Transporte público antiquado numa cidade moderna

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Foto: doplenario.com.br
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       Com uma frota que já se aproxima dos 2 milhões de veículos, circulando diariamente por todo o Distrito Federal, ou um carro para cada 1,5 habitante, a questão da mobilidade urbana na capital vai caminhando rapidamente para o colapso, restando, cada vez mais, poucas alternativas para conter a saturação das vias.

        O mais impressionante é que a cidade foi concebida justamente numa época de grande expansão e entusiasmo pelo advento da indústria automobilística, num período em que se acreditava que o carro representaria a grande conquista do homem moderno, capaz de proporcionar-lhe agilidade e independência, num mundo em que a velocidade e as máquinas iriam libertar a sociedade de um passado lento e moroso.

         Com o traçado de suas vias retas e largas, Brasília era o protótipo da cidade pensada para ser a capital onde os automóveis poderiam literalmente voar de um extremo ao outro, em questões de minutos, sem impedimentos e com segurança. O problema com previsões otimistas, num país conhecido pelos improvisos de última hora, é que a cada futuro que vai chegando, as expectativas simplesmente deixam de acontecer e, para contornar essas frustrações, vão sendo feitos remendos sobre remendos, de modo a adiar, sine die, uma solução definitiva e satisfatória.

        Exemplo desses improvisos são as obras, sem fim, que acontecem no traçado das vias, com o alargamento das pistas, o encolhimento de calçadas, a construção apressada e com pouco planejamento de atalhos, viadutos, pontes, novos acessos, mudanças de direção nas vias e outras obras viárias que resolvem apenas problemas de momento, mas que em breve se mostram ainda mais danosas para a questão da mobilidade.

        O pior nesses casos é quando uma questão eminentemente técnica e delicada como essa, cai nas mãos de políticos e se transforma em assunto de barganhas e quedas de braços inúteis e, portanto, sem solução minimamente adequada.

Foto: ambientetransporte.blogspot.com.br
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       As retenções e congestionamentos cada vez mais intensos, até fora das horas de pico, provocam prejuízos de grande monta para a economia da cidade. Num ambiente de desordem como esse, os únicos beneficiados são os órgãos arrecadadores de trânsito, incluindo aí os pardais, os donos de postos de combustível, os serviços de mecânica, as revendedoras de automóveis e os proprietários de transportes piratas.

        A opção do brasiliense pela utilização diária do carro próprio, decorre, basicamente da precariedade geral dos transportes públicos, que circulam lotados, em péssimas condições de manutenção, sem o cumprimento de horários fixos e ainda por cima sujeitos à ação de criminosos que constantemente promovem assaltos à passageiros, tanto nas paradas, como dentro dos veículos. Em 2017 houve, em média, oito assaltos a ônibus por dia. A situação tem se tornado tão corriqueira que os usuários do transporte público, passaram a adotar medidas próprias para minimizar os efeitos da criminalidade, como sair de casa sem celular, com pouquíssimo dinheiro e sem carregar objetos de valor.

        Mesmo a Secretaria de Segurança, diante da violência no transporte público, pouco pode fazer. Apenas recomenda que os usuários de ônibus saiam de casa prevenidos e sem levar pertences de valor. A falta de uma fiscalização séria tem sido apontada por especialistas como o maior fator a comprometer o transporte popular. São quase 900 mil usuários que dependem de melhores políticas públicas de mobilidade.

A frase que não foi pronunciada:

“ Está vendo alguma autoridade de Brasília andando no transporte público? Então ele não é bom.”

Alguém do controle de qualidade

 

Charge: hojeemdia.com.br
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Feira dos Países

Similar à agricultura familiar, a exposição que está no Shopping Iguatemi é a forma de sobrevivência de famílias de vários países. Até o dia 29, o brasiliense poderá apreciar a cultura de vários continentes, desde bijuterias a artigos de decoração. A realizadora do evento é Ana Carolina de Souza Ribeiro, da catarinense Novita Comunicação.

Link: https://www.facebook.com/FeiradosPaisesOficial/

Release

Autor de um minucioso estudo publicado com diversas sugestões para a reconstrução da política brasileira, o senador Fernando Collor defende uma profunda reforma constitucional. O Congresso Nacional renovado precisa enxugar a Constituição e tornar seu texto mais claro e arejado em nome da governabilidade e da segurança jurídica. Uma das ideias do senador é a convocação de uma nova assembleia constituinte, de preferência exclusiva e concomitante à legislatura de 2022.  O ponto de partida seria a retomada do debate para instituir o parlamentarismo e, consequentemente, promover a tão sonhada reforma política.

Milton Ramos

Ana Cristina Ramos agradece a homenagem prestada a Milton Ramos, seu pai, na abertura da exposição “Desenhando para um Palácio – o Itamaraty e o design”.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Outro erro da nota, prova que o ministro não vai ao seu gabinete, quando diz que o Ministério ocupa apenas um andar na Esplanada. Não é verdade. Ocupa dois. (Publicado em 18.10.1961)

A quem interessa flexibilizar as fiscalizações?

