Uma crise anunciada

Publicado em Íntegra

Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil

Avisos, recomendações e alertas sobre a crise hídrica que assola o Distrito Federal foram feitos há pelo menos dois anos pelos órgãos de controle estatal e pelos órgãos do próprio governo. Como mostra o relatório especial intitulado Crise hídrica — como o DF chegou a essa situação e o que vem pela frente, elaborado pelo Sindicato dos Engenheiros do DF (Senge-DF), o problema começou a ser percebido, com mais exatidão, nas áreas do Entorno, a partir da constatação de que os volumes de chuva vinham sendo muito abaixo das médias históricas para a região. Com isso, passou-se a observar a queda, quase diária, nos níveis dos reservatórios.

Somente quando a situação parecia caminhar irremediavelmente para o desabastecimento geral, o GDF iniciou a implementação de uma série de medidas para minorar uma situação que já estava estabelecida de fato. Passou, então, em regime acelerado, à adoção de restrições de uso dos recursos hídricos mediante a redução de pressão na rede de distribuição, seguida pela imposição de uma tarifa extra para consumo acima de 10 mil litros/mês, além da suspensão de novas outorgas e concessões para a captação de água, reforçadas por campanhas educativas para a conscientização da população. O pior erro foi não proteger as nascentes. As consequências vão aparecer em poucos anos, caso se deixe de fazer o mapeamento e a recuperação. Nisso, a UnB tem o que é preciso para colaborar com um futuro melhor para a cidade, já que os cursos são gratuitos. Chegou o momento da contrapartida.

Mesmo com as medidas emergenciais, o reservatório da Bacia do Descoberto sinalizava, em janeiro deste ano, o mais baixo nível de toda a sua história (18,69%). Ainda em janeiro, foi decretada a situação de emergência por seis meses, com a ampliação do rodízio de racionamento também para as áreas abastecidas pelo sistema Santa Maria. Ações emergenciais, como a ativação do Subsistema Produtor de Água do Bananal e do Subsistema Produtor de Água do Lago Norte e de outros de menor porte, foram implementadas, mas ainda não são suficientes para debelar uma crise que ameaça mais de 3 milhões de habitantes da Grande Brasília.

Outras ações, como a conclusão do Sistema do Corumbá, estão em andamento acelerado para, ao menos, contornar a crise gravíssima. De olho nessa situação toda, o Ministério Público de Contas do DF (MPC-DF) diz que existem sinais de falhas de gestão e de fiscalização tanto por parte da Adasa quanto da Caesb.

Segundo o relatório do MPC, a Adasa “deveria promover a gestão adequada dos reservatórios do DF, o que, de fato, parece não ter ocorrido”. Para os procuradores não há explicações razoáveis para o fato de o reservatório do Descoberto ter diminuído em 80% o nível num período tão curto de apenas oito meses. Para o MPC, não é aceitável que o argumento da Adasa de que as poucas chuvas e o aumento no consumo tenham determinado a crise, quando se sabe que o consumo por habitante vem diminuindo. Outro erro já registrado nesta coluna é estimular os grileiros, chegando com água e luz em terras invadidas — absurdo que precisa ser interrompido imediatamente.

De acordo com o MPC, “a situação por que hoje passa o DF decorre, precipuamente, de falha na gestão dos recursos hídricos, que pode ter se originado, entre outros fatores, de planejamento ineficiente, má gestão dos recursos financeiros disponíveis ou até ações tecnicamente inadequadas”.

Na avaliação dos procuradores do MPC a Caesb, o abandono das pequenas captações de água em favor do Sistema Corumbá IV merece ser examinada pelo tribunal. “No passado recente, se diversas opções para incrementar o abastecimento fossem implementadas, talvez não estivesse passando por crise tão aguda como a atual.”

A frase que foi pronunciada

“A água de boa qualidade é como a saúde ou a liberdade: só tem valor quando acaba.”

Guimarães Rosa

Esferas

» Excelentes as esferas de cimento no Setor Comercial Sul. Impedem que os motoristas sejam multados por estacionar em local proibido. Foi uma ajuda e tanto para os motoristas mal-educados. Deixou a região limpa, clara e livre para os pedestres

Release

» Colecionar 2017 — Brasília vai sediar pela primeira vez. Começa hoje e vai até o dia 29 deste mês. Trata-se de um evento de multicolecionismo que reunirá em um único espaço filatelistas do mundo inteiro, colecionadores de cédulas e moedas, além dos apaixonados por carros antigos, orquídeas e artesanato. A promoção é dos Correios.

História de Brasília

A barganha em torno da partilha que dava Brasília “ao PSD de Goiás” fez afastar o nome de um homem de bem das cogitações. Vieram, depois, as “consultas”, e elas continuam dias a fio, sem uma solução. (Publicado em 6.10.1961)

Uma crise anunciada

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Avisos, recomendações e alertas sobre a crise hídrica que assola o Distrito Federal foram feitos há pelo menos dois anos pelos órgãos de controle estatal e pelos órgãos do próprio governo. Como mostra o relatório especial intitulado Crise hídrica — como o DF chegou a essa situação e o que vem pela frente, elaborado pelo Sindicato dos Engenheiros do DF (Senge-DF), o problema começou a ser percebido, com mais exatidão, nas áreas do Entorno, a partir da constatação de que os volumes de chuva vinham sendo muito abaixo das médias históricas para a região. Com isso, passou-se a observar a queda, quase diária, nos níveis dos reservatórios.

Somente quando a situação parecia caminhar irremediavelmente para o desabastecimento geral, o GDF iniciou a implementação de uma série de medidas para minorar uma situação que já estava estabelecida de fato. Passou, então, em regime acelerado, à adoção de restrições de uso dos recursos hídricos mediante a redução de pressão na rede de distribuição, seguida pela imposição de uma tarifa extra para consumo acima de 10 mil litros/mês, além da suspensão de novas outorgas e concessões para a captação de água, reforçadas por campanhas educativas para a conscientização da população. O pior erro foi não proteger as nascentes. As consequências vão aparecer em poucos anos, caso se deixe de fazer o mapeamento e a recuperação. Nisso, a UnB tem o que é preciso para colaborar com um futuro melhor para a cidade, já que os cursos são gratuitos. Chegou o momento da contrapartida.

