Possível prisão de Lula faz Bolsa disparar e dólar, cair

Publicado em Economia

Os investidores amanheceram a quinta-feira animados com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de negar o habeas corpus pedido pelo ex-presidente Lula. Na primeira uma hora do pregão da Bolsa da Valores de São Paulo (B3), o Ibovespa, índice que mede a lucratividade das ações mais negociadas, subiu 2%. Já o dólar caiu 0,47%, para R$ 3,324 na ponta de venda. Os analistas já veem o dólar a R$ 3,27 nos próximos dias, sobretudo se a prisão do petista se confirmar.

 

Para os analistas, porém, mais importante do que a prisão, é Lula ficar fora da disputa pela Presidência da República. A avaliação é de que, com o petista barrado pela Lei da Ficha Limpa, a candidatura do deputado Jair Bolsonaro vai se esvaziar, podendo surgir um nome forte de centro-direita capaz de atrair a atenção do eleitorado. A grande pergunta que todos se fazem é se o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB, é realmente esse nome. A maioria dos analistas tem dúvidas sobre a capacidade do tucano.

 

Apesar da euforia com a decisão do STF, ninguém espera um longo período de tranquilidade nos mercados. Há muita incerteza nas eleições, o que tem deixado os investidores, sobretudo os estrangeiros, ressabiados com o Brasil. Um quadro mais confortável para o mercado só se confirmará quando as eleições estiverem mais definidas e, claro, se o candidato que veste o figurino dos donos do dinheiro aparecer bem nas pesquisas de intenção de votos. Portanto, é bom se preparar para fortes emoções e grandes oscilações dos ativos.

 

Para os investidores, o nome ideal para comandar o país a partir de 2019 é o de um reformista. Ou seja, alguém que esteja comprometido em fazer as reformas necessárias para incrementar o potencial de crescimento da economia, garantindo inflação e juros em baixa. A maior das reformas será a da Previdência. Se pudessem, os investidores elegeriam Henrique Meirelles, que pode deixar o Ministério da Fazenda para  disputar o Palácio do Planalto. Ele se filiou ao MDB, mas ainda tem dúvidas se realmente deve entrar na disputa. O ministro aparece com 1% das intenções de votos.

 

Brasília, 10h58min