Pouco para nada

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

loyolaandnews.es

         Em termos gerais os brasileiros atendidos por abastecimento de água passou de 80,9% em 2007 para 83,3% em 2015. Com relação a coleta de esgoto essa variação foi 42% para 50,3%. Na avaliação de especialistas no assunto esse ritmo é ainda muito lento e, pior, nos países desenvolvidos, essa era uma discussão que preocupava as autoridades  no século 19 . Para esses entendidos no assunto a questão da baixa infraestrutura em saneamento básico gera prejuízos de grande monta em diversas outras pontas.

         Além de problemas de ordem social, a falta de saneamento traz problemas também para as áreas ambientais, para os sistemas financeiro e principalmente para a estrutura de saúde , já que essas deficiências representam um aumento significativo na proliferação de doenças variadas. Se em questões de saneamento básicos andamos as voltas com a baixa universalização desses serviços, em educação esses problemas não são diferentes.

           Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, OCDE, o Brasil é um dos países que menos gastam com alunos do ensino fundamental . Em compensação possui gastos com as universidades semelhantes a países do primeiro mundo.

         Estudo intitulado Um Olhar sobre a Educação, analisando 35 países mostrou que o Brasil gasta anualmente US$ 3,8 mil (R$ 11,7 mil) por aluno do primeiro ciclo do ensino fundamental ou menos da metade do que é gasto nos outros países  da OCDE que anda por volta de US$ 8,7 mil.

           Em recente matéria que escreveu para um jornal da capital, intitulado  “Afogamento e fuga de nossos cérebros” o senador pelo DF Cristovam Buarque que tem na educação sua principal bandeira política, levantou um problema ainda mais preocupante. Mesmo considerados baixos , em relação aos países desenvolvidos , os investimentos brasileiros ao longo de todas as etapas de ensino, que vão do básico à universidade e que consomem décadas de despesas e de esforços, acabam sendo perdidos na ponta final do processo, quando os poucos estudantes que chegam a concluir uma pós-graduação  e atingir o nível de conhecimento que os torna um pesquisador e cientista em sua área de estudo, pela precariedade variadas de condições , acabam por deixar o país em busca de melhores oportunidades no exterior.

          Essa fuga de cérebros, lembra o senador, equivale a perda de riquezas inestimáveis para o país, numa época em que a ciência, a tecnologia e a cultura representam o verdadeiro ouro do século XXI. Sem esses cientistas todo o processo de sua formação desses cérebros e os recursos escassos investidos na sua formação, e que fazem falta em outras pontas, é desperdiçado de forma grave para o Brasil, com as consequências que já conhecemos.

      Os brasileiros se revoltariam se tomassem conhecimento de que nossos governos estão omissos diante da destruição de parte de nossas minas, deixando que países estrangeiros levem uma parte de nossos minérios. Entretanto, nenhuma indignação é manifestada e nada é feito para impedir a fuga de cérebros” ,avalia o senador.

A frase que foi pronunciada:

“Sou otimista: se não consigo entrar por uma porta, tento outra porta. Ou então trato de construir uma entrada”.

Rabindranath Tagore, escritor indiano

Votos

Agradecemos aos leitores pelos votos de Boas Festas e por terem acompanhado e contribuído com a coluna por todo o ano. A todos desejamos um ano cheio de notícias mais agradáveis.

Vexame

Novamente tumulto em avião com a presença de políticos. Dessa vez a senador Gleice Hoffman foi alvo de protesto. Normalmente apenas uma pessoa assume os ataques. Dessa vez o avião aplaudiu o discurso.

Release

Os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe não conseguiram fazer o pagamento do 13º salário dentro do prazo para os servidores estaduais. Pela Consolidação das Leis do Trabalho o 13º pode ser pago em até duas parcelas, a primeira entre fevereiro e novembro e a segunda, até 20 de dezembro.

Pague-se

Completamente desnecessário o estrago feito na árvore da 314 norte em frente a barraquinha do chaveiro. Há multa para tudo, menos para quem acaba com dezenas de anos de vida de uma árvore.

Destruição

Outra coisa comum naquela quadra são os caminhões que atravessam pelas calçadas destruindo o que foi recentemente feito. Os moradores só assistem sem poder fazer nada.

Vigilância Sanitária

Em vários órgãos públicos, empresas e acreditem, em padarias e restaurantes, falta um tanque para lavar panos de chão. O pano é limpo na mesma pia onde é feita a comida, pizza ou onde todos lavam as mãos e escovam os dentes.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA 

Na W3, com o Eixo Monumental abriram uma vala anteontem. O serviço foi feito imediatamente. Fechada a vala, poucas horas depois veio outra turma, e abriu novo buraco na distância de oitenta centímetros do primeiro. (Publicado em 11.10.1961)

A Lombriga e o analfabetismo

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

http://4seminariopromessas.blogspot.com.br
Foto: 4seminariopromessas.blogspot.com.br

         Na visão mesquinha e imediatista de grande parte das nossas lideranças políticas,  os investimentos realizados em educação sempre possuíram o mesmo potencial de retorno em votos daqueles investidos em água e esgotos encanados. Por se constituírem em gastos em obras que quase ninguém enxerga de imediato, seus resultados, em termos eleitorais e de visibilidade do político sempre foram consideradas escassas. Por isso, acreditam, mais vale investir em obras vistosas, com enormes placas metálicas destacando o nome do benfeitor em letras garrafais, para que todos vejam e se lembrem desse realizador na hora de depositar o nome nas urnas.

         O que esses prestidigitadores políticos parecem não entender é que obras de infraestrutura em saneamento básico e investimentos pesados na preparação de professores e na construção de escolas dignas do nome, por seus efeitos deletérios, possuem o poder de fixar na memória e na gratidão dos cidadãos atendidos o nome desse gestor em letras de fogo, gravadas diretamente na alma, principalmente nos mais novos.

         A falta de água e esgoto tratados, possuem  sobre os contribuintes, os  mesmos efeitos malignos que o analfabetismo produz . Saúde e educação são os maiores bens que um Estado justo pode devolver aos seus cidadãos.  Pouca saúde e muita saúva, os males do brasileiro são, já dizia o escritor Monteiro Lobato, há quase cem anos. A barriga cheia de lombrigas e cabeça vazia de ideias e de sonhos, os males históricos de nossas crianças são como uma marca indelével de nosso subdesenvolvimento.

