O papel da informação em tempos de crise

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Coincidência benfazeja ou não, o fato é que a pandemia virótica, que assusta e paralisa todos, surgiu em uma época em que a grande maioria das pessoas, enclausuradas em toda a parte do planeta, se encontra interligada pelas redes sociais. Isso é, nos países onde a Internet ainda respira ares de liberdade. Esse fenômeno, por si só e pelo seu alcance, representa, ao mesmo tempo, uma faceta boa e outra muito ruim.

O lado bom, trazido por essa tecnologia da informação, é que as pessoas, mesmo presas dentro de casa, têm acesso ao mundo e principalmente às pessoas de sua intimidade e que, por força das circunstâncias, encontram-se separadas. Com isso o isolamento obrigatório torna-se mais leve e suportável. O lado não muito bom, propiciado por esse mecanismo instantâneo da comunicação, é que o excesso de informação, e mesmo as informações truncadas ou falsas, alcançam as pessoas justamente quando elas estão mais ansiosas, com medo e se sentindo desprotegidas diante de um acontecimento que, ao certo, ninguém parece saber onde vai dar e com que custos em vidas, empregos e outras consequências incertas.

Diante de uma pandemia dessa magnitude, a angustia das pessoas a fazem presas de todo o tipo de informação, mesmos aquelas mais pessimistas e que anunciam um suposto fim do mundo. O lado bom nesse tempo de convulsão é que passamos a enxergar pessoas e instituições tal qual elas são na realidade e não como se apresentam em seus trajes e propagandas. Fica demonstrado, até de forma dramática, o que já dizia o prêmio Nobel de Literatura de 1957, o escritor franco-argelino Albert Camus: “O pior da peste, não é aquilo que mata os corpos, e sim o que desnuda as almas e esse espetáculo pode ser horroroso.”

Um olhar em volta do que se sucede agora pode tornar esse pensamento mais claro e inteligível. Esse é um grande aprendizado do momento e que parece arrancar a pele daqueles que estão nessa estrada conosco. Apenas fazendo um apanhado rápido naqueles temas que inundam hoje os principais jornais do país, dá para se ter uma ideia desse nosso conturbado tempo e servem como uma espécie de guia do que se passa e do que está porvir. Numa média geral, o que esses variados noticiários recomendam vão desde a necessidade de proteção tanto da saúde das pessoas como da economia, numa equação ainda difícil de resolver, até sugestões para que aqueles que mais possuem paguem também mais.

Existem ainda aqueles mais pessimistas que pregam que nesse instante nada pode ser feito apenas por nós mesmos, é preciso uma coordenação conjunta. Enquanto uns apontam os exemplos de outros países, como no caso da Itália, em que as autoridades estão sendo levadas a fazer um mea-culpa, ou como nos Estados Unidos, onde o presidente Trump teve, por força dos acontecimentos, que dar uma virada de 180 graus, mas que mesmo assim vem liderando a crise com grande capacidade de coordenação, o que pode, de certa forma, servir de inspiração aqui no Brasil.

Outras autoridades observam essa crise como uma oportunidade para fortalecimento das forças democráticas. Outros ainda reforçam a tese de que é preciso unir ações para que o ano letivo não seja perdido. Existe também aqueles que pregam a necessidade de evitar, nesse momento, quaisquer posturas de polarização e antagonismos, sugerindo que a população pense no país em primeiro lugar. Outros, com mais experiência, pregam que as decisões sobre a quarentena devam ser orientadas apenas pelos técnicos no assunto.

Para os pensadores da atual situação, o coronavírus acabou por desnudar nossa desigualdade histórica. Já para os mais pessimistas, a crise levou a um vácuo de liderança, abrindo caminho para uma possível ruptura político-institucional. Os realistas afirmam na imprensa que a crise provocada pela pandemia expôs o papel crucial do Sistema Único de Saúde. Sobre esse ponto não resta dúvida de que, passada a urgência momentânea, essa instituição pública que tem sido considerada o maior feito do Estado Brasileiro em todos os tempos e que serve de exemplo para o resto mundo, precisa ser colocada com uma espécie de reserva humana do país, da mais alta relevância.

Nessa avalanche de informações que vêm de todos os lados, o melhor, segundo os próprios especialistas que lidam diariamente com um oceano noticioso, é recolher aqueles entendimentos que apontam para soluções viáveis e que demonstram a enorme capacidade humana de contornar crises, de resiliência e de superação nos momentos tensos e que a história está repleta de exemplos positivos e edificantes.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Só trabalho com critério técnico e científico. Só trabalho com academia, com o que é ciência. Agora, existem pessoas que trabalham com critérios políticos. Não me ofende em nada”.

Dr. Luiz Henrique Mandetta, Ministro da Saúde em resposta semeadura de contendas que mais uma vez não frutificou.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

E para isto, há uma razão. A Companhia depende indiretamente, do ministério, de onde recebe às ordens. Outro assunto: onde serão instalados os funcionários que serão necessários para o funcionamento de todo o ministério. (Publicado em 04/01/1962)

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