Agenda ambiental ganha o mundo

Publicado em Íntegra

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Vice-presidente da República Hamilton Mourão. Foto: portalmatogrosso.com

 

Ficasse apenas no discurso retórico de que a agenda ambiental era um estorvo para o crescimento do país, cuja a economia é puxada pelas riquezas produzidas pela agropecuária, o presidente Bolsonaro não teria feito muito diferente do que fizeram seus predecessores. Mas a inexperiência somada à jactância, que lhe é habitual, fez o presidente ir mais além e, numa demonstração de que pretendia se unir aos radicais do agronegócio e com isso angariar simpatias de uma forte bancada dentro do Congresso, partiu para a ação prática. Com isso, promoveu um desmonte significativo em todos os órgãos de controle envolvidos com a questão ambiental, inclusive aqueles ligados aos povos indígenas. Ibama, ICMBio, Funai e outros importantes institutos foram sensivelmente enfraquecidos, esvaziados ou simplesmente extintos.

Uma verdadeira razia foi promovida contra todos os órgãos ligados à agenda de meio ambiente, a maioria, sob o pretexto de que esses organismos de Estado estavam demasiadamente loteados por pessoas e partidos de esquerda. A avaliação, um tanto forçada, seguia, ipsis litteris, as recomendações feitas pelo poderoso lobby do pessoal ligado ao bilionário e pragmático agronegócio. Para essa turma endinheirada e com forte amparo dentro do Legislativo, as investidas legais dos órgãos de controle ligados à proteção do meio ambiente e dos povos indígenas, constantemente, vinham se chocando com os projetos e com as ambições desses grandes pecuaristas, colocando entraves à expansão, sem limites, desse grupo.

As safras recordes, juntamente com a larga produção de proteínas, que colocavam o Brasil como uma potência agropecuária, eram motivos de sobra para colocar o país sob a tutela direta do agronegócio. A própria balança de exportações reforçava a tese de que o agronegócio, que trazia bilhões em divisas para o país, deveria ter primazia sobre toda e qualquer outra estrutura do Estado. A caça às bruxas, promovida nos organismos de controle ambientais ao atender aos interesses desses e de outros grupos que vieram se juntar ao novo governo, deram os resultados esperados internamente e a curto prazo.

Mas o que esse pessoal e o próprio governo não esperavam, e sequer sonhavam, é que além desses resultados imediatos de desmantelamentos dos órgãos de fiscalização do meio ambiente, viessem outras consequências também, até em maior proporção, só que de forma negativa e prejudicial à economia do país. A política ambiental promovida pelo governo, de arrasa terra, fez não só aumentar o desmatamento e as queimadas por todo país, que atingiram níveis de crescimento recorde, como acabaram por chamar atenção do resto do mundo, justamente numa época em que parte da humanidade busca resgatar o que restou do planeta Terra.

Na contramão da história, e tendo pela frente um enorme passivo no meio ambiente, o presidente Bolsonaro corre agora contra o relógio, depois que investidores de todo o mundo começaram a ensaiar a retirada do Brasil do rol de países merecedores de investimentos.

Por outro lado, graças à pressões internas, muitos países, principalmente da Europa, onde o presidente acreditava ter fechado um grande acordo de livre comércio, começaram a rever suas posições e boicotar os produtos made in Brazil. A moratória, proposta agora pelo coordenador do Conselho da Amazônia, vice-presidente Hamilton Mourão, proibindo incêndios, de forma absoluta, por até 120 dias em toda a região da Amazônia e do Pantanal, insere-se num conjunto de medidas, tomadas às pressas, para tentar reverter o verdadeiro estrago promovido pelo atual governo e que colocaram o Brasil na vexaminosa posição de maior vilão mundial do meio ambiente. Há muito, a agenda ambiental ganhou importância em âmbito mundial, e só o atual governo não enxergou essa evidência e agora corre contra o tempo.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Os seres viciosos seriam muito fortes, se o mal que levam consigo não bastasse para destruir o seu próprio veneno.”

Albert Delpit, romancista e ator dramático francês

Albert Delpit. Foto: wikipedia.org

 

Venezuela 1

Artista, Leda Watson conta, depois de ler a coluna intitulada Aos nossos irmãos venezuelanos, que esteve naquele país para ministrar um curso de gravura, em Caracas, por volta de 1996. Ficou entusiasmada com a Universidade, seus professores, alunos e estrutura funcional. O país parecia de 1º mundo e o curso e a exposição foram um sucesso.

“Palacio de las Academias”, antiga sede da Universidade de Caracas, também abrigou a Biblioteca Nacional. Foto: wikipedia.org

 

Curiosidade

Ari Cunha, mais ou menos em 1973, deu uma nota sobre uma mulher que tinha sido torturada grávida. Antes de ter sido julgado pelo Superior Tribunal Militar, foi informado pelo então presidente da Venezuela, Rafael Caldera, que aquele país estava de portas abertas para recebe-lo. Definitivamente eram outros tempos.

Arquivo Pessoal

 

Sensacional

Veja a seguir várias dicas de filmes sobre parto. Aspectos dos mais diversos abordados. Cada filme com uma linha de pensamento. Desde o parto humanizado até os problemas sustentados por médicos, da rede particular de saúde, em estimular o parto não natural.

 

Alcance

Chegam, em Alto Paraíso, casos do Covid. A comunidade pacata, que só ouvia falar em pandemia, agora começa a ficar preocupada e atenta às regras de distanciamento e uso de máscaras.

Foto: reprodução

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Faça suas compras no comércio de Brasília, mas consulte sempre duas casas antes de se decidir. Há os que exploram, e que você deve punir com sua ausência. (Publicado em11/01/1962)

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