         Ao relegarem a um plano menor de saneamento básico e educação o que nossas autoridades conseguem de fato é resolver seus problemas do presente em termos eleitorais e adiar sine die o futuro de muitos e, por tabela, do próprio país. Dados recentes revelam o quão distante ainda estamos da universalização ao acesso a água e esgoto tratados e á uma educação básica de qualidade, requisitos fundamentais a cidadania e sem os quais todo o resto é inútil, inclusive a existência do próprio Estado.

         Dez anos após entrar em vigor no país , a Lei de Saneamento básico ainda não conseguiu debelar esse  problema de saúde primária. Em 2017, metade da população continua sem acesso a sistemas de esgotamento sanitário. Dados do Sistema Nacional de Informações dão  conta que em 2015 mais de 100 milhões de pessoas não possuíam sistema de coleta adequados de dejetos, sendo que parte significativa desses esgotos eram lançados diretamente nos rios. O mesmo aconteceu com relação ao abastecimento de água tratada que avançou pouco desde 2007 quando a Lei 11.445 entrou em vigor. De lá para cá o acesso a água de boa qualidade passou de 80,9% para 83,3% em 2015, uma evolução ainda pequena para uma questão  tão grande. O problema está presente tanto nas áreas periféricas das grandes cidades como em alguns municípios, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Na região Norte esta situação é ainda mais grave. Apenas 49% da população tem acesso a abastecimento de água de boa qualidade, sendo que com relação a coleta de esgoto esse número fica em míseros 7,4%. Entre o Amapá,  com índices de coleta de dejetos de  3,8% e de abastecimento de água tratada de 34%, e o Distrito Federal há um abismo difícil de ser explicado á um estrangeiro. Na capital esses índices são de 95,6% e 84,5% respectivamente.

A frase que foi pronunciada:

“Temos duas escolhas nesta vida: uma é aceitar as coisas como são; a outra é assumir a responsabilidade de mudá-las.”

Denis Waitley, escritor americano

Desconto

Na Califórnia o transporte solidário é estimulado. Ao passar pelo pedágio, o carro que tiver mais de duas pessoas o motorista não paga.

Por justiça

Para não lotar as cadeias os juízes norte americanos apelam cada vez mais para as penas alternativas. Uma delas atingiu duas crianças e a mãe. Uma das crianças cortou o cabelo da coleguinha. O caso foi parar no tribunal. A pena para a mãe da garota que gostaria de ser cabeleireira foi cortar o rabo de cavalo da menina ali mesmo, no tribunal. A mãe fez o que o juiz mandou e protocolou uma reclamação contra o juiz criativo. Assim funciona um país onde a justiça atende quem não dorme em berço esplêndido.

ONG

Muitos norte americanos contribuem com a ONG https://www.childfundbrasil.org.br . Crianças de todo o país são apresentadas a seus padrinhos que pagam uma quantia simbólica por mês. Cartinha vem cartinha vai muita transformação na vida desses pequenos, que com o contato com os padrinhos conseguem vislumbrar uma vida melhor.

Consume dor

Vivenciando os altos dos preços nos aeroportos do Brasil o deputado federal pelo Ceará Vaidon Oliveira elaborou uma proposta que impede o abuso de cobrança nos alimentos em aeroportos. Uma garrafinha dágua por R$6 ou 3 pães de queijo por R$20 é realmente um roubo.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Finalmente, não há nada que eu admire tanto quanto o trabalho das senhoras que se dedicam à caridade, e, em toda oportunidade, o meu desejo tem sido simplesmente o de ajudar. (Publicado em 11.10.1961)

Vamos parar onde estamos

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Fonte: thoth3126.com.br
Foto: thoth3126.com.br

         Ainda está por ser fechada a conta total dos prejuízos ao país decorrente dos longos treze anos de governos petistas. Muito se tem propalado sobre as tais distribuições de renda e a retirada de milhões de brasileiros da faixa de pobreza. Dados recentes tem desmentido essas versões. Segundo o IBGE um em cada quatro brasileiros vive em condições de pobreza extrema.

          Dado a crise econômica prolongada experimentada pela nação desde 2014, não será surpresa que ao final dessa década, o número de cidadãos vivendo com extrema dificuldade terá aumentado significativamente, tornando a chamada herança maldita um fato não só a não ser esquecido, mas a ser tomado como lição por todos aqueles que, de algum modo, acreditam que caminhos populistas representam atalhos fáceis para o desenvolvimento e a superação das desigualdades.

       Se fosse esse apenas um caso de desilusão política passageira, capaz de ser superada com algumas medidas corretivas , tudo seria resolvido de forma pacifica e sem maiores traumas. Ocorre que o montante de recursos da nação,  empregado de forma errada e criminosa em aventuras, que tinham como pano de fundo a construção extemporânea de um socialismo caboclo nos mesmos moldes como o que foi feito na Venezuela,  arruinou de tal forma  o país, que muitas gerações terão passado até que a economia volte a  normalidade e as condições que detinha ainda no inicio desse século.

     Não se conhece ainda o montante que resultou da  aliança entre a má administração e a corrupção institucionalizada. Na esteira do que foi praticado pelo país afora, somente no Rio Janeiro o PMDB local, um dos coadjuvantes privilegiados da era petista, teria desviado do estado mais de R$ 500 milhões, sob o comando direto de Sergio Cabral. Obviamente que em âmbito nacional ainda é cedo para se conhecer o valor real expropriado da  sociedade.

      A parte visível dessa razia pode ser conferida diretamente no caixa das estatais, arruinadas pela gestão companheira e sob o olhar providencialmente displicente dos diversos órgãos de fiscalização. Empresas como a Petrobras, Eletrobras e Correios, para ficar apenas nessas três, foram exauridas em seus recursos em tal voracidade, que muitas ainda não quebraram por completo, porque contam com o dinheiro inesgotável do contribuinte para socorre-las nesses casos.

         As pilhas montanhosas de dinheiro devolvidas por Operações policiais como a Lava Jato, representam apenas uma ínfima parte desse dinheiro que desapareceu numa ponta e ressurgiu no bolso de alguns sob as mais criativas formas. Favores, apartamentos dados e usados como cofres, malas de dinheiro em aviões, contas no exterior, joias, pedras preciosas, e por aí vai.

         Queira ou não esse foi um período para não se esquecer. Mais do que isso, esse foi um tempo para se retirar lições preciosas e que , no futuro, será de grande valia para prevenir episódios semelhantes e principalmente para ser transmitido aos mais jovens e a todos aqueles que acreditam que o caminho  reto na administração da coisa publica, não é necessariamente o mais fácil e prazeroso.

