O avanço da morte

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Foto: Divulgação/CIMI

 

           Enquanto avança na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei de autoria do governo (PL191), também conhecido de PL da mineração, vai levando, em seu encalço e cada vez mais, uma multidão de garimpeiros e aventureiros de toda a ordem e de todos os cantos do país para dentro das terras indígenas. O tal projeto que, obviamente tramita em regime de urgência para não dar tempo para que a sociedade acorde para mais esse absurdo, regulamenta, em sua ementa, o § 1º do art. 176 e o § 3º do art. 231 da Constituição: “para estabelecer as condições específicas para a realização da pesquisa e da lavra de recursos minerais e hidrocarbonetos e para o aproveitamento de recursos hídricos para geração de energia elétrica em terras indígenas e institui a indenização pela restrição do usufruto de terras indígenas.”

        Traduzido numa linguagem clara e direta, o que o PL autoriza é a marcha da insensatez e até mesmo do que seria um genocídio anunciado e autorizado pelo Estado contra os povos indígenas, apenas para atender a sanha e o desejo de uma minoria política e econômica que exerce preponderância dentro do atual governo. Depois do PL do Veneno, aprovado, chega a vez agora desse monstrengo, liberando, legalmente, a invasão das terras e reservas indígenas. Nossa fotografia de momento perante um planeta que luta para sair do impasse do aquecimento global nunca esteve tão manchada.

        Os relatos assustadores, que chegam a todo o momento, de diversos povos, sobretudo dos Yanomanis, mostram as consequências dessa infâmia a chocar os brasileiros e o mundo. Trata-se aqui de mais um episódio a macular nossa história com as tintas indeléveis do sangue de inocentes. Acometidos por uma espécie de transe febril pelo ouro, um distúrbio psicológico e profundo conhecido a milhares de anos aqui e em outras partes, centenas de homens brancos, em busca de metais e pedras preciosas, vão deixando nas matas virgens uma longa trilha de crimes.

         É o que esses povos indígenas acreditam ser, dentro de sua cultura milenar, a maldição das pedras reluzentes a enlouquecer o homem branco, transformando-o em fera sem alma. Não só os garimpeiros parecem movidos por esse anátema, mas, principalmente, o próprio chefe do Executivo, que não esconde seu ódio pelos povos indígenas. Em várias ocasiões, esses povos vêm sendo atacados, inclusive perante a ONU, acusados de serem os responsáveis pelas queimadas na Amazônia, entre outros crimes.

        Em pronunciamento, ainda como deputado, Bolsonaro chegou a lamentar que a nossa cavalaria, à semelhança do que acontecera nos Estados Unidos, tenha sido incompetente ao não eliminar os nossos índios. “Não tem terra indígena onde não tem minerais. Ouro, estanho e magnésio estão nessas terras, especialmente na Amazônia, a área mais rica do mundo. Não entro nessa balela de defender terra pra índio”, disse em 2015. Segundo ele, as reservas indígenas sufocam o agronegócio. Conhecemos muito bem o resultado desse feitiço e o que essa busca desenfreada pelo ouro tem provocado ao longo do tempo. A lista com os resultados dessa atividade primitiva de extração é longa e repleta de crimes de tod o tipo.

        O que fica como subproduto dessa exploração são doenças, violência, assassinatos, estupros, muita miséria e devastação nas terras onde esses minerais ocorrem, sendo inexistentes quaisquer traços de progresso ou de melhorias, tanto para habitantes locais como para os forasteiros. Já vimos esse filme de horror em lugares como Serra Pelada. Sabemos também das consequências nefastas desse tipo de atividade. Mais do que isso, sabemos, muito bem, o fim dessa história e o rastro de destruição e de morte que deixa para trás.

        Então por que seguir nesses intentos, aprovando, a toque de caixa, projetos como o PL 191, do Executivo? Caso venha a ser aprovado, como crê o governo e sua bancada de apoio, não será surpresa que em mais essa façanha, contra o bom senso e a ética humana, venha a ser apresentada mais uma acusação contra o atual mandatário perante o Tribunal Penal Internacional. Os brasileiros, que nada parecem saber dessa história macabra, figurarão como coadjuvantes de mais esse atentado, quer queiram ou não. Afinal, todo esse massacre é feito em nome do progresso da nação. Um progresso que já não é apenas o avanço da poeira, mas como diria o filósofo de Mondubim: “o avanço da mulher da foice”.

A frase que foi pronunciada:

Nunca tratei de lobby e nem tampouco articulei qualquer reunião com lobistas. Trabalho em favor da legalização da atividade, em áreas legais, permitir a atividade em áreas que possam ter atividade econômica. Dentro de rigores técnicos e licenças ambientais, somente em áreas permitidas”.

Deputado federal Joaquim Passarinho, autor do Projeto de Lei 6.432 de 2019, que facilita a venda do ouro.

Deputado federal Joaquim Passarinho. Foto: camara.leg

História de Brasília

Dá nesses vexames, as promessas que os candidatos fazem em nome da Prefeitura. A ligação da luz na Asa Norte não pode ser prometido por ninguém. É um problema técnico, e tem seu tempo. (Publicada em 21.02.1962)

Digna e legítima representante dos brasileiros na COP26

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Enquanto a elite da classe política mundial, formada toda ela por homens brancos e essencialmente urbanos, buscavam na COP26 uma fórmula de consenso, capaz de parar o relógio que marca o fim de um planeta habitável, quando ele indica faltar me nos de um minuto para o apocalipse total da meia-noite, uma pequena índia, representante do povo Paiter Suruí, de Rondônia, as sumia a tribuna, com seus trajes típicos, para pronunciar o que tal vez seja o mais importante discurso ouvido em toda essa reunião.

Para muitos, essa foi a melhor representante que o Brasil poderia ter no encontro, por sua clareza de propósitos, seus ensinamentos diretos e por ser parte integrante do drama vivido, atualmente, pelos indígenas que habitam este continente. Suas credenciais profissionais e sua luta pessoal contra o fim das florestas merecem um destaque à parte.

Com apenas 24 anos, a índia Txai Suruí, cujo nome completo é Walelasoetxeige Suruí, é estudante de direito, trabalha no Departamento Jurídico da Associação de Defesa Etnoambien tal Kanindé, em Rondônia.

Ela é líder e fundadora do Movimento da Juventude Indígena no estado e considerada referência em assuntos relacionados à causa indígena na região. Txai é representante da Guardians of Forest, uma aliança de comunidades que protege as florestas tropicais em todo o mundo, além de conselheira da Aliança Global Amplificando Vozes para Ação Climática Justa e voluntária da organização Engajamundo. Foi representante de seu povo na Conferência do Clima na Organização das Nações Unidas (ONU)-COP25-, realizada em Madri.

Consta ainda de seu respeitado currículo a participação como primeira reitora indígena do Centro Acadêmico de Direito da Universidade Federal de Rondônia. Txai Suruí exerce também atividades e lutas em prol da justiça ambiental e social para todos, integrando o Conselho Deliberativo do WWF-Brasil.