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ARI CUNHA

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Charge: brasildecide.wordpress.com
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        Com a aproximação das eleições, aumentam, entre os políticos com assento no Poder Legislativo Federal e estaduais, a preocupação em contornar, de alguma forma, os efeitos das novas diretrizes que impediram doações de empresas e pessoas jurídicas para as próximas campanhas, conforme fixadas pela reforma eleitoral.

           Essa preocupação não aflige somente os atuais detentores de mandato, mas todos aqueles irão se submeter às urnas. Diante de um novo quadro, em que o dinheiro fácil das empresas parece, por ora, estar descartado das campanhas, mesmo contando os bilionários fundos eleitorais e partidários, muitos políticos temem ficar sujeitos ao controle dos caciques de cada partido, já que serão eles que ficarão com as chaves do cofre nas mãos.

      Nessa nova realidade, forçada pelos acontecimentos que revelaram a enorme promiscuidade envolvendo empresas e políticos de várias legendas, aqui e ali vão sendo aprovadas medidas e projetos que, analisados com mais vagar, visam, justamente, favorecer as empresas privadas por meio do afrouxamento ou flexibilização das fiscalizações.

           Dois casos, um aqui no Distrito Federal e outro no âmbito federal, parecem ilustrar essas tentativas de reverter o jogo em favor de muitas empresas, sobretudo aquelas que tocam obras públicas e que reclamam insistentemente dos trâmites burocráticos e as licenças exigidas pelos diversos órgãos para a liberação dessas empreitadas.

       Por aqui, a Câmara Legislativa acaba de aprovar o novo Código de Obras e Edificações do DF, importante instrumento legal que regula, disciplina e fiscaliza as construções dentro da área urbana. No novo documento, os deputados distritais introduziram, de última hora, uma emenda que simplesmente reduz os poderes de vistoria e controle da Agência de Fiscalização do DF (AGEFIS), principal órgão de supervisionamento das malfeitorias que a toda hora surgem pela cidade.

       Obviamente que o esvaziamento da AGEFIS interessa não só aos empresários ladinos, mas sobretudo aos deputados da Câmara Legislativa, de olho no sempre rentável mercado de invasão de terras e na gratidão daqueles que constroem fora do ordenamento legal disposto no Código de Obras. Outra medida aprovada, essa na esfera federal, é o projeto de lei nº 7.448/2017, que cria entraves aos órgãos de controle, principalmente ao Tribunal de Contas da União (TCU), retirando dessa Corte a atribuição de examinar editais de licitações, de auditar contas de obras públicas, além de analisar as despesas que vão contra à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

        Especialistas afirmam que o novo texto subverte o direito administrativo de controle e enfraquece e afasta o poder de contenção das ilegalidades, abrindo caminho para o descontrole geral de obras públicas, o que, de certa forma, beneficia empresas por todo o país, as mesmas que poderão retribuir com ‘gentilezas’ em época de eleição.

A frase que foi pronunciada:

“O Brasil é uma nação de espertos que, reunidos, formam uma multidão de idiotas.

Gilberto Dimenstein

Charge: tribunadainternet.com.br
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Mais UnB

Devidamente identificada, a fonte pede para manter o  nome sob sigilo e nos escreve o seguinte: “Neste quadro geral de vergonha, uma das coisas que mais chocam é ver reitoria, conselho superior universitário e muitos professores e diretores de faculdades dando apoio (velado, obviamente) à violência, às barricadas e aos lock-outs (os portões do Minhocão estavam fechados a cadeado, bloqueados por barricadas e guardados por piquetes de estudantes e sindicalistas extremamente agressivos), e não fazendo absolutamente NADA para proteger os que querem trabalhar”.

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E continua

Estes (os que querem trabalhar) são tratados como a escória da universidade (todos um bando de fascistas, golpistas, reacionários que querem destruir o ensino público “de qualidade”) e ficam completamente entregues à sanha e à violência dos que impõem suas decisões à uma maioria que apenas meneia a cabeça e em seguida vai para casa, deixando a universidade entregue aos que querem destruí-la.

4

Fim

Reitoria, conselho universitário e detentores de cargos de mando (diretores, por exemplo) se limitam a assistir tudo de braços cruzados, sempre em nome do “direito dos alunos de se manifestarem democrática e pacificamente em defesa da universidade pública”. É tudo muito democrático e pacífico, mas ai de quem comete a asneira de discordar – a intimidação, a violência e a inversão do sentido das palavras são escancaradas, é tudo bastante assustador.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Nessa nota, há uma alusão maliciosa à administração anterior da Vale do Rio Doce, que é feita com o firme propósito de má vontade e de pirraça. É quando diz que o prédio foi construído sem ser necessário, mas não diz que o Ministério ocupará apenas loja e sobreloja, porque não tem móveis nem dinheiro para mobiliar todos os andares. (Publicado em 18.10.1961)

O lábaro estrelado

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ARI CUNHA

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Imagem: materiaincognita.com.br
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“Sobre a imensa Nação Brasileira,/Nos momentos de festa ou de dor,/Paira sempre sagrada bandeira/Pavilhão da justiça e do amor!”

