Há os bons médicos em todos os lugares

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Imagem: caarquitetura.com

 

Com a Revolução Industrial, veio a sociedade de consumo e com ela o marketing, que nada produz e, mesmo assim, converteu-se na alma, a dar vida a todo e qualquer negócio. De tanto ser valorizado, neste mundo consumista em que estamos metidos, o marketing, ou a propaganda, tornou-se maior e mais importante até do que o produto que anuncia.

Como um papel de embrulho luxuoso, esse apelo imediato e insistente ao consumo esconde hoje, em seu conteúdo, exatamente o que não anuncia, numa armadilha pronta a capturar consumidores incautos e famintos. No Livro Sagrado, poderia muito bem ser representado pela alegoria do sepulcro caiado, a camuflar o engano. Em tudo, o marketing lança sua fumaça ilusória.

De perfume, passando por carros, roupas, comidas e até hospitais particulares. Tudo ao alcance de todos. No caso de hospitais particulares, abundantes na capital, onde a renda média da população, que vive nas áreas do Plano Piloto, é uma das mais altas do país, é fácil encontrá-los em cada canto, cada um oferecendo de remodelação estética completa até a vida plena eterna repleta de saúde. O problema com esse tipo de oferta mágica, à disposição de bolsos dispostos a pagarem os altos custos de atendimento, é que, uma vez retirado o papel de embrulho e examinado, bem de perto, o que esses estabelecimentos têm a oferecer, de fato, fica a impressão de que estamos sendo enganados da mesma forma que acontece em muitas igrejas neopentecostais, onde uma vaga no céu é vendida aos crentes, sem recibo e livre de impostos.

Quem adentra nesses moderníssimos templos da saúde, erguidos com os requintes de uma arquitetura que é somente uma fachada oca, equipados com os móveis da última feira de design de Milão, quadros chamativos e caros pendurados em cada recanto, jardins internos, salas de descanso, serviço de cafeteria, televisores e tudo o que o mundo do entretenimento poder oferecer, fica a sensação de que está adentrando num hotel de luxo e não em um estabelecimento que vende serviços de saúde.

Nesses ambientes, a união entre técnicos em instalação hospitalares e decoradores faz o impossível para que o paciente, agora transformado em cliente, não perceba a diferença entre estar em um ambiente de hospedagem e uma casa de saúde. A intenção talvez seja essa mesma. A ilusão propiciada pelo marketing da saúde começa a se esvair logo na primeira consulta, quando o paciente-cliente se depara com médicos que mais se assemelham a crianças, recém-saídos das muitas faculdades, também particulares, que se espalharam por todo o país nesses últimos anos.

Justiça seja feita. Com raríssimas exceções, esses encantadores hospitais não apresentam um corpo clínico de primeira linha, com doutores e currículos à altura da arquitetura desses portentos edifícios. O mundo vem abaixo com a bateria de exames pedidos a encarecer os serviços de diagnóstico. A pouca empatia entre médicos noviços e pacientes é logo notada. Aqueles médicos de cabelos brancos e ar cansado, que já perambularam por hospitais públicos por anos, e cuja a experiência faz a diferença, simplesmente não existem. Tudo é novo e embrulhado em papel de seda a esconder o que importa.

Por conta dos nomes estrelados que se apresentam como proprietários dessas joias, a fiscalização dos órgãos de controle da saúde jamais é vista. Talvez por conta desse simples fato, os hospitais de fachada têm se proliferado na capital, mais do que as viroses. A questão é que a maior parte são apenas cenários, com fachadas modernas, como papel de embrulho em caixa vazia.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O género humano assemelha-se a uma pirâmide cujo vértice – um homem, o primeiro homem – se esconde nas alturas quase inacessíveis de sessenta séculos sobrepostos uns aos outros, e cuja base, de miríades de indivíduos, poisa no abismo incomensurável de um futuro desconhecido.”

Alexandre Herculano, poeta português, historiador e jornalista

Alexandre Herculano, por João Pedroso.            Imagem: wikipedia.org

 

Presente

Veja, no blog do Ari Cunha, a cartilha elaborada pela Fiocruz e pelo Ministério da Saúde para ser distribuída pelo WhatsApp aos amigos, como presente virtual. Recebemos da leitora Ana Paula Cunha Machado.

 

Diplomada

Laice Miranda Machado comemora o bom desempenho obtido no curso “A Defesa Nacional e o Poder Legislativo”, promovido pela Escola Superior de Guerra.

 

Pauta

É hoje que o famoso chef Dudu Camargo vai participar da campanha “Nosso Natal 2020”, para crianças e adolescentes da Instituição Batuíra, localizada em Ceilândia Norte. A primeira-dama, Mayara Noronha Rocha, foi a catalisadora da ação que é coordenada pela Subchefia de Políticas Sociais e da Primeira Infância.

Imagem: sedes.df.gov

 

Ontem

Interpretando JK, o ator João Campos já comemora o episódio pronto e disponível das Histórias de Brasília nas plataformas digitais. Vamos conhecer o passado da nossa cidade. Veja no link Primeira radionovela sobre Brasília estreia nesta quinta (17/12).

Foto: Descompli.ca/Divulgação

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Por mais um mês ficará, ainda, interrompida a pista do Eixo Monumental do lado da Câmara. E que estão construindo o túnel que ligará ao novo anexo do Congresso. (Publicado em 20/01/1962)

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