A Petrobras do DF

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil

 

 

Foto: wikimedia.org
Foto: wikimedia.org

          Com o anúncio, publicado no Diário Oficial do DF, na qual faz uma consulta pública para a cotação de preços, a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) revelou que está em busca de um empréstimo urgente de R$ 35 milhões para garantir liquidez financeira e com isso cobrir gastos com infraestrutura e ações judiciais pendentes com a construção do bairro Noroeste entre passivos.

         O que vem acontecendo com essa empresa não é novidade e já vem sendo anunciado pela imprensa desde 2014. A crise que se abateu sobre a Terracap, a ponto de quase levá-la a completa falência, decorre dos mesmos fatores que tem vitimado a maioria das empresas públicas por esse país afora: a utilização das estatais para fins políticos, o que pode ser traduzido por ingerência duvidosa de agentes políticos nos negócios dessas empresas, obrigando-as a financiarem negócios nebulosos e que, ao fim ao cabo, rendem lucros bilionários apenas para esses grupos .

         Observadas de um ponto vista geral, o que vem acontecendo com as finanças da Terracap, não é muito diferente do que aconteceu com a Petrobras. Submetida aos caprichos e a falta de ética de muitos políticos, essa empresa que já foi a maior financiadora de obras de infraestrutura do DF passa agora por uma crise sem precedentes, o que fez com que a arrecadação desabasse de R$ 1,6 bilhão para R$ 360 milhões.

         Deduzidos impostos e taxas o lucro líquido baixou de R$ 778 milhões para apenas R$ 19 milhões. Para alguns analistas a persistir com esse balanço negativo a empresa chegará a um ponto em que sua receita já não será suficiente para cobrir seus custos fixos e a empresa poderá ser fechada.

         Desde que se viu obrigada a investir R$ 1,5 bilhão na construção do estádio Mané Garrincha, a obra mais polêmica e desnecessária de toda a história da capital e que rendeu um prejuízo estimado hoje em R$ 1,36 bilhão, a Terracap nunca mais se equilibrou. Pelo contrário, entrou num redemoinho de dificuldades em suas finanças, de tal ordem, que mesmo as medidas adotadas, de afogadilho, para sanear seus rendimentos, ainda estão longe de trazer de volta dos bons anos de bonança.

         Para uma empresa que ainda é a maior proprietária de lotes do Distrito Federal, embora não se conheça até hoje a lista de imóveis sobre seu controle, fica até difícil explicar aos possíveis credores , como foi que ela entrou no vermelho. O fato é que , desde a emancipação política da capital, com a instalação de uma custosa, ineficiente e desnecessária máquina administrativa, os políticos locais , em diversas ocasiões, miraram os negócios da Terracap, principalmente quando se descobriu que o loteamento desordenado de terras públicas poderia render bons resultados para os diversos grupos que tinham trânsito livre entre o Palácio do Buriti e a Câmara Legislativa.

         Transformado em moeda de troca política, dentro da lógica que se estabeleceu de “um lote por um voto”, a Terracap virou joguete na mãos da elite política local. Deu no que deu.

A frase que foi pronunciada:

“Há três coisas que só se faz uma vez: nascer, morrer e votar no PT”.

Ex-senador Mão Santa

Perspectivas

Brasil e Japão assinam documento sobre cooperação em turismo. A emissão de visto eletrônico para cidadãos japoneses começou em 11 de janeiro, para promover o intercâmbio de turismo interativo no futuro. Em uma pesquisa no país do sol nascente “Brasil Turismo Ranking de popularidade Top 100

o lugar preferido entre os japoneses que já vieram ao Brasil foram as Cataratas do Iguaçu e em segundo lugar o Cristo  Redentor.

Deferidas

Sobre o número de pedidos de permanência de refugiados no Brasil, segundo a Acnur, a estatística de 2017 publicada mostra que 230 foram de sírios, 108 pessoas da República Democrática do Congo e 26 da Palestina. No total, só 40% dos pedidos foram aceitos.

Be a bá

É espantoso que o TCU precise investigar empréstimos feitos a estados e municípios. O mínimo da burocracia seria exigir como contrapartida o espelho dos gastos, já que o dinheiro recebido é público. Qualquer ilegalidade apresentada traria consequências. Mas o que o ocorre, é que dinheiro vai a rodo e ninguém precisa explicar como gastou. Basta acompanhar os escândalos da Caixa e BNDES.

Passado

Deputado Rodrigo Maia e outros políticos dizem querer que Lula participe das eleições como candidato. A história, inclusive de Brasília, mostra que a arrogância pode surpreender. Muita calma nessa hora!

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

         Os anais da Câmara registrarão, certamente, as palavras do sr. Benjamin Farah na Câmara dos Deputados, defendendo a volta da Capital para o Rio. Um dia, ele mesmo, envergonhado, verá quanto vale um homem ficar calado quando não sabe o que está dizendo.(Publicado em 13.10.1961)

O destino de Lula. Tempos de colheita.

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ARI CUNHA

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Foto: O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Givaldo Barbosa / Agência O Globo / 5-6-17/ oglobo.globo.com
Foto: O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – Givaldo Barbosa / Agência O Globo / 5-6-17/ oglobo.globo.com

        Medidas desesperadas atendem apenas os aflitos, diz o filósofo de Mondubim. Com o julgamento do ex-presidente Lula em segunda instância, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, começa a bater um desespero derradeiro na turma que o apoia, ante a possibilidade da candidatura de Lula vir a ser abatida pela mesma lei que sancionou, com pompas e circunstâncias, no final de seu mandato em 2010.

           Naquele ano, do alto de uma popularidade recorde Lula comemorava a sanção da Lei, dando a entender, em seus discursos, que se tratava de uma medida que, não fosse seu empenho pessoal, jamais teria chegado a bom termo. Naquela ocasião, o então relator do projeto na Câmara dos Deputados, José Eduardo Cardoso (PT-SP), orientado pela Casa Civil, também fazia transparecer para todos que o projeto era prioridade daquele governo, ensaiando inclusive, copiar a proposta, dentro do pacote político de reforma política proposto pelo Planalto e enviado ao Congresso.