Hino à bandeira,

Olavo Bilac, Francisco Braga

         No futuro, quando os sentimentos e paixões tiverem cedido o lugar para a razão e a reflexão, haverá espaço para que historiadores e outros estudiosos da cena política e social se detenham numa análise mais serena e realista sobre esses dias conturbados que vivenciamos no presente. Somente o tempo e a distância serão capazes de trazer à lume o entendimento necessário para que possamos perceber com clareza até que ponto o enraizamento dos dogmas de uma esquerda decadente e anacrônica foi capaz de contaminar, não apenas as instituições do país, mas sobretudo, parcela da população.

     Entre nós, esse problema adquire maior gravidade quando se percebe que à cartilha tradicional socialista importada, e não devidamente traduzida e entendida, foram agregados diversos outros elementos ligados à nossa formação histórica. O que se resultou desse amálgama foi um sistema heterogêneo e sui generis que engloba, desde o paternalismo, passando pelo patrimonialismo, que tem o homem cordial como sujeito principal, até chegarmos ao trabalhismo de cunho nitidamente fascista e demagógico. Nesse sentido, é apropriado falar em herança petista, mais precisamente sobre herança nefasta do lulismo, que é ao que se reduziu esse partido, submetido, desde o seu surgimento, às vontades de um dos seus principais fundadores. Embora teoricamente não se possa falar em um lulismo, como corrente ou linha de pensamento político, dado as conhecidas limitações intelectuais desse personagem e de seu entorno imediato, o que se observa é a realização da política por outros meios, sobretudo, através do instinto.

Charge: opiniaotriunfodigital.blogspot.com.br
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       É pelo instinto e pelo faro do momento que Lula dará rumo ao seu governo por mais de uma década. O desaparecimento de Miguel Arraes e Leonel Brizola deixariam o campo livre para o desenvolvimento do lulismo, calcado, obviamente, nos alicerces econômicos implantados por seu predecessor e criador do Plano Real. Foi o Real, e não outro elemento, que pavimentou a estrada do lulismo, abonado ainda pelo período de ouro nos preços internacionais das commodities.

        Com o campo livre para agir e de posse dos bilhões de reais que passaram a abarrotar os cofres do Estado, o lulismo floresceu sem limitações, nem mesmo as de caráter ético. Com a abundância de recursos em mãos, obter o apoio integral das classes políticas tradicionais e dos empresários, eternos parasitas do Estado, foi fácil e tudo funcionou conforme desejavam.

        O senão e as primeiras dificuldades viriam justamente da inveja de alguns políticos da base, insatisfeitos com a partilha desigual do butim. Com a entrada da imprensa, até então submissa, na pista dos desmandos que ocorriam nos bastidores, o castelo de cartas do lulismo começou a desabar lentamente.

        É nesse ponto que entra o lábaro estrelado: o ritual da queima da bandeira nacional, que sistematicamente vem acontecendo nas manifestações derradeiras desse grupo, demonstra, além de outros crimes, o inconformismo dessa gente que não admite que outro valor mais alto se erga sobre todos, tremulando pacientemente do cimo dos mastros, cobrindo a nação ordeira com seu manto de justiça.

A frase que foi pronunciada:

“O amor por princípio, a ordem por baixo e o progresso por cima”.

Augusto Comte

Generalizar

Sobre a coluna que tratava da UnB, Bruna Ribeiro protestou com propriedade. Ela nos diz: “Generalizar que todos os alunos da UnB não colaboram com propostas acadêmicas é injusto. A Universidade é pública porque, na teoria, as pessoas que lá estudam não têm condições de pagar um curso particular. Por ser pública, precisa de incentivo do governo para custear as pesquisas.”

Reconhecimento

Além disso, continua a missiva, a exemplo de contribuições, concluí o curso com um trabalho sobre crises no setor público, que inclusive foi apresentado no V Congresso Científico de Administração, do Conselho Regional de Administração do DF. Muitos amigos meus estiveram engajados com pesquisas da universidade. Mas além de faltar incentivo, falta também reconhecimento.

Científicos

São inúmeros os projetos que podem ser aproveitados pelo governo. E são inúmeros também, os alunos que gostariam de aplicar suas teses. E mais: Há professores muito bons na UnB e alunos comprometidos. Essa problemática de gerar retorno para a sociedade foi um ponto levantado na última eleição para o Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães da Universidade de Brasília (DCE/UnB) por uma chapa liberal que perdeu para essa de esquerda que está lá hoje.