A frase que não foi pronunciada:

“A velha política só existe porque há eleitores que a endossam.”

Urna pensando.

Oeste 3

Observando o trato que governos de cidades importantes pelo mundo dão ao turismo fica mais difícil compreender a indiferença do GDF nos últimos 30 anos com a W3. Um lugar potencialmente atraente que poderia ficar fechado à noite com mesas e cadeiras nas calçadas, bares e restaurantes com tranquilidade dando as boas vindas aos visitantes e aos moradores.

Nada

Aliás é bom lembrar que mesmo um concurso para revitalizar aquela área nada adiantou.

Em nada

Apesar de todo o esforço que vem sendo feito pela equipe do atual governo, a população, já sabe de antemão, que de nada adianta começar a reforma da casa pelo telhado, principalmente quando se sabe que o terreno é pantanoso.

Sem reguladora

Quando Elici Bueno, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor disse que “o risco mais grave para o consumidor é de ficar sem acesso à internet fixa. Se as teles forem autorizadas a vender livremente o bem que hoje é do cidadão, milhões de lares ficarão desconectados e à mercê de preço e qualidade ditados e manipulados pela iniciativa privada.” O que se vê constantemente é  a venda de um pacote de internet longe da velocidade prometida, com constantes quedas e falhas no sistema. Somos tão resignados e até ingênuos que quando uma operadora inventa um aplicativo para controlar os sinais emitidos achamos o máximo.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Não somos a favor do caruncho nem dos ratos, mas não aceitamos, também, a hipótese de ver o alimento se estragar pela falta de utilização, principalmente, numa cidade onde há fome. (Publicado em 11.10.1961)

A educação e o rabo do cachorro

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ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido

Fonte: dgabc.com.br
Fonte: dgabc.com.br

Tal qual cachorro que em vão corre em círculos atrás do próprio rabo, prosseguimos às voltas com nosso destino, atados permanentemente ao subdesenvolvimento pelas cordas de um analfabetismo teimoso e longevo. Somente através de escolas públicas de qualidade poderemos aprender a desatar esse nó górdio secular que mantém não só Brasil , mas boa parte da América Latina na rabeira do mundo.

Instituto de Estatística da Unesco dá conta de que mais de 19 milhões de adolescentes que concluem o ensino fundamental, não conseguem ler e entender adequadamente um simples parágrafo, o que os incluem numa nova modalidade de analfabetismo.

No Brasil, de acordo com o Inep, apenas 30% dos alunos que terminam a 9ª série possuem aprendizado satisfatório em leitura e interpretação, muito menos que a média da própria América Latina que já é baixa. Problema como esse ganha contornos ainda mais preocupantes quando se percebe que as novas tecnologias. A intensificação do uso de computadores, tanto na automação e robotização das fábricas , como em outras áreas do trabalho cotidiano estão a exigir, cada vez mais, especializações que serão como barreira a todos aqueles jovens com pouca formação.

O analfabetismo é endêmico em todo o mundo subdesenvolvido e um traço comum a todos esses países. Em outra frente destaca-se o esforço da Unesco para que os jovens desses países tenham reconhecido seu direito à uma educação de qualidade.

Atualmente, avalia a Unesco, cidadãos de quase metade dos países do mundo são incapazes de levar seus governos à justiça se violado o direito à educação, embora todos os países tenham ratificado pelo menos um tratado de direitos humanos que garante algum aspecto do direito à educação. Este direito, embora garantido em tratados, por 82% das constituições nacionais do mundo, apenas 55% dos países permitem que seus cidadãos levem seus governos aos tribunais por violar o direito básico. Além de um novo analfabetismo que se anuncia com jovens incapazes de apreender corretamente um texto, o baixo nível de qualificação de nosso jovens é outra característica comum a estes estudantes.

É sabido que o conhecimento e domínio de uma outra língua, abre novas oportunidades de emprego e colocação no mercado de trabalho, sendo que para esses profissionais bilíngues existe, na teoria, a chance de ganhos extras de até 60% maiores do que aqueles que não falam outro idioma.

O futuro do país está numa educação de qualidade, embora se saiba que isoladamente ela não dará conta do recado. Há aspectos ainda a se resolver tais como justiça social e uma boa implementação de políticas públicas nas áreas de saúde, segurança, moradia, transportes e muitas outras. O problema é que para conhecer essas outras variáveis que nos mantém presos ao atraso é preciso antes entender todo o processo por trás. É aí que entra, de novo, a educação e o rabo do cachorro.

A frase que foi pronunciada:

A história é como um estilingue.Quanto mais fundo você puxa, mais fundo você alcança”.

Aloísio Magalhães

Curiosidade

O Departamento de Parques e Jardins informa sobre as espécies tombadas como Patrimônio Ecológico do DF. Copaíba, sucupira-branca, pequi, cagaita , buriti gomeira, pau-doce, aroeira, embiruçu , perobas, jacarandás e ipês nunca devem ser cortadas. Se o caso for de extrema necessidade haverá compensação ambiental. Pelo menos essa é a regra.

Evolução

Enfim, uma iniciativa inteligente. Valendo 30 créditos para o voluntário que se candidatar a participar do projeto de acolhimento dos calouros. Ponto para a primeira reitora da UnB Márcia Abrahão Moura.

Release

“Brasil, brasileiros. Por que somos assim?” Esse é o mais novo livro do senador Cristovam Buarque. Trata-se de uma coletânea de 16 textos de pensadores que respondem à pergunta título, motivados por profunda inquietação. No capítulo IV, Cristovam, explica “Como somos”, tentando desvendar as barreiras que nos impedem de avançar, “sem coesão no presente e sem rumo para o futuro”. Os textos do livro foram organizados por Cristovam junto com Francisco Almeida e Zander Navarro.

Sustentare

Os garis começam hoje uma caravana de caminhões de coleta da Sustentare Saneamento, enfeitados com decoração natalina. O comboio irá ao Instituto Social Dona Diva, em Arapoanga, para doar 50 cestas de alimentos e 80 brinquedos.  Os produtos serão entregues por garis vestidos de Papai Noel. Williani Carvalho organizou tudo com o maior carinho.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O fubá de milho e a farinha de trigo bichada que está guardada na obra da Catedral, não são da Legião Brasileira de Assistência e sim da “Cáritas”, da Arquidiocese de Brasília. (Publicado em 11.10.1961)

Troca-se violência por arte

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Desde 1960

colunadoaricunha@gmail.com;

com Circe Cunha  e Mamfil

Quando se fala em arte-educação no Brasil, o nome da carioca Ana Mae Barbosa brilha como uma estrela de primeira grandeza. Trata-se da mais importante referência no país para o ensino da arte nas escolas, disciplina, até alguns anos atrás, pouco conhecida e valorizada entre nós.