       Eram outros tempos, portanto eram outras as vontades. Naquele contexto de 2010, Lula e o Partido dos Trabalhadores surfavam na onda de aprovação, havendo aqueles que chegavam a acreditar que a nova Lei. Criam que ela poderia servir bem aos propósitos do partido, afastando possíveis adversários das disputas políticas.

            Mas, para não correr riscos desnecessários, o Planalto manobrou, junto aos relatores, para que o projeto final fosse alterado. Dessa forma, incluíram na proposta de iniciativa popular, dispositivo que modificava o entendimento original, dando nova redação a Lei da Ficha Limpa, para, num futuro de incertezas qualquer, não viesse a prejudicar também seus próprios correligionários.

Charge: g1.globo.com
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           Decidiram então, incluir a possibilidade de o condenado só vir a se tornar ficha suja, depois de julgado em segunda instância por uma Corte colegiada e não mais em primeira como queriam os 1,6 milhão de brasileiros que assinaram a Lei. Mesmo assim, conhecedores das movimentações dos bastidores do Planalto e do Congresso e sob forte pressão, introduziram também uma brecha na Lei, permitindo que, por meio de liminar, as cortes superiores como Supremo Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal, o condenado em 2ª instância pudesse suspender os efeitos da LFL até decisão final. Com isso, deram novos rumos à uma lei popular e soberana, confeccionada justamente para livrar o Estado de maus políticos.

           Caso curioso desse presidente, é que, sua própria caneta acabou sendo utilizada, duas vezes para dar seu aval pessoal ao seu próprio destino. Primeiro, ao nomear para o STF Joaquim Barbosa, “o primeiro negro a ocupar aquele posto”, dizia Lula para todos e que, depois serviu no papel de inquisidor implacável dos chamados mensaleiros.

            Com a sanção da Lei da Ficha Limpa naquele distante 2010, Lula não poderia supor que estava, pela segunda vez, se antecipando e colocando a corda em volta do próprio pescoço.

             Portanto, caso venha a se tornar definitivamente inelegível, Lula, por qualquer ângulo que se olhe, terá sido o responsável por colher tudo o que plantou.

A frase que foi pronunciada:

“Prá cavalo comedor, cabresto curto.”

Barão de Itararé

Novidade

Recebemos de Nadine Ximenes da Telex Soluções Auditivas um release com novidades. Uma delas é que o modelo Oticon Opn pode ser conectado com mais de 280 tipos de serviços de internet que estejam em nuvem. Até um e-mail da companhia de viagens pode ser ouvido através do aparelho. Despertador e alertas notificando movimento nas redes sociais também são percebidos pelos usuários.

Limpeza a seco

É possível ver em vários pontos do DF a operação de limpeza de bocas de lobo. Trata-se de uma parceria entre a Secretaria das Cidades, a Subsecretaria do Sistema Penitenciário – DF (que disponibilizou 15 reeducandos), Novacap, Detran e Polícia Militar do DF. O objetivo da ação é a prevenção de alagamentos na região, em virtude das chuvas (que teimam em não chegar).

Lacustre

Elogios ao policiamento lacustre de Brasília. Com profissionais bem preparados, a Polícia Militar tem feito um ótimo trabalho de segurança, salvamento e vigilância no lago. Talvez falte endomarketing. Merece mais conhecimento dentro da própria corporação.

Importante

Informação da própria Agência Brasília esclarece que, o contribuinte que não concordar com o pagamento da Taxa de Iluminação Pública, tem até o dia 18 de fevereiro para recorrer.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Atitudes assim, é que fazem florescer no Congresso movimentos como os de alguns deputados, que estão querendo seis meses no Rio e outros seis meses em Brasília. Propostas ridículas que só servem para desmoralizar o Parlamento, que vem desfrutando de excelente reputação. (Publicado em 13.10.1961)

Governo amarelo, o mosquito e o voto

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ARI CUNHA

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Oswaldo Cruz. Caricatura: chumbogordo.com.br
Oswaldo Cruz. Caricatura: chumbogordo.com.br

       Febre amarela, uma doença que se acreditava controlada desde o início do século passado, retornou com força. Das conclusões que logo vêm à mente sobre esse flagelo, a primeira que surge é que em matéria de políticas públicas nas áreas de saúde persistimos as voltas com as mesmas carências encontradas na época de Oswaldo Cruz. Andamos em círculos, e o que é pior, cada vez mais enredados nas consequências de nosso subdesenvolvimento crônico.

          Na verdade, de Oswaldo Cruz para cá, nossa situação piorou muito. O aumento da população nem de longe foi acompanhado de medidas que assegurassem e protegessem, minimamente a saúde dos brasileiros. Nem dos brasileiros, muito menos de nossas cidades. Nossas principais metrópoles não se prepararam para o fenômeno rápido do êxodo rural das últimas décadas.

         O que temos hoje, com raras exceções, são capitais completamente ilhadas pela típica miséria sul americana, com cinturões de favelas ao redor, sem ruas, com esgoto correndo à céu aberto, com coleta e descarte precários de lixo, sem infraestrutura mínima e necessária.

          É nesse cenário caótico, muitas vezes esquecido pelo poder público, que vive a maioria da população de baixa renda do país e onde, obviamente, ocorre a maioria dos casos de doenças tropicais. O ambiente propício à proliferação de mosquitos e outros vetores de doenças é também onde a assistência à saúde é mais precária, quando não totalmente inexistente.

        Com tantos elementos negativos concorrendo para a disseminação de enfermidades, não chega a ser surpresa que uma doença do século passado tenha retornado com ímpeto, renascida das cinzas como uma fênix poderosa e assustadora.

           O ressurgimento da Febre Amarela serve também como alerta para o fato de que nossas universidades públicas formam poucos médicos sanitaristas, poucos infectologistas e outros especialistas em doenças tropicais. Mesmo o ministério da Saúde parece pouco envolvido para sanar essa escassez de profissionais em doenças dos trópicos.

        Desestruturados para o combate a essas epidemias, com falta de recursos e pessoal qualificado, a ocorrência dessas doenças sérias é quase uma certeza. Programas do tipo Saúde em Casa, que muito bem poderiam prevenir esse tipo de ocorrência, também foram descartados ou pouco incentivados.

Charge: josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br
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         O resultado é o que se vê agora, com multidões correndo desesperadas aos postos de saúde atrás da vacina, com os laboratórios incapazes de atender uma demando tão grande e urgente.

