VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Existe, de fato, um vasto campo estrategicamente minado, separando os cidadãos e eleitores e os candidatos, sobretudo aqueles que aparecem no topo das pesquisas. À semelhança do que ocorria nas antigas brincadeiras de criança, chamada de “cabra-cega”, os eleitores entram nesse processo de campanha, sem enxergar ou ouvir o que ocorre diante deles. Não apenas não existe ainda terceira via para contrapor o que se vê nesses extremos, como também não existe, por parte dos candidatos, desejo algum em externar o principal elemento de toda e qualquer campanha eleitoral, que são os programas de governo.
Há um vazio ensurdecedor de propostas e projetos para o enfrentamento dos reais problemas da nação, que são muitos e complexos. Não bastasse esse deserto de ideias e de candidatos, realmente devotados às causas públicas, por meio de currículos e ações, aqueles cidadãos que conseguirem vencer esse terreno cheio de armadilhas, chegando vivos e salvos até a cabine das urnas, terão ainda que enfrentar e superar uma montanha de obstáculos que vão sendo postos ao longo do tortuoso caminho.
A imprensa, visivelmente partidarizada, e que, em tese, poderia contribuir muito para a informação dos eleitores, tornando-os mais esclarecidos e cautelosos, parece ter escolhido o caminho mais fácil ao se aliar a um e a outro lado, mesmo que um desses candidatos acene, com vigor, seu intuito de regular a mídia, tornando-a mais dócil do que já é.
No meio desse verdadeiro banzé, os candidatos mais cotados ainda se dão ao desplante de anunciar, publicamente, que não irão aos debates públicos. O tão zeloso e ao mesmo tempo desútil Código Eleitoral não obriga que os candidatos se submetam aos debates, o que, de certa forma, ajuda a esconder, dos leitores, aqueles postulantes ao mais alto cargo da República, que não serviriam nem para porteiro de hospício.
O pior, se é que isso ainda é possível, no caso das próximas eleições, é que os ataques, vis a vis, ao esconder a fragilidade dos candidatos, ainda reforçam, de forma vil, o extremismo e as lutas fratricidas. A imagem é perfeita: enquanto os urubus distraídos brigam ferozmente pela carniça, a onça e a raposa, que a tudo, ardilosamente, espreitam, cuidam de comer a todos. O lançamento e a imposição de um candidato, com a ficha mais suja que o banheiro da rodoviária, pela mais alta Corte do país, ajudou a conflagrar, ainda mais, um pleito que já não era de todo pacífico e ordeiro. Somam-se ainda, a esse campo minado, o fato dessa mesma Corte ter elevado, ao altar de adoração, as tão discutíveis urnas eletrônicas, tornando esse mecanismo asséptico, um item inatacável, dentro de regras absolutamente dogmáticas.
Com tudo isso, teremos o que nos prepara para ser a mais surreal de todas as campanhas políticas experienciadas na história do Brasil. Os eleitores, colocados como protagonistas de segunda categoria, em todo esse processo, têm duas opções pela frente: ou seguem como gado ordeiro rumo ao abatedouro, ou viram as costas para essas eleições, o que, nos dois casos, não resolveria nosso atual problema, que se resume em retirar a venda que cobre os olhos, saindo ilesos desse jogo perigoso.
A frase que foi pronunciada:
“Uma mente livre nunca conclui. Uma mente cheia de conclusões é uma mente morta, não é uma mente viva. Uma mente viva é uma mente livre, aprendendo, nunca concluindo.”
Krishnamurti
Literalmente
Na história de Brasília, publicada em 1962, Ari Cunha, o criador desta coluna, escrevia exatamente o que acontece hoje em dia com a Água Mineral, criada em novembro de 1961. As piscinas, volta e meia, passam tanto tempo em manutenção que parece um clube fechado.
Seres humanos
Não querem publicidade porque as duas vêm de países em guerra. Anna e Martina se conheceram no Telegram. Uma russa e a outra ucraniana. Enquanto uma guerra insana acontece, com o mundo de braços cruzados, Brasília passa a ser o cenário de que a paz é possível.
Áudio livro
Pessoas saudáveis, ou as que não enxergam, idosos, apreciadores da rádionovela, falantes da língua portuguesa ou estrangeiros que queiram aprender mais sobre o nosso idioma têm agora a oportunidade de ouvir uma história intrigante. Ana e Djalmir Bessa, o autor, gravaram, no Youtube, capítulo por capítulo do livro Coité. As cenas acontecem durante a seca que assolou o nordeste da Bahia no final do séc. XIX. Veja como acessar, a seguir.
Adhocracia vs Burocracia
Enquanto o RH da Câmara dos Deputados, de forma adhocrática, disponibiliza, pela Internet, meios para o funcionário solicitar e receber online a declaração por tempo de serviço, o procedimento no GDF começa com um requerimento com entrada no protocolo, análise, pesquisa no dossiê e até 15 dias para resposta. Bem burocrático!
Escola de Música
Escola de Música para a meninada. As matrículas estão abertas e os cursos de diversos instrumentos, inclusive a voz, são gratuitos.
História de Brasília
O Country Club é o club mais fechado de Brasília. Está fechado até para os sócios, atualmente. (Publicada em 01.03.1962)