Com um cartão de visitas desse porte, Txai estava mais do que credenciada para o tema ambiental e as calamidades, provocadas pela má atuação do homem branco do que a maioria dos chefes de Estado presentes à COP26.

Essa coluna toma a liberdade de apresentar na íntegra o discurso certeiro de Txai na abertura da COP26, por sua importância e por suas lições que devem, neste momento grave da humanidade, ser apreendido e respeitado, como um sinal de que há ainda esperanças de nos redimirmos do nosso comportamento errático nesse planeta, bastando, para isso, seguir o conselho de quem mais entende de florestas, que é o povo indígena ou, como bem chamados, povos da floresta.

“Meu nome é Txai Suruí, eu tenho só 24 anos, mas meu povo vive há pelo menos 6 mil anos na Floresta Amazônica. Meu pai, o grande cacique Almir Suruí, me ensinou que devemos ouvir as estrelas, a Lua, o vento, os animais e as árvores. Hoje, o clima está esquentando, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo, nossas plantações não florescem como antes. A Terra está falando. Ela nos diz que não temos mais tempo. Uma companheira disse: vamos continuar pensando que, com pomadas e analgésicos, os golpes de hoje se resolvem, embora saibamos que amanhã a ferida será maior e mais profunda? Precisamos tomar outro caminho com mudanças corajosas e globais. Não é 2030 ou 2050, é agora! Enquanto vocês estão fechando os olhos para a realidade, o guardião da floresta Ari Uru-Eu-Wau-Wau, meu amigo de infância, foi assassinado por proteger a natureza. Os povos indígenas estão na linha de frente da emergência climática, por isso, devemos estar no centro das decisões que acontecem aqui. Nós temos ideias para adiar o fim do mundo. Vamos frear as emissões de promessas mentirosas e irresponsáveis; vamos acabar com a poluição das palavras vazias, e vamos lutar por um futuro e um presente habitáveis. É necessário sempre acreditar que o sonho é possível. Que a nossa utopia seja um futuro na Terra. Obrigada!”

A frase que foi pronunciada:

“No começo, pensei que estava lutando para salvar as seringueiras, depois, pensei que estava lutando para salvar a floresta amazônica. Agora, eu percebo que estou lutando pela humanidade.”

Chico Mendes

 

Choro

Já deveriam ter tomado as providências burocráticas necessárias para tornar o Chorinho do Grão em evento cultural e tradicional da cidade. Na última comercial do Lago Norte, as apresentações eram alegres, saudáveis e até educativas, trazendo a boa música brasileira. Uma autuação foi feita no horário em que se pode ser feliz, e a polícia acabou com a festa depois da reclamação de um morador. Onde está a polícia que não passeia pelo píer do Lago Norte, às 4h da manhã, para autuar os carros com som potentes que tocam funk?

Foto: José Viana, em fevereiro de 2018

 

Enfim

Havíamos tratado desse assunto e, agora, o deputado federal Júlio César, representante do DF, apresentou um projeto de lei para mudar o pictograma referente aos idosos em todo o país. Uma pessoa encurvada, com a mão nas costas, usando uma bengala é um exagero para representar o idoso versão 2021. Clique aqui e acesse o texto do Chico Sant’Anna que fala sobre o assunto.

Imagem: reprodução

 

História de Brasília

Os remédios são amostras grátis, e não pode ser de outra forma, porque ninguém tem dinheiro para comprar. É constrangedor o quadro de saúde da tribo Carajá, mas as doenças em maior número provêm de deficiência alimentar. (Publicada em 13/2/1962)

É preciso abrir o verbo

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Foto: COP26

 

Uma das muitas dúvidas que aflige os chefes de governo presentes, na COP26 em Glasgow, é saber, ao certo e sem “pedaladas ambientais”, que rumos irá tomar o Brasil com relação à redução das emissões de gases de efeito estufa nesses próximos anos. O não comparecimento do presidente da República na COP26, ainda mais quando se verifica que ele próprio estava na Europa nessa ocasião, deixou, segundo observadores presentes na reunião, a má impressão de que a ausência do chefe de Estado nessa Cúpula sobre o clima pode ser usada como pretexto para não assumir pessoalmente qualquer compromisso taxativo diante de seus pares, que prejudiquem suas pretensões com relação às próximas eleições e, sobretudo, que venham comprometê-lo com seus apoiadores, no caso de um provável segundo mandato.

Por certo, o agronegócio, que apoia incondicionalmente seu governo, está comemorando esse desdém do presidente com a COP26 e uma possível restrição à expansão de seus empreendimentos no Brasil. Com sua decisão em não comparecer à COP26, quem perde é o Brasil, que passa a ser incluindo entre as nações com pouca ou nenhuma credibilidade perante o mundo, num momento delicado para o planeta e para o futuro da humanidade.

É preciso ter em mente que o problema ambiental, com todas as variantes climáticas que estamos assistindo no dia a dia, chegou ao seu limite extremo, não sendo mais toleradas indecisões com base em questões internas de cada país, muito menos questiúnculas do tipo eleitoral. É sabido que a maioria dos países desenvolvidos já vêm correndo contra o tempo e adotando, em ritmo acelerado, tecnologias que valorizam a produção de energia renováveis e limpas.

Com isso, já está previsto até uma queda surpreendente na demanda por petróleo, o que pode levar, empresas como a Petrobras e outras a se tornarem obsoletas e desvalorizadas em pouco mais de três décadas. A queima de derivados do petróleo está assinalada como uma das maiores inimigas do planeta.

A segunda maior ameaça vem por conta do desmatamento e da queima de vegetação nativa, questão que diz respeito direto ao Brasil. Embaixadas de todo o mundo, com sede em Brasília, enviam diariamente informações aos seus governos sobre a situação ambiental no Brasil, e sobre as medidas adotadas internamente nessas questões.

São informes, reforçados por imagens de satélites e por ONGs que atuam no Brasil, dando um quadro geral da situação do momento. Mentir em tentar apresentar dados falaciosos sobre a situação ambiental é desnecessário porque vai contra os fatos. Hoje já é possível dizer que, nessas questões, ninguém mente impunemente. Os dados de que dispõem os cientistas confirmam que o governo brasileiro vem dando informações diferentes, desde os primeiros encontros do clima, a não cumprir nem um terço dos acordos que vem estabelecendo.

É preciso entender ainda que a maior preocupação, não só do mundo como de muitos brasileiros que assistem essa destruição de perto, é com a Amazônia, com o Cerrado e com biomas como o Pantanal e a Floresta Atlântica. Trata-se aqui de um problema de todos os habitantes da Terra, porque, ao contrário do que acreditam governos mal informados e mal intencionados, a questão do aquecimento global, como o próprio nome diz, não conhece fronteiras, afetando igualmente países ricos e pobres, pretos e brancos, incluindo, nesse conjunto, governos negacionistas ou cientes do problema.