Nos anos 1970, teve seu pedido de bolsa para fazer mestrado em Connecticut nos EUA negado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), sob o argumento de que o Ministério daEducação não reconhecia a arte-educação como área de pesquisa. Para contornar o obstáculo, custeou os estudos dando aulas de cultura brasileira na prestigiosa Universidade de Yale, se transformando na única brasileira com doutorado em arte-educação no país, condição que fez dela a maior autoridade e a mais ferrenha defensora da disciplina no Brasil.

Autora de diversos livros sobre o assunto, ganhadora do Prêmio Jabuti na categoria Educação e Pedagogia, desenvolveu, a partir de 1987, a chamada Abordagem Triangular, o primeiro sistema educativo no ensino da arte que ainda hoje é referência nos programas em arte-educação no Brasil. Seu método enfoca o ensino das artes pelo tripé da contextualização histórica, pelo fazer artístico e pela apreciação da obra de arte. Ainda hoje, aos 81 anos de idade, Ana Mae continua a batalha pelo reconhecimento da importância da arte-educação no Brasil, sobretudo agora que se anuncia a retirada da disciplina de artes proposta pela reforma do ensino médio.

Para a educadora, a retirada dessa disciplina dos currículos escolares terá como consequência a formação de toda uma geração de brasileiros “facilmente manipulável”. O ensino das artes nas escolas é, na sua avaliação, importante para o ser humano. Por isso existe e acompanha a humanidade desde o tempo das cavernas. Além disso, está provado que o ensino das artes é transferível para o aprendizado de outras disciplinas, como ficou atestado em estudos realizados nos EUA nos anos 1990, quando se comprovou que os melhores alunos e as melhores notas eram dos estudantes que tiveram a oportunidade de estudar artes.

A partir desse estudo, os pesquisadores passaram a dar atenção ao ensino das artes como importante referência à transferência cognitiva e afetiva. Ficou provado que o desenvolvimento mental que o estudo das artes proporciona é aplicável ao modo como se aprendem as outras disciplinas. “Essas pesquisas, dizem, demonstraram que o estudo de desenho aumenta a qualidade de organização da escrita; raciocinar sobre arte desenvolve a capacidade de raciocinar sobre imagens científicas; a análise de imagens da arte propicia a capacidade de leitura mais sofisticada, interpretação de textos e inter-relacionamento de diferentes textos. Enfim, a instrução em artes visuais, como fator de desenvolvimento da prontidão para a leitura compreensiva, foi uma das conclusões das quatro pesquisas realizadas por James Catterrall, PhD em educação pela Stanford University.

No caso de disciplinas como teatro e interpretação, a transferência de cognição foi ainda maior. Para o pesquisador, nos alunos que tiveram a oportunidade de estudar teatro foram identificados maior compreensão da leitura oral de textos, maior compreensão do discurso oral em geral, aumento da interação entre pares, capacidade de escrever com eficiência e prolixidade, habilidades de resolução de conflitos, concentração de pensamento e habilidades para compreender as relações sociais. Também aparece a capacidade para compreender problemas complexos e emoções, além de estímulo ao engajamento.

Outro aspecto verificado com o ensino das artes é a redução da evasão escolar, elevação das aspirações educacionais dos alunos e o desenvolvimento de habilidades de pensamento de ordem superior. No caso do estudo da música, a transferência cognitiva ajuda no aprendizado da matemática, na percepção espacial e temporal. Não é por outra razão que muitos cientistas têm bom ouvido para música, sendo que grande parte deles toca um instrumento. Infelizmente as autoridades brasileiras ainda não avaliaram adequadamente a importância do ensino das artes em nossas escolas públicas, e o resultado é o que se vê hoje, inclusive com muitos professores sendo agredidos de forma brutal num país que parece caminhar para trás rumo ao mundo primitivo, de volta para as cavernas, só que, agora, sem pinturas rupestres.

 

A frase que não foi pronunciada

“Às vezes, a vida é colocada de cabeça para baixo para que possamos aprender a viver de cabeça para cima.”

Max Weber, sociólogo alemão

 

Antes do Fórum

» O Ministério das Cidades abriu inscrições até o dia 19 de janeiro para o curso presencial nacional sobre regulação e fiscalização dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. Com a coordenação de Frederico Araújo Turolla, os painéis tratarão dos títulos: O papel das agências reguladoras, a regulação econômica, a regulação da qualidade dos servidores, aplicação de penalidades e análise do impacto regulatório (AIR)

 

Solidariedade

» Apesar do excesso de estrangeirismo no nome, o evento é solidário. The Street Store DF arrecada doações para a primeira edição no Nordeste. Pontos de coleta espalhados por Brasília estão recebendo roupas, sapatos e brinquedos. Vai até o dia 21. A ONG promete levar as doações para as comunidades de Agrovila, Pavão e Cana Brava, no interior da Bahia. Duas mil pessoas serão beneficiadas com as doações. Outros pontos de coleta pela cidade entre os dias 11 e 30 de dezembro serão a SelfStok, as lojas Bio Mundo, Living Fit e a empresa Centro Peças.

 

História de Brasília

Sabe-se, agora, que não havia imposição do PSD de Goiás, mas sim a promessa do governo, o compromisso de “dar-lhe” a Prefeitura de Brasília. (Publicado em 10.10.1961)

O que dizem os búzios ?

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com Circe Cunha e Mamfil

Fonte: TSE

Todo o final de ano o ritual se repete: é feito um balanço geral das atividades, realizadas ou não, ao longo dos doze meses que passaram, para , no novo período que se anuncia, correções de rumo mais racionais sejam adotadas. Funciona assim com as pessoas, com as empresas e com o próprio Estado. Todos necessitam reavaliar metas e objetivos. No caso particular e no que diz respeito direto ao nosso país, muitas correções de rumo serão necessárias para que o Brasil e, principalmente os brasileiros reencontrem um modelo capaz de apaziguar a população em relação ao governo e mais precisamente com relação aos políticos e autoridades com assento nos mais importantes cargos do Estado.

