Autor: Circe Cunha
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Volta e meia, o fantasma da Lei Complementar de Uso e Ocupação do Solo (Luos) sai do Palácio do Buriti e volta a assombrar a população do Distrito Federal. As audiências públicas que se sucedem desde o ano passado, visando a alterações nos gabaritos e na destinação de espaços, deixam mais dúvidas do que certezas.
Nos lagos Sul e Norte e no Park Way, os moradores vêm se mobilizando para impedir que as áreas, antes destinadas exclusivamente a residências, se transformem, em pouco tempo, em áreas mistas, onde seria permitido o funcionamento de estabelecimentos comerciais e industriais.
Quem ainda não vislumbrou direito como seriam essas localidades, caso a lei venha a ser aprovada conforme desejam os empreiteiros, basta visitar o bairro de Águas Claras e ver, in loco, o que foi cometido naquela localidade. Lá, construíram-se torres residenciais altíssimas, instalando os comércios sob os edifícios. Não bastasse esse descalabro, somente depois de o bairro ser concluído, perceberam que não haviam planejado calçadas adequadas para pedestres nem ruas suficientes para desafogar o trânsito. O resultado é que, nas horas de pico, o bairro empaca.
Onde a especulação imobiliária fala mais alto do que o planejamento urbano, o resultado é um desastre para muitas gerações. Para a maioria dos moradores dos Lagos Sul e Norte e do Park Way, a Luos para aquelas localidades contribuirá para acelerar a destruição da qualidade de vida dos bairros, transformando-os de uma área, até então bucólica, em mais uma zona populosa e caótica. Chamamos a atenção para a cerca arrebentada na entrada do Lago Norte à esquerda. A área verde ali preservada certamente está na mira de construtoras.
Há tempos, esta coluna vem defendendo que se retire da Câmara Legislativa a possibilidade de alterar, por qualquer motivo, o uso e a ocupação do solo em todo o DF, por uma razão simples: eles não entendem e desprezam a ciência urbana e legislam, nesses assuntos, apenas de olho nas vantagens financeiras que advirão.
Basta lembrarmos os escândalos protagonizados por pelo Legislativo local nos episódios que alteraram a destinação de alguns lotes residenciais para áreas nas quais poderiam ser construídos postos de combustíveis. Do dia para a noite, os lotes passaram a valer fortunas para alguns e prejuízos para muitos. Brasília conquistou, há pouco, o título de cidade com a melhor qualidade de vida do Brasil, graças à determinação de muitos moradores, principalmente àqueles que para cá vieram nos tempos difíceis da construção da nova capital. O que os políticos e os empreiteiros não entendem é que essa qualidade de vida foi conquistada, ao longo de anos, com muito esforço, e não tem dinheiro no mundo que pague.
A frase que foi pronunciada
“Até os homens inteligentes confessam mais facilmente os seus erros e pecados que a sua pobreza, por mais inocente que esta seja.”
Fanny Lewald
Inteligência
» Depois de tantos sofrimentos, mortes e brincadeiras de mau gosto, os calouros são realmente bem-vindos às universidades de Brasília. As diversas iniciativas têm por objetivo acolher cada um e não mais encolher os novatos.
Absurdo
» O Idecan vai ressarcir o que foi pago nas inscrições aos concursos públicos. Então não há punição para uma entidade que se habilita a prestar um concurso sem competência para tal? Os prejuízos vão muito além da inscrição. Pessoas sérias que se dedicaram por anos para as provas, abdicando totalmente de uma vida social. Concurso não é teste, é prova. Prova final.
Sabor
» Pastelaria Viçosa vendendo muito “pastel Ari Cunha”. Os amigos ainda elogiam. A carne é forte. Ser pastel assim é bom!
Sírio-Libanês
» Nos próximos dias 24 e 25, uma equipe de especialistas do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, Unidade Brasília I e II, participará do Intersections III — International Cooperative Cancer Symposium. O evento, que debaterá as mais recentes descobertas e o futuro do tratamento do câncer, será no Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa, em São Paulo.
Participantes
» Entre os representantes da capital federal estarão dr. Igor Morbeck, dr. Daniel Marques, drª Daniele Assad e drª Marcela Crosara. O simpósio é realizado por meio de cooperação entre o Hospital Sírio-Libanês e o Memorial Sloan-Kettering Cancer Center (MSKCC) e reúne alguns dos principais nomes da oncologia do Brasil e do exterior.
História de Brasília
Os entendimentos são esses: o Ministério comprará da Companhia Vale do Rio Doce um prédio já pronto, por seiscentos milhões de cruzeiros e, já nestes próximos dias, estará se mudando da Esplanada dos Ministérios. (Publicado em 24/9/1961)
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Infelizmente, o Relatório síntese sobre a crise hídrica no DF, elaborado pelo Conselho de Recursos Hídricos, da Secretaria do Meio Ambiente, não chegou ao conhecimento da população. Não chegou, principalmente, às escolas da capital, onde a leitura atenta das análises feitas por técnicos do setor sobre a escassez de água ajudaria no entendimento, não só das causas e consequências, mas reforçariam o sentido urgente de se empreenderem medidas e soluções criativas para resolver este que é o maior desafio experimentado pela capital dos brasileiros desde a sua fundação.
O poder multiplicador das escolas tem o dom de promover um alargamento da discussão. É preciso envolver as novas gerações no assunto, realizando feiras de ciência sobre o tema, premiando trabalhos escolares e mesmo universitários, que apontem soluções para esse drama. Ninguém pode desconhecer que o problema é de todos.
É importante salientar que se foram as ações humanas que aceleraram a crise hídrica, há de ser pela ação desses mesmos agentes que as soluções virão ao seu tempo ou pelo menos se tornarão menos intensa e mais suportável. O homem é o agente principal de seu destino. Durante sete meses, o relatório que trata da crise hídrica foi sendo montado com base em análises, informações e propostas colhidas nas diversas reuniões organizadas para debater o assunto e, hoje, se constitui no mais completo e sucinto documento sobre o drama da escassez de abastecimento de água potável para a população do Distrito Federal.