A frase que foi pronunciada:

O sistema de energia no DF piorou anos luz.”

Rosimeire Eloi Antunes

Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Faz o que gosta

Celma Diaz é profunda conhecedora da arte, com um especial carinho pelos artistas da cidade. Na feira do Gilberto Salomão, que acontece no último final de semana de cada mês, lá estava ela. Explicando gravuras, pinturas, esculturas e biografias.

Celma Diaz. Foto: Blog do Ari Cunha

Esperança

Se as quadras de Brasília foram projetadas com comércio, escolas, postos de gasolina, esqueceram do apoio espiritual no Noroeste. Até hoje não há igreja naquela comunidade.

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Leia no link Santa Cecília, um texto histórico assinado por Laércio Silva Filho sobre a santa, a padroeira dos músicos, publicado no informativo da igreja Nossa Senhora do Lago.

Santa Cecília, Cândido Portinari, 1954. Uma releitura da clássica e sublime representação renascentista de Rafael.

História de Brasília

A Fundação Brasil Central acha, e com muita razão, que assistência médica a índio só se presta com remédio dado de graça. Alega, entretanto, que os altos encargos não possibilitam verba para isto. (Publicada em 13/02/1962)

Na COP- 26 o Brasil é a ovelha negra do mundo

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Foto: CHRIS J RATCLIFFE / AFP

 

Quem menos tem acreditado nas promessas, feitas pelos governantes, é a Terra, que segue em seu propósito firme de aquecimento global até que o último ser humano seja varrido para sempre da superfície do planeta. O tempo não espera por ninguém e muito menos o meio ambiente, agredido pela insana ação humana. Enquanto as conferências sobre o clima se sucedem no tempo e em diversas partes do mundo, o aumento da temperatura, dentro do qual o efeito estufa já é uma realidade, continua a surpreender e a estremecer nações.

O planeta já não é o mesmo e, possivelmente, jamais será como antes. O que fizemos com a nossa própria casa no espaço terá um preço a ser pago até mesmo pelos mais ardorosos e precoces ambientalistas. Enquanto isso, as conferências do clima seguem em seu processo de convencimento das nações de que o relógio do apocalipse já aponta para a hora fatal. Estamos já na vigésima sexta edição da Conferência das partes (COP-26) a ser realizada, desta vez, na cidade de Glagow, na Escócia, bem na undécima hora do tempo que nos resta. Os olhares do mundo estarão focados nesse encontro, para onde o Brasil enviará uma numerosa comitiva, composta apenas por personagens do segundo escalão do governo, já que, até o momento, o presidente Bolsonaro não deu mostras de que irá a esse encontro, que ele mesmo receia lhe ser bastante hostil, dentro e fora do pavilhão das reuniões.

Na verdade e por motivos diversos, o Brasil se tornou um pária nos assuntos envolvendo o meio ambiente, por teimosia, declarações infelizes e decisões contrárias à corrente mundial. Quando um chefe de Estado faz alguma afirmação fantasiosa sobre a realidade de seu país, principalmente aquelas que os milhares de satélites em torno do planeta veem a cada segundo, os governantes de todo o mundo já estão previamente abastecidos de todas as informações reais possíveis. Não adianta esconder florestas inteiras debaixo de discursos e frases de efeito. O mundo sabe muito bem em que condições estamos.

Antes mesmo que a comissão brasileira chegue a Glasgow, os governos dos países desenvolvidos, muitos deles parceiros do Brasil, já estão informados de que a Amazônia, segundo os cientistas, já emite mais CO² do que absorve, configurando um fenômeno jamais imaginado em toda a história humana. A razão dessa inversão, que afetará todo o mundo, está no desmatamento e nas queimadas, que nos últimos anos atingirão níveis surreais. Isso significa, para muitos, que a Amazônia já não pode ser mais considerada como o pulmão do mundo. Morreremos asfixiados pela falta de oxigênio, como dezenas de pacientes na cidade de Manaus durante o pior período da Covid-19.

Com relação ao assunto pandemia, que também deixa consequências na própria COP-26 e o mundo em geral, quando a comitiva do Brasil chegar para os primeiros dias de debates na Escócia, já estarão devidamente disseminadas entre os participantes de todo o mundo as informações sobre o relatório final da CPI da Covid-19. Não bastassem os fatos reais e imaginários que depõem contra o próprio país e os brasileiros, o Brasil é, segundo relatório elaborado pela ONU, o país que mais regrediu em suas pretensões de reduzir as emissões de gás carbônico (CO2), entre todas as nações com presença na COP-26. Ou seja, já chega ao encontro como sendo um país rebelde e rotineiramente contrário às preocupações reais da humanidade. Preparem a pipoca para esse encontro na Escócia!

A frase que foi pronunciada:

Retirem a riqueza do subsolo amazônico e o mundo perderá o interesse por ela.”

Dona Dita, pensando enquanto tricota

Foto: BBC

 

Honra ao Mérito

Bem lembrado pelo deputado Leandro Grass. O GDF recebe da União verba que deve ser repassada para instituições como o CEAL. Até agora, a instituição pena com a falta da assinatura do convênio, arriscando parar as atividades deixando mais de mil pessoas, a maioria crianças e adolescentes surdos, altistas e com dificuldades de aprendizagem, sem assistência. Se o Ceal faz tanto pela população, o mínimo que se espera do governo é a contrapartida como reconhecimento ao trabalho sério de profissionais que se dedicam com afinco.

Excesso

Espalhando excrementos e carrapatos por onde passam, as capivaras continuam reinando na capital federal.

Foto: Gabriel Luiz/G1

 

Agito

Sociedade brasiliense de olho no Chá da Lasthênia, tradicional em Brasília. Surgiu na década de 60 por iniciativa de Lasthênia Tourinho de Almeida, esposa do então ministro do Superior Tribunal Militar, General de Exército Reinaldo Mello de Almeida, quando um grupo de voluntárias amigas fez as primeiras reuniões para arrecadar recursos para instituições de caridade de todo o país.

Chá da Lasthênia. Foto: Noticiário do Exército

História de Brasília

Não é verdade o que têm dito sobre cristais de Murano, prataria inglesa, porcelana inglesa e tapetes persas. É mentira. Os cristais são Padro, a prataria é Wolf, a porcelana é de Santa Catarina e os tapetes são de São Paulo. (Publicada em 13/02/1962)

O agronegócio é um luxo só

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Charge do Cerino

 

Que relações poderiam existir entre o agronegócio e a indústria de artigo de alto luxo? À primeira vista, tendo como imagem os antigos fazendeiros e produtores de alimentos e sua vida de simplicidade, avessa aos luxos e ao conforto das cidades grandes, não parece haver nenhuma ligação entre o materialismo consumista dos cidadãos urbanos e a vida bucólica e despretensiosa do homem do campo.