Perdura ainda no ar uma antipatia visível que separam dirigentes de um lado e a nação de outro. Os seguidos escândalos envolvendo os mais altos escalões da República, com a condenação e prisão de alguns desses personagens, todos invariavelmente envolvidos em desvios de dinheiro público, criaram um tal ambiente de desconfiança e repúdio dos cidadãos contra as classes dirigentes, que será necessário muito trabalho de convencimento para reverter uma situação, que já chegou, inclusive, as vias de fato.

Políticos são caçados, ameaçados e xingados em aeroportos e outros lugares públicos, colocando em risco não só a integridade física desses também cidadãos, mas em níveis mais profundos, aumentando os riscos de um retrocesso no processo democrático, ainda em fase de consolidação. Fôssemos consultar os búzios para saber o que o futuro reserva para o país, em ano eleitoral, não seria difícil adivinhar a resposta: dias de incerteza e até de tumulto se aproximam, não sendo, de todo, surpreendente que aconteçam escaramuças aqui e ali por conta de descontentamentos, traições e ilusões resultantes do comportamento da classe dirigente.

Uma placa, em letras garrafais, exposta a algumas semanas em uma tesourinha no final da Asa Norte, resume o que anda pensando e desejando a população em relação ao governo. Diz a placa: “Governar é não roubar”. A frase parece sintetizar o desejo íntimo dos brasileiros com relação aos governantes. Por trás dessa mensagem estão mais de 200 milhões de brasileiros que sentem na pele os efeitos perversos de maus governos. Não no sentido político e ideológico, mas no plano ético.

A crise experimentada por todos deriva, não de desacertos econômicos ou políticos, mas tão somente do comportamento sem ética de muitos de nossos dirigentes, nos três Poderes. Chegamos a uma situação tão bizarra , que somos obrigados a aceitar o fato de termos um deputado dormindo a noite na cadeia, e dando expediente durante o dia na Câmara dos Deputados, recebendo além do seu salário normal , uma ajuda de custo para moradia. E olha que esse é apenas um exemplo menor.

A frase que foi pronunciada:

“Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada”.

Otto Von Bismarck, diplomata alemão.

Pirata

Quem reclama do transporte pirata é o governo. Mal sabe ele que sai do Paranoá um ônibus pirata com destino à Bahia abarrotado de passageiros e bagagem. É mais barato, mais rápido, mais garantido e com zero segurança.

Monitoramento

É bom a vigilância sanitária conferir os salões de beleza da cidade nesse tempo de festas. No Lago Norte , Family’s Hair é raro ver alguma manicure tirar o alicate do esterilizador. As escovas de cabelo também são um enigma. Como salão pode ser um resort para fungos e bactérias, as vistorias deveriam ser constantes.

Pró ativo

Está tudo bem explicadinho no YouTube da Anvisa sobre o que os clientes devem observar nos salões de beleza. Alice Alves, Coordenadora de Serviços de Interesse à Saúde, da Gerência-Geral de Serviços em Saúde dá as dicas. Agora, quando alguma coisa está errada é a Vigilância Sanitária a responsável pela visita de inspeção.

Imbatível

Maria Amélia

Maria Amélia é famosa em Brasília pelos doces que faz. Para o Natal já está preparando panetones de dar água na boca.

Passeio

De 9h às 23h com o custo de R$30 a R$35 para patinar no gelo e R$25 brinquedo da galinha pintadinha. No estacionamento do parque Ana Lídia. A garotada está se divertindo a valer.

Sem zelo

Até hoje uma fita plástica amarela é o que foi deixado no alambrado destruído por um carro que despencou da ponte da Barragem. A altura do lugar pede um guard rail, no mínimo para proteger os motoristas.

Datas

Fonte: Senado.gov.br

Senador Paulo Paim é de uma atividade que impressiona. Ele foi o relator da proposta apresentada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa que propicia uma data diferente para provas e concursos às pessoas que por razões religiosas não possam participar dos certames. “Ninguém será privado do acesso ao ensino ou a cargos, empregos e funções públicas por motivo de crença religiosa, salvo se se recusar a cumprir o procedimento previsto nesta lei”, disse o parlamentar.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA 

Atitude de liberdade, desassombrada e digna, a do sr. Venerando Freitas, telegrafando naqueles termos ao presidente da República. (Publicado em 10.10.1961)

  No lugar certo, no momento certo

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Eunício Oliveira vem conseguindo no Senado uma façanha, há muito tempo, não alcançada por outros dirigentes políticos: a unanimidade de apoio e de respeito não só dos demais senadores, mas de toda a classe política e de todos aqueles que o conhecem de perto. Em tempos conturbados, de acirramento dos ânimos, de maniqueísmos e de discórdias de toda ordem, em que a maioria dos políticos não é vista com bons olhos pela população em geral, esse cearense, de Larvas da Mangabeira no Cariri, chegou à Presidência do Senado de mansinho, sem estardalhaço, em meio a maior crise política da história recente do país. Avesso a confusões, Eunício, como se diz lá no Ceará, não é de “botar buneco”. Pelo contrário, é, justamente, pelo seu temperamento cordial e conciliador, com traços daquela diplomacia típica dos cearenses de boa cepa, que Eunício Oliveira tem angariado a aquiescência de seus pares, mesmo nos momentos mais difíceis durante as votações mais complicadas.

Ao fazer um balanço de sua gestão em 2017 à frente do Senado, Eunício Oliveira afirmou que, ao longo do ano, sempre buscou imprimir nos trabalhos a marca do diálogo, da participação coletiva e dos resultados. “Não me preocupa a quantidade, mas, sim, a qualidade do que fazemos. Mas é cabível o breve registro de que o número de matérias apreciadas em 2017 foi o maior de toda a década. Até ontem, o Plenário tinha votado 261 proposições, entre projetos de lei, medidas provisórias, projetos de resolução e propostas de emendas à Constituição, afirmou o senador, lembrando que esse foi o ano em que foram votadas matérias como as reformas trabalhistas e políticas, além de medidas como a que permitiu a continuidade dos saques das contas inativas do FGTS, entre outras de igual importância.

Eunício destacou o resultado de medidas administrativas tomadas durante sua gestão, que resultaram na devolução de R$ 203 milhões aos cofres públicos. Com relação aos outros poderes da República, o presidente do Senado lembrou que este foi um ano em que se empenhou para manter o saudável equilíbrio entre as instituições, de forma que o Senado Federal fosse respeitado e ouvido pela Presidência da República, pela Câmara dos Deputados, pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Ministério Público.