       A Febre amarela atesta a incapacidade do governo de se articular cada vez que um surto de doenças aparece sem aviso e demonstra, na prática que uma legião de mosquitos pode muito mais do que um governo inteiro.

       Pela seriedade do problema, era preciso, inclusive, a instalação de um gabinete de crise, envolvendo todos os ministérios, com chamadas e alertas feitos em cadeia nacional de rádio e televisão.

          Não obstante, o que se vê é o de sempre, com a movimentação rasteira veloz de políticos com vistas as próximas eleições. Isso é, se o mosquito da vez permitir que os eleitores compareçam as urnas.

A frase que foi pronunciada:

“Eu olhei mas não vi. Eu vi mas não enxerguei.”

Marco Túlio Cícero, romano, nascido em 106 a.C.

Muito bom

Reclamações sobre o valor dos estacionamentos em aeroportos, preço da alimentação entre outras, desaparecem quando se conhece o site da Infraero. Além de acompanhar os voos, a ouvidoria é acessível, acesso a informações sobre os aeroportos, consulta de voos, guia do passageiro com detalhes e todas as explicações possíveis.

Adolescentes

Sol Nascente e Ceilândia recebem organização criminosa OCI, “Os cão do inferno”. É a chance de cortar o mal pela raiz e evitar que a violência se alastre pelo DF. O desafio vai exigir da inteligência e tecnologia da Polícia Civil. Um policial contou que a cena mais chocante da vida profissional foi quando uma mãe viu o corpo inerte do filho viciado e assassino, suspirou e disse: “agora vou ter paz na minha vida”. Políticas públicas voltadas aos jovens poderiam evitar essa cena.

DPVAT

Boris Feldman, com milhares de visualizações na internet pergunta: O DPVAT ficou mais barato porque a Seguradora Líder é boazinha? O assunto ainda gera a curiosidade sobre uma única seguradora arrecadar e distribuir bilhões de reais. Ainda sobre o assunto, o seguro obrigatório não chegou com o IPVA. É preciso imprimir o boleto, separado no site do Detran.

Barragem

Por incrível que pareça, até hoje, a grade da Barragem do Paranoá está avariada com uma fitinha amarela impedindo que algum carro caia de dezenas de metros de altura. Um guard rail nessa ponte seria mais próprio para evitar novos acidentes.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Lamentável atitude do sr. Tancredo Neves, querendo criar um gabinete no Rio. O que o Primeiro-Ministro deveria fazer, seria acompanhar o esforço de diversas repartições para a transferência total para o Distrito Federal, dentre as quais está, agora, o Banco do Brasil. (Publicado em 13.10.1961)

A velha política

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ARI CUNHA

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Charge: jornalggn.com.br
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           Houvesse apenas uma bala de canhão a ser disparada, sem dúvida nenhuma, esse tiro deveria ser voltado contra a cartilha contendo os antigos métodos de fazer política. Este é o principal obstáculo que impede o país de adentrar definitivamente para a modernidade e cumprir, assim, seu objetivo maior que é dar garantia de vida mais digna a todos os brasileiros.

           Uma vez destruído o velho manual político, herdado e seguido à risca pela grande maioria das lideranças com assento no Congresso e no Executivo, muitas das mazelas que atormentam a vida do cidadão de bem, por séculos, deixariam de existir, fulminadas pelo disparo certeiro. É com base nas velhas práticas políticas que vamos, revivendo, ano após ano, eleição, após eleição, os mesmos aspectos de nosso subdesenvolvimento, numa jornada inútil que, a semelhança de um cachorro doido, corre desesperado atrás do rabo, sem jamais alcançá-lo. 2018, de acordo com o horóscopo chinês, será regido pelo Cão e pode ser literalmente um ano de cão, caso prevaleçam as mesmas condições que mantém o país no poço do atraso. Se quantidade denotasse qualidade, pelo número de partidos políticos que orbitam o Legislativo atualmente, seríamos exemplo de democracia para outras nações. Nesse quesito, servimos bem, e isso sim, como um modelo de pluripartidarismo que não deve ser seguido por ninguém, sob pena de impor ao cidadão o ônus de vir a sustentar uma superestrutura política composta por legendas que, em sua grande maioria, existem apenas como sigla de aluguel e para sorver recursos públicos a mancheia e que benefício nenhum presta à sociedade.

Charge: blogespadadedamocles.blogspot.com.br
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                 É na velha e encardida cartilha que estão preceituadas as regras para o loteamento das estatais e dos principais órgãos da administração pública. A indicação de pessoas desqualificadas para ocuparem cargos eminentemente técnicos, tem como estratégia, e isso já foi mais do que provado, favorecer o partido que apadrinhou a nomeação e dessa forma, abrir os cofres dessas empresas e órgãos públicos ao tráfico de influência dessas legendas. A cada quatro anos após as eleições recomeça tudo de novo, com a composição de novos membros do governo, novas nomeações, novos acordos políticos para a formação das bancadas de apoio ao Executivo, tudo feito dentro da velha regra da dança das cadeiras em que os personagens de sempre correm atrás de um assento que lhe garanta bons rendimentos.

      Demagogia, corrupção, fisiologia e patrimonialismo escancarados permanecem inalterados. Após a acomodação de todos, com cada um garantindo seu quinhão do Estado, tem início a corrida por emendas parlamentares e de bancadas, novos financiamentos para as próximas eleições, fundos partidários e outras verbas tiradas do bolso do cidadão, conforme orienta a velha cartilha política.

A frase que foi pronunciada:

“A cultura devora a estratégia no café da manhã”

Peter Drucker

Contraste

Supervisão do campus. Trabalho eficiente e ágil no Uniceub. Um pendrive esquecido na biblioteca foi recuperado graças às câmeras e à presteza da equipe. Já na Biblioteca da UnB ou na Sala de Estudos 24h, sabendo da falta de segurança, pessoas entram com o intuito de furtar. Dezenas de laptops são levados na Universidade de Brasília e nada é feito em favor da segurança dos estudantes.

Foto: bce.ultramidia.com.br
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Perigo

Correm mais perigo os pedestres que se aventuram a caminhar nas poucas calçadas entre as quadras QI e QL do Lago Norte. Sem redutor de velocidade para os carros, o perigo é constante.