Até pouco tempo, essas eram realidades bem distintas, sendo fácil identificar e diferenciar o indivíduo do campo e o da cidade. Nas últimas décadas, contudo, essa realidade mudou muito, principalmente, à medida que o agronegócio firmava o pé pelo interior das terras brasileiras.

Hoje, os produtores das chamadas commodities — milho, soja, algodão e alguns outros produtos como carne bovina, suína e frango — vivem cercados de todo conforto e luxo que o dinheiro pode trazer. Ciente dessa nova realidade, a indústria de artigos de luxo também fincou pé em regiões interioranas que, até pouco tempo, só conheciam esses produtos por meio das imagens de TV.

Cidades do Centro-Oeste, como Goiânia, Rio Verde, passaram a experimentar, agora, uma grande e variada oferta de artigos e serviços de luxo, exclusivos para esses novos clientes de alto padrão econômico, que vão surgindo na esteira do agronegócio. São aviões, carros esportivos de última geração, imóveis de altíssimo padrão, joias, restaurantes, hotéis estrelados e outros mimos a que somente os muito endinheirados têm acesso.

Obviamente que toda essa bonança assistida em algumas regiões interioranas está circunscrita a um pequeno número de indivíduos, proprietários de enormes latifúndios, onde as monoculturas de soja, milho e algodão são cultivadas de forma mecanizada, à base do uso intensivo de muito defensivo agrícola e de agrotóxicos, muitos dos quais já banidos em outros países há anos. O que se produz nessas terras não pode ser classificado diretamente como alimento humano e, principalmente, para o consumo dos brasileiros, já que essas commodities se destinam à exportação para países como a China.

O aumento da riqueza nesses lugares trouxe consigo outros aumentos, como os do fosso entre ricos e pobres, da concentração de riqueza, do desemprego para trabalhadores pouco qualificados, dos preços nessas localidades, desde alimentos até moradias. Com isso, há registros de mais pobreza e do surgimento de áreas periféricas carentes, como encontradas nas grandes cidades. Mas o custo maior e até incomensurável de todo esse boom de riqueza e luxo nessas áreas recai mesmo sobre o meio ambiente.

De forma resumida, o que se pode afirmar, sem erro, é que, para que o agronegócio pudesse se firmar nessas regiões, enriquecendo uma parcela diminuta da população, foi necessário, antes, a dizimação quase completa do variado e outrora riquíssimo bioma do cerrado. Matas nativas foram derrubadas a correntes e queimadas, terrenos foram aplainados, rios pequenos e médios, assoreados, deixando apenas o rastro de areia pelo chão. Os mamíferos, aves, répteis, abelhas responsáveis pela polinização e outros simplesmente desapareceram.

O que se vê na paisagem são imensas plantações, identificadas com códigos formados por números e letras, mostrando aos entendidos que tipo de variedade geneticamente modificada é aquela. Com isso começou a formação de microclimas nessas regiões que jamais foram sentidos. Calor infernal, secas prolongadas, nuvens de poeira e poluição cobrindo tudo, secamento de poços artesianos e a lenta formação de imensas áreas em processo de desertificação, com a predominância de areia e pó.

Nos últimos 30 anos, houve uma triplicação da área plantada no Brasil, sobretudo no Centro-Oeste, o que equivale a dizer que houve, também, uma triplicação das áreas desmatadas para a formação desse tipo de plantio e para a formação de pastos. Passamos de 19 milhões de hectares plantados para 55 milhões de hectares, com a extirpação de área de igual tamanho das áreas nativas.

Trata-se de um crime, cujos responsáveis ainda se dão ao desplante de pousar como benfeitores, como se não existissem nem o amanhã nem as novas gerações que dependerão do meio ambiente e seus recursos para, ao menos, sobreviver no planeta. Desses 55 milhões de hectares, 36 milhões são de soja para exportação e engorda de porcos na China. Somente a soja ocupa cerca de 4,5% do território nacional, o que equivale a áreas de países como a Itália e outros pelo mundo. Em segundo lugar vem a monocultura da cana-de-açúcar, maior do que em todo o período do ciclo do açúcar, entre os séculos XVI a XVIII, e hoje avança com a soja sobre boa parte da floresta amazônica, deixando atrás de si areia e deserto escaldante.

Quem mais sofreu com toda essa expansão desordenada e apressada foi justamente o Centro-Oeste, onde esses novos fazendeiros encontravam até incentivos governamentais para desmatar. Ainda hoje o desmatamento é feito para a acomodação e expansão do agronegócio nessa região. A forte demanda, amparada por um poderoso lobby dos produtores e dos compradores internacionais, tem surtido efeito muito maior do que as reclamações dos ambientalistas, vistos ainda hoje como empecilhos ao avanço do agronegócio.

O que temos aqui é uma realidade que alguns tentam esconder sob o manto de números superlativos apresentados pela balança comercial. Por outro lado, o que se tem de fato é a destruição continuada da própria terra em troca de anéis de brilhante, carros importados e outros luxos consumidos por uma minoria que enriquece à medida que vai empobrecendo nosso meio ambiente, destruindo nossos preciosos recursos naturais em troca do vil metal.

 

História de Brasília
O turismo não pode organizar, porque o govêrno do dr. Jânio Quadros cortou tôdas as possibilidades. Foi construído o hotel, montado o hotel, está tudo comprado, abandonado, esperando o roubo, a destruição pelo tempo, a ferrugem. (Publicada em 13/02/1962)

Dialética destruidora

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Imagem publicada no perfil do Dino Freitas no Facebook

Quem viu as imagens mostrando gigantescas nuvens de poeira a tomarem de assalto muitas cidades do interior de Goiás, São Paulo e Minas Gerais, escurecendo o dia e cobrindo tudo com o manto sujo do pó e da fuligem, pode pressentir que algo extraordinariamente anormal entrou em cena. Pior para aqueles que sentiram na pele e nos pulmões o irrompimento do fenômeno macabro.

Para esses, ficou a certeza de que um novo e angustiante tempo foi inaugurado, como se alguém abrisse, de repente, uma fabulosa Caixa de Pandora e de lá emergissem os ventos de um inferno, cuidadosamente preparado desde o surgimento da primeira máquina a vapor. Para os céticos e todos aqueles que não se cansam de usar o cotidiano para chicotear a realidade corrompida pelas redes sociais, o que esses cumulus nimbus de poeira estão a anunciar é a chegada definitiva do progresso na agricultura, não um progresso qualquer, mas um tipo especial que veio de mansinho, como os políticos nacionais, prometendo fartura e lucros para todos.