O documento começa por mostrar a queda acentuada nos volumes de chuva, registradoa nos últimos dois anos, sempre muito abaixo das médias históricas para a região. Depois, analisa a distribuição, cada vez mais heterogênea, dessas chuvas, o que tem afetado a preservação de água, principalmente nas sub-bacias hidrográficas do Descoberto e de Santa Maria que, juntas, abastecem 85% da população.
Ao lado desses aspectos climatológicos, decorrentes, em parte, do processo do efeito estufa global, o relatório aponta, no caso de Brasília, o crescimento populacional na última década, superior a 2% ao ano, e os impactos que o inchaço trouxe para a demanda de água e para a produção de esgoto lançado no ambiente.
O documento lista ainda a ação humana decorrente da grilagem de terras públicas e da ocupação irregular do solo (em muitos casos favorecida pelos governos passados, dentro da visão: um lote, um voto). Essas ocupações ocorreram em áreas de proteção de mananciais, unidades de conservação, áreas de recarga de aquíferos, de preservação permanente, de nascentes e de matas ciliares.
Como resultado dessa desordem, o relatório alerta, nos últimos 25 anos, mais de 50% da cobertura vegetal original foram perdidas nas áreas urbanas e no entorno agrícola. Esse importante documento lista a destruição do bioma cerrado, mostrando que, nos últimos 10 anos, as taxas de desmatamento anuais foram superiores a 15 mil km², o que, necessariamente, afetou o ecossistema da região.
Foram considerados problemas as perdas e os furtos de água do sistema superiores a 35%. Estão relacionados, no documento, além da falta sensível de investimentos nas últimas duas décadas para o setor, e o consumo chamado de irracional e perdulário de água, sobretudo, nas regiões mais ricas da cidade, onde o gasto de água por habitante supera os 500 litros/dia, quando a média ideal recomendada pela ONU é de 110 litros por habitante/dia. Há ainda muito a ser discutido com a população com relação à escassez crônica de água, mas o relatório é um bom começo, principalmente, se ações efetivas forem tomadas.
A frase que não foi pronunciada
“A ação tanto é a vida da alma como do corpo.”
George Meredith
Cabeças de porco
» Operação Carne Fraca. Nos dois sentidos. O primeiro de ceder à corrupção, inclusive, com a cumplicidade de funcionários da vigilância e o segundo, aquelas marcas com comerciais lindos, Swift, Seara e Perdigão, comercializando carnes com papelão, ácido ascórbico e até cabeça de porco!
Novidade
» Marta Ramalhete divulga a arte de contar histórias com uma camada de tecnologia, o famoso Ubook. “Possuímos quatro estúdios próprios e temos parcerias com outras dezenas de estúdios espalhados pelo Brasil. Nosso objetivo, com isso, é poder proporcionar aos nossos ouvintes uma gama variada de vozes, interpretações e sotaques das mais diferentes regiões do país. Afinal, é essa mistura de sotaques, gírias, expressões locais e variadas entonações que torna o Brasil tão rico e culturalmente diversificado”, diz Marta Ramalhete, gerente de produção do Ubook, maior plataforma de audiolivros por streaming da América Latina. Acesse o www.ubook.com.
Boas novas
» Governo do DF garante que vai quitar as dívidas com fornecedores da Saúde. Por volta de R$ 365 milhões serão necessários. Uma força tarefa foi montada para articular, na prática, o fim da dívida.
História de Brasília
Há médicos e enfermeiras à beira da estafa, com plantões dobrados. Há uma onda sonolenta nos corredores. Todos sofrem, porque não querem que os pacientes sofram. Mas tudo tem um limite, e a fadiga é visível em todos. (Publicado em 23/9/1961)
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Num país sério, uma declaração pública, escrita por uma das mais altas autoridades da Justiça, denunciando os ataques perpetrados contra a democracia pela corrupção e pelo abuso do poder econômico, mereceria um tal grau de atenção que seria capaz de paralisar todo o Estado até que os fatos fossem devidamente postos a limpo.
No Brasil, mergulhado há alguns anos nas profundezas de uma crise econômica, social e política, justamente por conta da corrupção endêmica, a declaração oficial ainda não mereceu a atenção devida, talvez, por causa da grande avalanche de denúncias que surgem a cada dia. Ainda assim é preciso ficar atento às revelações que vão esclarecendo o alto grau de comprometimento das autoridades de governo com ilícitos de toda ordem, praticados nas várias instâncias do poder e que tem levado ao apodrecimento adiantado das instituições nacionais.
“A triste realidade de uma democracia sob ataque”, como diz no documento o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não é força de expressão, capaz de conferir à retórica uma áurea de gravidade maior, mas a constatação isenta de um alto técnico do Judiciário sobre enormes estragos provocados por uma camarilha, formada por grandes empresários, que em conluio com membros do Executivo e do Legislativo privatizaram o Estado, reduzindo-o a um entreposto de comércio para o enriquecimento pessoal.
“O trabalho desenvolvido na Lava-Jato, diz Janot, não tem e jamais poderia ter a finalidade de criminalizar a política”. Em sua mensagem, o procurador-geral chama a atenção para um fato mencionado neste espaço e percebido por alguns, da “oportunidade ímpar de depuração do processo político nacional”.
De fato, a janela de oportunidades que se abre nesse momento e que torna possível uma transformação radical no Estado, capaz de igualar o Brasil a outras nações desenvolvidas e sérias do planeta, é única em séculos de história e não deve ser desperdiçada de forma alguma. Pois, como diz Janot, “a democracia não é um jogo de fraudes”, mas, “indispensável ao desenvolvimento sustentável do nosso país”.
Mesmo para um país anestesiado por tantos casos e corrupção, soa estranho que não haja por parte dos juízes, até esse momento, uma resposta incisiva em defesa da democracia e contra a criminalidade que se apossou da máquina do Estado. Quem sabe não seria essa a hora certa de os juízes unirem esforços para a realização de um grande mutirão de socorro ao erário para acelerar a análise do volumoso processo, dando a resposta que a sociedade quer e anseia para o presente imediato sem mais delongas.