Mesmo com as medidas emergenciais, o reservatório da Bacia do Descoberto sinalizava, em janeiro deste ano, o mais baixo nível de toda a sua história (18,69%). Ainda em janeiro, foi decretada a situação de emergência por seis meses, com a ampliação do rodízio de racionamento também para as áreas abastecidas pelo sistema Santa Maria. Ações emergenciais, como a ativação do Subsistema Produtor de Água do Bananal e do Subsistema Produtor de Água do Lago Norte e de outros de menor porte, foram implementadas, mas ainda não são suficientes para debelar uma crise que ameaça mais de 3 milhões de habitantes da Grande Brasília.

Outras ações, como a conclusão do Sistema do Corumbá, estão em andamento acelerado para, ao menos, contornar a crise gravíssima. De olho nessa situação toda, o Ministério Público de Contas do DF (MPC-DF) diz que existem sinais de falhas de gestão e de fiscalização tanto por parte da Adasa quanto da Caesb.

Segundo o relatório do MPC, a Adasa “deveria promover a gestão adequada dos reservatórios do DF, o que, de fato, parece não ter ocorrido”. Para os procuradores não há explicações razoáveis para o fato de o reservatório do Descoberto ter diminuído em 80% o nível num período tão curto de apenas oito meses. Para o MPC, não é aceitável que o argumento da Adasa de que as poucas chuvas e o aumento no consumo tenham determinado a crise, quando se sabe que o consumo por habitante vem diminuindo. Outro erro já registrado nesta coluna é estimular os grileiros, chegando com água e luz em terras invadidas — absurdo que precisa ser interrompido imediatamente.

De acordo com o MPC, “a situação por que hoje passa o DF decorre, precipuamente, de falha na gestão dos recursos hídricos, que pode ter se originado, entre outros fatores, de planejamento ineficiente, má gestão dos recursos financeiros disponíveis ou até ações tecnicamente inadequadas”.

Na avaliação dos procuradores do MPC a Caesb, o abandono das pequenas captações de água em favor do Sistema Corumbá IV merece ser examinada pelo tribunal. “No passado recente, se diversas opções para incrementar o abastecimento fossem implementadas, talvez não estivesse passando por crise tão aguda como a atual.”

A frase que foi pronunciada

“A água de boa qualidade é como a saúde ou a liberdade: só tem valor quando acaba.”

Guimarães Rosa

Esferas

» Excelentes as esferas de cimento no Setor Comercial Sul. Impedem que os motoristas sejam multados por estacionar em local proibido. Foi uma ajuda e tanto para os motoristas mal-educados. Deixou a região limpa, clara e livre para os pedestres

Release

» Colecionar 2017 — Brasília vai sediar pela primeira vez. Começa hoje e vai até o dia 29 deste mês. Trata-se de um evento de multicolecionismo que reunirá em um único espaço filatelistas do mundo inteiro, colecionadores de cédulas e moedas, além dos apaixonados por carros antigos, orquídeas e artesanato. A promoção é dos Correios.

História de Brasília

A barganha em torno da partilha que dava Brasília “ao PSD de Goiás” fez afastar o nome de um homem de bem das cogitações. Vieram, depois, as “consultas”, e elas continuam dias a fio, sem uma solução. (Publicado em 6.10.1961)

Um voto por inteiro

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com Circe Cunha  e Mamfil

Em 2015, o senador Reguffe (sem partido) apresentou proposta de emenda à Constituição (PEC) permitindo candidaturas avulsas. A PEC do senador estabelece, entre outras medidas, que “a filiação a partido político é direito de todo cidadão brasileiro, vedada a exigência de filiação partidária como condição de elegibilidade ou requisito de qualquer espécie para o pleno exercício dos direitos políticos”. Na opinião do senador, que obteve 57% dos votos válidos da capital do país, “é sempre difícil que quem foi eleito por um sistema queira mudá-lo”.

Outro que apoia a iniciativa é o senador Cristovam Buarque, para quem a candidatura avulsa iria acabar não só com o domínio dos partidos sobre a vida política do país, mas, sobretudo, iria “homenagear o princípio da soberania popular, que prevê o exercício do poder político diretamente pelo povo ou por intermédio de seus representantes”.

No entanto, analistas têm apontado para o perigo do voto avulso justamente num momento em que muitos deputados e senadores estão em xeque e, claro, não fariam nada para aumentar a imprevisibilidade da reeleição deles em 2018. Diante da certeza de que a maioria dos parlamentares não está disposta a alterar a regra que os beneficia, o protagonismo político dessa reforma espetacular viria, mais uma vez, do próprio Supremo Tribunal Federal (STF), que tem a matéria em mãos, pronta para ser deliberada em plenário.

O relator do processo é o ministro Barroso, duro crítico do atual sistema político nacional, que já concluiu o parecer sobre a questão. Se serve como indicação de seu voto, é preciso lembrar que, em certa ocasião, o ministro Barroso teria declarado que a “Constituição não instituiu uma democracia de partidos”. Pesa sobre essa questão o fato de o Brasil ser signatário do Pacto de São José da Costa Rica, firmado na Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969 e ratificado pelo Brasil em 1992. Por esse documento, ficou estabelecido que “todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direitos e oportunidades: (…) de votar e ser eleito em eleições periódicas, autênticas, realizadas por sufrágio universal e igualitário e por voto secreto, que garantam a livre expressão da vontade dos eleitores; e de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às funções públicas de seu país”.

A última movimentação no sentido de estabelecer ou não a candidatura independente foi dada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Em parecer favorável às candidaturas avulsas, Dodge enviou a matéria para a apreciação do Supremo, que tem a bola da vez. É certo que a aprovação das candidaturas avulsas não acabaria com os partidos, mas, sem dúvida, forçaria que a maioria deles fosse reformada visando ao interesse do eleitor, não apenas dos oligarcas dessas legendas precocemente envelhecidas.

