2020. Crédito:Jonathan de Sousa Melo/Divulgação. Fábrica automobilística. 2020. Crédito:Jonathan de Sousa Melo/Divulgação. Fábrica automobilística.

Produção industrial cresce 3,9% em 2021, mas não recupera patamar pré-pandemia

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

Após cinco meses seguidos de queda, entre junho e outubro, e zero de variação em novembro, a produção industrial voltou a crescer em dezembro de 2021, avançando 2,9%, em relação ao mês anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados, nesta quarta-feira (2/2), na série com ajuste sazonal.

 

No acumulado do ano, o indicador da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE teve alta de 3,9%, interrompendo dois anos consecutivos de quedas, de 1,1%, em 2019, e de 4,5%, em 2020. O dado ficou acima do estimado pelo mercado, de 1,6%, no entanto, o setor produtivo ainda não recuperou o patamar anterior à chegada da pandemia da covid-19 ao país, pois a produção industrial nacional está 0,9% abaixo do nível registrado em fevereiro de 2020.

 

Frente a dezembro de 2020, o indicador registrou queda de 5% – quinta taxa negativa nesse tipo de comparação, de acordo com o IBGE. A PIM mostra ainda um dado preocupante: o índice médio de difusão do crescimento muito baixo entre os itens pesquisados, de 21,3% – o menor patamar desde 2019 (de 19,3%). Esse dado vem caindo desde outubro passado, quando estava em 65,9% e passou para 31,6%, em novembro.

 

Conforme a pesquisa do IBGE, todas as cinco grandes categorias apresentaram crescimento na margem em dezembro, com destaque para bens duráveis, que registrou avanço de 6,9% em relação a novembro. Mas, na comparação com o mesmo mês de 2020, essa categoria registrou queda de 16,8%. Os segmentos de veículos automotores, reboques e carrocerias e de equipamentos de informática e produtos eletrônicos foram os que registraram as maiores variações mensais, de 12,2% e 12%, respectivamente. A produção de veículos registrou quarto mês consecutivo de crescimento, segundo o órgão, acumulando alta de 17,4% no período, mas ainda está 3,4% abaixo do patamar de fevereiro de 2020.

 

Bens de capital tiveram a segunda maior variação mensal entre os grupos pesquisados, de 4,4%, em relação a novembro, revertendo a queda de 2,4% no mês anterior. Já na comparação com o mesmo mês de 2020, essa foi a única categoria a ter desempenho positivo, com alta 5,8%. Bens de consumo registraram alta de 3,1% na comparação com novembro. Os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis e de bens intermediários registraram crescimento de 1,5% e de 1,2% no mês passado, respectivamente, na mesma base de comparação.

 

Vale lembrar que, conforme dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgada, ontem, pelo Ministério de Minas e Energia (MME), o consumo nacional de eletricidade em dezembro foi o maior para o mês em toda a série histórica, iniciada em 2004. A o volume consumido, de 42.937 GWh, cresceu 2% em relação a dezembro de 2020, em grande parte, devido ao comércio e à indústria. No acumulado do ano, o consumo teve alta de 5,2%, totalizando 500.209 GWh.

 

 

Veja os principais dados do desempenho das grandes categorias pesquisadas pelo IBGE

 

PIM-DEZ/2021*

 

Grandes categorias                               Variação  (Em %)

                                                 Dez/Nov       Dez21/Dez20         No ano

Bens de Capital 4,4 5,8 28,3

Bens Intermediários 1,2 -3,9 3,3

Bens de Consumo 3,1 -9,4 0,0

Duráveis 6,9 -16,8 1,9

Semiduráveis e não duráveis 1,5 -7,4 -0,5

Indústria Geral 2,9 -5,0 3,9

 

*Série com ajuste sazonal