Na sala de cirurgia

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: freepik.com

 

De acordo com o que diz o Código de Ética e segundo decisão do próprio Conselho Federal de Medicina (CFM), é exigido, tanto do médico quanto por parte da poderosa indústria farmacêutica, que ajam com total transparência e dentro dos princípios éticos que regem o exercício dessas profissões.

Mas o que se observa fora das letras e nas relações, cada vez mais próximas, existentes entre médicos e indústria farmacêutica é um natural — e pouco sério — jogo de interesses. Nessa história, a transformar e a reduzir a saúde num negócio muito lucrativo, há, por parte de ambos, interesses que vão além do que seja correto. Muitos médicos, encantados com as facilidades e os presentes ofertados pela IF, se deixam seduzir, adotando exclusivamente medicamentos, instrumentos e outros produtos dessas empresas, numa relação que passa longe da vista dos pacientes e bem longe ainda do que exigem os princípios éticos.

Quanto mais famoso o médico e as clínicas, mais as diversas indústrias farmacêuticas se acercam deles, com mimos de todo os tipos, incluindo viagens internacionais nos melhores hotéis, com tudo pago, e outros brindes de alto valor, para tê-los cativos de seus produtos. Óbvio que há muitas exceções. Profissionais sérios que não atendem esse tipo de reclame.

Recentemente, a empresa norte-americana INSYS Therapeutics foi condenada, naquele país, por subornar médicos para oferecer remédios elaborados com base em opiáceo, 100 vezes mais potente que a morfina e que provocavam forte dependência nos pacientes.

O Conselho Federal de Medicina vem fazendo, atualmente, o acompanhamento de muitos casos em que as relações entre médicos e a indústria farmacêutica extrapolam o que é permitido em lei. Para o CFM, a resposta a esses casos é dura e sempre a mesma, no sentido de penalizar os profissionais envolvidos. A questão, aqui, é que nessas relações há muito dinheiro envolvido e pressões vindas de todos os lados. Não é segredo para ninguém que a IF pressiona e faz forte lobby não apenas junto aos profissionais de saúde.

Existe uma forte presença da IF junto não somente a políticos influentes, como ao pessoal do Executivo, sobretudo o Ministério da Saúde, onde a sua atuação vem de longa data e com resultados sempre satisfatórios para essas empresas. Há, evidentemente, diversos riscos envolvidos nessas relações, para a população, que, de certa forma, acaba se transformando numa espécie de cobaia para essas indústrias, como afirmam alguns médicos.

Em países em que as leis são duras e aplicadas de imediato, com penalidades pecuniárias e cadeia por longo tempo, essas indústrias agem com maior cautela.

 

A frase que foi pronunciada:

“O lobby é a segunda profissão mais antiga do mundo.”
Bill Press

Bill Press. Foto: wsb.com

 

Solidariedade
Tudo preparado para hoje, no Olinda Bar e Restaurante, do Romão, na 202 sul, às 21h. Jomaci Dantas e Valdenor Almeida irão além da cantoria popular nordestina, desfrutando dos presentes, que participarão dando dicas para as composições improvisadas. Jomaci, o poeta Lola, usará a arrecadação feita no local para seu tratamento médico.

 

Descuido
Mais bueiros sem tampa fazendo vítimas. Dessa vez, na SCRLN 706, onde estacionam os carros. A foto está a seguir.

 

Homenagem
Bem lembrado por Malu Mestrinho. Um vídeo de Neusa França postado no YouTube pelo Instituto Brasileiro do Piano, liderado por Alexandre Dias, pesquisador e ex-aluno da pianista. Confira a seguir.

 

Representação
Representando o Brasil, o Coral do Senado fará parte do Festival de Coros Misatango em Berlim. O concerto será na Sala de Música de Câmara da Filarmônica de Berlim. Outras apresentações serão estendidas a Portugal, antes da volta. Toda a viagem é paga pelos próprios participantes.

 

Amor eterno
José Borges Mundim, falecido há anos, não parou de fazer piadas nem na própria lápide. Mandou gravarem “Vivi todo arranhado, mas não larguei a minha gata”. Dona Leontina, que obedeceu a ordem do velho, ria lembrando do passado e chorava pensando no futuro. Até que chegou a hora. E ela, confiou à filha a sua última frase no planeta Terra: “Pois é. A sua gata chegou e seu descanso eterno acabou, José.”

 

História de Brasília

Na partida, o aparelho foi obrigado a uma reversão violenta para poder sair de sobre os calços. Com a reversão, provocou forte deslocamento de ar que foi atingir em cheio a antiga estação presidencial, destelhando-a completamente. (Publicada em 04.04.1962)

Há os bons médicos em todos os lugares

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Imagem: caarquitetura.com

 

Com a Revolução Industrial, veio a sociedade de consumo e com ela o marketing, que nada produz e, mesmo assim, converteu-se na alma, a dar vida a todo e qualquer negócio. De tanto ser valorizado, neste mundo consumista em que estamos metidos, o marketing, ou a propaganda, tornou-se maior e mais importante até do que o produto que anuncia.