A frase que foi pronunciada
“Nosso Trump é o Bolsonaro.”
Noelen Juliany Borges Silva
E agora?
» Dicas de economia de água e luz. Só o que não cola mais para os consumidores, que todas as vezes que se propuseram a colaborar com o governo tiveram menos e pagaram mais.
Convocação
» O regente Felipe Ayala convida quem gosta de cantar a participar no Coro Italiano da UnB. Neste ano, a atração será o Grande Encontro de Coros Italianos em Brasília, que acontecerá em junho. Todas as vozes são bem-vindas, mas baixos e tenores são sempre necessários. Classificação vocal em 21 e 28 de março, das 18 às 18h50. Mais informações 9 9970-6887.
Portas abertas
» Autores de Brasília podem lançar seus livros gratuitamente no Restaurante Carpe Diem (104 sul) e ainda ganhar garrafas de vinho para brindar com os convidados. O proprietário e chef da Casa, Fernando La Rocque, é apoiador da cultura e, desde a inauguração, cedeu o espaço para aproximadamente 3.500 lançamentos. Esse é um dos diferenciais do espaço, não se limitar a um só tipo de atividade, inclusive, há uma biblioteca dentro do restaurante, na qual todos os livros lançados ali estão disponíveis para os frequentadores, que podem, mediante autorização de algum responsável, pegar emprestado.
Amor para sempre
» Raymond e Rose Frajmund deixaram marcas em Brasília. Olhos sensíveis, ouvidos pacientes e corações enormes. Patrícia avisa que Rose foi se encontrar com Raymond.
Inacreditável
» Foi nesta semana, em plena manifestação, em que o tema era a reforma da Previdência, exatamente em frente ao Ministério da Fazenda, camelôs vendiam água, cachorro-quente e armas. Desde aparelho que dá choque até canivetes.
História de Brasília
A cozinha está em péssimas condições, a lavanderia também, a limpeza é feita pelos candangos da obra, e o que salva é a dedicação dos funcionários e dos médicos. Mas essa boa vontade está, inclusive, prejudicando. A direção confia em que cada um dá o máximo de si e, com isso, a equipe vai se esgotando. (Publicado em 23/9/1961)
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“Quem criminaliza a política são os criminosos que nela atuam”, li em um blog político. A sentença resume com exatidão o momento político que todo o Brasil assiste entre atônito e indignado. Com a apresentação agora da segunda lista, o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça podem dar início aos processos que resultarão, sem força de expressão, no maior e mais rumoroso julgamento de casos de corrupção de toda a história brasileira.
Com uma avalanche de processos dessa natureza, em que estão listados os nomes dos mais importantes e influentes políticos nacionais das últimas décadas, não surpreende que os bastidores do poder na capital tenham sido tomados de uma movimentação nervosa nunca vista anteriormente.
Reuniões de emergência a portas fechadas com diferentes grupos de parlamentares buscam entender o megaprocesso que se anuncia e, principalmente, preparar estratégias e barreiras legais que impeçam o desmoronamento da República que muitos suspeitavam estar apodrecida desde a redemocratização. Nessas horas, são da astúcia e das manhas que se vale o restante dos nomes para escapar dos caçadores da Justiça.
Enquanto os entendimentos sobre a melhor tática de defesa conjunta não ficam acertados, é possível verificar um certo esfacelamento da base aliada. Com a debandada da base, sob o efeito do poderoso veneno da PGR, lá se vão também as certezas sobre a aprovação tranquila das reformas pretendidas pelo governo.
A paralisia do Congresso é da porta para fora. Da porta para dentro, a casa ferve. Com a suspeita de que a população não aceitará passiva as tentativas marotas de anistia, os políticos ensaiam, na undécima hora, uma reforma eleitoral casuística, sob o pretexto de aperfeiçoamento do pleito há muito reclamado pelo eleitorado. Trata-se, aqui, do ouro de tolo. Com a proibição de doações por empresas, os altíssimos custos das eleições recairão para os contribuintes, elevando ainda mais o preço de uma democracia que a população não aposta um tostão.
Aos R$ 820 milhões destinados ao Fundo Partidário anualmente pelos contribuintes, serão somados mais recursos para o estabelecimento de um Fundo Eleitoral que, segundo dizem, poderá ser aquinhoado com bilhões de reais extraídos compulsoriamente da população.
Para garantir que o status quo político permaneça como há séculos, poderá ser adotado ainda o sistema proporcional de lista fechada, no qual o eleitor vota apenas no partido e seu dono ou presidente escolhe, pessoalmente, os nomes que ocuparão os cargos. Nesse caso, os nomes dos políticos implicados não é visto pelo eleitor e fica escondido atrás da legenda.
A população vem sendo posta à margem dessas discussões por um motivo óbvio: nas eleições de 2018, não querem a presença de nenhum candidato implicado nos casos de corrupção, seus respectivos partidos e muito menos as novas fórmulas eleitorais que tentam impingir.
A frase que foi pronunciada
“A diferença básica entre um homem comum e um guerreiro é que um guerreiro toma tudo como desafio, enquanto um homem comum toma tudo como bênção ou como castigo.”
Carlos Castañeda
Atenção
» Pesquisadores da Check Point alertam os usuários do WhatsApp sobre a existência de um malware. Trata-se de nova forma de invadir a conta do usuário no momento em que ele baixa alguma imagem. Nesse momento, os hackers acessam as fotos do celular e até enviam mensagens com o nome da vítima.
Insano
» Interessante observar que entre os hospitais de Brasília da rede D’Or, o Santa Helena atende 24h, mas o telefone disponível na página do hospital funciona só a partir das 8h da manhã. Vai entender.
Sintonia
» No ano passado, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou a regulamentação das profissões de fotógrafo e detetive particular. O plenário do Senado votou e aprovou. Detetive é uma profissão regulamentada.
Verídico
» Aconteceu na descalçada Superquadra 213 Norte. Abordado pelo vigia de carros com enorme dificuldade de locomoção, um morador da região conseguiu atender ao pedido e entregou, dias depois, uma cadeira de rodas de excelente qualidade, na intenção de facilitar a vida do moço. Passada uma semana, o morador soube que o rapaz havia vendido a cadeira. Ao encontrar o deficiente, o senhor se saiu com essa: “Mas rapaz, você conseguiu me dar uma rasteira com a única perna que tem!”
