VISTO, LIDO E OUVIDO –     O que menos importa

Publicado em Íntegra

         Integrar a equipe de governo do atual presidente, principalmente no primeiro escalão, não é tarefa para amadores em política, pois exige do contemplado com cargo no ministério ou estatal de ponta, mais do que expertise nas artes da política. Para quem embarca nessa missão, é preciso deixar de lado, quaisquer traços de amor-próprio ou autoestima. Só há lugar no palco e perante os holofotes para um único indivíduo, o chefe do Executivo.

         Estar ministro ou presidente de alguma estatal ou órgão público relevante, não faz desse ocupante um plenipotenciário em seu posto e muito menos garante sua permanência por muito tempo. Por detrás de toda essa instabilidade nos cargos, estão, além da astúcia política do atual presidente da República, a insatisfação e ganância das muitas legendas atraídas para dar apoio as propostas de interesse do governo.

         Também nesse quesito fica entendido que o presidente cumpre sua parte nesses acordos com os partidos ao nomear o elemento indicado pela legenda. Mas isso não quer dizer que o agraciado terá vida longa no governo. Com isso, um posto no comando de um ministério ou outra instituição pública pode ser ocupado, ao longo dos quatro anos, por vários indicados, numa rotatividade que é sempre acionada quando o apoio nas votações de interesse do governo é demandado.

         Quando uma equipe de governo é composta, majoritariamente com base critérios políticos, dentro da lógica do “toma lá dá cá”, ou seja, baseada no lastro político, estar ministro ou presidente de algum órgão é bem diferente de ser ministro ou presidente de alguma coisa. Nada é, tudo está enquanto for de interesse do governo e daquele núcleo duro que o rodeia.

         Note que entre esse núcleo duro pode estar também um out sider como a primeira dama. Nesse quesito, pode-se afirmar que o candidato que não cair nas graças da primeira dama, já pode se considerar ou na corda bamba ou fora de questão. É a vida como ela é hoje. Talvez a proximidade geográfica entre os Palácios da Alvorada e do Planalto expliquem esse fenômeno. O que houve agora com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, com o presidente Lula trazendo para o comando do IBGE, um aliado político importante, aconteceu sem sequer consultá-la. Essa medida, mostra o nível de relacionamento entre o chefe do Executivo e sua equipe.

         Situações como essa ocorrem a todo o momento. Acontece que nesse caso específico o nomeado, Márcio Pochmann, oriundo da ala radical do PT, é figura polêmica e já teve passagem tumultuada no Ipea. Por certo não seria a escolha de Tebet e não será surpresa caso venha a provocar conflitos internos no IBGE e com a ministra do Planejamento. É o tal do presente de Grego, que a ministra terá que engolir. Todo esse imbróglio é o preço a ser pago pelas alianças políticas e pela falta de um programa de governo coerente e pré elaborado.

          Governa-se ao sabor da música, tocada pela desafinada ala política. São lições do passado que não foram aprendidas. Tivesse composto sua equipe com base em critérios técnicos, como deveria ser lei, nada dessa dança infinda das cadeiras ocorreria. As reformas ministeriais cíclicas explicam, em parte esse, refazer constante, onde o menos importante é o escolhido para as vagas. Nesse caso temos a contradição que explica que o mais importante é o que menos importa.

A frase que foi pronunciada:

 “A democracia e o socialismo não têm nada em comum, exceto uma palavra: igualdade. Mas observe a diferença: enquanto a democracia busca a igualdade na liberdade, o socialismo busca a igualdade na moderação e na servidão.”

Alexis de Tocqueville

Cultura

O Museu das Mulheres convida para a abertura da Mostra Trajetórias Femininas: primeira geração de artistas plásticas de Brasília com curadoria de Sissa Aneleh (Diretora do museu). Na Caixa Cultural de Brasília, no dia 01 de agosto, a partir de 19h.

Habitual

Um dos problemas os bairros de classe média alta é que em muitos endereços, principalmente naqueles lotes que margeiam as rodovias, a falta de uma legislação mais impositiva, permitiu que ao longo do tempo as áreas privadas avançassem sobre as áreas públicas, estrangulando as calçadas, que ainda são bloqueadas pela colocação de inúmeros postes de energia elétrica. Não há acessibilidade adequada nesses dois bairros, obrigando idosos e cadeirantes a ficarem presos dentro de casa ou a transitarem em meio aos carros.

História de Brasília

A hidrelétrica de Paranoá estará pronta a 21 de abril. Mas não esperem por um funcionamento imediato. Haverá o tempo necessário para testes, o mesmo acontecendo com a termelétrica, que funcionará plenamente em maio. (Publicada em 22.03.1962)

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