Mobilidade zero

Um passeio em Taguatinga com carrinho de bebê é um malabarismo. Calçadas em diferentes níveis, buracos, carros estacionando. Um caos.

Leitor

A verba do questionável e não honesto fundo partidário foi dobrada de um ano para cá; saltou de mais de 800 milhões este ano para mais de 1,6 bilhões de reais ( ! ) em 2018.

Aeroporto

Se está escrito que é proibido estacionar, não estacione. A Polícia Militar avisa que as multas no aeroporto são perfeitamente corretas. Melhor usar o estacionamento para receber os viajantes. Pelo menos custa menos que os R$120 de multa.

Gesto

Muita gente gostaria de doar o cabelo mas não sabe o que fazer. A Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brasília recebe e confecciona a peruca que é feita por voluntárias e entregue às pacientes. O telefone para os interessados em doar é 3315-1278 e 3364-5467.

Foto: redefemininabrasilia.org.br
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HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O pior disto é que a retenção das faturas, para serem soltas depois de arrecadados os 2%, é feita sob a alegação de que o dinheiro é “para a caixinha do Serejo”. (Publicado em 13.10.1961)

É preciso mudar, com urgência, a cultura do lixo

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ARI CUNHA

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Charge: vendermeucelular.com.br
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            Grandes cidades, grandes problemas. Invariavelmente essa é a fórmula que resulta da concentração de grandes aglomerados humanos em uma determinada área. Para países em desenvolvimento, como é o nosso caso, esses problemas são agravados ainda pela falta de recursos, de administração adequada e de outros fatores que transformam essas adversidades em questões que podem resultar na inviabilização no funcionamento de nossas metrópoles.

               A questão referente a destinação do lixo urbano, por suas consequências para o meio ambiente e para a saúde da população, e mesmo pelo volume absurdo que tem se acumulado ao longo dos últimos anos, deixou de ser um problema apenas da esfera local e passou a se constituir numa questão de interesse global.

             O aumento da população, dentro de um sistema que tem no consumismo contínuo e crescente a mola propulsora das economias, a destinação dos resíduos decorrentes desse processo sem fim, tem impactados cidades ao redor do planeta e é considerado hoje um dos grandes dilemas das civilizações modernas. Especialistas no assunto garantem que, ou a humanidade encontra uma solução para esse problema ou está fadada a vir a ser literalmente soterrada pelos subprodutos que geram a cada segundo.

                 Se dividirmos a quantidade de resíduos recebida diariamente pelo lixão da Estrutural (7,2 mil toneladas), pelo número de habitantes (3 milhões), temos que em apenas um dia cada brasiliense produz a fantástica quantidade de 2,4 quilos de lixo ou 876 quilos por ano. Esse fato se explica, em parte, pelo elevado consumo e o alto poder aquisitivo da população local.

                   Com números dessa magnitude, as variáveis necessárias para a solução do problema terão que ser também gigantescas e abrangerem desde a reeducação e conscientização da população para o dilema, com a introdução da universalização da coleta seletiva de lixo e da formação de uma longa e refinada cadeia de reciclagem, até ao reaproveitamento, máximo, dos resíduos produzidos pelos brasilienses.

Charge: verdecapital.wordpress.com

                  É nas escolas de base que essa formação fundamental deve começar, ensinando aos alunos o quão urgente é Refletir sobre o tema, Reduzindo o consumo, Reutilizando os produtos e Reciclando a matéria-prima, de forma a Reintroduzi-la na cadeia de consumo, e com isso, Recuperar a capacidade da natureza de prover o ser humano de forma sustentável e perene.

                   Sabemos que essa não é uma tarefa fácil, mas dada a urgência e a grandeza do problema que ameaça a todos nós, indistintamente, é preciso dar início ao processo, envolvendo não só todo o governo, mas sobretudo toda a população, num esforço conjunto, porque a essa altura já se sabe, com certeza, que esse não é apenas um problema desse e de outros governos que virão, mas uma tarefa de longo prazo que deverá ser obrigatoriamente repassada de geração a geração.

Função

Estourou um cano no apartamento de um deputado é um deus nos acuda. Liga para o assessor, que liga para outros números tentando resolver o problema. Esse é um dos poucos momentos em que os deputados são tratados com burocracia. Na verdade, deveriam servir ao país recebendo o mesmo salário que recebiam antes da candidatura. Nesse caso viriam para Brasília para servir e não para se servir.

Release

Hoje é o encerramento do 153° encontro do Conselho Superior do Instituto de Arquitetos do Brasil – COSU. O encontro ocorre semestralmente e em diferentes cidades do país, sendo que cada evento é organizado pelo Departamento do Estado em que a cidade que o está sediando está inserida. O evento foi recepcionado pelo IAB-DF

Atual

Já entre 2003 e 2004 o amigo de Lula, frei Betto, sentiu o ambiente onde se metia como Assessor Especial do Presidente da República e coordenador da Mobilização Social do programa Fome Zero. Mosca Azul é o nome do livro onde ele coloca a democracia sob a lente de Hanna Arendt, Robert Michels, Platão e Aristóteles, Maquiavel e Montaigne, Marx e Max Weber. O PT conseguiu sua crise quando teve a tentação moral com o poder nas mãos.

Simples assim

Cirilo Vidal esteve em Brasília para defender os interesses dos produtores de Quixeramobim, no Ceará. Percebeu que não há quem os defenda em Brasília e apresentou a solução. Ele mesmo como deputado federal.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Funcionários das obras do IAPI reclamam contra atitudes do dr. Rodrigo, engenheiro chefe das obras do IAPI. Fazem referência ao desvio de funcionários para um sítio em Luziânia, e de chefe de obras português que prende as faturas dos fornecedores, até que lhes seja dada uma propina de dois por cento. (Publicado em 13.10.1961)

Vem pra Caixa

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ARI CUNHA

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           Fomos buscar uma palavra ou expressão que, de uma forma mais precisa e mais resumida, possa definir os nossos dias atuais. Sem dúvida alguma, essa palavra seria distopia. Ao contrário da utopia, que seria aquele lugar ideal, onde haveria completa felicidade, com os indivíduos vivendo livres e em harmonia, a distopia seria uma espécie de utopia negativa ou antiutopia, onde as pessoas passam a viver sob um regime que, embora em nosso caso, não possa ser classificado de totalitário, despreza a população, seus anseios e aflições. Não fosse o bastante ainda usa os recursos do Estado, tomados dos contribuintes, não para benefício e progresso da sociedade, mas, tão somente para o enriquecimento rápido e sem esforço da classe dirigente e política.