Para que todo esse desenvolvimento se tornasse possível, seria preciso romper, de uma vez, com as antigas práticas da agricultura familiar e com os velhos ensinamentos adquiridos, por séculos, pelos camponeses. A começar pelo fim do respeito ao meio ambiente, à rotação das culturas e diversificação das espécies. Terminar com a ideia de que a manutenção dos veios d’água é necessária. Acabar com essa mania de produzir adubos a partir do que sobra na lavoura e dos excrementos dos animais. Dar um fim às práticas de manutenção de uma espécie de ciclo completo dentro da terra, aproveitando os resíduos, produzindo bens sem o envenenamento por pesticidas e outros produtos químicos. Enfim, se libertar do passado e abraçar a nova agricultura que já vem com o nome pomposo e estrangeirado de agrobusiness, com sementes geneticamente modificadas e adubos e defensivos proibidos noutros países, importados e que envenenarão tudo, mas que prometem colheitas nunca vistas.

Esse é o progresso brotando no campo e dando um chega pra lá nas modas antigas, trazendo máquinas gigantescas que irão “limpar” o horizonte do mato secular, plantando, em seu lugar, monoculturas a perder de vista, que poderão muito parecer com o antigo milho, mas que têm nome batizado por letras sem nexo e números, tudo num código estranho.

Quem pode admirar esses gigantes de poeira, e tem os olhos postos nos ensinamentos de um passado onde as ideias não envelhecem, mas que, pelo contrário, ganham força viva no presente, logo pode se lembrar da frase, um tanto enigmática, proferida por um pensador de nome Karl Kraus (1874-1936), que costumava dizer que o progresso vinha com o avanço inevitável da poeira, querendo com isso assinalar exatamente o que vem ocorrendo agora no interior do nosso país.

São as frentes de rajada, nome estranho para um fenômeno que veio anunciar a chegada de um tipo de progresso que vem ainda na esteira da Revolução Industrial, mas que coloca países como o Brasil na condição antiquada de colônia ou fornecedor de bens primários mesmo às custas da destruição completa de seu meio ambiente e que opera segundo as regras de um deus ex machina, que virá para resolver o impasse, a contradição entre a produção de bens pela dilapidação do meio que a possibilitou, numa espécie de dialética do mal.

A frase que foi pronunciada:

O objetivo final da agricultura não é o cultivo de safras, mas o cultivo e o aperfeiçoamento dos seres humanos.”

Masanobu Fukuoka

Masanobu Fukuoka. Foto: greenmebrasil.com

Cidade fantasma

Lojas e mais lojas fechando. Pela W3, nas entrequadras, no Setor Comercial. A situação é grave!

Foto: Blog do Ari Cunha
Foto: Blog do Ari Cunha

Doação

Ainda dá tempo de doar lixo eletrônico para o colégio Maristinha. A intenção é consertar o material descartado para uso da meninada de baixa renda. Fale com a coordenadora do projeto Valéria Oliveira, pelo número 99231-1923.

Imagem: reprodução da internet

Sem política

Clubes da cidade têm visitantes indesejados que deixam para trás enorme quantidade de dejetos. Não é possível que essa situação perdure por muito tempo. Não há controle do animal, nem dos carrapatos que ele também espalha por onde anda.

Foto: Gabriel Luiz/G1

Criança

Iniciada a mobilização para o Dia das Crianças. Os batalhões da PM e algumas administrações da cidade começam a recolher brinquedos usados ou novos para distribuir para a meninada de famílias vulneráveis.

História de Brasília

O supermercado da 305 parou de nôvo. Cada vez que a gente dá uma nota, as obras reiniciam, e depois param outra vez. (Publicada em 10/02/1962)

O agronegócio a semear as tempestades de areia

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Por toda a parte, no imenso território brasileiro, os fenômenos climáticos anormais e desastrosos vêm se intensificando a cada ano, indicando que, ao lado dos efeitos provocados pelo aquecimento global, que afetam igualmente todo o planeta, também nosso país experimentará, de forma severa, as consequências dessas mudanças ambientais. Secas, incêndios, erosões, tornados, trombas d´água e, agora, as tempestades de areia, vão compor esse novo cenário cotidiano de catástrofes climáticas, que têm, na ação humana, um dos seus principais causadores. Estamos literalmente colhendo tempestades, depois de termos plantado as sementes da razia do meio ambiente.
A expectativa quanto à colheita dessa safra de calamidades é de que nos próximos anos tenhamos produção em dobro, dando tempo, quem sabe, de arrependermos de nosso comportamento frente ao ambiente, quer pela nossa cumplicidade nesses eventos, quer pela nossa omissão e silêncio. Somos todos igualmente responsáveis pelos acontecimentos adversos que estamos experimentando.
Quando fechamos os olhos para medidas e projetos que poderiam amenizar esses efeitos. Quando simplesmente apoiamos propostas que visam, a todo o custo, desmatar e queimar áreas de vegetação nativa, para a implantação de latifúndios para a produção de monoculturas transgênicas. Ou quando permitimos que essas safras sejam sufocadas com grandes quantidades de pesticidas e agrotóxicos de alta periculosidade e que envenenam o solo e a água.
As tempestades de areia, que no fim de semana surpreenderam as populações do interior de São Paulo e de Minas Gerais, e que pareciam restritas apenas a cidades da Índia, onde, em 2018, mataram mais de 100 pessoas, ou em cidades como Pequim ou no norte da África, agora parecem fazer parte também de nossa paisagem.
Os fenômenos de tempestades de areia, que em algumas estações do ano engolem cidades inteiras à beira dos desertos pelo mundo, parecem avançar para outras partes do globo. Anteriormente, esse episódio havia sido registrado em 2017, no interior do Rio Grande do Sul, e foi, segundo os técnicos e outros especialistas que acompanham esses acontecimentos da natureza, motivado pela transformação dos pampas gaúcho em areia, devido a intensificação dos processos de erosão do bioma pela atividade do agronegócio.
A cada ano, aumentam as manchas de areia nessa região, devido ao mau uso da terra. São milhares de hectares da zona rural que foram totalmente transformados em areais, áridos e desérticos, onda nada mais brota. O que está acontecendo agora em cidades paulistas, como Ribeirão Preto, Franca, Presidente Prudente, Jales, Araçatuba e outras do Triângulo Mineiro, resulta também da intensificação das atividades do agronegócio, que substituíram, há alguns anos, a policultura, por monoculturas de soja, milho e cana-de-açúcar, degredando gravemente boa parte do solo da região.
Com os ventos de quase 100 km/hora, registrado nesse último fim de semana, o solo seco, castigado ainda pela seca prolongada que afeta toda a região, ajudou a cobrir muitas dessas cidades com espessas nuvens de poeira e areia, num prenúncio de que estamos no caminho errado quanto a exploração da terra.
O agronegócio, uma atividade econômica que muitos dizem não produzir alimentos e, sim, lucros para uma minoria, obviamente diz não se responsabilizar por esses efeitos. Uma vez exauridos os recursos naturais de uma região, com o esgotamento total do solo, o agronegócio ruma para outra região e deixa o deserto atrás de si. Preço alto para as próximas gerações.
A frase que foi pronunciada:
“Somente entendendo a complexidade cultural e a amplitude do conceito de agricultura que podemos ver as diminuições ameaçadoras implícitas no termo agronegócio.”
Wendell Berry
Wendell Berry. Foto: Guy Mendes
Pelo zoom
Hoje é dia de reunião do Conselho de Segurança do Lago Norte. Geralmente são reuniões bastante produtivas e com muitas participações. Veja os detalhes a seguir.
Homenagem
Também, a seguir, um registro histórico de Laércio Filho sobre seu avô Djalma Silva, que faria 100 anos.

