Na paz dos cemitérios

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO
Criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Com Circe Cunha  e Mamfil

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Tirinha: Mauricio Rett

Tivesse que escolher que obstáculos remover primeiro para livrar o país das correntes do atraso e do subdesenvolvimento e, entre esses entraves, as opções fossem a corrupção endêmica ou a burocracia kafkiana, com certeza o próximo presidente da República se veria diante de uma dúvida sobre humana. A multiplicidade de males gerados por essas duas anomalias da vida nacional é incontável e seu prejuízo vai de uma geração a outra, comprometendo o futuro do país e dos cidadãos, desde que os portugueses tropeçaram no Brasil em 1500.

Entre nós, a convivência entre a burocracia e corrupção, num mesmo espaço e por tanto tempo, provocou, nesses dois vícios de nosso dia a dia, uma certa interpenetração de objetivos e propósitos a tal ponto que dificilmente sabemos ao certo onde começa um e acaba o outro. Na verdade, corrupção e burocracia, por seus efeitos deletérios e tóxicos, deveriam ser enquadrados na mesma alínea penal, como crimes de lesa-pátria.

A cada instante o que se vê, são milhares de brasileiros atingidos em sua dignidade e cidadania pelas repercussões nefastas dessas velhas pragas nacionais. Há inclusive quem aponte corrupção e burocracia como sendo dois males originados de uma mesma fonte, localizada bem no coração do Estado, cujo o objetivo é a manutenção do status quo por meio de uma intrincada rede operada pelas elites dirigentes.

Para alguns, inclusive, tanto a corrupção como a burocracia são fenômenos que, de certa forma, vivem em simbiose, alimentando um ao outro. Para transformar o cidadão comum em elemento suspeito e até de certa periculosidade, o Estado usa dos labirintos da burocracia para exaurir qualquer tentativa ou esforço individual, fazendo do empreendedor e do empresário um elemento a ser posto sob vigilância. Mesmo para aqueles brasileiros, conformados com o tratamento surreal oferecido pelo Estado, a burocracia cuida de minar as forças, extraindo, de forma direta ou indireta, até o último centavo. Fato que atesta essa irmandade entre burocracia e corrupção é que para aqueles que sentam confortavelmente no topo da pirâmide, os efeitos da burocracia praticamente inexistem.

Nos últimos anos, toda a população tem assistido as denúncias dando conta de centenas de milhões de reais que voam de um lado para outro, abastecendo negociatas de todo o tipo, sem qualquer embaraço e com as facilidades de praxe. Para esses, os trâmites lentos da burocracia não operam seus efeitos ou são neutralizados pela mecânica vil e ágil da corrupção, disfarçada de “jeitinho”. Cada um desse males tem propósitos muito específicos embora concorram para um mesmo fim.

Enquanto a burocracia trata de encostar o cidadão contra a parede, exigindo dele provas incontestes de suas boas intenções, fazendo-lhe ver o quanto pode um Estado onipotente, a corrupção se ocupa em produzir facilidades e vantagens de toda a ordem, justamente para conferir sempre mais poderes a esses operadores do Estado para que tudo continue como sempre foi, na paz profunda e eterna dos cemitérios.

 

A frase que foi pronunciada:

“Se eu fosse prefeito/ Ficarias satisfeito/ Se o povo errasse a grafia/ Me tratando por perfeito.”

Do livro de Sonilton Campos, 100 Trovas

 

IPB

Bons tempos para passear pelo portal institutopianobrasileiro.com.br. Quem se sensibilizou com o trabalho hercúleo de Alexandre Dias em resgatar músicas brasileiras perdidas no tempo foi Nelson Freire. Em janeiro, certamente haverá o encontro dos dois talentos, quando Freire fará única apresentação na cidade.

Cartaz: institutopianobrasileiro.com.br

 

Gigante

Sem dar a devida importância aos meios, os descontos incríveis dos fins são suficientes para animar o mercado. A China anuncia tarifas reduzidas, onde será impossível competir. Assim, os tentáculos do gigante alcançam mais espaço pelo mundo tirando qualquer possibilidade de competição.

 

40%

Corre a notícia de que há possibilidade de reaver todo centavo cobrado a mais nas contas de luz. Barganhas feitas naquele tempo levaram os consumidores a economizar e, no final das contas, o valor sempre era maior.

Charge: Jota A – Jornal O Dia

Domésticos

Pelo menos um em quatro brasilienses tem um cachorro ou gato. Os dados são do IBGE. No DF, são pelo menos 507.170 cães e 122.097 gatos. Outro dado importante mostrado pela pesquisa, feita em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, é que o Brasil tem a segunda maior população de pets do mundo.

Cloe curte “natação” no Paranoá ( Foto: correiobraziliense.com.br)

Punidas

Antes de deixar o governo, a equipe de Rollemberg puniu a CMT e Tiisa, integrantes do consórcio que foram multadas por não cumprirem o contrato durante a construção da papuda. Além da multa, um ano sem contratos no DF.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O plano de Brasília está sendo burlado, e burlado por uma repartição pública. O IAPFESP está construindo casas de alvenaria no meio da superquadra, o que representa um desrespeito, um desaforo, e um atrevimento. (Publicado em 07.11.1961)

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