Chibata já

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

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Charge do Quinho

Ninguém pode ignorar que, ao longo desses dois mil anos da história do Cristianismo, Fé e Política permaneceram praticamente irmanadas. Cristãos, fiéis aos ensinamentos contidos nos livros sagrados da Bíblia e, principalmente, atentos ao que dizia o próprio Cristo, sempre foram exortados a participarem das atividades sociais, interferindo não só nas organizações populares, como amparando os mais necessitados da comunidade, de acordo com os preceitos da caridade e do amor ao próximo.

De certo que, ao longo dessa extensa estrada de tempo, muitos conflitos surgiram de parte a parte, gerando consequências que conhecemos bem. Muitos líderes da Igreja, à semelhança do próprio Cristo, estiveram empenhados nas lutas contra as injustiças e contra a exploração dos mais poderosos. Muitos, por essa ousadia, pagaram com a própria vida. Outros viraram mártires por pregações contra o sistema, tanto no passado como na atualidade.

A Política, com “P” maiúsculo, aliada à verdadeira Fé, tem produzido seus bons frutos e esse fato é reconhecido como de grande importância para o pleno desenvolvimento humano. O reino de Deus na Terra é feito de Fé e de Ação Política. A salvação pelas obras, quando o cristão entrega sua força e vida em prol dos necessitados, é um exemplo de Ação Política movida pela Fé, é a chamada Fé na Política.

O atual Papa Francisco, chefe da igreja, reconhece e incentiva essas ações concretas em favor dos irmãos. Noutras igrejas, de credo cristão, os ensinamentos vão na mesma direção. Ninguém deve ficar alheio ao que ocorre em volta. Esse é o ensinamento maior. Mas tudo isso fica no terreno das boas ideias, quando a mistura entre Fé e Política passa a ser feita em proveito apenas das ideologias político-partidárias, servindo a grupos que usam a Fé para propósitos nada cristãos.

É quando a Fé passa a se constituir numa espécie de Política da Fé, com a utilização dos cristãos como massa de manobra. É quando também a Política rompe e destrói as pontes entre o Céu e a Terra. No Brasil, mesmo com raras exceções, a aliança entre a Fé dos cristãos e a política partidária tem sido feita em favor de políticos aproveitadores e oportunistas. Isso não quer dizer que também não existam falsos clérigos, que insistem em misturar as homilias com pregações de cunho político, na tentativa de levar seu rebanho de fiéis para os currais eleitorais que defendem.

A utilização e o assédio das diversas igrejas cristãs feitas pelos candidatos durante a campanha eleitoral deste ano, de tão descarada e despropositada, passou a ser reconhecida pela maioria dos fiéis como caricatas e sem crédito.

Os candidatos a tudo, surgem do nada, invadem as igrejas com seus séquitos, acompanham todo o ritual com mimetismos cômicos, fazem caras e bocas de devotos, olham de esguelha para os lados em busca de aprovações, lançam suas redes e saem dali como entraram: vazios de Fé e cheios de confiança de haver pescado mais alguns incautos.

A política, com “p” minúsculo, e a fé,com “f” de falsidade, dão-se bem por que almejam apenas vantagens materiais imediatas. Falsos pastores se aliam a políticos aldrabões, afinal, estão todos irmanados no propósito de rebaixar a Fé e a Política, fazendo-as ferramentas para seus desígnios.

Muitas igrejas, contudo, têm sido arrastadas por esse vendaval, transformando púlpitos em palanques e homens de batina e terno em vendedores de ilusões. Há, nessa polarização política, pouca razão e muita ambição. Aqueles que antes diziam que, pelas eleições, fariam pacto até com o diabo, hoje fazem cara de beatos. Terminadas as eleições, nos próximos quatro anos, os candidatos, que hoje desfilam nos templos de todo o país, irão sumir das igrejas como fumaça, mas deixarão atrás de si aquele cheiro desagradável de enxofre no ar.

Quanta falta daqueles dias em que o próprio Cristo usava da chibata para expulsar os vendilhões do templo.

 

A frase que foi pronunciada:

“O meu reino não é deste mundo.”

Jesus Cristo

Foto: reprodução do filme A Paixão de Cristo, de Mel Gibson

 

Intolerância

Merece um registro a postagem da aluna de 20 anos, Julia de Castro, estudante de História na UniRio, sobre a falta de democracia nas instituições de curso superior. Julia resume a situação que passa, semelhante a inúmeros alunos em várias universidades que não são um universo de ideias como deveriam ser. O vídeo está postado no Blog do Ari Cunha.

 

Impacto

Duas mulheres, uma em Samambaia e outra no Itapuã, caíram da maca de depilação. Uma delas teve um impacto no pescoço e não estava sentindo os membros. A ocorrência chamou a atenção pela coincidência, por terem sido no mesmo dia.

 

História de Brasília

O Conselho da Novacap na última reunião autorizou a doação de terrenos ao Minas Brasília Tênis Clube, Fluminense Football Club, Associação de Cultura Franco-Brasileira, Associação Recreativa e Cultura dos Trabalhadores de Brasília, Clube de Regatas Guará, Congregação das Filhas do Amor Divino, Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil e Grande Oriente do Brasil. (Publicada em 11.03.1962)

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