Como um papel de embrulho luxuoso, esse apelo imediato e insistente ao consumo esconde hoje, em seu conteúdo, exatamente o que não anuncia, numa armadilha pronta a capturar consumidores incautos e famintos. No Livro Sagrado, poderia muito bem ser representado pela alegoria do sepulcro caiado, a camuflar o engano. Em tudo, o marketing lança sua fumaça ilusória.

De perfume, passando por carros, roupas, comidas e até hospitais particulares. Tudo ao alcance de todos. No caso de hospitais particulares, abundantes na capital, onde a renda média da população, que vive nas áreas do Plano Piloto, é uma das mais altas do país, é fácil encontrá-los em cada canto, cada um oferecendo de remodelação estética completa até a vida plena eterna repleta de saúde. O problema com esse tipo de oferta mágica, à disposição de bolsos dispostos a pagarem os altos custos de atendimento, é que, uma vez retirado o papel de embrulho e examinado, bem de perto, o que esses estabelecimentos têm a oferecer, de fato, fica a impressão de que estamos sendo enganados da mesma forma que acontece em muitas igrejas neopentecostais, onde uma vaga no céu é vendida aos crentes, sem recibo e livre de impostos.

Quem adentra nesses moderníssimos templos da saúde, erguidos com os requintes de uma arquitetura que é somente uma fachada oca, equipados com os móveis da última feira de design de Milão, quadros chamativos e caros pendurados em cada recanto, jardins internos, salas de descanso, serviço de cafeteria, televisores e tudo o que o mundo do entretenimento poder oferecer, fica a sensação de que está adentrando num hotel de luxo e não em um estabelecimento que vende serviços de saúde.

Nesses ambientes, a união entre técnicos em instalação hospitalares e decoradores faz o impossível para que o paciente, agora transformado em cliente, não perceba a diferença entre estar em um ambiente de hospedagem e uma casa de saúde. A intenção talvez seja essa mesma. A ilusão propiciada pelo marketing da saúde começa a se esvair logo na primeira consulta, quando o paciente-cliente se depara com médicos que mais se assemelham a crianças, recém-saídos das muitas faculdades, também particulares, que se espalharam por todo o país nesses últimos anos.

Justiça seja feita. Com raríssimas exceções, esses encantadores hospitais não apresentam um corpo clínico de primeira linha, com doutores e currículos à altura da arquitetura desses portentos edifícios. O mundo vem abaixo com a bateria de exames pedidos a encarecer os serviços de diagnóstico. A pouca empatia entre médicos noviços e pacientes é logo notada. Aqueles médicos de cabelos brancos e ar cansado, que já perambularam por hospitais públicos por anos, e cuja a experiência faz a diferença, simplesmente não existem. Tudo é novo e embrulhado em papel de seda a esconder o que importa.

Por conta dos nomes estrelados que se apresentam como proprietários dessas joias, a fiscalização dos órgãos de controle da saúde jamais é vista. Talvez por conta desse simples fato, os hospitais de fachada têm se proliferado na capital, mais do que as viroses. A questão é que a maior parte são apenas cenários, com fachadas modernas, como papel de embrulho em caixa vazia.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O género humano assemelha-se a uma pirâmide cujo vértice – um homem, o primeiro homem – se esconde nas alturas quase inacessíveis de sessenta séculos sobrepostos uns aos outros, e cuja base, de miríades de indivíduos, poisa no abismo incomensurável de um futuro desconhecido.”

Alexandre Herculano, poeta português, historiador e jornalista

Alexandre Herculano, por João Pedroso.            Imagem: wikipedia.org

 

Presente

Veja, no blog do Ari Cunha, a cartilha elaborada pela Fiocruz e pelo Ministério da Saúde para ser distribuída pelo WhatsApp aos amigos, como presente virtual. Recebemos da leitora Ana Paula Cunha Machado.

 

Diplomada

Laice Miranda Machado comemora o bom desempenho obtido no curso “A Defesa Nacional e o Poder Legislativo”, promovido pela Escola Superior de Guerra.

 

Pauta

É hoje que o famoso chef Dudu Camargo vai participar da campanha “Nosso Natal 2020”, para crianças e adolescentes da Instituição Batuíra, localizada em Ceilândia Norte. A primeira-dama, Mayara Noronha Rocha, foi a catalisadora da ação que é coordenada pela Subchefia de Políticas Sociais e da Primeira Infância.

Imagem: sedes.df.gov

 

Ontem

Interpretando JK, o ator João Campos já comemora o episódio pronto e disponível das Histórias de Brasília nas plataformas digitais. Vamos conhecer o passado da nossa cidade. Veja no link Primeira radionovela sobre Brasília estreia nesta quinta (17/12).

Foto: Descompli.ca/Divulgação

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Por mais um mês ficará, ainda, interrompida a pista do Eixo Monumental do lado da Câmara. E que estão construindo o túnel que ligará ao novo anexo do Congresso. (Publicado em 20/01/1962)