 

A frase que foi pronunciada

“Aqueles que negam a liberdade para os outros não a merecem para si próprios.”

Abraham Lincoln

 

Prodasen

» Presença maciça do comando administrativo do Senado Federal pelos 45 anos do Prodasen. O evento foi aberto pelo Coral do Senado. Em clima descontraído, Ilana Trombka, diretora-geral; Fernando Bandeira de Melo, secretário-geral da Mesa; Alessandro Albuquerque, diretor do Prodasen fizeram um balanço do último ano registrando conquistas e desafios. Sem discurso, mas prestigiando o evento, estavam o chefe de gabinete da Primeira-Secretaria, Gustavo Ponce de Leon, e a secretária de Comunicação do Senado, Ângela Brandão.

 

Parceria

» Por falar em Prodasen, graças à integração de secretarias do Senado, foi possível implementar o Senado Multimídia. Trata-se de ferramenta espetacular, disponibilizada para o público externo em que atividades da Casa no plenário e comissões são gravadas em vídeo com a possibilidade de o internauta copiar e arquivar. Vale testar.

 

Bombeiros

» Polícia Militar, Detran, DER, Polícia Civil e todos os motoristas do GDF deveriam ter um canal direto com os Bombeiros. Não se sabe se por falta de pessoal, muitas queimadas se estendem pelo cerrado pela falta do grupamento. Há demora nos atendimentos e algumas vezes apenas abafadores não são suficientes. Queira Deus que não falte água na corporação.

 

Oásis

» Atendimento nota 10 no Hospital Santa Luzia, da rede D’Or. Prontuário no sistema, atendimento rápido, exames céleres e orientações dadas com profissionalismo e eficiência.

 

História de Brasília

Impressionante o desprezo do governo para com a cidade sede dos Poderes da República. Mais uma semana termina sem que seja escolhido o prefeito de Brasília. (Publicado em 7.10.1961)

Eleições com nova moldura

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Desde 1960

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com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br

Caso o Supremo Tribunal Federal venha a se pronunciar favorável às candidaturas avulsas ou independentes, estarão dadas todas as condições para o estabelecimento de um novíssimo modelo eleitoral, capaz inclusive de ofuscar a tímida reforma política proposta pelos congressistas. Obviamente, tal proposta não interessa aos partidos, principalmente aos caciques que comandam as legendas, transformadas, em alguns casos, em verdadeiros clubes fechados, onde os ventos da renovação são fenômenos exóticos e raros. Os profundos desgastes sofridos pelas 35 legendas que orbitam o Legislativo, com as sucessivas investigações levadas a cabo pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, abalaram muito mais os eleitores do que os próprios políticos. Convencidos de que nenhuma reforma política consistente que vá ao encontro das necessidades e dos desejos dos eleitores virá dessas agremiações, os eleitores brasileiros não escondem sua predileção por candidatos, ao mesmo tempo, independentes e libertos do controle das atuais lideranças políticas.

Pesquisa realizada há poucos meses pelo Datafolha indicava que 66% dos eleitores brasileiros não têm siglas de preferência. Sem concorrência, por enquanto, os partidos seguem insensíveis às mudanças ambicionadas pela sociedade, alegando que o candidato que não obtiver apoio das bancadas na Câmara e no Senado dificilmente conseguirá governar ou apresentar propostas.

Para alguns cientistas políticos, as candidaturas avulsas obrigariam os partidos a se abrir mais, tornando-se mais transparentes e democráticos para enfrentar o aumento significativo da concorrência que viria até de forma avassaladora. Um caso que exemplifica bem a ossificação de certas legendas é dado pelo Partido dos Trabalhadores. Envolto em sua maior crise, depois de inúmeros escândalos envolvendo nomes estelares da agremiação, ainda assim o PT insiste na candidatura única de Lula, um político processado, condenado pela Justiça e rechaçado por grande parte da população, embora o partido se vanglorie de possuir o maior número de filiados de todo o país.

Em todo o mundo, apenas 20 países exigem que candidatos às eleições sejam filiados a algum partido. Internamente, importantes lideranças políticas têm se debatido pelo fim do monopólio dos partidos. Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a permissão para candidaturas independentes, vedada pela atual Constituição, permitirá que algumas legendas respirem. “No Brasil, liberalismo é uma má palavra, nós aqui queremos tudo regulado pelo Estado. A formação de tantos partidos se explica apenas pelo acesso fácil ao Fundo Partidário.

“A verdadeira regra de um partido é ter apoio do povo”, avaliou o ex-presidente. Também Marina Silva (Rede) apoia a ideia de candidatos avulsos. “Defendemos as candidaturas independentes, para que as pessoas possam dispor do processo político, criar uma concorrência idônea com os partidos e a gente ter novos quadros na política. Quadros que virão com base em um programa, quadros que virão com uma plataforma registrada na Justiça Eleitoral, com base em uma história de vida na sociedade voltada para a saúde, educação, inovação, enfim, para os temas de interesse do cidadão”, considera. O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa ressalta ser “filosoficamente a favor das candidaturas avulsas”, que considera mais democrática. “Por que não permitir que o povo escolha diretamente em quem votar? Por que uma intermediação por partidos políticos desgastados, totalmente sem credibilidade? Existem algumas democracias que permitem o voto avulso, com sucesso”, afirmou Barbosa.

 

A frase que  foi pronunciada

“A grande força da democracia é confessar-se falível de imperfeição e impureza, o que não acontece com os sistemas totalitários, que se autopromovem em perfeitos e oniscientes para que sejam irresponsáveis e onipotentes.”

 

Atenção, professores

» A Câmara dos Deputados abriu inscrições para um concurso que homenageará a participação da imperatriz Maria Leopoldina no processo de independência do Brasil de Portugal. A competição vai selecionar o melhor desenho e o melhor vídeo sobre o tema produzidos por alunos de escolas públicas e privadas.

