VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Fossem medidas em unidades astronômicas (AU), a distância a separar hoje os cidadãos comuns dos diversos candidatos que seguem entabulando negociações políticas com vistas ao preenchimento de vagas na disputa eleitoral pelo Distrito Federal, diríamos que esse número é gigantesco. De fato, não há nada a ligar o cidadão eleitor da capital e os atuais candidatos aos cargos políticos. O que se vê são notícias de encontros esporádicos, confabulações e outros movimentos que parecem acontecer em uma outra galáxia distante. O que há, e isso é visível, é uma corrida na surdina dessa turma, que hoje está no poder, tanto no Legislativo, como no Executivo local, para manter suas posições e privilégios pelos próximos quatro anos.
Para aqueles que estão de fora e almejam também essas sinecuras, a luta vai se dando nos bastidores, longe da realidade do cidadão comum. São muitos os cargos em disputa e mais ainda de postulantes. Desde que foram estabelecidas as possibilidades legais de reeleição, é comum verificar que as disputas eleitorais começam justamente logo no primeiro dia da posse e do mandato. Com isso, é fácil verificar que esses movimentos e conchavos já foram iniciados quatro anos atrás, com o auxílio providencial e financeiro embutido no próprio mandato.
Não há uma liga ou cola a unir os eleitores e os candidatos. Tudo vai acontecer apenas quando forem iniciadas oficialmente as campanhas, por ordem do Tribunal Superior Eleitoral. O que pode, à primeira vista, parecer uma movimentação natural e corriqueira, é, na verdade, um arranjo que se repete, sempre divorciado da realidade do cidadão. Ninguém, na população, sabe quem está disputando o quê, quem está coligado a quem e o que cada um pretende fazer nesse posto.
Para o brasiliense e, principalmente, com base no que sempre foi afirmado nesse espaço, o Distrito Federal estaria em situação muito melhor se prescindisse de representantes políticos em todos os níveis. Mas como a capital se viu emaranhada nesse sistema perverso, construído justamente por uma minoria interessada nessas benesses e longe do que pretendia sua própria população original, o jeito foi entrar nessas disputas, obrigando o cidadão a bancar, financeiramente, toda essa estrutura caríssima e de resultados pífios, se não negativos.
Houvesse o voto distrital puro, em que os candidatos saem das próprias comunidades e a elas estão ligados, desde sempre, por fortes laços de vida, toda essa disputa faria algum sentido. Mas o que se tem e bastam ver as fotos de cada, são candidatos sem laços com a população, verdadeiros forasteiros que por essas bandas surgiram em busca de mordomias dessas sinecuras políticas. Os milhões de quilômetros que separam a população desses alienígenas que agora disputam cargos políticos apresentam apenas uma certeza para o futuro: estaremos ou na mesma situação do presente, ou pior do que estamos agora.
Nesse casamento arranjado entre os candidatos e a população local, seguimos como aqueles noivos que vão se conhecer apenas no dia do matrimônio. E depois não terá recall.
A frase que não foi pronunciada:
“Maus políticos são enviados a Brasília por gente decente que preferiu não votar.”
Regina Lopes, pensando enquanto lê os jornais.
Escorpião
Ciatox é o Centro de Informações e Assistência Toxicológica da Secretaria de Saúde do DF. Dados apontam que, já em 2022, os casos de picadas de animais peçonhentos somam 175 ocorrências na parte Norte da cidade e 164 na parte Oeste. Em 2021, do total de 2.640 chamados envolvendo animais peçonhentos, 2.065 foram de picadas de escorpião.
Nota 10
Merece registro elogioso a organização e atendimento da UPA do Paranoá Park. Sempre limpinha, com pessoal atencioso, nome visível dos médicos de plantão, informações acessíveis aos pacientes.
Muito bom
Por falar em Paranoá, a ideia de consertar as calçadas do comércio da avenida principal é a saída para tornar o lugar mais transitável. Por enquanto, um passeio de cadeira de rodas é impossível. Isso sem falar na poluição visual e sonora do local.
Barragem do Paranoá
Parece que não está dando certo a ideia de sentido único no horário de maior fluxo. As reclamações são constantes!
História de Brasília
A situação na Asa Norte poderá melhorar quando outros Institutos construírem suas superquadras, e quando a Assessoria de Planejamento entregar a planta do Setor Comercial Local para a venda pela Novacap. (Publicada em 02.03.1962)