeiros meses deste ano, aponta para uma perspectiva, dentro de uma simples regra de 3, de que, ao final de 2022, essa estatal terá lucrado algo como R$ 200 bilhões. Um sucesso. Tomando apenas os números desse primeiro trimestre, o que se sabe é que a Petrobras teve, no período de janeiro a março, o maior lucro já registrado nos últimos anos, superando petroleiras famosas como Chevron, Shell, ExxonMobil, Equinor, BP e TotalEnergies, ou seja, as maiores empresas do planeta.

          É algo a se comemorar? Depende de que lado do balcão está o indivíduo. Uma ida a qualquer posto de combustível no Brasil, de qualquer bandeira, para o abastecimento do carro, de passeio ou de trabalho, é sempre uma surpresa desagradável, para dizer o mínimo. Praticamente, toda a semana há reajustes, para cima, nos preços de combustível. Essa realidade é mundial. Apenas nos últimos doze meses, o preço do diesel aumentou 55,1% e a gasolina 31,4%, segundo dados da própria Agência Nacional do Petróleo (ANP). Esse lucro da estatal se explica porque ela é a maior vendedora de petróleo no mercado interno brasileiro, dominando praticamente toda a cadeia, da produção à distribuição.

         Para aqueles que estão do lado de dentro desse balcão formidável, os acionistas, nacionais e estrangeiros, esse resultado extraordinário é motivo de grande comemoração. Para o brasileiro médio, que vive a expectativa nebulosa do aumento da inflação para dois dígitos, o aumento semanal nos preços dos combustíveis tem forçado o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para cima em 7,5%, provocando uma série de impactos nos preços em geral, principalmente alimentos.

         Não há o que comemorar. Os lucros dessa empresa, celebrados com grandes alaridos, afetam negativamente a população brasileira. A equação é simples: Sempre que se registram lucros nessa empresa, quem sofre é a população brasileira, já que esses lucros são obtidos, quase sempre, com a venda interna desses produtos a preços dolarizados e, portanto, muito longe do poder aquisitivo do cidadão desse país.

         Temos, a exemplo do que acontece hoje no agrobusiness brasileiro, dois setores, um produzindo petróleo e outro grãos e proteínas, que não contribuem para que esses produtos sejam oferecidos a preços, digamos, honestos e acessíveis. Temos aqui uma equação de soma negativa para os consumidores, Tanto o agrobusiness nacional como a Petrobras, são grandes produtoras de lucros e que, de forma direta e visível, jamais contribuíram para aliviar o bolso do consumidor brasileiro.

         Ir ao supermercado ou ao posto de gasolina, dá, ao cidadão deste país, uma noção exata do que são esses dois setores. Os ufanistas e outros alienados tanto da direita como da esquerda, levantam e agitam a bandeira desses dois setores, ou porque são massa de manobra política, ou porque possuem ligações diretas e indiretas com esses nichos da nossa economia. Lula, quando ameaça os possíveis compradores da estatal de petróleo e mesmo Bolsonaro, que finge enxergar benefícios para a população no agrobusiness, estão cada um no seu lugar. Ambos estão muito longe do anseia o grosso da população que deseja encher o tanque de combustível, sem pagar grandes somas e depois ir ao supermercado, encher o carrinho com comida boa e barata.

         Na antiga questão, envolvendo o Brasil oficial versus o Brasil real, Petrobras e agrobusiness figuram com sujeitos de uma pantomima muito útil aos governos da hora. Para a população em geral, a propaganda oficial insiste que esses são dois ativos muito importantes para o país. A questão é: De que país eles estão falando?

A frase que foi pronunciada:

 

 

Está na hora

Não se viu até hoje um balanço da Anvisa com as denúncias sobre as vacinas. Falta divulgação de quantas pessoas saudáveis faleceram depois de receberem alguma dose, entre adultos e crianças. Já que todos foram obrigados a se vacinar, mesmo contendo na bula a isenção de responsabilidade por qualquer intercorrência, há que se prestar contas.

Foto: correio.rac.com.br

 

Quem aceitará?

Depois da notícia que demos sobre as Veterinárias que saem ilesas depois de cometerem erro médico, levando à óbito animais de estimação, o leitor João Madeira sugere que o cliente fique isento da conta se o bicho morrer.

Foto: petz.com

 

Notícia

Números sobre a violência doméstica durante a pandemia aumentaram muito. Pesquisa divulgada pela Febraban dá conta de que, no setor bancário, foram quase 300 casos de violência doméstica contra funcionários. O número de casos levou à criação de um canal exclusivo para os registros, além da elaboração e aplicação de programas de acolhimento e apoio às vítimas.

 

História de Brasília

As Centrais Elétricas de Goiás estão para aprovar numa concorrência de grande vulto, a proposta de uma firma que não oferece as condições exigidas pela Celg. O governador Mauro Borges não está informado do assunto, mas poderá reivindicar. (Publicada em 01.03.1962)

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