Release
» Este domingo será o dia da ação Plantio Global. Gente voluntária de todo o mundo é convidada a plantar mudas de árvores sincronizadas em um horário, mesmo que esteja do outro lado do Atlântico. A organização é descentralizada e autônoma. O Eleve Mercado Saudável, que fica na entrequadra 708/809 Norte ,vai apoiar o evento fornecendo lanche aos participantes. Você está convidado para estar, às 9h, no Ponto de Atração Norte 13 (ao lado da QI 13 do Lago Norte, próximo ao Hospital Sarah Kubitschek). O plantio está aberto ao público e, no Distrito Federal, foi coordenado pela Associação dos Amigos da Quebrada da 13, da qual participa o sócio do Eleve, Christiano Camargo.
História de Brasília
Não aleguem que é a crise política a causadora disso, porque a prefeitura não parou em toda essa convulsão. Funcionou bem e, talvez, até melhor, porque não tinha tanta gente para atrapalhar. (Publicado em 23/9/1961)
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Somente no dia em que a má gestão administrativa nos serviços públicos resultar em pesadas penas criminais para os responsáveis diretos, os bilhões de reais pagos pelos contribuintes resultarão em atendimento de primeiro mundo. Enquanto esse tempo não chega, a flagrante decadência do modelo de gestão pública é exposta diariamente na imprensa e sentida na pele por todos.
Atesta, além disso, que os maus serviços prestados à população passam longe da escassez de recursos e se centram muito mais no tipo de modelo organizacional adotado, que funciona sem considerar os cidadãos que pagaram por eles.
Escolas, segurança e hospitais públicos são exemplos desse sistema falido que absorve verbas bilionárias, presta serviços sofríveis e, ainda assim, está constantemente sucateado ou com os serviços paralisados por pressões sindicais ou políticas. Nos países onde há seriedade na aplicação dos recursos do contribuinte, a regra é prestar serviços de excelência à população.
Para se ter uma ideia, com as verbas que recebem anualmente e com o número de servidores que dispõem, os hospitais e as escolas públicas do Distrito Federal deveriam apresentar padrão de atendimento similar ao de entidades como Albert Einstein, Rede Sarah, Escola Americana e outros estabelecimentos de ponta, nos quais o modelo é estruturado por uma gestão eficiente. Nelas, há prestação de contas, o que é o mínimo exigido para quem recebe verba pública. Por isso, quando se fala em mudanças de rumos e gestão, esses mesmos grupos vêm a público com discursos alarmistas e outras falácias.
O cidadão brasiliense se deu conta de que, no sistema, sobra política e falta gestão profissional decente. Infelizmente, o Distrito Federal, à semelhança da coragem dos pioneiros e do arrojo de sua arquitetura, não adotou também um sistema exemplar e revolucionário de administração pública. Falta gente de prestígio e pulso para ser respeitada fazendo valer a lei a partir de si.
Vivemos numa casa nova, com velhos hábitos. Fosse permitido ao GDF estabelecer, como ponto de partida, o teto salarial do funcionalismo local, com base no que recebe um professor universitário em fim de carreira, grande parte dos recursos com a folha salarial seriam poupados.
Nos casos frequentes de corrupção, bastaria a fixação da pena de um dia de cadeia para cada real desviado dos contribuintes. O enxugamento da gigantesca máquina pública e de sua folha salarial, que consome grande parte dos recursos, seria outra boa medida. A criação de um sistema de blindagem da máquina do Estado contra a investida de políticos seria, efetivamente, de grande valia.
Na verdade, não faltam soluções corretivas e justas. O que tem faltado é coragem para implementá-las. Nesse sentido, soa como uma boa medida a intenção do governo de adotar novo modelo de gestão do Hospital de Base de Brasília, transformando-o em instituto. O mesmo poderia ser pensado para as escolas públicas, abandonadas à própria sorte.
A frase que foi pronunciada
“Quem fala na cara não é traidor.”
Ditado italiano
Artesanato
» Marcos Linhares nos envia as informações sobre a XI Finnar, Feira Internacional de Artesanato. A novidade deste ano são os mestres santeiros do Piauí. O Iphan faz a apresentação desse grupo: “A criatividade que envolve o trabalho desses artesãos se materializa em formas com temáticas religiosas, permitindo se criar o ofício de santeiro, denominação dada pelos próprios detentores desse saber-fazer”.
Quando
» A Feira Internacional de Artesanato será no Centro de Convenções, de 14 a 23 de abril.
Bola de cristal
» Por falar em denúncias, Vitor Valim, do PMDB do Ceará, conta que a antiga Coelce, atual Enel, resolveu furtar o cidadão cearense de uma forma bastante marota. Todos os meses envia três contas para a residência dos consumidores. Do consumo do mês anterior, do mês atual e do mês seguinte. Até agora o MP do Estado não fez nada.
Novidade
» Santeiros do Piauí reivindicaram o registro da arte de esculpir em madeira como patrimônio imaterial do Piauí. O processo está em curso.
Dinheiro público
» Estelionato, peculato, falsidade ideológica, falsificação de documentos e associação criminosa são apenas alguns dos crimes anotados pelo Ministério Público e Polícia Civil sobre o registro de frequência de médicos do Hospital de Base de Brasília. Muita coisa vai mudar por ali. Novos hábitos em obediência à lei. Os outros hospitais públicos do DF podem ir consertando o que estiver errado porque também estão na mira.
Facilidades
» Denúncias de tráfico de drogas podem ser feitas pelo WhatsApp (61) 98626-1197.