 

Visita

» Brasil e Israel juntos na escola da 108 Sul. Grande expectativa para a chegada do embaixador Yossi Shelley. Criançada alegre e a escola bem administrada fizeram o embaixador exclamar: “Educação é isso”.

 

Mashav Brasil

» Falando no assunto, no dia 28 deste mês, a partir das 19h, na Entrequadra 305/306 Sul, a Associação Cultural Israelita de Brasília promove o 3º Evento Beneficente Amigos de Israel — Noite Faláfel. Compra de convites com Ana Cláudia: 99674-7479

 

Soberania

» Em Manaus, uma apreensão recorde da Polícia Federal e Ibama. No total, foram 672 peixes ornamentais que foram resgatados no Aeroporto de Manaus. Os responsáveis pela carga no momento da prisão eram um estudante e um técnico de segurança. Também no Amazonas, 233 tartarugas e 133 tracajás estavam prontos para venda. Foram retirados durante a desova nos rios Jutaí e Purus. Falar em soberania é proteger efetivamente a Amazônia.

 

História de Brasília

O sr. Antônio Balbino confidenciou a íntimos que o prefeito de Brasília chegaria ontem, às 18h15 horas, ao aeroporto. Alguns repórteres se deslocaram para lá e, precisamente a essa hora, desceu um quadrimotor bombardeiro, de fabricação americana, convertido em cargueiro, e com várias toneladas de peixes vindos do Amazonas. (Publicado em 6/10/1961)

A Saúde não pode esperar

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 Desde 1960

colunadoaricunha@gmail.com

com Circe Cunha  e Mamfil

 Com mais de um milhão de exames médicos realizados, a prefeitura de São Paulo conseguiu a proeza de zerar as filas de espera de pacientes que, havia anos, aguardavam por tomografias, ressonância magnética e outros procedimentos que exigiam a utilização de modernos e complexos equipamentos hospitalares. Para isso, bastou firmar convênios com hospitais e clínicas particulares, para, em horário alternativo fora das horas de pico, que os pacientes da rede pública fizessem os exames sem maiores problemas.

Esse caso mostra bem como a boa administração dos serviços de saúde pública, feita com competência por gestores experimentados, pode fazer a grande diferença. É sabido que o setor de saúde pública é o grande nó da maioria das administrações pelo país afora. Obviamente, não se trata de exaltações de cunho ideológico desse ou daquele gestor. A questão que importa aos pacientes da rede pública é saber como realizar exames complexos, em equipamentos que a maioria dos hospitais públicos sequer possui, ou quando os tem, são obsoletos, ou estão, há anos, com defeitos e sem previsão de conserto. Há também os hospitais que, por falta de funcionários capacitados, jogam os equipamentos no porão.

Vale o exemplo de como existem saídas racionais para a crise. Depende apenas de quem está no comando. Enquanto não se adotam boas práticas por aqui, as filas de usuários da rede pública aguardando a realização de exames aumentam a cada dia. São mais de 10 mil solicitações em todo o Distrito Federal. Diante disso, a 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) ajuizou ação de improbidade contra o secretário de Saúde e a subsecretária de Administração-Geral, acusando-os de não tomar medidas efetivas para a aquisição de equipamentos de ressonância magnética.

Somente entre 2015 e 2017, foram gastos, segundo o Prosus, R$ 18 milhões com a terceirização do serviço, por conta da não aquisição dos aparelhos conforme previsto. A Prosus pede que, num prazo de 60 dias,  sejam adquiridos e instalados pelo menos três aparelhos de ressonância magnética. Para a promotora do caso, Marisa Isar, “pelos relatos de médicos, o exame feito fora do hospital enseja dificuldades com o transporte do paciente em ambulância até clínicas particulares. No caso da área de neurocirurgia no Hospital de Base, inviabiliza o fluxo de assistência aos pacientes do pronto-socorro, situação que aumenta o risco de morte e de complicações neurológicas”, diz.

O Tribunal de Contas do Distrito Federal, em relatório de auditoria feita para saber qual era a situação atual dos equipamentos hospitalares, considerou que “a gestão desses equipamentos, como é o caso da ressonância magnética, sua manutenção e substituição, quando obsoletos, não é apenas uma questão econômico-financeira, mas, sobretudo, de respeito à população”. Para uma população que se vê obrigada a arcar com uma das maiores cargas tributárias do planeta, soa surreal que, para ser atendida em tempo hábil para tratamento de saúde, tenha ainda que ingressar com ações judiciais nos tribunais. A falta de equipamentos hospitalares por tanto tempo evidencia apenas que por igual período tem faltado gestores.

 

A frase que não pronunciada

“Gerenciamento é substituir músculos por pensamentos, folclore e superstição por conhecimento, e força por cooperação.”

Peter Drucker

 

Exposição

» Em breve Brasília sediará uma mostra de Sérvulo Esmeraldo.

 

Escrita e ação

» Lançada pela Editoracvr, a dissertação de Katilen Machado Vicente Squarisi trata de um assunto que pode explicar o comportamento adulto. Intitulado O infantil na constituição da subjetividade – o memorial educativo de professores em escrita e ação, o estudo teve a orientação dos professores Inês Maria Marques Zanforlin Pires de Almeida e Paulo Sérgio de Andrade Bareicha. Pegue seu autógrafo na Leitura do Conjunto Nacional, amanhã, dia 21, das 17h às 19h. A saber: parte da renda do livro será destinada ao Centro Social Santa Clara, situado na Estrutural

 

Entrada franca

» Com o apoio do Sistema Fibra, a 14ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do DF começará no dia 23 e vai até 29 deste mês, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade. A expectativa de participação é de 45 mil pessoas, entre estudantes, empresários, professores e visitantes. O evento é promovido anualmente pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações — sempre em outubro, em todas as unidades da Federação.