Por fim

Quando a coluna diz que a UnB virou as costas para a comunidade e não colabora com propostas acadêmicas, incluiu todos os bons alunos e professores nessa mancha vermelha que tem contaminado a própria universidade. E querendo ou não, é um exemplo da falta de reconhecimento, protesta nossa colaboradora Bruna Ribeiro.

Assim como o país, a universidade está dividida.
Assim como o país, a universidade parece estar dividida.

Mea culpa

Registramos o nosso respeito pelos alunos e professores da Universidade de Brasília que enfrentam todos os tipos de impedimentos para estudar, trabalhar e pesquisar, enriquecendo a comunidade científica do país. Nossas sinceras desculpas pela falha. Generalizar foi realmente injusto.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Parece que vai se consumar, mesmo, a mudança do Ministério das Minas e Energia para a Asa Norte. Pelo menos, é esta a disposição, que se encontra na nota à imprensa distribuída pelo Ministro. (Publicado em 18.10.1961)

UnB e o capítulo final de um desgoverno

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ARI CUNHA

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Foto: noticias.unb.br
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             Com um orçamento anual equivalente ao que foi torrado na construção do Estádio Mané Garrincha, ou R$ 1,7 bilhão, a Universidade de Brasília, acreditem, experimenta a sua mais grave crise financeira de todos os tempos. Mesmo com essa dinheirama, retirado compulsoriamente de contribuintes que sequer sabem onde fica localizado o seu campus, e que é muito superior ao orçamento de muitos municípios populosos espalhados pelo país, a UnB e principalmente sua direção têm a coragem de vir a público reconhecer que o montante é insuficiente para cobrir todas as despesas, havendo a possibilidade inclusive da geração de um déficit de R$ 92 milhões até o fim do ano.

            A saída para o que eles acreditam ser um cobertor curto demais para fazer frente ao crescimento vegetativo das despesas, com os reajustes dos contratos e das categorias, incluindo aí os servidores do quadro da instituição, sujeitos à progressão funcional, seria o repasse de mais recursos pelo Ministério da Educação. O que é preciso esclarecer é que a crise vivida hoje pela UnB teve origem lá atrás quando o governo Dilma, defendido hoje de forma agressiva e irracional por estudantes e professores, lançou no final de 2014 o lema vazio “Pátria Educadora”, seguido logo após de um corte brutal de R$ 10,5 bilhões ou 10% de todo o orçamento do MEC, para fazer frente a recessão que batia as portas do Planalto.

Charge: latuffcartoons.wordpress.com
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         Obviamente que esse fato é escondido dos alienados alunos que seguiram hoje, como gado, para frente do Ministério da Educação, onde promoveram um quebra-quebra generalizado que contou com o apoio sempre providencial de blackblocs e onde se viam também as bandeiras vermelhas do MTST e do MST. Tudo conforme manda a cartilha dos partidos de esquerda, empenhados, isso sim, em destruir as instituições públicas, lançando uns contra os outros e criando o caos geral.

       Para uma universidade que de gratuita nada tem, já que custa bilhões aos pagadores de impostos, o reconhecimento de que o orçamento não dá para pagar as despesas crescentes traz implícito também, nas entrelinhas, que o modelo de gestão baseado e lastreado nos dogmas dos partidos de esquerda, para onde estão voltadas toda a sua orientação, inclusive pedagógica, vem produzindo os mesmos frutos murchos colhidos na era petista.

         O fato é que a UnB virou, literalmente, as costas para a comunidade. Não participa, nem colabora com propostas acadêmicas para os diversos momentos de crise vividos pelos brasilienses, como a falta de segurança, desmatamentos e outros problemas que têm assolado a comunidade.

             Ao invés disso, tem desfilado de mãos dadas com partidos políticos de esquerda, criado cursos sobre o golpe e outras tolices. Dá mais atenção aos alunos que não querem aula, usa a instituição para prejudicar a universalidade. Um olhar sobre a produção acadêmica, uma obrigação dessa instituição, mostra um deserto árido e diz muito sobre a baixíssima produção intelectual quando comparada a outras instituições mundo afora. Fosse vivo hoje, Darcy Ribeiro não reconheceria sua criação.

A frase que não foi pronunciada:

“A baderna é um direito de todos e dever do estado?”

Dona Dita revoltada com estudantes universitários que depredam o que todos nós suamos para pagar.

Estranho

Questionada pelo Ministério Público, a Secretaria de Educação precisa prestar contas sobre a precariedade das instalações físicas do Centro de Ensino Especial nº 1, de Planaltina. Principalmente no que tange a eletricidade e reservatório de gás. Outra dúvida do MPDF é sobre o recebimento de gratificação de ensino especial por servidores não lotados em centros de ensino especial

Oi?

Outra dúvida do Ministério Público é sobre possíveis irregularidades no pregão 09 desse ano realizado pela Caesb. O objeto seria a contratação de seguro de responsabilidade civil para administradores com vistas a proteção de todos os integrantes e ex-integrantes do Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal, Diretores e Presidente.