História de Brasília
É quase calamidade o que está acontecendo no Hospital Distrital. Falta tudo, e a falha maior é da direção que não se impõe. Os doentes que ocupam apartamentos, que pagam caro, que deviam ter melhor tratamento são obrigados a levar lençóis de casa para seu próprio uso durante o tempo em que estiverem no Hospital. (Publicado em 23/9/1961)
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Entra e sai ano, e aqueles que têm o ensinar como nobre ofício continuam sem aprender uma lição básica: greves, sejam por quais motivos forem, não contam com o apoio da população. Pelo contrário. Para a maioria dos cidadãos, que depende, fundamentalmente, dos serviços públicos, os movimentos paredistas, de qualquer natureza, prejudicam justamente os mais necessitados e sofridos segmentos da sociedade.
As classes médias altas nem sequer tomam conhecimento desses movimentos, já que há muito tempo abandonaram os serviços de educação e de saúde públicos. O que os professores ainda não se deram conta é de que os serviços públicos atendem hoje quase, exclusivamente, as populações mais carentes. Justamente aquelas que os sindicatos dizem representar e proteger.
Enquanto o professorado se deixar utilizar como massa de manobra por sindicatos pelegos, que nada mais fazem do que seguir as cegas orientações de partidos políticos, as condições de trabalho e de salários permanecerão inalteradas. A equação dos sindicatos é simples: enquanto permanecer a precária situação na prestação de serviços públicos, haverá trabalho para os agentes profissionais do caos. Os sindicatos não têm compromisso com a educação. O que interessa a essas instituições é a disputa política, sobretudo, aquela que conduz rápido à tomada do poder.
Corte de salários, prejuízos ao processo de ensino, suspensão da sequência natural dos conteúdos programáticos administrados pelos professores, desânimo dos alunos com a interrupção das aulas, desprestígios acarretados à imagem dos educadores, depredação das escolas, meio milhão de crianças sem aulas, soltas nas ruas e outros flagelos não interessam aos sindicatos. O que importa é agitar a manada, dando algum sentido à própria existência desses organismos.
O que a categoria ainda não assimilou é que os sindicatos não lutam pela melhoria da qualidade do ensino público e, sim, pela hegemonia das legendas que representam. No modelo obsoleto e injusto de sindicalismo que adotamos, as greves são realizadas apenas para gáudio dos partidos. Nada mais. O que tem resultado de mais palpável, das inúmeras greves, é a decadência progressiva do ensino público. O que prova isso é que, cada vez mais, ocupamos a rabeira nos rankings mundiais quando o assunto é qualidade do ensino.
É preciso notar ainda que esta greve tem início com menos de 10% de aprovação da categoria, já que a maioria dos professores, desiludidos, sequer se deu ao trabalho de comparecer à assembleia para votar.
>>A frase que foi pronunciada
“A tendência democrática de escola não pode consistir apenas em que um operário manual se torne qualificado, mas em que cada cidadão possa se tornar governante.”
Antônio Gramsci
Chance
>> Se estiver reclamando da água no DF, eis o convite. Virada do Cerrado 2017. A primeira reunião do Comitê Criativo vai ser amanhã, no Centro de Convenções na sala da Condetur, de 9h às 12h.
Enova
>> Val e a pena, ama nhã, quinta-feira, passar na feira de produtos autorais no Clandestino Café da 413 Norte, das 14h às 21 h. Oficina de turbantes, mercado Étnico. Artesãos, designers e estilistas de Brasília expõem bijuterias, semijoias e moda. As oficinas são gratuitas. Inscrições no Facebook enovafeiraderua. Procure pela Cíntia. Ela sabe tudo.
Regra básica
>> Enfim, uma autoridade traduz o que o cidadão pensa. A senadora Lúcia Vânia, tão logo ocupou a responsabilidade da Presidência da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, propôs que o colegiado participe mais efetivamente no monitoramento da execução das despesas e da elaboração da proposta orçamentária da educação. O dinheiro vai, mas não há o mínimo de controle do que é feito com ele, já que não há rubrica que limite os fins do uso.
Desde 2000
>>Entra e sai ano, e os deputados não se dão conta de que o Brasil perde muito mais não brigando pelas suas patentes, mas pelejando contra piratas. Se o bina, criado por Nelio Nicolai, brasileiro, fosse cobrado no planeta pelo seu uso, imaginem o que o país lucraria. O Canadá reconheceu o inventor, o Brasil teima em subjugá-lo.
>>História de Brasília
»Mas quem não conhece bem o Brasil é a própria Ford, porque põe carnaubal no Maranhão, e babaçu no Piauí, quando todo o mundo sabe que é ao contrário. De fato, Maranhão produz carnaúba, e o Piauí, babaçu. Mas no inverso, os dois são os maiores produtores. Desculpem.
(Publicado em 23/9/1961)
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Jogador, joga. Cantor, canta. Jornalista, escreve, e juiz, julga. No mundo ideal deve ser assim. Mas em se tratando do Brasil, a coisa segue misturada, como goiabada com farinha. Em nosso caso, dada a realidade acachapante dos fatos, fica difícil para alguns articulistas se omitirem em proferir pareceres e sentenças jurídicas para situações tão, flagrantemente, injustas, que beiram a ilegalidade.
Um desses casos que obrigam os jornalistas a se posicionar de forma clara, deixando a isenção alienada de lado, diz respeito aos episódios envolvendo a, ainda, toda poderosa construtora Odebrecht. Um levantamento, mesmo superficial, do que já foi protagonizado por essa empresa, na última década, no Brasil, na América do Sul e no distante continente africano, oferece mostras para lá de substanciais, que caracterizam as práticas e o comportamento, como muito próximos das mais perigosas organizações criminosas descobertas.
Quando, no futuro, os historiadores se detiverem no estudo desse período que se estende do raiar do século 21 até os dias atuais, um tratado inteiro, intitulado Odebrecht, deverá merecer destaque, pelo enorme potencial de desnudamento de nossa República. A intromissão parasitária da empresa no maquinário do Estado merece atenção, não só pela formação de um genuíno Estado-Odebrecht, mas, sobretudo, pela transformação radical do governo numa cleptocracia, cujo o eufemismo pode ser representado pelos chamados campeões nacionais.
Ao colocar as empresas e bancos estatais a serviço exclusivo dessas construtoras, em troca de acesso ilimitado a recursos públicos, via propinoduto, o que o lulopetismo e sua base de apoio fizeram foi empenhar todo um país, levando-o à depressão econômica jamais vista em tempo algum.