–> Djalma Silva, *27/09/1921, Floriano, PI; +12/08/2013, Goiânia, GO.

Por ocasião do centenário de seu nascimento, tomei a liberdade de escrever algumas linhas sobre meu querido avô.

Há 100 anos, em Floriano, nascia o primogênito de João de Deus Alves da Silva e Corina Maria de Jesus. Seu assento de nascimento, lavrado no cartório Leal daquela cidade, curiosamente anota somente seu prenome DJALMA. Mesmo sem superar o brilho renascentista de seu pai, Djalma resplandeceu numa vida muito simples, dedicada e fiel. Respeitado por seus confrades maçons, pelos alunos e colegas, exerceu o magistério e a administração educacional em Floriano, em Caxias do Maranhão, em Anápolis, em Nerópolis e em Goiânia, onde viveu até seus últimos dias, em 2013.

Trabalhava muito. Oportunidades de trabalho o fariam se mudar sucessivamente em 1950 para o Maranhão, em 1962 para Goiás e, enfim em 1970 para Goiânia, onde se fixaria definitivamente. Certa vez, quando se dividia entre aulas em Nerópolis e na capital goiana, desmaiou durante um de seus deslocamentos entre as cidades, caindo de sua moto Vespa e machucando-se. De seu trabalho no magistério, ainda em Floriano, colheu o coração da moça Adália, que se mudara do distante Brejo Novo para a Princesa do Sul, onde continuaria seus estudos e mudaria os rumos de sua vida ao casar-se em 1947 com o respeitado professor.

Um bibliófilo de quatro costados, encantava os netos e provavelmente exasperava a mulher com sua valiosa biblioteca, que chegou a ter mais de 30 mil volumes empilhados num quartinho aos fundos de sua residência. Também enfeitiçava as crianças quando apanhava madeiras de buriti para esculpir elaboradas miniaturas de aviões ou navios, com as quais presenteava os netos. Desenhava bem e com esmero, tendo me iniciado nessa arte.

Foi escritor, poeta e cordelista. Deixou várias obras e, creio, nunca ganhou um centavo com elas. Distribuía-as livremente entre amigos e familiares.

Durante toda a vida, manteve correspondência com amigos e familiares em todo o Brasil. Apoiou sempre que pôde irmãos e parentes, seus próprios e de Adália. Descobri, anos após sua morte, de seu costume de mandar dinheiro para parentes em dificuldades. Dinheiro esse que nunca sobrou em sua própria casa. Mas criou honrosamente os quatro varões com a valiosa parceria de Adália. Mesmo que mantendo distância, soube honrar a família da esposa, tornando-se querido pelos seus!

Por ocasião de seu centenário, sua descendência soma quatro filhos, dez netos e seis bisnetos.

Viva vovô Djalma!

História de Brasília
Brasília tem defeitos, e nós temos apontado muitos. Fale mal, mas não minta. Não desmoralize um jornal, que afora ser uma simples casa de obras com rotativa, pertence, ainda, a um governo, que poucas vezes tem mentido na vida. (Publicada em 9/2/1962)

Pegadas de destruição

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: CBMDF / Divulgação

 

Na sequência de fotos, em que aparecem diversas pegadas impressas na areia, o autor quer chamar a atenção para as flagrantes diferenças que os rastros, deixados para trás, por animais e homens, causam na paisagem e, por conseguinte, ao meio ambiente. Os animais passam pelo local sem causar dano algum ao ambiente, deixando apenas as marcas de suas patas na areia.

Já os humanos, considerados o ápice da criação e o mais inteligente e apto dentre os animais, deixa atrás de si, uma verdadeira montanha lixo, formada por produtos que ele simplesmente descartou no ambiente sem o menor cuidado. Essa é uma imagem frequentemente vista em todo o mundo. Por onde quer que os seres humanos transitem, logo é possível observar o rastro de sujeira, de lixo e de depredação ambiental causado por sua presença.

Infelizmente, a sofrível ou mesmo a inexistência de uma educação ambiental mínima, reduziram os habitantes, da maioria das grandes cidades espalhadas pelo mundo, a perigosos bandos de selvagens, que, pouco a pouco, vão destruindo o planeta que habitam, num comportamento aparentemente suicida de quem retira o próprio chão sob os pés. O que vem ocorrendo em toda a parte dentro de nossas fronteiras e, particularmente, na região que escolhemos habitar, aqui no Centro-oeste, não pode ser traduzido por palavras, tamanha é a falta de sentido com que lidamos com os recursos naturais, que permitem nossa existência.

Os caudalosos e cristalinos rios que, até há pouco tempo, cortavam todo o Cerrado, fazendo, desse delicado bioma, um verdadeiro berço das águas a irrigar todo o país e que, no passado, foi uma das principais motivações para a transferência da capital, do litoral para o interior, hoje encontram-se, em sua maioria, ameaçados pela presença humana e por um tipo de exploração irresponsável da terra, que transformou os alimentos em commodities vendidas a preços de dólar.

É em nome de um agronegócio que desconhece o valor da vida, e que serve apenas para o enriquecimento de um pequeno grupo, que vão sendo feitas a transformação do Cerrado em extensos latifúndios, de monoculturas transgênicas, infectadas por pesticidas de alto poder de toxidade, que o progresso avança por cima de tudo e todos. Visto de cima, o Parque Nacional está praticamente cercado pelo agronegócio. O que ocorre hoje com a Chapada dos Veadeiros e com todo o Parque Nacional naquela região, queimada impiedosamente, ano após ano, por ação criminosa de grupos com interesses próprios muito específicos, precisa ser detido o quanto antes.

Aliado a esse poder de destruição representado pelo agrobusiness, a região da Chapada vem experimentando, também há alguns anos, uma intensa e descontrolada onda de especulação fundiária, atraindo, para essa localidade paradisíaca, todo o tipo de empresário, desde o bicho grilo dos anos setenta, disposto a explorar a área em troca de alguns trocados até o alto empresário que planeja transformar todo esse ambiente natural e exótico numa espécie de Disneylândia tupiniquim, para gerar lucros. O intenso fluxo de pessoas que passou a circular, sem qualquer cuidado, por essas áreas ao norte de Brasília, em busca de lazer, representa hoje uma ameaça a toda a região.

Cidadezinhas como São Jorge, anteriormente paraíso dos hippies e mochileiros e onde a diversão era barata e certa, transformou-se hoje numa espécie de um amplo resort de alto custo, com pousadas e restaurantes que cobram preços de Paris em pleno sertão. Aos fins de semana, a localidade fica intransitável, com todo o tipo de frequentador, a maioria descompromissada com questões como preservação do meio ambiente. Não se enganem: o que ocorre hoje com a Chapada dos Veadeiros, consumida por um incêndio incontrolável, que já dura mais de dez dias, decorre exatamente dessas pegadas deixadas pelos humanos por onde quer que andem.