Nomeada

Raquel Guimarães Ulhôa é a nova assessora especial da Subsecretaria de Relações com a Imprensa, da Secretaria de Estado de Comunicação do Distrito Federal.

Concurso

Algum engenheiro do DER conseguiria dar uma solução para os motoristas se convencerem de que a direita é livre para as primeiras quadras pares no Lago Norte?

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Isto tudo, até que venham as eleições, e o dr. Adauto possa se reeleger, sendo visto todos os dias pelos seus eleitores. Esta era uma proposta para ser apresentada não por um deputado, mas pelo guarda móveis Gato Preto. (Publicado em 18.10.1961)

O ocaso de um político

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ARI CUNHA

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Charge: redacaoemrede.blogspot.com.br
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       Quem conhece um pouco de história e pôde acompanhar a movimentação em volta do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo para impedir uma iminente prisão do ex-presidente Lula chega à conclusão de que o fim melancólico desse líder, como os exemplos passados ensinam, se repete sempre que o personalismo exacerbado se sobrepõe e contamina a estrutura partidária. Nesses casos, invariavelmente, o destino pessoal do líder passa a se ligar de forma indissociável de todos à sua volta. O que acontecer a ele, acontecerá a todos igualmente. Em situações como essa, não chega a ser surpresa de que o destino de Lula será o destino não só de sua legenda e do que restou de seu grupo político mais próximo, mas dos movimentos sociais, das ONGs, dos sindicatos pelegos e de um sem fim de grupos satélites que viveram à sombra do Estado.

             O transatlântico do Lulismo vai à pique, levando com ele um período da história do país em que a pantomina política foi o traço marcante. A transformação da sigla dos trabalhadores em um partido de nítida característica fascista foi obra de um progressivo e bem elaborado projeto traçado desde o Fórum de São Paulo; e se intensificou, de forma desesperada, a partir das revelações que vieram à tona com a Operação Lava Jato.

             Postos a nu com as delações premiadas, restou ao lulismo recorrer à propaganda e à divulgação sistemática de narrativas fictícias, que visavam construir uma nova realidade, obviamente sobre os escombros da verdade. Com efeito, lançaram mão de outra estratégia fascista ao apontar a grande imprensa como inimiga do partido e que, portanto, deveria ser hostilizada e atacada onde estivesse.

          Jornalistas foram agredidos, ameaçados, encurralados, gráfica de jornal invadida. Não satisfeitos, atacaram inclusive a residência da própria presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmem Lúcia. Para a consecução desses objetivos, foram organizados, também dentro do figurino fascista, milícias e outras forças paramilitares para punir severamente todo e qualquer adversário.

         Também o desrespeito às instituições e o não acatamento das decisões, mesmo dos tribunais superiores, revelam traços de um fascismo de contornos caudilhescos, em que a vontade e os desejos do líder se sobrepõe a tudo e a todos.

       O futuro que parece cada vez mais, reservado a esse partido, é a entrada para a clandestinidade, se transformando numa espécie de grupo guerrilheiro e radical, semelhante aos camisas negras, os “Fasci Italiani di Combattimento”. A refundação do partido, conforme pregado por algumas lideranças no longínquo 2005, deu lugar a um segundo naufrágio: primeiro com o impeachment da ex-presidenta Dilma; agora com a decretação da prisão do grande guia, que, com os seus, ruma para o pântano da história.

A frase que não foi pronunciada:

“Perderam a ternura.”

Che Guevara, de onde estiver, analisando os petistas

Preparativos

Nesse ano, as regiões administrativas estão preparando, com todo esmero, o 58º Aniversário de Brasília, para que a população participe ao máximo da festa. O secretário Marlon Anderson Costa, do Apoio às Cidades, já providenciou o cadastramento dos ambulantes que terão autorização para trabalhar no dia 21 de abril. A convocação foi feita pelo Diário Oficial.

Imagem: agendacapital.com.br
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Divulgar

Por falar em preparativos, seria uma bela oportunidade distribuir o hino de Brasília nas escolas do DF. O governador Rollemberg ou a dona Márcia, que certamente foram alunos de dona Neusa França, fariam uma justa homenagem à mestra.

Haja tempo

Herdada dos portugueses, a burocracia no Brasil ainda não foi vencida. Um microempreendedor individual que queira abrir uma empresa o faz bem rápido. Mas no momento de emitir um recibo pelos serviços é uma maratona de idas e voltas. Até a gráfica que vai imprimir o boleto precisa ter a assinatura reconhecida em cartório. Há caminhos muito mais curtos e muito mais seguros. A internet está aí para isso.