A criação, pela Odebrecht, do Departamento de Operações Estruturadas, no qual foram movimentados, até onde se sabe, US$ 3,39 bilhões em propinas, equivale, guardadas as devidas proporções, à instituição de um Ministério da Fazenda paralelo e ilegal e onde o futuro da nação ficava a reboque dos interesses da empresa. Dada a magnitude dos crimes praticados por essa e outras empresas do gênero e pelos partidos políticos, nem mesmo ao Supremo Tribunal Federal, do alto do seu Olimpo jurídico, deveria caber a tarefa de julgar essa gente.
Como nos casos de guerra, deveria ser constituído uma corte marcial especial para julgar os crimes de lesa-pátria que feriram muito mais do que a guerra. São declaradamente inimigos internos que devem ter seus bens sequestrados e registros partidários cancelados, para o bem do país. Leniências e anistias não terão o perdão da história.
A frase que não foi pronunciada
“Em um mundo de corrupção e desigualdade, você terá que deixar de lado as emoções para sobreviver. É assim que o mundo funciona, é assim que os fortes sobrevivem…”
Lucas Elias, no portal O pensador
Clareza
Por que,antes de captar água do lago para consumo, a Caesb não protege as nascentes que alimentam o Lago Paranoá? Pergunta do garoto João Marcelo, quando comparou os mapas de nascentes que desaguavam no lago entre 1980 e de 2005.
Uma beleza
Um sucesso a Festa da Goiaba, em Brazlândia. José Luiz Yamagata ficou satisfeito com a venda. Iniciativas como essa são uma forma de a cidade ser mais frequentada pelos moradores do Plano Piloto. Depois da Festa do Morango, o sucesso da Festa da Goiaba. Há espaço para todos.
Positivo
Sem problemas nas cancelas de saída do Shopping Iguatemi. Sempre há um responsável que resolve o problema na hora.
Satisfação
Por falar em shopping, muito cuidado com a Semana do Consumidor. Teste os produtos, veja se o seguro vendido, sem maiores explicações, é realmente necessário. Vale uma consulta ao portal do Ibedec.
Desburocratizar
Erros desse tipo tiram a credibilidade do GDF. Quem pagou o valor integral do IPVA, pagou a mais porque a parcela não veio com desconto. Agora, o valor excedido poderá ser abatido no IPTU. Como isso, será feito sem que o cidadão saia de casa e perca tempo com o erro dos outros? Vale elogiar a Caesb nesse ponto. Automaticamente, não aceita pagamento duplo da mesma conta se tiver sido feito por engano e desconta qualquer valor pago a mais na conta seguinte sem a necessidade presencial do consumidor.
Faz sentido
Leitor reclama de fatura do cartão Visa com vencimento no dia 13 e valor bloqueado pelo Banco do Brasil no sábado, 11 de março. Argumenta que o mesmo protocolo não é adotado quando o dinheiro sai do banco.
História de Brasília
Mas quem não conhece bem o Brasil é a própria Ford, porque põe Carnaubal no Maranhão, e Babaçu no Piauí, quando todo o mundo sabe que é ao contrário. De fato, Maranhão produz carnaúba, e o Piauí, babaçu. Mas no inverso, os dois são os maiores produtores. Desculpem.
(Publicado em 23/9/1961)
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circecunha@outlook.com
Que as igrejas possuem, além do poder espiritual, o poder econômico ninguém duvida. Que ,além desse poder, exercem grande influência sobre uma massa expressiva da população, é fato. Trata-se, afinal, de uma instituição tão antiga como a própria civilização. Se Deus criou a fé, o homem, em contrapartida, criou a religião e, na maioria delas, instalou um pedágio obrigatório para todos aqueles que desejam adentrar no paraíso.
Ao reconhecer essa ascendência sobre os indivíduos, os teóricos da modernidade política trataram, primeiro, de encontrar uma fórmula que unisse os poderes temporais e terrenos numa mesma pessoa, o que resultaria no surgimento do absolutismo por direito divino. Essa fórmula funcionou com sucesso em boa parte do mundo, até a Revolução Francesa, no século 18. Depois disso, ficou claro, para todos, que a separação entre Igreja e Estado no Ocidente se impunha e era condição sine qua non para a sobrevivência política do próprio Estado.
Mesmo hoje em dia, nossa Justiça, volta e meia, ainda se vê envolvida em questões que misturam fé e Estado. Há pouco tempo, os tribunais superiores do Rio Grande do Sul tiveram que se pronunciar a favor da retirada dos crucifixos em prédios públicos, justamente amparados pela Constituição, que afirma ser o Estado uma entidade laica. Mesmo assim, a influência política das igrejas sobre os fiéis é fato.
Nos anos 70, a teologia da libertação passou a ser difundida amplamente nas igrejas, pregando a opção pelos pobres, conforme apresentado pelo evangelho, manual de vida. Nos anos de chumbo, essa corrente provocaria muitos dissabores aos governos ditatoriais, principalmente com a aproximação das doutrinas marxistas daquelas professadas pelo cristianismo dos primeiros tempos. Com a superação dessa corrente, que muitos responsabilizariam pelo afastamento de fiéis, a igreja, que já havia sofrido uma diáspora significativa com os movimentos protestantes, se vê agora, mais uma vez, cindida pelos crescentes movimentos neopentecostais.
O vácuo de militância política deixado por algumas igrejas cristãs foi, agora, prontamente ocupado pelos novos credos, que não renegam o desejo de influir, direta e abertamente, nos rumos políticos, lançando candidatos próprios, inclusive bispos e pastores de suas congregações. Hoje, a influência das bancadas evangélicas no Congresso é uma realidade que preocupa. Principalmente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que já declarou que está em estudo uma cláusula para bloquear a relação entre religião e cargos eleitorais, sobretudo quanto ao seu aspecto monetário.