 

História de Brasília

O prefeito a ser nomeado, se quiser tocar as obras de Brasília, terá, de seus assessores, o melhor plano de obras de que já se teve notícia. (Publicado em 6/10/1961)

Goiás pode virar imenso e árido sertão

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com Circe Cunha  e Mamfil

Envoltos nos próprios problemas, que já são muitos, os brasilienses ainda não se deram conta do destino comum que possui com o povo goiano e, principalmente, com o estado de Goiás, que os cerca por todos os lados. Mergulhado na maior crise hídrica dos últimos 30 anos, o imenso vizinho, até há pouco tempo conhecido como o berço central das águas, vai, pouco a pouco, sendo castigado pela mais severa seca de todos os tempos.

A situação chegou a ponto tal que os goianos já não escondem o pavor diante do cenário que vai se formando bem na frente de todos. Os principais rios da região, outrora cheios de peixes e toda espécie de vida, estão secando um a um, virando estradas de areia. Para as muitas cidades goianas, formadas historicamente ao longo desses ribeirinhos, a situação é de calamidade no presente e de muitos maus presságios para o futuro. Mesmo os rios mais caudalosos, verdadeiros mares de água doce, estão mostrando pela primeira vez o fundo do leito rochoso.

O Rio Araguaia, que corta todo o estado e segue rumo ao Tocantins, considerado, desde sempre, o maior patrimônio natural do Centro-Oeste, vem apresentando profundidades de menos de 30 centímetros, impossibilitando a navegação, a pesca, o turismo e o abastecimento de milhares de habitantes da região. O mesmo vem ocorrendo com o Rio Vermelho, até poucos anos atrás, um volumoso curso d’água que abastecia dezenas de cidades encontra-se praticamente seco, apresentando apenas pequenos filetes de água que, em alguns pontos, pararam de correr. Também o Rio das Almas, próximo a Ceres e Rialma, está tão vazio que é possível atravessá-lo a pé em todos os pontos. O que se vê são leitos de pedras secas e roliças ardendo ao sol.

O Rio Tesouras, também, há pouco caudaloso e corrediço, se encontra quase seco e sem vida. O mesmo destino apresenta o Rio Bacalhau, que antes era perene e volumoso e hoje está completamente seco, para desespero dos habitantes da região. Ao lado das causas climáticas globais, principalmente em decorrência do efeito estufa, que hoje é realidade inconteste, esses importantes cursos d’água, de fundamental importância para a própria existência de Goiás, estão sofrendo com a incúria humana, principalmente por causa dos grandes produtores.

O agronegócio, fortíssimo em toda a região, é apontado por especialistas como o maior responsável pelo desaparecimento dos imensos rios. A destruição de matas nativas e principalmente de matas ciliares, que cobriam os rios para dar lugar a extensas lavouras altamente mecanizadas e à criação de imensos rebanhos bovinos, está por trás da tragédia. Na falta de educação ambiental e de fiscalização efetiva, os produtores estão transformando Goiás em imenso e árido deserto. Com a destruição ambiental desse estado, o destino da capital do país vai sendo selado também, bem diante dos olhos de todos.

 

A frase que foi pronunciada

“A lama não está destruindo somente o Rio Doce e as populações que sobrevivem dele, há anos está impregnada nas instituições brasileiras, matando muita gente e ceifando esperanças.”

Sebastião Wanderley

 

Chega

» Falar em impacto da violência urbana no ambiente de escola pública ou particular é normal. Mas municipal parece estranho. Por incrível que possa parecer, as secretarias de Educação de Canindé, Quixadá e Senador Pompeu, no sertão central, Baturité e em outras dezenas de municípios no interior do Ceará assinaram um termo de cooperação técnica com o Ministério Público do Ceará para a implantação de núcleos de mediação escolar para arbitrar em casos de bullying.

 

Tudo de bom

» No ritmo da tecnologia, o Banco do Brasil acertou o passo. A satisfação dos clientes abrange desde a possibilidade de falar com o gerente em tempo real on-line como solicitar a aprovação de empréstimo. Neste último caso, os documentos são enviados também eletronicamente para aprovação. Praticidade, economia de tempo e atenção aos correntistas.

 

Segredo

» Do Peixe Vivo à geração Coca Cola. Assinado por Fátima Bueno, o livro traz a vida musical de Brasília da década de 60 aos anos 80. Ainda não foi lançado.

 

Agência Brasília

» O GDF convida a população do Guará para opinar sobre a licitação da concessão do Complexo Esportivo e de Lazer da cidade. “A consulta pública é importante porque a gente tem uma visão de projeto, uma visão de estado do equipamento. O que a população traz são questões muito pontuais, que merecem ser acolhidas no estudo”, explica o subsecretário de Parcerias Público-Privadas da pasta, Rossini Dias. O prazo vai até o dia 24 e as sugestões podem ir por e-mail (ppp@fazenda.df.gov.br) ou pelos Correios — protocolo-geral da Secretaria de Fazenda, Setor Bancário Norte, Quadra 2, Bloco A, Edifício Vale do Rio Doce, 9º andar, sala 902, CEP 70.049-909.

 

História de Brasília

E por falar em Iate Clube, o comodoro Silvio Pedrosa assinou, anteontem, a doação do terreno onde está o clube, com investimento superior a 100 milhões de cruzeiros. (Publicado em 6.10.1961)

Aos mestres com carinho?

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com Circe Cunha  e Mamfil

Talvez por ter caído num domingo, o 15 de outubro, Dia do Professor, passou em brancas nuvens para muita gente. Passou, assim despercebido, como de costume tem passado a profissão de professor ao longo de toda a história brasileira. Para uma sociedade que, havia menos de um século, era, majoritariamente, formada por pessoas iletradas, o exercício do magistério, à semelhança da catequese dos índios, empreendido séculos antes, sempre foi visto com um misto de admiração por uns e de ressalvas por outros. A tarefa de educar, embora reconhecida como de grande importância para a modernização do país, nunca teve, por parte das autoridades, o tratamento devido. Portanto, não chega a ser surpresa que os professores brasileiros estejam entre os profissionais com os menores salários do mundo.