         Nesse Brasil distópico, onde o governo de fato é exercido pelas bancadas majoritárias com assento no Congresso, pelos dirigentes de partidos e por grandes empresários, todos invariavelmente com interesses e negócios no Estado, os brasileiros se viram como podem.

             No campeão mundial da desigualdade social e de renda, os brasileiros assistem, passivos, diferenças gritantes no atendimento de autoridades em hospitais de ponta, enquanto a maioria da população corre desesperada por atendimento em hospitais públicos sucateados e superlotados. Como psicopatas sem empatia, indiferentes e alheios à nação, nossas principais lideranças parecem prosseguir no mesmo tipo de comportamento que acabou por levar alguns dos seus membros para detrás das grades.

         Indiciamentos, processos, prisões e outras medidas extremas tomadas contra esses dirigentes parecem não provocar mais maiores constrangimentos ou medos. Insistem nas mesmas práticas, mesmo com o Ministério Público e a Polícia Federal no rastro das ilicitudes que não cessam. Inclusive por trás das grades.

            Não fosse agora o ultimato mandado ao governo pelo Ministério Público Federal (MPF) para que destituísse os vice-presidentes da Caixa Econômica Federal, a população nem tomaria conhecimento de que essa instituição, à exemplo de outras como a Petrobras, continuava sendo dilapidada.

         Para isso o MPF teve, inclusive, que ameaçar o governo, caso desconsiderasse a recomendação da justiça. “Esclarece-se desde já, que, caso não seja observada a recomendação, eventuais novos ilícitos cometidos pelos atuais vice-presidentes da Caixa Econômica Federal poderão gerar a responsabilização civil de Vossa Excelência, por culpa in eligendo (por ter escolhido a pessoa errada, em tradução livre)”, diz o ofício. Ou seja o próprio Presidente da República poderia ser alvo de ação de improbidade administrativa.

Charge: chavalzada.com
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            Espantosamente, o governo considerou o ofício apenas uma ameaça sem base jurídica. Pelo sim, pelo não, o governo mandou passar a bola para a presidência da Caixa. Com 12 vice-presidentes indicados por partidos, a Caixa tem sido usada a décadas para atender diretamente os pleitos dos partidos com objetivo de tráfico de influência em negócios envolvendo recursos do banco. A questão aqui é que interesses teriam os partidos MDB, PR, PRB e PP em indicar dirigentes para a Caixa? Para os procuradores há clara “existência de diversas figuras proeminentes na administração da CEF em casos investigados e/ou alvos de investigações, bem como a perene influência política sobre funções que deveriam ser essencialmente técnicas”. Não surpreende, pois, que essa instituição centenária passe atualmente por dificuldades financeiras, o que afetou, inclusive, sua participação no crédito imobiliário do país, sendo obrigada a adotar medidas como a redução para 50% o limite de financiamento de imóveis usados; encerramento da linha pró-cotista do FGTS; adoção de limites mensais na liberação do crédito imobiliário, além de ser a única instituição que não reduziu os juros neste ano diante dos cortes da taxa Selic, o que implicou em deixar de ser o banco com as menores taxas para o financiamento da casa própria.

           Situações como essas só encontram explicações quando se verifica que, entre outros vice-presidentes enrolados com a justiça, a Caixa teve em sua direção um tal Geddel Vieira Lima, atualmente cumprindo prisão em uma penitenciária. Vem pra Caixa!

A frase que foi pronunciada:

“Não ser descoberto numa mentira é o mesmo que dizer a verdade.”

Aristóteles Onassis

Férias      

“Pela Janela”, drama estreado no Cine Brasília, às 13h, até o dia 24/01.

Cartaz: ingresso.com
Cartaz: ingresso.com

Votar

Neste mês, o TRE-DF (sede e Cartórios Eleitorais) está funcionando entre 13h e 18h. No Na Hora funciona também pela manhã. Quem precisa atualizar a situação como eleitor, janeiro é o melhor mês.

Divulgação

Por falar em voto, começou a caça às propagandas eleitorais antecipadas. Ministérios Públicos de vários estados começam a observar outdoors, discursos em solenidades, Facebook e outras redes sociais. Até o dia 5 de março, o Tribunal Superior Eleitoral deixará claras todas as regras sobre o assunto.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Nenhum funcionário do IAPI que reside na Coréia, poderá ocupar qualquer dos apartamentos da SQ 305, construída pelo mesmo Instituto. É que o seu presidente abriu mão dos apartamentos, entregando-os ao GTB, e, enquanto isto, os funcionários que desejam melhores acomodações vão sendo preteridos. (Publicado em 13.10.1961)

Armando o circo

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ARI CUNHA

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          Tão antigo quanto a própria história da civilização é a utilização da população como massa de manobra. Partidos de todas as matizes ideológicos são vezeiros no uso das multidões cegas para fazer valer e dar corpo aos seus pontos de vista. Agem como fermento na massa, inflando e inflamando-a com o veneno de uma doutrina invariavelmente confeccionada, sob medida, para beneficiar e empoderar uma cúpula dirigente, transformada, pelo fanatismo, numa espécie de guia espiritual inatingível e, por conseguinte, inimputável.

             A turba, jogada de um lado para o outro, é usada, ora para fazer claque, ora para pressionar, amedrontar e constranger oponentes. Essa parece ter sido, até pouco tempo atrás, a situação do Partido dos Trabalhadores. Com a sequência de escândalos que se seguiram, parcela significativa, formada pela antiga militância espontânea e sincera, começou a bater em retirada, desiludida e incrédula dos rumos tomados pela legenda. Permaneceram na sigla apenas os radicais de costume e os grupos formados por mercenários, recrutados a peso de mortadela para as manifestações e para as arruaças.

             É com essa turma que o Partido marcha agora para o Rio Grande do Sul, para pressionar os juízes que irão julgar, em segunda instância, seu líder máximo. Cientes do esvaziamento do Partido, seus atuais dirigentes, num ato desesperado, tem, juntamente com os satélites que orbitam a legenda, apelado para o incitamento e o confronto direto.