O presidente do TSE, Gilmar Mendes, reconhece, inclusive, que há um uso excessivo da religião para influenciar as eleições. “Depois da proibição das doações empresariais pelo Supremo Tribunal Federal (STF), hoje, quem tem dinheiro? As igrejas. Além do poder de persuasão. O cidadão reúne 100 mil pessoas num lugar e diz ‘meu candidato é esse’. Estamos discutindo para cassar isso”, diz. Entende o ministro que os dízimos dos fiéis estão se transmutando em financiamentos de campanhas, o que pode estar caracterizando abuso de poder econômico. É a repetição da antiga peleja entre o que pertence a César e o que é de Deus.
A frase que foi pronunciada
…
Um minuto de silêncio por Bruna Mourão de Araújo
Cedo demais
Tudo o que Bruna Mourão de Araújo se propunha a fazer fazia com maestria. Dominava o cavalo como se fosse a própria vida. Escolhia direita ou esquerda, ia devagar ou acelerava o animal nas curvas do tambor, numa postura íntegra. Como soldado, era a mesma coisa. Um obstáculo, bastava transpor. Qualquer queda, levantava e seguia adiante. Deixou vários troféus e medalhas, inclusive imaginários no coração dos amigos que conheceram essa guerreira.
Silêncio do mundo
Situação cada vez mais difícil retratada pelo Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi. Em entrevista, Grandi fez um panorama drástico sobre a Síria e chegou a afirmar que só medidas enérgicas seriam capazes de fortalecer a paz e a segurança naquele país.
Sem sentido
Algumas escolas do DF ainda não receberam os livros didáticos da editora IBEP. Pena que o segredo da educação não esteja nos livros. Alunos adultos desistem nos últimos anos porque atravessaram a primeira fase de estudos sem entender absolutamente nada. Basta pegar alguém que tenha começado a aprender inglês no turno noturno e bater um papo. O ensino público no DF, com raríssimas exceções (aguardamos a sugestão de nomes de escolas e professores), é um conto de fadas.
Correios e Bling
Os Correios e o ERP Bling concluíram parceria para a utilização do sistema de logística integrada e-fulfillment. Assim, a tecnologia voltada para o comércio eletrônico tende a ser mais eficiente e ágil. Para completar a atenção ao consumidor, que é constantemente prejudicado por furtos de produtos adquiridos pela internet, as embalagens deveriam ser herméticas e invioláveis, o que não acontece.
História de Brasília
Mas a “bossa nova” foi introduzida aqui pelo dr. Apicio Macedo. Até alguns meses atrás, ninguém sabia disso, e ninguém ligava. Depois, chegou a Brasília o dr. Apicio Macedo, e o Serviço de Meteorologia começou a colher os dados da cidade. (Publicado em 23/9/1961)
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Em decisão definitiva, proferida em setembro de 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF), ao considerar inconstitucional o modelo até então vigente de financiamento dos partidos e dos políticos, proibiu que pessoas jurídicas continuassem a financiar as milionárias campanhas eleitorais. O que, a primeira vista, parecia o início do fim do caixa 2 e da plutocratização do processo político mostrou-se, com o assentar das ideias, apenas um esparadrapo fixado na base de uma grande represa que ameaçava romper.
Graças à Operação Lava-Jato foi posto a nu um dos mais antigos e principais mecanismos que, desde sempre, vinha solapando as colunas que sustentam a República. Se a corrupção política era uma velha conhecida dos brasileiros, o que não se sabia, até então, e vai sendo revelado aos poucos, era o enorme grau de influência das grandes empresas na máquina do Estado.
É sabido que empresas não votam, investem, e o fazem com alto grau de retorno. Milhões despejadas em múltiplos candidatos a cada eleição representam apenas uma ínfima parcela dos que estão prestes a receber em paga. Com elas, por elas e para elas foi eleito um número expressivo de políticos. Não seria demais considerar que as empresas têm hoje a maior bancada de representantes no Congresso, além das assembleias legislativas espalhadas por todo o país.
É preciso ressaltar que o apoderamento dessas empresas sobre o aparelho do Estado se deu graças ao próprio sistema eleitoral, que permitiu, e até incentivou, a formação desse verdadeiro poder paralelo. Pelas pequenas brechas da lei, escapam, justamente, aqueles que não têm estatura moral e grandeza cívica.
Por longo tempo, a existência dessas eminências pardas funcionou, simultaneamente, como um governo oculto. Não é por outro motivo que as grandes obras públicas foram entregues aos poderosos conglomerados. E não é por outra razão que os maiores financiamentos de bancos do Estado foram concedidos também a esses grupos. A onipresença dos mesmos grupos econômicos no governo resultou em situações surreais. O poder emana do povo e pelo voto a seus representantes que tramam leis, sob medida, para atender aos interesses exclusivos dessas empresas ,e não ao que reza a Carta Magna.
Outras normas foram extirpadas da legislação porque prejudicavam seus negócios. Perdões e isenções fiscais de toda a ordem foram estabelecidas apenas para o benefício desses campeões nacionais. Mesmo agora, com o descerrar do pano pela polícia, ensaia-se, em larga escala, o espetáculo dos acordos de leniência, que nada mais são do que um amplo portal de saída, construído e financiado por essas mesmas empresas, para escapar das condenações que se anunciam no horizonte.
A frase que foi pronunciada
“Quando um Estado se transforma em marionete de grandes grupos empresariais, as garantias e os direitos constitucionais da sociedade civil passam a valer tanto quanto promessa de político.”
Doutor Ulisses Guimarães, de onde estiver.
Total
» Onde entra, o Ecad ganha. Clarisse Escorel, do jurídico, comemora a vitória no STJ para os artistas que têm suas obras exploradas economicamente na Internet. Quanto à transparência na redistribuição dos valores arrecadados, não há novidades.
Reunião
» Senador Paim deve estar com todos os radares voltados para o resultado do encontro entre o presidente do Senado, Eunício Oliveira ,e o presidente da CNI, Robson Andrade. Eles trataram do Refis, regularização tributária. Sobre a terceirização, Andrade declarou que deseja que se “possa terceirizar qualquer trabalho, qualquer serviço.”