Segundo dados divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os professores brasileiros ganham menos da metade da média salarial para docentes em 46 países, embora trabalhem mais que a grande maioria deles. Um professor de educação básica recebe, no Brasil, cerca de US$ 12.337 por ano, enquanto, em outros países da OCDE, a média é de US$ 28.700. Essa situação se agrava ainda mais quando se verifica que nem o piso salarial de aproximadamente R$ 2.000 é pago em muitos estados brasileiros.

Na maioria dos países da OCDE, os professores passam , em média, 40 semanas em sala de aula. No Brasil essa média é de 42 semanas e em algumas localidades chegam a 44, sem contar o tempo gasto na preparação de aulas e na correção de exercícios e provas, que são realizados em casa. A evidência de que esse é um processo histórico e enraizado em nossa cultura traz repercussões negativas até para a continuidade do magistério.

Estudos da OCDE demonstram ainda que a maioria dos jovens brasileiros hoje não pretende se tornar um futuro profissional de ensino. As razões são muitas e vão desde as péssimas condições de trabalho, com baixos salários e salas superlotadas, até a violência escolar e as múltiplas enfermidades que esses profissionais sofrem ao longo dos anos. Mesmo os cursos de licenciatura, por razões óbvias, atraem cada vez menos alunos.

De acordo com números apresentados pelo MEC, apenas 16% dos alunos de formação de professores concluem o curso. Estudos da OCDE mostram ainda que o Brasil é, entre todas as nações desse grupo, um dos mais hostis com os professores de escolas públicas. Também o gasto do Brasil com aluno do ensino fundamental ou médio é de cerca de US$ 3,8 mil ao ano, menos da metade da média da OCDE, que é de US$ 8,5 mil, no ensino fundamental e de US$ 9,8 mil no ensino médio.

Não bastassem esses números, o Brasil ainda é considerado o líder no ranking da violência escolar. Em 2014, a OCDE apontou que 12,5% dos educadores sofreram agressões verbais ou intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana. A média entre outros membros foi de 3,4%. Em países como a Coreia do Sul, esse índice foi zero.

Os constituintes da Carta de 1988 erraram ao não fixar como teto salarial para o funcionalismo, o salário de professor de universidade pública, com dedicação integral e no fim de carreira. Quem sabe, assim, os parâmetros de ganhos teriam um referencial mais justo e ético, servindo de base para o futuro.

 

A frase que foi pronunciada:

“ Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.”

Paulo Freire

 

Atenção educadores

Mobilização produtiva. Hoje começa o V ENTEC – Encontro Nacional dos Trabalhadores em Educação e Cultura realizado pela CNTEEC. Com os temas: Desmonte Sindical, Reformas, Crise Social E Moral; o CNTEEC está em busca de novos caminhos.O encontro será na sede da organização que fica no SCS quadra 4 , bloco B. Mais informações pelo telefone 3321-4140.

 

Outro lado

Em relação a nota publicada na coluna “Ari Cunha” sobre a insalubridade a que estão sujeitos os pacientes por conta da proximidade com o Centro de Controle de Zoonoses, o Hospital da Criança de Brasília Jose Alencar (HCB) esclarece que não há qualquer evidência que indique algum risco à saúde dos pacientes do Hospital por conta da proximidade com o referido Centro. As edificações onde ficam os pacientes imunosuprimidos estão a uma distância de quase 300 metros do Centro, a água do Hospital é fornecida pela Caesb e a limpeza e manutenção dos reservatórios são realizadas a cada três meses. O HCB também mantém um controle de pragas realizado a cada 21 dias, no Hospital e em seu entorno, de acordo com a RDC 52 da Anvisa.

 

Do bem

Daniéll Zukko promove, no dia 21 de outubro, a partir das 10h, o Mutirão de Doação #minhabrasilia. O ponto de encontro é no Hemocentro de Brasília na W 1 Sul e a ideia é juntar a força e a boa vontade dos brasilienses, ou quem estiver por aqui, para ajudar quem precisa. “Brasília é uma cidade espetacular! Com gente espetacular! O meu objetivo é juntar 50 doadores nessa manhã. Para participar é só comparecer ao local, no horário marcado, claro que preenchendo os pré-requisitos da Fundação: para saber se você está apto ou não para doar sangue, basta entrar no site do Hemocentro (http://www.fhb.df.gov.br/). É preciso, mais do que nunca, criar o hábito da doação”, explica Daniéll. A VW Brasília, o estúdio móvel que é palco das entrevistas mais bacanas da web (#minhabsb), também estará por lá.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Vem governo, sai governo, e as duas casas dos funcionários da Novacap continuam interrompendo a avenida que liga o Trevo do Presidente ao Iate Clube de Brasília. (Publicado em 06.10.1961)

Eleições acentuam mais o desânimo do eleitorado

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 Desde 1960

colunadoaricunha@gmail.com

com Circe Cunha  e Mamfil

 Nem despontou no horizonte, mas, para 2018,  é possível observar o grande nervosismo dos vários postulantes aos cargos eletivos aqui na capital. Alguns candidatos mais afoitos e indiferentes à legislação vigente se encontram em plena campanha fora de hora, distribuindo brindes, santinhos, cestas básicas e estampando a cara em outdoors pela cidade, na esteira da crença de que quem se apresenta primeiro ao eleitor tem mais chance de ser lembrado na hora de colocar o voto nas urnas.

Um desses postulantes alheio à lei eleitoral se apresenta inclusive como herdeiro do clã Roriz, usa o mesmo sobrenome famoso e, pelas fotos postadas nas redes sociais, está em plena campanha, fazendo o que acredita ser política, mas que não passa de burla a lei e de flagrante oportunismo. A falta de uma fiscalização efetiva faz com que ele e outros candidatos se lancem abertamente em campanha, visitando creches, hospitais, asilos, comunidades carentes e todo os lugares, nos quais parece possível garimpar votos.

Uma vez feito esse trabalho desleal e tendo colhido os votos necessários às suas pretensões, somem na poeira da estrada e vão cuidar exclusivamente de seu pé de meia, como muitos que o precederam. Para outros mais meticulosos a “corrida para o Buriti”, como assinalou o CB  (15/9), começou também, só que nos bastidores, por meio da movimentação do tabuleiro político local, na busca de aliados e na definição de nomes e siglas coligadas que possam dar algum fôlego aos pretendentes aos cargos eletivos.