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            A atual dirigente do partido chegou, inclusive, a afirmar com todas as letras que “para prender Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente”. O que muitos acreditam é que por detrás dessa fala irresponsável e de outras feitas no mesmo tom pelas redes sociais, é que no grande circo organizado pelo PT em Porto Alegre, em meio ao tumulto que promete promover, acabe aparecendo um cadáver no meio do picadeiro, o que na avaliação desses estrategistas, resultaria no aparecimento de um mártir, imolado no altar do partido. Um circo onde o público não é respeitado.

           A chamada espetacularização do julgamento de Lula, com convites feitos até para personalidades fora do país, é tudo o que a legenda deseja para transformar o julgamento por crimes comuns, em um julgamento político. O desdém pela Justiça aparece em cada movimento e pronunciamento de seus dirigentes. Neste caso, a cúpula já decidiu também que um dia após o julgamento, o PT irá lançar a candidatura oficial de Lula à Presidência da República, não importando que veredito seja proclamado pelos juízes da 2ª instância .

            Desacreditado por suas práticas, o PT parece rumar, cada vez mais, para os extremos, apelando e lançando seus poucos aliados para uma batalha que sabe, de antemão, perdida. Tivesse saído de cena e preparado o terreno para outras lideranças da legenda, ainda em 2005, logo após o escândalo do mensalão, Lula teria salvo o partido e quiçá sua biografia. Mas quis a vaidade, o personalismo desmedido e a falta de magnanimidade, própria apenas nos estadistas, que Lula insistisse em permanecer como única estrela, conforme o símbolo do partido, a representar a legenda, mesmo já se sabendo,naquela altura, que não possuía grandeza moral alguma para a tarefa.

A frase que foi pronunciada:

“Art. 147 – Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único – Somente se procede mediante representação.”

Código Penal

Mudança de cultura

Quando o cidadão liga para o serviço público a obrigação é resolver o problema e não emperrar as denúncias. Outra prática comum é delegar ao próprio cidadão a busca de informações em outros órgãos. Prática absurda. Mesmo com registro na ouvidoria do Lago Norte, encaminhado para a AGEFIS, um terreno na beira do lago,  QL 2 conj.8, com guindaste, madeiras, ferro e outros materiais de obras tem sido um inferno para os moradores ao arredor. Ratos enormes, escorpiões, pernilongos fazem a festa com o descaso das autoridades. Vejam as fotos no blog do Ari Cunha.

Foto: José Mendes
Foto: José Mendes

Surpreenda-se

No Diário de Pernambuco, Vandeck Santiago lembra que os eleitores são complacentes com as alianças mais estapafúrdias, citando o senador Eunício Oliveira. “Em política nunca se deve proferir as palavras irreparáveis, irretratáveis”, dizia Ulisses Guimarães sobre o assunto. Ulisses falava  do caso ocorrido com o senador de São Paulo, César Lacerda Vergueiro. Ele tinha sido um grande amigo do Adhemar de Barros, mas teve com este uma desavença séria. E passou a dizer horrores do Adhemar, até da vida pessoal. As pessoas iam aconselhá-lo, lembrando que um dia eles poderiam reconciliar-se e que aquilo ficaria mal. Ele respondia: “Nunca. Entre mim e o Adhemar está o túmulo da minha mãe”.

Alianças

Cesar Lacerda atribuía a morte da mãe, velhinha, às perseguições de Adhemar. Mas a política dá voltas: o Adhemar convida o César para ser seu secretário de Justiça, e ele aceita. “Como você vê, nas coisas da política, nem o túmulo da mãe é algo intransponível”, arremata Ulisses Guimarães.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A Asa Norte, com 64 blocos habitados e boa parte da Cidade Livre transferida conta com apenas uma escola, assim mesmo num barraco de madeira. (Publicado em 12.10.1961)

Pela trilha do século passado

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ARI CUNHA

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          Surpreendentemente em pleno início do terceiro milênio, andamos as voltas com questões a séculos resolvidas pela maioria dos países do Ocidente. A Febre Amarela é um exemplo desse atraso persistente que parece rondar preso ao nosso destino. Erradicada ainda no início do século passado pelo sanitarista Oswaldo Cruz, que com sua tropa composta de 5 mil voluntários conseguiu salvar a então capital do Brasil de um dos maiores flagelos de toda a história da cidade, a doença voltou com força total agora.

       Entre 1847 e 1907 a epidemia havia matado 60 mil pessoas no Rio de Janeiro ou 10% da população daquela época. Naquela ocasião, como hoje, a intensificação no combate a doença só ocorreu porque as notícias sobre a mortandade da população ganhou as manchetes do mundo e acabou gerando enormes prejuízos para a economia do Brasil, visto então pelos estrangeiros como um país perigoso e arriscado para fazer investimentos.

          De lá para cá o que se sabe é que a doença retornou com força total. São mais de 800 casos confirmados no ano passado, com 270 mortes. Apenas pelos dados oficiais que vão chegando do mês de janeiro desse ano, 2018 seguirá com o mesmo problema, turbinado pelo vai e vem de turistas, pelos novos vetores identificados, pela falta de vacinas, pelos desmatamentos, pela ainda carente área de infraestrutura básica e pelo aumento das favelas nas áreas periféricas da maioria das metrópoles atuais.

          Somado à essa epidemia há ainda outras doenças como Chikungunya, Zika e Dengue que atestam nosso atraso nas áreas de sanitarismo urbano. Enquanto a população faz de tudo para escapar das epidemias tropicais, o governo, instalado ainda em regime provisório, não se entende.

          O ministro da Saúde, um engenheiro de formação, anunciou que deixará o cargo para disputar a reeleição para a Câmara dos Deputados, isso em meio a maior onda epidêmica tropical de todos os tempos. A precariedade das áreas de saúde no país, é apenas a parte visível de um Brasil que reluta para não adentrar o século XXI.

