Novo ciclo econômico

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Ilustração: reprodução da internet

 

          Para um mundo superpopuloso, em que os recursos naturais vão se escasseando em ritmo acelerado, urge providenciar, quanto antes, novos modelos de economia. De fato, o mundo vai ficando pequeno e apertado. Como as áreas de plantio e de exploração de minerais não podem ser reproduzidas, como acontece com a espécie humana, o jeito é buscar meios de aproveitar o que já foi produzido, ou reintroduzindo no mercado de consumo, ou aproveitando os materiais que ali estão, dando nova utilidade para esse produto.

          O mundo do futuro está muito distante do atual modelo de economia e será aquele que possa garantir, ao menos, a sobrevivência do homem sobre o planeta. A água é um bom exemplo. Trata-se de um recurso escasso e precioso. Seu reuso é, portanto, já uma realidade em muitas partes do globo. Cabe, aos seres humanos, resolverem, o quanto antes, os problemas criados por eles mesmos, sobretudo no que diz respeito às relações econômicas, baseadas hoje na produção e no consumo em larguíssima escala.

         Trata-se aqui de um problema de dimensões planetárias e que agora estão a exigir mudanças revolucionárias, a começar pela reeducação de cada indivíduo, colocando-o, realisticamente, diante da dupla opção: ou mudar a forma e sua relação com o mundo, ou buscar viver em outro planeta distante. O esgotamento dos recursos naturais é uma realidade inconteste e da qual não há fuga ou plano B.

         O consumo diário e crescente de sete bilhões de indivíduos tem exigido, cada vez mais, recursos naturais que vão muito além da capacidade do planeta em provê-los. O resultado dessa descompensação pode ser evidenciado não apenas no grande número de conflitos armados e nas grandes levas de pessoas que migram em busca de oportunidade e alimentos, mas, sobremaneira, pela transformação paulatina do equilíbrio ecológico, com o advento do aquecimento global, a escassez de água e a poluição em níveis alarmantes de todo o ecossistema.

          Mais do que em qualquer outra época na história da humanidade, estamos postos agora diante de uma grande encruzilhada. Essa é, por exemplo, a questão dos lixões a céu aberto e dos aterros sanitários e que, recentemente, vem preocupando autoridades e a comunidade aqui, no Distrito Federal. Na busca de uma solução adequada para o descarte de tamanha quantidade de lixo e outros dejetos, temos que reformular o problema em sua origem, mudando nossa forma de produzir e de consumir.

          Dentro dos modelos que temos atualmente de consumismo desenfreado, feitos a qualquer preço, é óbvio que não poderá existir solução definitiva para as montanhas de lixo produzidas diariamente. Algum dia, todo esse lixo acabará por engolir a todos nós. Com a economia compartilhada, em que o indivíduo divide o uso dos bens econômicos duráveis, dispondo para todos o que antes pertencia apenas a uma só pessoa, surgiu também, e vem ganhando cada vez mais adeptos, a chamada economia circular.

         Inscrita dentro do desenvolvimento sustentável, é também conhecida como ecologia industrial e propõe, basicamente, que os resíduos da indústria sirvam para o desenvolvimento de novos produtos, dentro de um ciclo de reaproveitamento dinâmico e constante, mantendo esses resíduos dentro de um modelo circular positivo ou quase infinito. Em seu aspecto prático, a economia circular propõe o prolongamento máximo da vida útil dos produtos, objetivando “manter componentes e materiais em seu mais alto nível de utilidade e valor o tempo todo”.

         Dentro desse novo modelo, é privilegiada a mobilidade sustentável e o transporte público, entre outras medidas racionais de uso e desuso. Seus princípios são basicamente a preservação e o aumento do capital natural, a otimização na produção de recursos, o fechamento dos ciclos da economia. Onde o desperdício não mais existe, os bens são reparados e reutilizados, com as matérias-primas vindas da reciclagem e não mais da extração direta da terra.

         Além desses princípios, contam também a promoção de um novo paradigma social, em que as relações sociais entram transformando o consumidor em utilizador do produto, partilhando, ao invés de acumulando bens. Dentro dessa nova forma de pensar a economia e o planeta, será importante também, na eficácia do sistema, para reduzir danos a produtos e serviços necessários aos humanos como alimentos e habitação. Da economia compartilhada, poderá nascer um homem novo e ciente de suas responsabilidades com a preservação do planeta e da espécie.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Querem que vos ensine o modo de chegar à ciência verdadeira? Aquilo que se sabe, saber que se sabe; aquilo que não se sabe, saber que não se sabe; na verdade é este o saber.”

Confúcio

Foto: reprodução da internet

História de Brasília

Brasília chorou a morte de Belo. Belarmino Elvidio Leite, filho do Orion, da Recapagem Orion. Perde a cidade um excelente rapaz, perde o comércio um excelente comerciante, perdemos, todos nós, um excelente amigo. (Publicada em 01.03.1962)

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