Políticos e parentes, uma fórmula do barulho

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Foto: Adriano Machado/Reuters

Parentes e política costumam resultar num amálgama, que, na melhor das hipóteses, arruína carreiras, quando não, leva à uma série crise, capaz de pôr a termo qualquer carreira pública, por mais promissora que pareça e isso quando não terminam todos juntos numa delegacia, prestando depoimento. O homem cordial brasileiro, tão bem assinalado pelo intelectual e historiador, Sérgio Buarque de Holanda, na obra Raízes do Brasil de 1936, não consegue visualizar uma fronteira nítida entre a vida privada e a pública, fazendo da segunda uma extensão natural da primeira.

Situações assim são comuns ao longo de toda a nossa história e, não raro, terminam em escândalos de todo o tipo e na lavação de roupa suja em público, com raríssimas exceções. Tem sido comum, entre nós, assistir a ascensão política de um determinado personagem, e logo em seguida observar esse mesmo indivíduo arrastando para o palco e para os holofotes da fama e do sucesso financeiro, pessoas próximas dos mais diversos graus de parentesco, ávidos também por desfrutar das infinitas benesses propiciadas pelo dinheiro generoso dos contribuintes.

Quando passam a se auto intitular pai ou mãe dos pobres é que a coisa desanda no mais deslavado nepotismo, assegurado agora pela falsa condição de paternidade de toda uma nação. Nessa lista imensa de consanguíneos, alçados à condição de nobres e, portanto, incluídos na corte, até mesmo as amantes encontram abrigo na frondosa árvore da República.

A grande família acolhida pelo Estado tudo pode, inclusive enriquecer-se pelos atalhos que levam a prosperidade repentina, sem explicações contábeis ou mesmo éticas. Chama a atenção nesse ponto, guardadas as devidas proporções, as peripécias dos filhos do ex-presidente Lula e as relativas aos filhos do presidente eleito Jair Bolsonaro. No caso do primeiro, vai ficando cada vez mais difícil explicar não só o enriquecimento de Fábio Luís, o lulinha, à frente da empresa Play TV, mas até da ex-primeira-dama, Marisa Letícia, que deixou, sem nunca ter exercido uma profissão de importância, um patrimônio declarado de R$ 11,7 milhões e uma aposentadoria mensal superior a R$ 20 mil.

De Fábio Luiz, o que se sabe agora, vem descrito em detalhes no livro, “Sócio do Filho: As verdades sobre os negócios milionários do filho do ex-presidente Lula”. Escrito por Marco Vitale, a obra narra os bastidores da sociedade entre Vitale e Lulinha e como milhões de reais da empresa de telefonia OI foram parar na conta da Play TV.

O livro, com vendagens acima do normal, explica parte da fortuna acumulada pelo filho do ex-presidente, mostrando a performance do “Ronaldinho” empreendedor. Como no Brasil nada se cria, tudo se copia, eis que chega agora ao grande público denúncias dando conta de que o filho de Bolsonaro, Flávio, teria organizado uma espécie de caixinha na Assembleia legislativa do Rio de Janeiro, prática comum naquelas e outras Assembleias, mas que a justiça promete apurar.

Parte da decolagem de Bolsonaro como presidente dependerá das apurações que serão feitas nesse caso. No rolo aparecem também versões de que parte desse dinheiro arrecadado por um ex-chefe de gabinete de Flávio serviu para quitar uma dívida da futura primeira-dama. Imbróglio dessa natureza surge a cada dia com declarações desencontradas dos filhos do Bolsonaro e que lançam constantemente bola nas costas do capitão.

Para Bolsonaro, a situação, embora menos complicada do que o do ex-presidente Lula, terá que ser suportada pelos próximos quatro anos, quando seus filhos, eleitos, continuarão a falar pelos cotovelos.

 

A frase que não foi pronunciada:

“Trabalho em equipe – alguns flocos inofensivos trabalhando juntos podem desencadear uma avalanche de destruição.”

Larry Kersten

 

Foto: sociodofilho.com.br

Sem prevenção

Novamente um caminhão emperra debaixo do viaduto da 111/112 Sul indo para a 211/212 Sul. O perigo de abalar as estruturas da construção poderia ser facilmente evitável com a criatividade do setor responsável no departamento de trânsito.

Foto: Corpo de Bombeiros/ Divulgação

Legislação

Por falar nisso, há na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei, do deputado carioca Zoinho, que determina a instalação de sinais de advertência e de regulamentação em locais próximos a passarelas, viadutos, pontes, túneis ou em quaisquer obstáculos que limitem a altura de veículos. As placas de advertência devem conter a expressão “altura limitada”, enquanto as de regulamentação devem indicar a “altura máxima permitida”.

 

Caminhões

Também no Contran há uma Resolução de 2015, a 563, que obriga todos os caminhões com sistema hidráulico de basculamento a ter dois dispositivos de segurança instalados. Um para avisar e outro para evitar basculamento acidental.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O que o Congresso fez com a Cidade Livre, foi mais uma maldade que uma besteira. Urbanizar o que, como, e por qual plano? Quem será sacrificado, se todos os moradores não poderão morar ali? Quem será? Que critério? Ora, que maldade! Deixar o povo vivendo entre ratos, esgotos e baratas. E há crianças, como todo! (Publicado em 07.11.1961)

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