Lembrou ainda que, em 2017, não foram poucos os momentos com potencial de crise a explodir na relação entre os poderes, mas, em todos os momentos, o Senado soube tomar as decisões mais adequadas ao interesse público nacional. Com relação à economia de gastos do Senado da ordem de R$ 203 milhões, o presidente fez um apelo aos ministros do Planejamento e da Fazenda que utilizem esses recursos não para compor o superavit fiscal, mas como aporte extra para as áreas de segurança pública, saúde e educação.

Mesmo a oposição, que nesses anos de radicalização e de antagonismos tem se comportado de maneira mais irritadiça que o habitual, reconheceu que sob a liderança de Eunício Oliveira, os trabalhos da Casa têm se desenrolado de maneira mais amena possível. O senador Randolfe Rodrigues frisou as boas relações entre a Mesa e os demais senadores. “Eu tenho de fazer o testemunho também da relação franca e cordial que tenho mantido com V. Exª que tem, no meu sentir, separado o que é a relação cordial, franca com os colegas senadores da relação também franca e sincera que é necessário ter com as diferentes correntes políticas aqui desta Casa”, avaliou.

Para o senador Magno Malta, Eunício Oliveira tem um estilo próprio e direto e tem se mostrado uma pessoa de trato. “Se não pudermos relacionar todas as atitudes que envolvem as virtudes de V. Exª, essa atitude de economia e de devolver aos cofres públicos dinheiro para a saúde, a educação e a segurança pública certamente merece o aplauso que V. Exª recebeu nesta Casa, quando anunciou essa devolução, essa economia feita pelo seu instinto sensível à causa pública do Brasil”, ressaltou.

Para Lindbergh Farias, Eunício Oliveira tem sido um presidente cuja marca principal é a humildade e o reconhecimento dos erros. “A sua fala leva todos a fazer reflexões sobre sua conduta de humildade”, salientou o senador petista. Também a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) destacou a atitude do presidente da Casa em devolver à União parte dos recursos destinados ao Senado. “A atitude que V. Exª teve hoje, emblematicamente, para mim, brasileira, que tenho um olhar focado numa direção e é na direção daqueles que precisam mais de mim, aqueles que menos têm, aqueles que menos são ouvidos, aqueles cujas políticas demoradamente lhes chegam”.

No fim da sessão, o presidente Eunício confessou que estava com pressa naquele momento. “Eu não tenho mais tempo, senão, eu perco o voo e não recebo uma comenda que eu tenho de receber, honrosamente, como Homem do Ano no meu Estado.” Quem o conhece sabe que estava preocupado em chegar na hora para não deixar as pessoas esperando.

A frase que foi pronunciada

“Sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o lugar. Viver é muito perigoso…”

Guimarães Rosa

Coisa mais linda

» Eduardo Ravi é daqueles primos que nos ensinam a viver a vida da forma mais verdadeira que há. Quando o filhinho perguntou: “Papai, o papai-noel existe?” “Não, filho, ele é um personagem que os donos das lojas inventaram para vender mais brinquedos. O Natal de verdade é o aniversário daquele cara legal que eu te falei, Jesus”.

Rumos do país

» Nesta terça-feira, das 9h30 até as 14h, o Correio Braziliense recebe a comunidade de Brasília para o evento “Correio Debate”. Inscrições gratuitas e vagas limitadas.

A abertura será com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, terá a palavra às 10h30. Convidado especial, o ministro Henrique Meireles tratará da prospecção econômica para 2018. O presidente Temer encerrará o evento.

História de Brasília

O sr. Diogo Lordello de Mello será, na ONU, redator de um estudo sobre a administração municipal. É uma distinção para o Brasil, que está ameaçada pelo próprio governo, que está demorando muito a nomear o substituto do atual prefeito de Brasília. (Publicado em 10/10/1961)

  Pobre Mané Garrincha

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Agnelão, Arrudão, Filippelão ou qualquer outro nome, sugerido pelo povo, caberia bem melhor ao Estádio Nacional Mané Garrincha, construído, segundo apurou a Operação Panatenaico, unicamente para drenar propinas para esse e outros grupos de políticos que há décadas vem usando de posições privilegiadas e de mando no Distrito Federal para saquear os cofres públicos da capital. Relatório elaborado pela Polícia Federal, dentro das investigações em curso, revelou um superfaturamento de mais de R$ 600 milhões, apenas na construção da arena mais cara da famigerada Copa do Mundo de 2014. No torneio, a Seleção Brasileira levou uma goleada histórica e humilhante da Alemanha, o que, de certa forma, marcaria o prenúncio da hecatombe, que levaria de roldão boa parte do governo petista e de seus aliados. O uso chauvinista do futebol, como álibi para esconder todo o tipo de desastre interno de governos, havia dado certo em 1970, quando o Brasil ganhou o tricampeonato de futebol no México.

Naquela ocasião, o país vivia seu mais intenso momento de fechamento político e a repressão às oposições era cerrada e cruenta. Mas, ainda assim, o regime na ocasião chegou a faturar com a vitória espetacular obtida com a melhor seleção de jogadores de todos os tempos. Lula e sua turma armaram todo o circo para, mais uma vez, usar o futebol e a Seleção para desviar a atenção da população para o naufrágio da gestão petista que já se anunciava fortemente no horizonte. Para tanto, mandaram construir, em tempo recorde, grandiosos templos do futebol, inclusive em lugares sem times ou tradição no esporte. Brasília, infelizmente, foi um desses locais escolhidos para receber o circo da Fifa, com todos os seus cartolas arrogantes e que, hoje, se encontram ou banidos do futebol ou presos, e tendo que ajustar contas com a Justiça.

O que começou como uma grande tapeação, desde a escolha do país-sede daquele ano, só poderia acabar de forma ruim. O legado da Copa de 2014 que, em vão, tentamos apagar da memória, somente poderá ser definitivamente esquecido se, algum dia, por algum motivo, for demolido o famigerado Estádio Nacional, construído com o dinheiro suado de uma população carente em tudo e que sequer foi consultada para a necessidade de se erguer tamanho monumento ao desperdício. Por essa razão e por mil outras, não cabe usar em vão o nome de Mané Garrincha, o anjo das pernas tortas, que morreu pobre e esquecido, para batizar um estádio em que ele jamais pôs os pés e que, de certa forma, não dignifica o grande jogador. Ainda para piorar, a obra não tem nenhuma relação com a arrojada  arquitetura da cidade. Não bastassem esses motivos, o gigante de concreto só tem dado prejuízos seguidos aos cofres públicos. Pobre Mané Garrincha, nem depois de morto deixou de ser explorado por espertalhões de todo o tipo.