Charge: mcartuns.wordpress.com
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Contrato

Cristina da Silva Britto foi a historiadora contratada para realizar uma pesquisa e escrever um livro sobre a evolução histórica e administrativa do Tribunal de Contas do Distrito Federal.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Para ficar no vai e vem, os funcionários, em número elevadíssimo, deveriam ter uma casa montada no Rio e outra em Brasília, com os filhos 6 meses numa escola carioca, e outra metade do ano numa escola de Brasília. Ora, doutor Cardoso! (Publicado em 18.10.1961)

O Brasil vai ser um país para amadores. Da ética.

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ARI CUNHA

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Charge: geografiaem360graus.blogspot.com.br (Cícero)
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         Por razões que escapam à compreensão e ao senso comum, quis o destino que a proclamação da República no Brasil, em 1889, introduzisse por aqui um novo sistema  de governo, sem, no entanto, abolir completamente o anterior (monarquia), criando, a exemplo da jabuticaba, um modelo nosso, muito próprio, em que o presidencialismo seria doravante exercido por uma espécie de monarca sem coroa, mas com poderes claramente absolutos e no qual a antiga nobreza parasitária fosse substituída por uma classe política exploradora, composta, na sua grande maioria, por indivíduos de alto poder econômico e pouca imaginação.

       Quanto aos antigos privilégios, que eram o alvo inicial dos republicanos, esses permaneceram não só inalterados, como em muitos casos foram ampliados ainda mais, criando uma espécie de presidencialismo absolutista em que o presidente, seu entorno imediato, bem como todos aqueles que ocupam altas funções de Estado, nos 3 Poderes, passaram a integrar uma elite blindada contra a realidade em volta.

         Para manter o status quo, numa situação tão sui generis, foi criada, inclusive, cortes e leis especiais para julgar essa nova nobreza. Em outras palavras, introduziu-se, entre nós, apenas mudanças de nomenclaturas genéricas, sem, contudo, alterar o conteúdo do sistema de governo. Não é por outra razão que, desde aquela época, assistimos a um suceder de crises institucionais, por mais que continuemos, a cada nova crise, a reformar continuamente nossa Carta Magna.

       A cada novo ciclo de crises, novas oportunidades se abriram para reformular esta situação e todas elas foram miseravelmente desperdiçadas, abrindo espaço para novas crises, num ciclo sem fim.

       Com a chegada dos Partido do Trabalhadores ao poder, finalmente se vislumbrou a oportunidade de encerrar esse longo período de crise por meio de um ajuste histórico que poria fim às desigualdades, abrindo espaço para uma refundação da República, nos moldes em que ela é apresentada na teoria.

     Não foi preciso nem uma década para perceber que com esses novos personagens o país não iria reajustar nenhum processo histórico, como ainda iria se embrenhar por meandros percorridos pelo mau-caratismo e que acabou por nos conduzir para a maior crise econômica, social e política de toda a nossa história desse país.

         Para piorar uma situação, que em si já é calamitosa, ainda assistimos ao lento desmanche ético e político de um vice-presidente, enredado numa trama tecida por si e pelos seus homens de confiança.

Para salvar a própria pele não tem poupado nada. Começa a perder a dignidade.

A frase que não foi pronunciada:

“Falta abolir a escravidão que a ignorância impõe.”

Rui Barbosa em 2018

Historinha

À espera de Lula, o advogado de Lula trouxe à baila a história de La Fontaine: o lobo e cordeiro cuja moral é: “Onde a lei não existe, ao que parece, a razão do mais forte prevalece.”

Imagem: godofredofrancaleiloes.com.br
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A volta do mundo

Petistas insistiram que colocassem no Túnel do Tempo do Senado, onde estão os ex-presidentes, o registro do impeachment do Collor. Passados anos, ninguém insistiu na mesma iniciativa em relação a ex-presidente Dilma. Mas uma imagem editada, criada, está correndo vários aplicativos. Não perdoaram. Veja no blog do Ari Cunha.

Tensão

Eugênio Aragão, Dalmo Dallari e Bandeira de Mello são unânimes em afirmar que ordem de Moro veio antes da hora. Por essa eles não esperavam. Cada conselho dado ao ex-presidente vai repercutir na pena. Muita calma nessa hora.

Charge: ibamendes.com (Quinho)
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Leitores confusos

Vai entender. O New York Times posta uma foto em frente ao Sindicato de São Bernardo onde os manifestantes são fotografados mostrando o polegar e indicador em forma de L. Nos Estados Unidos é a mesma coisa que dizer: looser ou perdedor! Os leitores vão ficar confusos já que a matéria é favorável ao Mr. Da Silva.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O “retornista” Adauto Lúcio Cardoso sugeriu 6 meses de Congresso no Rio, e 6 meses em Brasília, mas esqueceu de que o Congresso para funcionar, precisa de funcionários, de arquivos, de inúmeras repartições, enfim. (Publicado em 18.10.1961)

Portal Vermelho informa: Lula se apresentará à Polícia Federal após a missa

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ARI CUNHA

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Dia: 07/04/2018 às 10:56:18

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá ser conduzido à sede da Polícia Federal em São Paulo neste sábado (7), depois da missa em homenagem a Dona Marisa Letícia, realizada pela manhã no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A informação foi confirmada pelo líder do Movimento Sem Terra, João Pedro Stédile, que anunciou a instalação de um acampamento permanente ao redor da Polícia Federal em Curitiba.