Com o desgaste da classe política se acentuando a cada eleição e com os constantes casos de corrupção, que vêm à tona a todo momento, a escolha dos vários candidatos vai se realizando pelo método de exclusão de nomes. Mesmo a escolha do atual governador se deu por exclusão dos demais concorrentes, quer por antipatia da população, quer por questões judiciais que os impediram de seguir na disputa.

Herdeiro de uma das mais conturbadas administrações, Rollemberg ainda não teve tempo suficiente nem sequer de arrumar a casa nem de consolidar uma base de apoio político coerente e sólida. Com isso, as opções dos eleitores vão recaindo sobre aqueles nomes menos desgastados e, de preferência, sem pendências com a Justiça.

Operações da Polícia Federal, em Brasília, como a Caixa de Pandora, Drácon, Panatenaico, Lava-Jato, Étimo, Xepa e outras, serviram para orientar a população mais antenada sobre os possíveis nomes que deverão ser definitivamente descartados diante das urnas. Trabalho realizado pelo Instituto de Pesquisa e Análise de Dados, a pedido do CB, em julho deste ano, mostrou que 91% dos brasilienses não sabiam em quem votar, sendo que 67% consideravam a gestão de Rollemberg ruim ou péssima, com tendência de piora desses números. Saúde, segurança pública, falta de empregos, assim como educação, corrupção, transportes públicos e crise hídrica eram lembradas pelos brasilienses como os grandes problemas da capital.

Desgastados e sem credibilidade perante a população, as opções do eleitorado local vai, mais uma vez, recair sobre os menos piores. Mais difícil do que vencer os pleitos, é vencer o desânimo do eleitor diante da crise ética, social e econômica que vem se abatendo sobre todos.

 

A frase que não foi pronunciada

“Vote no meu passado!”

Dica da cartilha imaginária Eleições 2018

 

Cepas e Oscips

» Grande parte do que seria obrigação do governo é compartilhada com o terceiro setor. Mais de 18 mil crianças são assistidas nessas condições. O Conselho de Entidades de Promoção e Assistência Social do DF e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) estão unidas para que a parceria com a Secretaria de Educação mantenha os compromissos.

 

Aguardem

» Fátima Bueno prepara uma preciosidade para Brasília. Um livro sobre a música na capital entre 1960 e 1980. Depois de longa pesquisa, o lançamento será no início de novembro.

 

Ouro

» Coral Brasília leva o talento para Kalamata, cidade balneária na costa do Mediterrâneo, com aproximadamente 80 mil habitantes. Fica a 220km de Atenas. O grupo, sempre aplaudidíssimo, sob a regência de Deyvison Miranda, promete trazer medalhas desse festival.

 

Importante

» Aprovada na CAS do Senado, a profissão de gerontólogo pode ser regulamentada. O projeto do senador Paulo Paim recebeu um substitutivo pelo senador Elmano Férrer e, agora, segue para a Câmara dos Deputados. A importância desse profissional aumenta em países desenvolvidos, onde laboratórios farmacêuticos são proibidos de premiar médicos que indiquem seus produtos a pacientes.

 

Melhoria

» O Setor Hoteleiro Norte merece uma repaginada. Sem calçadas para os pedestres e completamente desamparados pela segurança da cidade, os turistas têm poucas opções para conhecer Brasília.

 

História de Brasília

Um pediatra explicou que as crianças da Superquadra 108 têm mais saúde que as das demais, porque a conservação dos jardins sempre molhados corrige a falta de umidade que o ar deve ter. (Publicado em 6/10/1961)

Por um novo modelo de educação

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Desde 1960

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com Circe Cunha  e Mamfil

 “Vivo muito nas escolas brasileiras, onde aprendo com professores locais, que eu me orgulho de acompanhar e que sabem que é no Brasil que está nascendo a nova educação do mundo. Não é na Europa, não é nos Estados Unidos, é aqui.” A avaliação entusiasmada é feita pelo educador português, radicado em Brasília, José Pacheco, ou simplesmente, professor Zé. Idealizador da Escola da Ponte em Portugal, fundada há quatro décadas, é vista hoje como uma brisa fresca dentro do modelo de escola tradicional, fechada em si mesma e incapaz de atender a novas demandas, num mundo em constante e rápida transformação.

O foco dessa nova escola é centrado na autonomia e protagonismo dos próprios alunos, em que o processo educativo se dá com base no interesse específico de cada um. Vale lembrar que a autoridade do professor permanece e  que a hierarquia continua a ser respeitada. Para isso, é necessário o estabelecimento da confiança mútua entre o aluno e o professor, que, nesse caso, funciona como um mediador.

Dentro da rede pública do Distrito Federal, na Escola Classe da 115 Norte, está funcionando um programa-piloto dentro dos moldes estabelecidos pela Escola da Ponte. Trata-se de uma escola sem turmas, sem disciplina e sem provas, que mais parece uma utopia, mas que tem funcionado com grande aceitação por parte da comunidade.

A aprendizagem nessa escola é feita com base na colaboração entre professores e alunos. O primeiro passo é identificar as necessidades de cada estudante e, a partir daí, é feito um planejamento com foco individual. Uma vez montada essa estratégia, o professor passa a ser um orientador que vai acompanhar e fazer com que o aluno percorra todo o currículo, na medida da curiosidade demonstrada pelo próprio pupilo.

O método do educador português, ao trazer essa nova construção social de aprendizagem, tem influenciado outras escolas pelo Brasil e pelo mundo afora, com uma aceitação crescente. O fulcro desse modelo está no fato de que as escolas não são edifícios, são pessoas. Pessoas dotadas de valores que necessitam ser trabalhados.