A frase que foi pronunciada

“Por causa da rosa, a erva daninha acaba sendo regada.”

Provérbio Árabe

Educação

» Muito interessante o portal institutonetclaroembratel.org.br, principalmente na aba educação. Pode ser de grande ajuda a grupos escolares, escolas municipais ou qualquer instituição educacional que queira desbravar novos horizontes didáticos. Estão disponíveis planos de aula, matérias e vídeos explicativos que amplificam a experiência educativa. Há também as abas de projetos e novidades que vale conhecer.

Boa notícia.

» A Escola de Música de Brasília abriu inscrições para vagas na sexta-feira. São oferecidos cursos de educação profissional em nível médio e de formação inicial e continuada. As inscrições podem ser feitas na página da Secretaria de Educação. Agora só falta o tradicional Curso Internacional de Verão.

Menos classes?

» Por falar em educação pública, estão acabando com o 9º ano na escola classe do Riacho Fundo. Vamos tentar contato com o professor Júlio para saber sobre essa história.

Vergonha

» As empresas que prestaram serviços ao GDF para recapear asfalto precisam ser multadas. Atravessar a Barragem do Paranoá à noite é a mesma coisa que uma roleta russa. Os donos do Lince, aparelho criado na UnB,podem ganhar um dinheirão usando o GPS

Honra ao mérito

» Por iniciativa do deputado Agaciel Maia, receberam o título de cidadãos honorários de Brasília o amigo Arthur Pereira de Castilho Neto e a professora Sara Walker. Uma curiosidade em relação à professora Sara. As turmas de inglês têm alunos há mais de 20 anos. É que a didática é parecida com a dos clubes do livro. Lendo e discutindo em inglês. Como ela é uma simpatia em pessoa, ninguém se importa com a conclusão do curso. O desenvolvimento é o que interessa.

História de Brasília

Um rol de roupas do Brasília Palace Hotel assinala 20 cruzeiros para a lavagem de um par de meias, e igual quantia para a lavagem de um lenço. (Publicado em 10/10/1961)

Brasil lidera a concentração de renda no planeta

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 15Não bastassem nossos gigantescos problemas econômicos, sociais e políticos que nos mantêm permanentemente atados ao subdesenvolvimento, chega agora a notícia de que segundo o Relatório Mundial de Desigualdade da World Inequality Lab, dando conta de que o Brasil lidera a concentração de renda em todo o planeta, com 30% da renda do país retida nas mãos de apenas 1% da população.

Segundo a pesquisa comandada pelo economista francês Thomas Piketty, autor do best seller O capital no século XXI, e por uma centena de estudiosos no assunto, o problema da desigualdade, não só no Brasil, mas no resto do mundo, é que essa tendência, por seus efeitos deletérios, acaba se transformando numa forte ameaça às democracias. De fato, a desigualdade econômica, apontada pelo maior e mais extenso banco de dados do mundo, é generalizada e tem evoluído, acentuadamente, desde a década de 1980, constituindo-se hoje num dos maiores desafios para futuro da humanidade.

A concentração de renda vem crescendo mais rapidamente em muitos continentes, mas, nas regiões subsaarianas e no Brasil, a desigualdade de renda, embora tenha permanecido estável, se encontra em níveis extremamente elevados. Contribuem para isso as políticas nacionais, tanto no combate quanto na manutenção, e aumento da desigualdade.

Em nosso caso particular, apesar de o estudo não mostrar com clareza, o fato é que a corrupção endêmica, praticada pelas classes dirigentes, ao longo do tempo, e a pouca transparência dos dados econômicos têm contribuído sobremaneira para a elevação das desigualdades, criando um Estado dentro do Estado. “A criação de um registro financeiro global para documentar propriedade de ativos financeiros seria um duro golpe para a evasão fiscal e a lavagem de dinheiro e aumentaria a eficácia da tributação progressiva, que é uma ferramenta essencial na redução da desigualdade econômica”, afirma o coordenador do relatório, Gabriel Zucman.

Para os estudiosos, é necessário, antes de qualquer medida, democratizar o acesso à educação e aos empregos bem remunerados, aumentando, ao mesmo tempo, os investimentos em saúde e proteção ambiental, entre outras medidas. O relatório mostra ainda que as políticas brasileiras que alardeavam o combate às desigualdades nos últimos 15 anos não tiveram o tão propalado êxito, se constituindo em uma falácia. Para esses estudiosos, o combate à desigualdade econômica pode contribuir também para o combate à pobreza, que é uma forma de desigualdade.

A frase que foi pronunciada

“Uma situação de desigualdade extrema pode levar a um descontentamento geral e até ameaçar os valores democráticos.”

Thomas Piketty, autor do Capital no século XXI

BCE

» Ao ler mais um post no Facebook, informando que a Biblioteca Central da UnB fecharia ontem e hoje, em função da greve, Arman Yeltay comentou: “Depois de tantas greves e paralisações, melhor avisar quando abre a biblioteca do que o contrário…”

Na era virtual

» Por falar em Facebook, há necessidade de algumas ações antes das eleições em 2018. A Federação da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação quer cumprir uma rotina sobre ações contra falsas postagens no período eleitoral. A instituição sugere que a Justiça brasileira cumpra o MLAT, um tratado internacional de cooperação de cumprimento legislativo. Se a Justiça quiser averiguar algum post suspeito, encaminha a solicitação para o Itamaraty e à Justiça norte-americana. O que precisa ser feito é frear os abusos e acelerar as respostas.

Presenteie

» Basta dar uma volta pelas asas Sul e Norte, pelos lagos Norte e  Sul e pelo Park Way para ver o tamanho dos apartamentos e casas muitas vezes com poucas pessoas. Dona Glorinha nunca foi uma mulher de posses materiais. Em compensação, riquezas, como a compaixão, o amor à vida e aos amigos que ajudam nas dificuldades não lhe faltam. Adriana Kortlandt registrou todos os detalhes da movimentada vida de Glorinha no livro A casa da vida. Uma boa dica de presente de Natal. Quem ler vai ter a alma tocada e o Lar da Criança Padre Cícero poderá alimentar e vestir a meninada sem preocupação..