A frase que foi pronunciada:

Com o governo não se brinca e pelo governo não se briga.”

Filósofo de Mondubim

30/09/2013 Crédito: Monique Renne/CB/D.A Press. Brasil. Brasília – DF. Jantar Prêmio Engenho. Ari Cunha.

Gatos pardos

Em época de seca, onde os problemas respiratórios aumentam, na quadra 311 Norte, em um dos prédios, a limpeza do jardim é feita, o material orgânico é deixado no estacionamento da quadra e, à noite, colocam fogo, causando sério transtorno para os moradores. Curiosidade: o órgão Brasília Ambiental fica na mesma área.

Foto: arquivo pessoal

História de Brasília

Há funcionários antigos, residindo em Brasília, com a família no Rio, enquanto que funcionários vindos recentemente, solteiros recebem logo seus apartamentos. (Publicada em 09/02/1962).

O Distrito Federal não é uma ilha

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Foto: brasil.gov.br

 

Com apenas 5.801,9Km², o Distrito Federal se apresenta como um pequeno quadrado instalado bem no coração da vasta região Centro-Oeste. Por isso, no nosso caso específico, vale o dito: geografia é destino e, também, fatalidade. O que vier a acontecer na região central do Brasil terá reflexos diretos em Brasília, ditando inclusive a sua viabilidade futura como capital. Dessa forma, fica mais do que evidente que os esforços no sentido de debelar, de modo satisfatório, a atual crise hídrica, tem, necessariamente, que ser estendidos a toda a região circundante, num esforço conjunto, persistente e de longo prazo. Sem isso, não há solução para o problema crescente de falta de água.
Ambientalistas brasileiros e internacionais, que bem entendem do problema, são unânimes em reconhecer que a região Centro-Oeste e, principalmente, todo o bioma cerrado estão na iminência de vir a se transformar, em pouco tempo, num grande e árido deserto por conta da ganância humana desmedida e inescrupulosa. Observando o que vem se passando, num raio de pouco mais de 500km em torno da capital, é possível, agora, ter uma ideia mais precisa dos seríssimos problemas que, há anos, vem ocorrendo e se acumulando em toda região, e que mesmo a despeito dos seguidos alertas feitos, não foram enfrentados de forma pronta e responsável pelas autoridades. Nos últimos anos, centenas de pequenos riachos e afluentes de rios caudalosos simplesmente deixaram de existir. O mesmo fenômeno vem acontecendo com nascentes e lagoas: a maioria está em avançado processo de desaparecimento.
O que ocorre na região Centro-Oeste se repete no restante do país. Dados divulgados pelo Observatório do Clima mostram que, no Brasil, as emissões de gases de efeito estufa aumentaram em 8,9% no ano passado e deverão seguir a mesma tendência este ano. É o nível mais alto desde 2008 e a maior elevação vista desde 2004. No ano passado o país emitiu 2,278 bilhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente (CO2e), o que coloca o Brasil como a sétimo maior poluidor do planeta. Pior é que esse aumento de poluição se deu em meio à maior recessão econômica da história do país, o que equivale a dizer o Brasil aumentou os índices de poluição sem gerar riqueza alguma para os brasileiros.
O aumento de poluição se deu, exclusivamente, por conta do desmatamento, de mudanças de uso da terra e em consequência das seguidas queimadas. “Temos, hoje, a pior manchete climática do planeta: aumento de emissões em razão de desenfreada destruição florestal e totalmente dissociado da economia. Não vai adiantar o governo e os ruralistas dizerem lá fora que o agro é pop; não vão convencer a comunidade internacional e os mercados de que está tudo bem por aqui”, diz Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima.
No caso da região Centro-Oeste, que nos interessa mais particularmente, estudos demonstram que, entre 2013 e 2015, 18.962km² de cerrado foram destruídos, o que equivale à perda de uma área equivalente à cidade de São Paulo a cada dois meses. Este ritmo de destruição torna o cerrado um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta. Todos os ambientalistas envolvidos com essa questão concordam que a expansão do agronegócio é a principal causa desse problema. “A exemplo de compromissos assumidos por empresas na Amazônia para eliminar o desmatamento de suas cadeias, é fundamental que um passo na mesma direção seja dado para o Cerrado, onde a situação do desmatamento é muito grave”, afirma Cristiane Mazzetti, especialista em desmatamento zero do Greenpeace Brasil.
Os cientistas lembram que o cerrado abriga as nascentes de oito das 12 regiões hidrográficas brasileiras e responde por um terço da biodiversidade do Brasil, com 44% de endemismo de plantas. Por outro lado, a redução desse bioma alterará os regimes de chuvas, impactando não só o agronegócio, mas a existência da própria capital do país. Essa situação é ainda mais calamitosa no Norte de Minas Gerais, que pode, em menos de duas décadas, se transformar em deserto, inviabilizando economicamente mais de um terço de todo o estado.
O desmatamento, a monocultura e a pecuária intensiva, em conjunto com as condições climáticas adversas, já levaram a pobreza e a miséria a mais de 142 municípios mineiros, o que já afeta mais de 20% da população desse estado. É preciso que todos compreendam que o que garante de fato a produção agrícola e a pecuária no Brasil é o equilíbrio ambiental. Sem ele, não há formação de chuvas por evapotranspiração e, por conseguinte, não há água para plantas e animais, inviabilizando absolutamente tudo. A destruição do bioma Cerrado trará repercussões catastróficas para o país.
Segundo alguns cientistas que a décadas estudam o cerrado, nessa região, as raízes atuam como uma gigantesca gigantescas esponjas, absorvendo as águas das chuvas e levando-as a recarregar os aquíferos, favorecendo a maioria dos grandes rios da América do Sul. São as águas desses aquíferos, como Guarani, Urucuia e Bambuí, que alimentam desde as represas de São Paulo, como o próprio Rio São Francisco. Especialistas alertam, inclusive, que o incêndio que devasta agora o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, considerado o maior de todos os tempos, trará sérias consequências para o abastecimento dessas reservas subterrâneas.
O caminho das águas vai das raízes esponjosas para os lençóis freáticos e, desses, para os aquíferos, num ciclo sem fim. Neste caso, e mais uma vez, os cientistas estão de acordo com a sentença: a destruição do cerrado, significa a destruição dos rios num curto espaço de tempo, sendo que a reposição da vegetação original e diversa é tarefa das mais impossíveis. A destruição da vegetação levou ao desaparecimento de abelhas e vespas nativas, fundamentais para o processo delicado de polinização das plantas do cerrado, impedindo sua reprodução.
Esta situação alarmante teve início ainda nos anos setenta com a expansão das fronteiras da agropecuária sobre o cerrado. No caso da crise hídrica que afeta o Distrito Federal, a utilização das águas subterrâneas para a irrigação da lavoura no entorno da capital vem prejudicando enormemente a recarga desses aquíferos, o que agrava, ainda mais, o problema da escassez de água na capital. Como na natureza tudo parece estar interligado dentro um sistema harmônico, a insuficiência na recarga de águas dos aquíferos acaba prejudicando as próprias nascentes que começam a desaparecer, uma a uma, num efeito em cadeia, o que acaba por comprometer gravemente o abastecimento de córregos e rios.
A cada ano aumenta o número de municípios pelo interior que declaram situação de emergência por conta da falta de água. Este ano, foram 872 nesta condição. O que os latifundiários do agronegócio ainda não compreenderam ainda é que, com a destruição do bioma cerrado, toda a atividade agropastoril desaparecerá junto. Nem a criação de caprinos será viável neste cenário de destruição. Estamos todos, conscientemente, destruindo o chão sob nossos pés. O aumento da população e do consumo, a destruição do meio ambiente, concomitante aos efeitos do aquecimento global. A poluição crescente e o descaso das pessoas e dirigentes, tudo leva a crer que entramos num ciclo descendente que parece preparar nosso próprio fim.
História de Brasília
O serviço de comunicação do Ministério da Fazenda está pior que o DCT e a culpa disso é o abandono a que está relegado no Rio. Um telegrama remetido pelo diretor-geral no dia 26 somente hoje chegou em nossas mãos. O mesmo telegrama passado também pelo DCT chegou no mesmo dia em outra instituição. (Publicada em 08.02.1962)