“Nós agimos em função de valores que assumimos”, ensina o educador, para quem o Brasil dispõe de tudo o que precisa para oferecer uma educação de qualidade. Para tanto, diz, é preciso autonomia para as escolas. “Enquanto não houver autonomia, é uma ilusão pensar que as coisas vão melhorar”, avalia. Para que esse tipo de escola funcione a contento, é preciso, no entanto, que o professor seja ético, a começar pelo reconhecimento de que a própria formação se deu através da prática cotidiana com outros professores. Transformando-se juntamente com os outros professores.

A profissão de professor, diz, não é um ato solitário, tem que ser um ato solidário. “Se as escolas desenvolvessem um trabalho em que cada um fosse acolhido e no qual fosse dada a condição de aprender, não seria preciso falar de programas, projetos e planos. A escola cumpriria seu projeto político-pedagógico”, avalia o professor Pacheco.

 

A frase que não foi pronunciada

“Educar dá trabalho. Mas é um trabalho que dá bons frutos.”

Içami Tiba

 

Novidade

» Aplicativo de transporte só para mulheres já é adotado em São Paulo. A insegurança e a falta de punição aos criminosos têm feito com que as empresas criem novos valores para vender melhor.

 

Ordem

» Viralizou, na internet, o vídeo com o mote “antes de cuidar do país, eu vou cuidar da minha casa”. É que os pais estão preocupados com os novos fenômenos sociais plantados à força para destruir a família e a autoridade dos mais velhos.

 

Absurdo

» A Oi interrompeu o serviço de internet ontem, das 16h até a meia-noite, na região BSA LS01. O consumidor não recebeu aviso prévio para o corte. Quem depende da Internet para trabalhar teve que pegar o carro e buscar outro sinal. Ao que parece, as empresas que servem em Brasília vão adotar a tática. Interrompem os serviços, cobram a mesma coisa ou mais caro e fica por isso mesmo.

 

Consome dor

» Inacreditável. Agora é o gás de cozinha que pode ter mais de 10% de aumento no preço.

 

Artistas da cidade

» Flavita Obino dá a largada para concretizar o I Prêmio Celina Kaufman de Brasília. As patronesses já estão sendo contatadas.

 

Vote

» Paulo José, jornalista e poeta, está concorrendo no Festival de Música da Nacional FM de Brasília. Se quiser votar, é só procurar o título do festival. Ao todo, no site, as músicas já somam 15.227 votos.

 

História de Brasília

O IAPB já retirou a primeira daquelas casinhas bonitas de madeira, que ficam de frente para o Eixo. Foi transportada para Taguatinga. A operação começou ontem e, já à noite, estava terminada. (Publicado em 06.10.1961)

Falta água e razão

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Desde 1960

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com Circe Cunha  e Mamfil

Para os consumidores, colocados contra a parede na questão do racionamento de água e da tendência desses cortes serem ainda ampliados e prolongados no tempo, as opções para fazer frente a esta situação de extrema precariedade são poucas ou quase nenhuma. Encurralados por conta de uma situação há muito prevista e contra a qual poucas medidas foram efetivamente adotadas, restam aos clientes da Caesb apenas se resignarem diante dos caprichos da natureza, aguardando que os bons ventos tragam nuvens de chuvas volumosas. Mesmo assim, o valor do produto continuará a aumentar. Valor e preço.

Enquanto os consumidores miram com ansiedade o céu, sob o sol inclemente, essa empresa pública de direito privado, detentora do exclusivíssimo monopólio de exploração e distribuição de água, prossegue, aqui na terra, a empreender longos cortes no fornecimento de água. Consumidores têm estranhado e reclamado muito que as contas mensais vêm sendo levemente reajustadas a cada mês, mesmo com os cortes seguidos.

Essa situação de escassez do produto ainda gera desdobramentos ruins para a vida do cidadão. Tão logo há o restabelecimento no fornecimento, muitos consumidores reclamam do grande volume de ar, aprisionado nos encanamentos, que precede a chegada da água. Reclamam, também, da qualidade do produto, que retorna ou com muito barro ou com excesso de cloro e outras substâncias dissolvidas na água.

Pior que a qualidade da água é a qualidade das informações prestadas pela Caesb a consumidores pelo número 115. Sempre insatisfatórias e padronizadas para quaisquer situações, essas informações parecem respondidas não por um funcionário do órgão, sensibilizado com a situação, mas por um robô ou sistema mecanizado e adestrado a responder o que houver no script.

A falta de planejamento, ao longo de décadas, levou ao esfacelamento dos princípios urbanos. Além disso, a situação foi agravada por invasões de terras públicas em áreas de grande sensibilidade ecológica. Um quadro preocupante. Ainda mais quando se trata da capital do um país que detém nada menos do que 12% de toda a água doce do planeta.

 

A frase que não foi pronunciada

“Quanto mais corrupto o Estado, maior o número de leis.”

Tácito, Imperador Romano

 

Acorda, Brasil

Nélio Nicolai é o exemplo de inventor brasileiro teimoso e injustiçado. Teve o identificador de chamadas reconhecido no Canadá com a maior honraria que uma patente pode receber, o premio WIPO. Nunca quis deixar o Brasil. País emburrecido ignorou as divisas que o Bina poderia trazer. Que os herdeiros lutem com mais força para que a justiça seja feita.

 

Direitos Humanos

Dia 15, quem trabalha cedo vai amargar no próprio corpo o relógio que o governo dita. Presidente Temer perdeu a chance de romper com essa ditadura insana.

 

Gama

Nas instalações das piscinas olímpicas do Gama há um problema. Volta e meia um azulejo quebrado corta algum nadador. A piscina é interditada e dezenas de pessoas ficam sem aula.

 

Trabalho

Maria Clara Gianna, diretora técnica do Centro de Referência e Treinamento de Aids do Estado de São Paulo está em situação de alerta. Se a Justiça demorar a decidir, enfermeiros que participam do combate a doenças sexualmente transmissíveis poderão ser impedidos de lidar com exames e outras atribuições para as quais foram treinados.

 

História de Brasília

O TCB ainda não afixou o preço das passagens atrás dos trocadores, acima da janela do ônibus. Com isto, muita gente paga tarifa mais alta, quando pergunta o preço da passagem. (Publicado em 06.10.1961)