Morris Cruz

» Anunciam que um projeto de lei leva o Brasil para o mercado internacional com a exportação de cigarros. Cigarro vicia e mata. Para que investir tanto tempo nisso? Empregos às custas de doenças provocadas pelo fumo? Não faz sentido. Não à toa que quem resiste à saúde tem marcas no nome: Philip Morris e Souza Cruz. Evoluam! Castanhas valem muito mais que cigarro no exterior.

Leilão

» Hoje é dia de dar uma olhadinha nos carros da Terracap que serão leiloados amanhã das 9h às 11h30 e das 14h às 17h, no Setor de Garagens e Oficinas e Comércio da Asa Norte (Sagocan), Lote 7, Taguatinga Norte. O leilão será amanhã, às 10h, no Edifício-sede da Terracap, localizado atrás do anexo do Palácio do Buriti.

História de Brasília

O único chapa branca que decidiu desobedecer às ordens do general Amaury Kruel foi o SPF 35-1827 SP, que foi visto de manhã no Iate Clube, enquanto seu ocupante desfrutava um banho de sol. (Publicado em 10/10/1961)

Novo Código de Edificações promete modernizar processos burocráticos

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com Circe Cunha  e Mamfil

 Caso venha a ser apreciado, votado e aprovado, ainda este ano, pela Câmara Legislativa, o Novo Código de Obras e Edificações (COE) do Distrito Federal servirá para orientar e dar nova dinâmica às novas construções em toda a capital a partir de janeiro de 2018. Trata-se de um documento fundamental, ao lado do PDOT, para disciplinar o desenvolvimento urbano, conferindo mais agilidade no licenciamento e fiscalização das novas construções.

No mesmo pacote, segue projeto que prevê a compensação urbanística para aqueles que desrespeitaram as normas de uso e ocupação do solo e que terão, em contrapartida, de pagar em dinheiro para ter a emissão do documento regularizando a situação, neste caso habite-se, licenciamento ou alvará. Esse critério não valerá para aqueles que invadiram áreas públicas. Neste caso particular esta coluna se posicionou contra a medida, por acreditar que ela se inscreve no chamado “jeitinho brasileiro” de fazer a coisa errada, esperando que em algum momento o erro venha a ser perdoado de alguma forma, caso típico das invasões e formação de grandes condomínios em terras públicas e que logo são regularizados pelo Poder Executivo com o aval, sob pressão, do Legislativo local.

Integram ainda o conjunto de medidas estratégias para o aumento da permeabilidade do terreno para lotes acima de 600m², de forma a garantir a recarga de aquíferos, evitando que as águas se percam em enxurradas e retendo parte para aumentar a permeabilidade do solo no interior do terreno. O novo documento substitui outro que completa agora 20 anos de existência e que, ao logo desse tempo, não foi capaz de corrigir inúmeros erros e falhas existentes entre os construtores e os diversos órgãos públicos que cuidam do assunto.

Pelo novo código, o governo promete, por meio de cinco princípios, corrigir antigos erros e falhas com base na desburocratização, na responsabilização técnica dos autores dos projetos sobre questões de edificações, cabendo ao Estado analisar apenas os parâmetros urbanísticos de acessibilidade universal.

Pelas novas normas, o governo espera ainda tornar o Código de Obras e Edificações em instrumento de política urbana. O ponto fraco da nova proposta é a criação de taxas, o que acaba por encarecer as construções, o que poderá estimular mais informalidade. Para o deputado distrital Chico Leite, o novo COE não trará maiores benefícios e não conseguirá impulsionar o desenvolvimento se não forem adotadas novas práticas de gestão.

Segundo o parlamentar, “no senso comum, aqueles que ingressam com um projeto para licenciamento de uma obra são submetidos a um verdadeiro calvário, que passa por análises sem fim, numerosas exigências, formalidades que permeiam os graus mais elevados da burocracia. Um procedimento injustificável, que sujeita a emissão de um simples alvará de construção a uma espera de meses, superando até um ano. Procedimentos burocráticos, como esse, têm feito com que muitas obras acabem concluídas antes mesmo do alvará de construção, que é o primeiro documento necessário para dar início às construções”.

A frase que foi pronunciada

“E é justamente por causa do jeitinho brasileiro queaco Brasil não tem jeito!”

Starktonny, do site Pensador.

Morreu na praia

» Tanto alarde sobre a pílula do câncer, novidade, votação, aprovação, autorização. Vencida a burocracia, a falta de matéria-prima impede o início de testes em humanos.

Ação

» Muitos projetos de inclusão no Ceará dão certo. Recentemente foram premiados pelo Itaú-Unicef os projetos Cordeletrando e Juventude Comunica Direitos. No Cordeletrando, o mote é rimar, educar e transformar. A educação chega pela literatura de cordel e, inevitavelmente, os alunos levam para casa as novas atitudes. Lúcia Andrade é a representante do conselho de Pais da escola pública José Augusto Sobrinho.

Mudanças

» Já o projeto Juventude Comunica Direitos semeia pelos campos os direitos e deveres dos trabalhadores. Flávia Cavalcante, que desenvolve o projeto na escola Carlos Ferreira Barbosa, em Trairi, vibra com a visibilidade do prêmio. O canal Futura é um grande parceiro dessas iniciativas.

Release

» Recebemos de Danielle Menezes, da agência Health, seis dicas para viajar com crianças em avião. Gerenciar o próprio medo é importante, porque os filhos copiam os comportamentos dos adultos, conversar com a criança como será o voo, como ela deve se comportar, mostrar a tecnologia acessível, chegar cedo no aeroporto é importante para que a criança possa ver os aviões e se inteirar mais com o ambiente da viagem, abraçar a criança é a melhor forma de transmitir segurança, especialmente os menores, levar alimentos apreciados pelas crianças é uma forma eficiente de diminuir a ansiedade. A agência Health trata do medo de voar. Garante que, em apenas 10 sessões, a coragem chega. Mais informações sobre o assunto com Leda. leda@agenciahealth.com.br.

Experiência

» Grande expectativa para o Fórum Mundial da Água, em Brasília. O público esperado é de 40 mil pessoas. Várias equipes do governo estão trabalhando no planejamento do encontro agendado para março do ano que vem. As atividades serão no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e no Mané Garrincha. Nenhum participante amargará o racionamento da cidade.

História de Brasília

Depende só disto, dr. Laranja Filho: colocar as duas famílias em dois apartamentos, demolir a casa, e o asfalto o dr. Vasco fará em poucas horas. (Publicado em 10/10/1961)