 

           Durante toda a madrugada, os advogados de defesa negociaram com a Polícia Federal. De acordo com Stédile, com o objetivo de preservar Lula para o que ele chamou de “batalha final”, a decisão foi a de que o petista se entregará neste sábado, como forma de impedir que o juiz Sérgio Moro decretasse uma prisão preventiva contra ele. A expectativa, afirmou, é de que Lula fique preso por um curto período, até que sejam julgados os habeas corpus que garantiriam a sua liberdade, na semana que vem.

        “O objetivo principal da burguesia agora é capturar o Lula. Nosso objetivo é preservá-lo para a vitória final. Então, nesse momento, do ponto de vista da estratégia judicial, para preservar o Lula, é melhor que ele se entregue agora e saia em uma semana, que correr o risco de decretarem prisão preventiva, que é uma prisão que o juiz decreta e, por 80 dias, não há condições de habeas corpus”, afirmou.

         De acordo com ele, já havia articulações por parte do juiz Sérgio Moro nesse sentido. “Corríamos o risco de Moro decretar a prisão preventiva e eles inutilizarem o Lula por 80 dias, tirando ele da luta de classes. Preferimos recuar um passo, ele se apresentar com todas as garantias”, disse.

           Stédile anunciou que a resistência, contudo, não cessará. “Vamos montar acampamento permante em curitiba, ao redor da PF, onde eles estão garantindo um apartamento com condições de dignidade para Lula. Ficaremos lá e esperamos, até o fim de semana que vem, resgatá-lo de novo para o povo, seguindo as caravanas pelo país. A militâncoa tem que entender essa jogadas. Aqui não basta dar murro em ponta de faca, tem que saber onde recuar e onde avançar”, defendeu.

Do Portal Vermelho

Lula não está foragido e a resistência continua

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Notícia do portal Vermelho postada agora

       Depois de horas de expectativa sobre qual seria a decisão do ex-presidente Lula com relação à ordem de prisão do juiz Sérgio Moro, o recado foi claro: “Lula está num lugar público, ao lado do povo”, anunciou a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann. O ex-presidente não se recusa a se entregar à justiça, e está à disposição.

Por Mariana Serafini

           “A grande mídia está dizendo que Lula está foragido, eu nunca vi um foragido que o Brasil inteiro sabe onde ele está”, com esta frase, o presidente do MTST, Guilherme Boulos, anunciou que a vigília em defesa de Lula continua.

           Já a deputada estadual do PCdoB Manuella D’Ávilla destacou a importância da militância que está fazendo uma resistência pacífica e deve continuar assim, em defesa da democracia e do ex-presidente.

          Ao longo do dia, milhares de pessoas de diversas partes do país chegaram ao Sindicato para apoiar Lula. O clima, apesar de tenso, é de alegria e resistência. A militância está disposta a resistir porque sabe que cumpre um papel histórico em defesa de um dos maiores lideres políticos da América Latina.

            Após o horário estabelecido por Moro para Lula se entregar, 17 horas, as tropas de choque da Polícia MIlitar começaram a cercar o prédio, mas a ação ofensiva não intimidou a militância, que garante: “não vai arredar o pé” do Sindicato, que agora é o maior foco de defesa da democracia no Brasil.

             Diferente do que a grande imprensa diz, Lula não está escondido, pelo contrário, ele passou o dia todo dentro do sindicato, em uma sala reservada com outras lideranças políticas. Após o ato político, que começou por volta das 17h30, o ex-presidente vai continuar no prédio dos metalúrgicos e fica à espera da ordem judicial para prendê-lo.

        O prédio do Sindicato, em seus quatro andares, conta com estrutura necessária para abrigar centenas de militantes. Os movimentos sociais organizam a estrutura para manter seus membros mobilizados. Porém, ao longo desta sexta-feira (6), faltou água durante todo o dia e não há perspectiva de regularização da situação. Vale ressaltar que os comércios ao redor, na mesma rua, não sofreram com falta de água, a ação parece orquestradas para dificultar a permanência no local.

            Há 40 anos, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC foi um importante foco de resistência à ditadura e berço do dirigente sindical Lula, que após três tentativas, chegou à presidência da República. Hoje, o local volta a ser palco de resistência, os movimentos sociais aqui reunidos buscam barrar o golpe que avança contra os direitos dos trabalhadores.