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          Continuamos, por questões meramente ligadas a interesses do governo e dos partidos, que não decidem a questão, submetidos a maior carga tributária do planeta, complexa e onerosa, com uma excessiva e burocrática regulamentação do mercado de trabalho que impede a livre iniciativa. Tudo isso somado aos inúmeros escândalos de corrupção, que faz com que os recursos da nação se percam no descaminho da gigantesca e voraz máquina administrativa. Também a questão das rodovias, estradas de ferro, portos e armazéns sucateados nos remete ao atraso de nossa infraestrutura básica e faz com que andemos em círculos, décadas pós décadas, retornando sempre ao mesmo ponto. Os legítimos representantes da população que poderiam encaminhar soluções para esses problemas seculares, quando não estão envolvidos em batalhas fratricidas para garantir seu quinhão do Estado, são os primeiros a defender o status quo do atraso e assim dar algum sentido a seus mandatos.

          Com a persistência de uma política desse quilate, não surpreende que prossigamos ainda borrifando fumacê contra focos de mosquitos mais de cento e vinte anos depois.

A frase que foi pronunciada:

“O saber contra a ignorância, a saúde contra a doença, a vida a morte… Mil reflexos da Batalha Permanente em que todos estamos envolvidos.”

Osvaldo Cruz, médico, cientista, sanitarista, bacteriologista e epidemiologista brasileiro.

Matemática injusta

Na UnB, os estudantes vão penar para almoçar. Normalmente estudando pela manhã e a tarde, os alunos da UnB trabalham como estagiários. Vai ser difícil lidar com o novo orçamento que antes contava com R$ 2,50 por dia de almoço e pode passar para até R$13. A explicação de André Luiz Teixeira Reis, do decanato de Assuntos Comunitários é que com o corte das verbas repassadas para a universidade não será possível sustentar o valor da refeição. Dia 21 será a votação dos conselheiros sobre o assunto.

Foto: ru.unb.br
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Fora da régua

O Setor de Galpões a caminho do Paranoá pela parte Norte está sendo ampliado pouco a pouco. Eram apenas alguns galpões e agora já são duas ruas. Ninguém sabe o que se passa por ali. A Área é completamente inapropriada para esse tipo de construção.

Boa briga

Danilo Cabral, deputado federal pelo Ceará comanda a Frente Parlamentar em defesa da Chesf. Com a documentação preparada contra a Medida Provisória 814 está pronto para ingressar com uma ação popular. “Não há urgência para ser feito por MP. O tema é tão relevante que precisa de mais tempo de discussão no Congresso e com a sociedade”. Seu conterrâneo Eunício Oliveira parece concordar.

Outro lado

Ainda sobre o assunto, na página da Advocacia Geral da União, a AGU alerta que a liminar representa um risco para a ordem econômica, uma vez que o orçamento de 2018 prevê R$ 18,9 bilhões de receitas do setor elétrico, sendo R$ 12,2 bilhões relacionados às concessões de usinas da Eletrobrás – que dependem da privatização da empresa.

Entrevista

Proposta de privatização da Eletrobras vai para a Câmara antes do início do ano. A informação foi dada pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, em entrevista ao Jornal da CBN, nesta terça-feira.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os esgotos da Asa Norte continuam caindo no Lago, à altura do Iate Clube de Brasília. Embora tomando conhecimento, as autoridades sanitárias não estudaram nenhuma medida de defesa para a população. (Publicado em 12.10.1961) 

Navegar em ondas bravias

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ARI CUNHA

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Charge: movimentomunicipalista.wordpress.com
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          Por mais que os analistas afirmem que o poder das mídias sociais de influenciar as próximas eleições está superestimado, o fato é que a disseminação crescente desses veículos de comunicação provocará mudanças, principalmente com relação àquilo que o eleitor busca saber sobre seu candidato e sobre seus concorrentes.

             Com mais da metade da população do país conectada nas redes sociais, qualquer pesquisador político que queira minimizar os efeitos dessa nova ferramenta nas eleições de 2018, estará caminhando às cegas sobre terreno minado. São mais de 100 milhões de brasileiros ligados às redes, que chegam a passar até cinco horas, em média de olho nas telinhas.

             Para se ter uma ideia, apenas o aplicativo Whatsapp já é acessado por mais de 120 milhões de brasileiros todos os dias. Se tamanha aldeia virtual de comunicação não for capaz de influenciar nas eleições de 2018 é porque o mundo político, definitivamente não interessaria aos brasileiros, o que todos sabemos, não é verdade.

         Ocorre com esses novos veículos de comunicação o mesmo que se sucede com as televisões: notícias, verdadeiras ou não, sobre descaminhos e escândalos no mundo político possuem o mesmo poder de um rastilho de pólvora. A diferença é que o alcance das mídias eletrônicas, pelo volume de usuários on line é infinitamente maior, o que resulta numa massa gigantesca que passa a acompanhar, de perto, o desenrolar dos acontecimentos. Desse gigante de milhões de olhos e ouvidos, ninguém escapa.

               Se as eleições de John Kennedy, nos anos sessenta foi decidida graças a novidade da época, representada pela transmissão ao vivo dos debates, em rede de televisão, a eleição de Barack Obama foi possível graças ao forte incentivo das redes sociais. Questão maior do que o poder efetivo das novas mídias sociais, é saber até que ponto esse novo ferramental trará mudanças positivas para o país.

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              Populistas repaginados, dentro do novo figurino da internet poderão provocar um estrago sem precedentes ao Brasil. Da mesma forma, candidatos com aptidão para comunicação de massas, também poderão se sair bem, no mundo virtual, mas vir a se constituir numa praga na vida real. O problema aqui é que nas redes sociais, a mesma velocidade que conduz um indivíduo ao ápice, possui a inércia para lançá-lo de volta ao fundo do poço. Ocorre que, como no mundo real, uma vez jogado ao chão, dificilmente, em curto espaço de tempo, um candidato terá forças para reerguer-se.

            O perigo aqui é que a superexposição faça dele um prisioneiro das mídias, impedido, inclusive, de circular livremente pelas ruas do país e do mundo, como já vem acontecendo, gerando situações pra lá de constrangedoras. Incensado de início para logo em seguida ser queimado e tornado cinzas, isso é o que as novas mídias farão com muitos candidatos, principalmente com aqueles que tem pendências com o passado e se apresentam como solução para o futuro.

A frase que foi pronunciada:

“A invasão de um exército pode ser detida, mas não a invasão de ideias.”

Victor Hugo

Uma beleza

A rodovia GO-239 entre A Vila de São Jorge e Alto Paraiso em plena Chapada dos Veadeiros tem ótimo asfalto e belo traçado. Está sendo ampliada e já chegou a outras localidades.