H2A
» Uma obra em verde é o mais recente livro de Eugênio Giovenardi, ecossociólogo que convida cada um dos leitores a fazer sua parte para salvar o planeta Terra com atitudes efetivas que, independentemente da idade, são dadas aos sábios: investir no tempo, trabalho e paciência com a fórmula mágica, árvore e água.
Doenças
» Nosso amigo José Rabello denuncia a quantidade de açúcar em alimentos industrializados. “Até torradas e pão preto t”em açúcar em excesso.” Ultrapassa o limite saudável. Assim como o sal que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo máximo de 2 gramas de sódio por dia.
Varjão
» A Casa São José, no Varjão, aguarda voluntários advogados, psicólogos, músicos, dentistas, recreadores, secretárias e quem mais quiser contribuir com a instituição.
História de Brasília
Brasília, que é diferente em tudo, tem outra coisa: umidade relativa. E os comentários vão para a frente. Em São Paulo, a umidade é de 98%, aqui é de 30%. O corpo humano precisa de tanto para suportar a vida e, em Brasília, está descendo muito. O clima é muito seco. “Fulano está com a pele toda rachada” e vão por aí os comentários. (Publicado em 23/9/1961)
Desde 1960
jornalista_aricunha@outlook.com
com Circe Cunha e MAMFIL
Mesmo para um país que, por séculos, tem convivido com as mais flagrantes desigualdades sociais e econômicas, causa espanto que, em tempos de crise profunda, o governo insista, abertamente, em eleger, como prioridade, o atendimento das necessidades da elite. De outra forma, como explicar que, em meio à séria crise hídrica que assola a capital, o GDF inclua no sistema de racionamento e corte de água as escolas públicas, prejudicando milhares de estudantes e, ao mesmo tempo, permita o abastecimento normal para os palácios e outros prédios que abrigam o alto escalão da república? É esse tipo de prioridade que faz com que o Brasil permaneça eternamente estagnado nos rankings mundiais quando o assunto é desenvolvimento humano.
O certo é que, em países normais e em tempos de aflição, as primeiras a serem protegidas contra os flagelos sejam, justamente, as populações formadas por crianças, idosos e mulheres. Se há falta de água, os últimos a sentirem seus efeitos deveriam ser os pequenos. Troca de informações eletrônicas sugerem que político algum faria falta se parasse de trabalhar e deixasse de receber seus gordos proventos. Por isso, o corte de água e de luz deveria começar nas residências dos que detêm o poder.
Para fazer frente aos altíssimos e injustos salários que adornam os contracheques dos empregados da Caesb, essa triste empresa não demonstra constrangimento algum, nem em meio à maior crise hídrica da atualidade, em aumentar os preços das tarifas de água e aplicar porcentuais extraordinários nas contas dos consumidores. Vale ressaltar que, na mesma medida da falta de cuidado em prestar um bom serviço, não há o mínimo de atenção em relação à qualidade do produto oferecido à população. A Caesb proíbe e retira o equipamento comprado pela clientela para anular o ar que dispara o ponteiro acusando consumo de água na volta do líquido depois da interrupção do fornecimento, quando, na verdade, o que veio pelo cano foi ar.
“Quando se vierem a escavar as minas escondidas no meio destes montes, aparecerá aqui a terra prometida, de onde jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível.” Parece que dom Bosco vislumbrava a Caesb. A água cheia de barro da cor de um bom mel ou cheia de químicos, da cor de leite, além do lucro de alguns funcionários da companhia que reina sem concorrência.
Enquanto, para a população, o abastecimento de água é visto como uma necessidade vital básica, para esses “novos empresários públicos”, o líquido é garantia de altos rendimentos, principalmente a sua escassez.
A água não pode ser encarada como um bem econômico qualquer, sujeito às leis flutuantes da oferta e da procura, próprio dos mercados . Trata-se do maior e mais estratégico bem, sem o qual as possibilidades de colapso da sociedade são patentes. Por isso mesmo, a administração desse precioso líquido, desde a coleta, o tratamento e a distribuição, deveria se submeter a critérios absolutamente transparentes, se possível, dentro dos princípios que regem a própria segurança nacional. José Walter Vasquez, da Adasa, declarou, em audiência pública, que “ a população está sendo penalizada demais pela taxa e pelo não fornecimento de água”. Mas, mesmo sendo o regulador da companhia, não foi efetivamente além disso. A sociedade não irá permitir que a água continue a ser negociada como uma mercadoria qualquer e, ainda mais, por uma empresa que tem encarado, desde sempre, o fornecimento desse produto apenas sob o aspecto de lucro fácil e certo.
A frase que foi pronunciada
“Aprendi que a seca não é só quando falta água, é quando sobra corrupção.”
Raimundo Nonato, pensando no sertão
Release
» A Emater do DF estimula a meliponicultura. Para a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Carmen Pires, incentivara meliponicultura no país é também uma forma de contribuir para a preservação de espécies nativas de abelhas. Somente no Brasil, há cerca de 250 espécies de abelhas indígenas sem ferrão já descritas, muitas delas com características específicas e propícias para o uso em polinização de plantas cultivadas. Mais informações cenargen.nco@embrapa.br ou (61) 3418-4768
Informação
» O Brasil é o quinto maior mercado de alimentos e bebidas saudáveis. O volume de vendas foi superior a US$ 25 bilhões em 2015.
Concurso
» Promovido anualmente, a Câmara Mirim é um programa de simulação da atividade parlamentar similar ao Jovem Senador. Crianças e adolescentes são incentivados a redigir projetos de lei. A lista dos professores que enviaram projetos para participar já está na página da Câmara dos Deputados.
Passado e futuro
» Foi emocionante o encontro com a professora Neuza Garbin, no Uniceub. Discutíamos sobre a impossibilidade deste pais alcançar um nível educacional adequado sem professores capacitados. Pedagogia é um curso fundamental para dar suporte aos profissionais da educação.
História de Brasília
Em São Paulo, no Paraná, em toda a parte, enfim, quando os termômetros descem, todo o mundo comenta a temperatura. Tantos graus abaixo de zero, ontem, geou em tal parte, aconteceu isto, e aquilo. (Publicado em 23/9/1961)