Do Portal Vermelho

O lado silencioso da Lei do Silêncio

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Foto: g1.globo.com (Thiago Sabino/Divulgação)
Foto: g1.globo.com (Thiago Sabino/Divulgação)

     Por trás da Lei do Silêncio, que querem de qualquer forma impingir a comunidade como salvação para estabelecimentos noturnos decadentes, se estende também todo um aparato falsamente modernizante que visa fazer do Plano Piloto e de parte da capital uma gigantesca área de recreação onde o barulho e a desordem generalizados irão, pouco a pouco, minar o sossego e a tranquilidade que ainda resta para os brasilienses ao cair da noite.

         A começar pelo próprio nome dado à uma lei que pretende não o silêncio, mas a abolição deste, pelo aumento crescente dos decibéis. Também não corresponde à verdade a afirmação de que a reclamação dos moradores tem feito cair o movimento nessas casas onde há a apresentação de música ao vivo. A falta de clientes em todos os estabelecimentos de comércio decorre da crise econômica experimentada pelos brasileiros desde 2013 e não tem relação nenhuma com a atividade musical.

         A setorização de atividades para a capital, conforme proposta pelo seu idealizador, Lúcio Costa, foi a melhor e mais racional medida que poderia ser adotada para uma cidade planejada e ainda hoje cumpre, com eficácia, seu papel. A alteração do volume (decibéis) atende, única e exclusivamente, à uma minoria que busca lucrar negociando a tranquilidade dos brasilienses, já ameaçados quando a noite chega pela carência de policiamento, pela iluminação precária, pelas badernas nas adjacências desses bares, onde o consumo de bebidas e drogas, inclusive por menores, é feito sem qualquer restrição.

          Não bastasse essa anomalia, os moradores da cidade ainda vão sendo obrigados a conviver com o advento dos Food Trucks que, invadindo áreas de estacionamento e áreas verdes, promovem suas festas populares ao arrepio da lei, sem vistoria sobre o barulho produzido, nem sobre a qualidade de comida que oferecem em seus cardápios.

        O fato é que a qualidade de vida dos moradores do Plano Piloto vem decaindo a cada ano pelo avanço progressivo de uma modernidade totalmente alheia ao respeito pelo silêncio, pela paz e pelos direitos de quem quer ficar em casa para descansar. São imposições dadas certamente por pessoas que não são ligadas à cidade. Em pouco tempo saem daqui deixando o rastro de destruição. Isso é intolerável.

        Deixar essas e outras “inovações” nas mãos de políticos, cujo o único interesse é angariar apoio e voto, não parece uma boa ideia. Nesse caso, o melhor seria uma consulta diretamente com os moradores dessas áreas afetadas pelas algazarras, para que possam escolher livremente o que desejam para sua quadra e para sua família.

          Uma Lei do Silêncio para valer deveria propor a quietação e a serenidade de toda a cidade como recompensa àqueles milhões de candangos que deram duro durante todo o dia.

A frase que foi pronunciada:

“Se algum deputado distrital tivesse uma fábrica de isolamento acústico, a Lei do Silêncio seria para ser Lei do Silêncio.”

Comentário de Sérgio Silva, da 408 Norte

Charge: jornaldebrasilia.com.br
Charge: jornaldebrasilia.com.br

Boa ideia

Vicentinho, deputado federal pelo PT, declara que está quase defendendo a desobediência civil. Bom falar isso justamente no mês dos contribuintes pagarem 40% dos vencimentos ao Leão. Se a moda pega, seria o caso de depositar o imposto de renda em juízo, até que a União, Estados e municípios se comprometam em cumprir a Constituição devolvendo aos contribuintes os impostos pagos em segurança, educação, saúde, transporte.

Trabalhadores

Por falar em Receita, os auditores fiscais estão com data marcada para paralisação. A nota diz o seguinte: “Os auditores-fiscais desejam seguir cumprindo seu papel capital na retomada do crescimento e entendem que a desestabilização do órgão não atende aos interesses da sociedade brasileira. Assim, esperam que o governo se sensibilize e cumpra aquilo que foi acordado com a categoria. Esta é a única forma de reestabelecer a normalidade na Receita Federal do Brasil”.

Danos morais

Vídeo sobre uma funcionária do HRT mostra que, diariamente, ela batia o ponto, entrava no carro e saía. A má-fé de quem teve o cuidado de gravar as imagens foi atestada, já que ela entrava no carro, mas não ia embora. Na verdade, ela parava mais perto da entrada do trabalho para a labuta diária.

Caindo a ficha

Jornalistas sofrem na cobertura do Lula. Muitos deles digitaram o número 13 na urna eleitoral. O fenômeno anti-PT se dá, exatamente, como acontece com pessoas que deixam a religião. Pode-se tocar a alma, mas a manifestação da vontade deve ser livre e inatingível.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O que houve, de fato, foi uma licença que ele tirou da sucursal do “Correio Paulistano”, e, agora, estão fazendo “jogo de empurra” para destinar o apartamento a um funcionário já escolhido. (Publicado em 18.10.1961)