Aumentos tarifários de energia e respeito ao meio ambiente

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Bancos de areia surgem no leito do Rio Paraguai em Porto Murtinho.                                    Foto: Toninho Ruiz / CAMPO GRANDE NEWS.

 

Ditado conhecido diz, com propriedade, que: “é quando as águas baixam, que podemos ver quem nadava nu”. Trata-se aqui de um aforismo que, embora possa ser aplicado a diversas situações, serve como uma luva de pelica para a atual crise hídrica, experienciada agora pelos brasileiros de modo severo, como um anúncio antecipado de maus augúrios.

O que está por vir pode ser lido por todos nas pedras que ficavam no fundo dos rios e que agora estão expostas ao sol escaldante. O que as pedras dizem é que o futuro promete ainda menos água correndo sobre o leito dos rios, secas prolongadas e uma saudade do tempo em que os rios corriam fartos em águas cristalinas e em peixes diversos.

O que estamos fazendo com o mundo a nossa volta e com o nosso território não pode ser nominado por expressões civilizadas. A baixa severa e histórica de muitos rios do nosso país, como é caso agora do Rio Paraguai, responsável por banhar com suas águas uma área pantanosa de 195 mil km², e por onde é escoada grande parte da soja que o agronegócio exporta para países como a China para a engorda de suas manadas de porcos, acende a luz vermelha para os riscos que esse tipo de agricultura causa ao nosso meio ambiente.

A baixa desse importante curso d’água expõe a nudez moral e ética de todos aqueles que, direta e indiretamente, estão provocando o assoreamento e seca do Rio Paraguai, destruindo o riquíssimo bioma do Pantanal, em busca de lucros fáceis para uma pequena minoria de falsos agricultores, enfeitiçados pela cor esverdeada dos dólares. Os verdadeiros agricultores são aqueles que respeitam o meio ambiente e a variedade de vida da flora e da fauna, pois sabem que é desse complexo sistema que retiram o sustento para si e para os seus.

Estão nus, portanto, nessa tragédia, o atual governo, que assiste inerte as maiores queimadas já ocorridas no Pantanal e que, ao se posicionar cegamente ao lado do agronegócio, como salvação da balança comercial do país, empreendeu um desmonte completo de todos os órgãos de fiscalização e controle do meio ambiente e ainda colocou, no comando dessa questão, um ministro apontado em todo o planeta como inimigo declarado do meio ambiente.

Um sobrevoo em algumas regiões dentro da Bacia do Rio Paraguai dá mostras do desastre ambiental que aquela parte do país vem sofrendo, o que pode prenunciar mais um período de enormes queimadas para o Pantanal, já demasiado devastado pelos incêndios ocorridos no ano passado. O mais incrível é que não se ouve qualquer alerta por parte das autoridades, já devidamente avisadas, antecipadamente, da iminência desses desastres. Trata-se aqui de uma situação já anunciada e mais uma vez ignorada.

Em algumas regiões, a profundidade do Rio Paraguai chega a menos de 40 centímetros, uma situação impensável até pouco tempo, quando se sabe que esse Rio é um importante corredor fluvial para embarcações de todo o tipo. A situação do Rio Paraná, onde deságua o Paraguai, também é crítica e compromete outros países limítrofes do Brasil.

A crise hídrica, ao mostrar na prática os estragos provocados por uma agricultura depredativa sobre o meio ambiente, impactando a fauna e a flora ao longo de nossos principais cursos d’água, chega ao consumidor na forma de alta de preços, sobretudo na geração de energia por hidroelétricas. Talvez, os apagões que se anunciam no fornecimento de energia e na elevação tarifária desse insumo possam fazer as autoridades entenderem que essa é apenas parte de um problema muito mais complexo e que tem seu início no respeito ao meio ambiente.

A frase que foi pronunciada:

Às vezes não enfrentamos o que está acontecendo em nosso mundo, seja uma crise de água ou uma crise da terra, porque é um pouco assustador e doloroso. Assim como não queremos enfrentar as partes de nós que são um pouco desconfortáveis ou doloridas. Temos que enfrentar os dois e amar os dois para que possamos curar os dois.”

Alysia Reiner

Alysia Reiner. Fonte: Reprodução

Neoenergia

Vale a pena algum diretor da própria empresa ligar para o número 116, de preferência entre 18 h e 19 h, para ver como está o atendimento ao público. Uma lástima!

Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Curiosidade

Para quem não sabia, o deputado federal cearense anunciou no plenário que a deputada Alice Portugal estava ao lado de sua madrinha, a deputada Jandira Feghali.

Deputadas Alice Portugal e Jandira Feghali. Foto: vermelho.org

Prata da Casa

Brilha, com um currículo invejável, o nosso Néviton Barros, músico extremamente talentoso. Como doutor, faz parte do quadro como Professor Adjunto de Estudos Corais e Diretor do Coro da Faculdade Muhlenberg College. A frase de vida de Néviton é: “Se você pode ser qualquer coisa nesse mundo, comece sendo gentil”.

Neviton Barros. Foto publicada em seu perfil oficial no Facebook.

História de Brasília

A iluminação da pista de alta velocidade, no subsolo da Rodoviária está deficiente demais. Há trechos de mais de cinquenta metros sem uma única lâmpada acesa. Tôdas queimadas. (Publicada em 07/02/1962)