Travessia

A proximidade do Parque Nacional criou um sistema inédito mais para hilário que para eficiente. Alguém inventou uma faixa de pedestres para a fauna! Não… você não leu errado é isso mesmo! Uma sequencia de minúsculos 12 quebra-molas exigem que o motorista reduza arriscada e bruscamente a velocidade para passar pela travessia da fauna.

Foto: goiasagora.go.gov.br
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Irracionais

Impuseram além do perigo, algo que não faz parte de nenhuma padronização internacional de trânsito e que em nada protege a fauna e ainda obriga os motoristas a manobras de frenagem rápidas e perigosas.

De fato

            Teria sido muito mais eficiente e útil se utilizassem os sonorizadores que serviriam para aumentar a atenção dos motoristas sem exigir freadas bruscas. Tomara que alguém lúcido determine a retirada desses quebra-molas de estrada que só servem para arriscar a vida dos racionais.

          Depois de vistoriar a GO-239 o governador Marcone Perillo declarou que esta rodovia é estratégica para o turismo e para a segurança dos moradores e turistas. Então os R$500 milhões investidos na obra valeram a pena. Falta só uma forma mais racional de alertar os motoristas sobre o perigo da travessia de animais silvestres.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Tomando conhecimento do que ocorria, o embaixador Briggs mandou descontar nos vencimentos dos faltosos, os dias em que os mesmos deixassem de comparecer às aulas. Alegam, agora, os funcionários, que em seus Estatutos não há nada que possa justificar essa medida. (Publicado em 12.10.1961)

A violência nossa de cada dia

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ARI CUNHA

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Foto: commons.wikimedia.org
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       Não é de hoje que a grande maioria dos brasilienses conhece os riscos de circular por inúmeras localidades da capital, a qualquer hora do dia ou da noite. Assaltos, roubos, furtos, assassinatos, espancamentos e outros tipos de violência vêm tomando conta da capital. Nem mesmo os lugares centrais da cidade, próximos às delegacias e a outros pontos de segurança, escapam da violência diária.

        Considerada, por sua localização central, o principal ponto de intersecção da cidade, por onde circulam centenas de milhares de pessoas a cada dia, a Rodoviária do Plano Piloto e sua grande área em volta são vistas por muitos brasilienses e pelas próprias autoridades de segurança como uma região sensível e de alta periculosidade pelo grande número de ocorrências.

       Somente pessoas que não conhecem a capital, como é o caso de turistas desavisados, ousam circular por essas regiões quando a noite cai. Ocorre que é justamente nesse local que está instalada a grande maioria dos hotéis da cidade. Quando não são feitos passeios em grupos a lugares predeterminados, os hotéis, normalmente, alertam seus hóspedes a ficarem em seus quartos e evitarem as ruas escuras.

         Para uma capital, vista pelo mundo como exemplo de modernidade urbana, tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade, uma situação vexatória como esta de reter turistas em hotéis, joga por terra os nossos conceitos de civilização e nos remete a situações que nos colocam como sociedade primitiva, em que as mais simples demonstrações de civilidade, como o respeito à integridade das pessoas, são desprezadas e negligenciadas.

       Para aqueles turistas que experimentaram pessoalmente o trauma da nossa violência cotidiana, fica não só a lembrança de momentos de sofrimento, mas, em muitos deles, a certeza de que por essas bandas jamais retornarão. Para as áreas ligadas ao turismo em particular, ficam os prejuízos. Para a imagem da cidade, em tempos de instantaneidade e disseminação das redes sociais, ficam os alertas daqueles turistas para que evitem visitar a capital.

      Embora se respeite os sentimentos daqueles que se dizem ofendidos pelas recomendações das autoridades estrangeiras para que os turistas evitem suas cidades, é preciso destacar que muitos desses moradores reconhecem, publicamente, até em manifestações corriqueiras contra o fim da violência, que esse é o principal e mais urgente problema da maioria de nossas cidades.

        Nada de prático advém também a nota de repúdio, emitida pelo GDF, contra o alerta do Departamento de Estado norte-americano, ainda mais quando alega, de forma generalizada, que crimes ocorrem em qualquer cidade do mundo e que a segurança em nossas regiões administrativas não pode ser comparada com outras localidades violentas tanto no Brasil quanto no exterior.

        Pelo que é noticiado diariamente na imprensa e pelas estatísticas anuais dos órgãos de segurança, a violência, em todas as suas formas, é nossa mais grave questão atual a requerer medidas a altura do problema. A criminalidade no Distrito Federal deixou de ser um problema, antes mais comuns nas áreas periféricas e carentes da capital. A violência migrou para o centro urbano, para as Superquadras do Plano Piloto e ocorre até nas imediações de palácios e outros pontos famosos.

     O abandono dos antigos Postos Comunitários de Segurança (PCS), construídos por meio de altos recursos tomados dos contribuintes, espalhados por toda a cidade e logo depois queimados e destruídos pelos marginais, falam mais alto do que os informes oficiais e atestam um problema que é crônico até para autoridades de outras nações distantes.

A frase que foi pronunciada

“A sociedade se divide em duas classes: os que têm mais refeições do que apetite e os que têm mais apetite do que refeições.”

Sébastien Roch Nicolas Chamfort, poeta, jornalista, humorista e moralista francês

 

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Eleitoral

Breve o TSE iniciará a exibição em cadeia nacional, durante cinco minutos, de campanha para incentivar a participação de mulheres e negros na política. Além disso terá a árdua tarefa de esclarecer aos cidadãos sobre o sistema eleitoral.

Release

A Câmara de Dirigentes Lojistas do DF acaba de divulgar o número de inadimplentes em dezembro de 2017: 906 mil pessoas (39,53% da população entre 18 e 94 anos), dado levantado pelo SPC Brasil. O número ainda é alto, mas a expectativa é de melhora econômica, apesar de lenta. No comércio, as dívidas em atraso no DF diminuíram 17,12%.

História de Brasília

O embaixador Moacyr Briggs, do Dasp, instituiu um curso interno de formação, para funcionários dos níveis 5 a 10. Como os funcionários não se interessassem pelo curso, começaram a faltar, e já quase não há mais frequentadores. (Publicado em 12/10/1961)