VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil
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Pouco se sabe como trabalha ou que estratégias adota no momento o chamado Gabinete de Crise, criado pelo Executivo para coordenar os esforços no combate à pandemia do Covid-19. Faltam, nos meios de comunicação, referências a esse grupo de trabalho ou como executam tão ampla tarefa.
Por certo, a discrição e o sigilo devem compor parte dessa estratégia de trabalho. Tudo é possível nesse momento em que os direitos individuais parecem estar suspensos, soltos no ar. De qualquer maneira, não seria uma má ideia esse grupo extraordinário criar uma ponte permanente, em âmbito internacional, trocando e colhendo informações preciosas de experiências e avanços obtidos em outros países que passam pelo mesmo problema. É importante que os brasileiros recebam informações a respeito.
O que acontece agora, com a instalação sincronizada dessa crise em todo o planeta, vem provar a tese de que, mesmo as eleições que são ganhas com certa facilidade, sem muito dispêndio de recursos ou lábia, não significam uma governança tranquila e sem maiores sobressaltos. Exemplos desse fato são abundantes na história brasileira e parecem não ter ensinado nada aos políticos.
Nas próximas semanas, dois gráficos estatísticos poderão ilustrar e testar, com precisão matemática, a evolução de fenômenos distintos, mas que estarão umbilicalmente ligados pelo destino. A depender da orientação desses gráficos, o futuro político do presidente Bolsonaro estará selado de forma definitiva.
De fato, à medida em que a curva estatística apontar o crescimento no número de pessoas infectadas e de mortes, expondo as mazelas conhecidas do nosso sistema de saúde pública, noutro gráfico estarão indicadas automaticamente e em sentido contrário também o declínio na credibilidade do atual governo. Por isso, não há exagero em afirmar que o Covid-19 veio para testar, na prática, o governo de Bolsonaro. Não a sua saúde física, de atleta, mas a sua saúde política.
Depois do pronunciamento em cadeia nacional, o presidente expôs seu governo ao contágio de 220 milhões de brasileiros, expondo-o abertamente na fronteira entre o vírus e a economia do país. É nessa divisão de terrenos que estarão sendo jogados todo o futuro do bolsonarismo. Mesmo que ele não se importa para o que digam sobre ele. Há a impressão de que ainda não se deu conta que é preciso ser ele mesmo e Presidente da República. Pelo o que se tem visto até aqui, os adversários políticos não irão medir esforços, mesmo que tenham que passar por cima de possíveis cadáveres, para atingir o palanque mais próximo.
Com muito esforço, é possível que os panelaços que se anunciam e que, em grande parte, são induzidos por redes de televisão contrárias ao governo, podem, no desenrolar da crise, ganhar vida própria, empurrados pelo pânico ou pelo descontrole no combate à pandemia.
Falar em próximas eleições nesse momento é, além de sandice, desconhecer que 2022 chegou mais cedo. Com isso, é possível dizer que o atual conjunto de políticos está sendo avaliado nesse exato instante. A população enclausurada está de olhos postos nas autoridades, conferindo cada movimento. Quem sobreviverá?
A frase que foi pronunciada:
“A constante pressão do tempo não é o menor dos tormentos que envenenam a nossa existência. Ela mal nos permite tomar fôlego e logo nos persegue como um bedel munido de chicote. A perseguição cessa apenas para aquele que foi entregue ao tédio.”
Schopenhauer, filósofo alemão, 1851
Novidade
Buritizinho, Mangueiral, Paranoá Parque, Vale do Amanhecer e Ceilândia recebem um aporte para a construção de Unidades Básicas de Saúde que deverão estar prontas até 31 de dezembro deste ano.
Lado bom
Recebemos, de dona Terezinha Bleyer, uma postagem mostrando a banda da Polícia Militar fazendo uma serenata pelas ruas de Florianópolis. Emocionou a população. Veja a seguir.
Impressionante
Se no Paranoá não houver pico da doença lotando o hospital local, o presidente Bolsonaro estará certo. Crianças, idosos, todos andando pela rua despreocupadamente, lojas abertas, tudo absolutamente normal.
Do carro
Igrejas que já sabem que ser serviço essencial não abrem mão de proteger seus fiéis. Veja a seguir como estão sendo feitas as confissões na paróquia Nossa Senhora da Saúde, na Asa Norte.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
No IAPI tomou posse o Conselheiro Alves, da presidência do Instituto. É uma esperança para o Instituto que reune quase por 80 por cento da Previdência Social. Que seja mais amigo de Brasília, fugindo às normas do seu antecessor, que fez tudo para que a autarquia voltasse para o Rio. (Publicado em 04/01/1962)