Os desafios do crescer e multiplicar

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Ilustração: Arthimedes / Shutterstock.com

 

Em 2023, a população mundial atingirá a surpreendente marca de 8 bilhões de pessoas. Segundo os cientistas que analisam os impactos que uma massa humana dessa magnitude provoca sobre o ambiente, esse número é demasiado para o planeta, que vai experimentando o fim progressivo de seus recursos naturais. Ao mesmo tempo em que a taxa demográfica mundial explode, a população vai migrando para os grandes centros urbanos.

Até 2030, a maioria da população mundial estará se concentrando nos centros urbanos, aumentando, assim, assustadoramente, as emissões na atmosfera de gases de efeito estufa como o carbono. Com isso, haverá a necessidade, cada vez maior e até vital, em tornar as cidades mais sustentáveis e mais adequadas aos novos desafios ecológicos exigidos por num mundo densamente povoado e complexo. Até 2030, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a população deve chegar em 8,5 bilhões. Nessa mesma época, o Brasil deve atingir, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), seu pico de crescimento demográfico, ficando com, aproximadamente, 207 milhões de habitantes.

Parte do mundo, inclusive o Brasil, já se prepara para essa nova realidade. Para isso, foi criado, no ano de 2015, a Cúpula das Nações Unidas, reunindo 193 países que decidiram, em comum acordo, estabelecer uma mega agenda de compromissos com 17 objetivos ambiciosos a serem conquistados até 2030, subdivididos em outras 169 metas, a fim de superar os desafios de um novo desenvolvimento, todo ele voltado para o crescimento sustentável global.

Na linha de frente, ficaram os desafios sociais e ambientais, guiando o restante, todos eles interdependentes e caminhando juntos. Desse modo, foi decidido que os países que celebraram esse acordo teriam, em outros desafios, que erradicar a pobreza; implementar uma agricultura sustentável e que acabe com o flagelo da fome, propiciando a chamada segurança alimentar para todos; assegurar saúde e bem-estar para todos e para todas as idades; promover uma educação de qualidade inclusiva e universal. Dentre esses objetivos, inclui-se ainda medidas que, para muitos, ainda são polêmicas como a garantia de igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas; garantir também a disponibilidade de água potável e saneamento básico para todos; assegurar o acesso à energia limpa, renovável e barata para todos; promover o crescimento econômico com trabalho decente e inclusivo para todos; construir infraestrutura resiliente e promover a industrialização sustentável, com fomento para a inovação; redução, das desigualdades dentro dos países; tornar as cidades comunidades sustentáveis e seguras; assegurar padrões responsáveis de consumo; tornar urgente o combate às mudanças climáticas; conservação dos oceanos e dos recursos hídricos; proteção e recuperação da vida terrestre com a preservação de florestas e combate a desertificação; promoção de sociedades pacíficas, com acesso à justiça; e, por fim, o fortalecimento das parcerias para a revitalização global.

Para os cientistas e pesquisadores que estão envolvidos nesses projetos, os desafios a serem enfrentados são imensos e não terão um término para sua execução total, ainda mais quando se sabe que, até pelo menos o ano de 2100, a população continuará aumentando. Com isso, fica claro que, até 2100, o crescimento populacional será o maior de todos os desafios enfrentados pela humanidade.

 

 

A frase que foi pronunciada:   

“Nos próximos dez anos, prevejo, o convencional movimento ambiental que reverterá sua opinião e ativismo em quatro áreas principais: crescimento populacional, urbanização, organismos geneticamente projetados e energia nuclear.”

Stewart Brand

Stewart Brand. Fotografia: Larry Busacca/Getty Images

Realidade

Nessa semana, duas mangueiras foram derrubadas na 305 sul, em nome da segurança e estética. Aquela superquadra traz um silêncio assustador. Nos primeiros anos da capital da República, o barulho da meninada brincando era música constante. Bicicleta, patins, futebol, não faltava diversão. Hoje, a violência, o medo, os perigos iminentes não permitem mais o direito de ir e vir das crianças. As experiências da infância estão diretamente ligadas a computadores e tablets. Não foram só as mangueiras que morreram.

Inauguração da praça 21 de_Abril, na Asa Sul DF 1993. (Foto: Arquivo Público do Distrito Federal/Fundo Novacap)

Fica esperto!

Um anúncio chama a atenção mundial. A iniciativa do ministro Oliver Dowden, do Parlamento Inglês, faz o globo terrestre ficar atento. O governo britânico deu ordem para a retirada de todas as câmeras de vigilâncias chinesas que estejam em edifícios que estejam relacionados com a segurança do país.

Oliver Dowden. Reprodução: news.sky.com

História de Brasília

É lamentável que o plano educacional de Brasília, em tôda a sua plenitude, não seja seguido, mas já que está assim, ninguém pode deixar ir tudo de águas abaixo. É preciso haver uma solução, e esta, pelo menos, foi a apresentada. (Publicada em 13.03.1962)

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