AndreBrandao Foto: Edilson Rodrigues/Agencia Senado

Planalto dá início à fritura do presidente do Banco do Brasil

Publicado em Economia

A ala política do Palácio do Planalto já acendeu o fogo da fritura do presidente do Banco do Brasil, André Brandão. O movimento é claro no sentido de convencer o presidente Jair Bolsonaro a demitir o executivo. Bolsonaro não esconde o descontentamento com o indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

 

Há pelo menos um mês já se observa, dentro do Planalto, algumas críticas ao presidente do BB. Mas, desde a manhã da segunda-feira (11/01), quando o banco publicou um fato relevante ao mercado anunciando seu mais novo processo de reestruturação, a frigideira na qual Brandão foi colocado teve o fogo aumentado.

 

O discurso, endossado por Bolsonaro, é o de que o presidente do Banco do Brasil escolheu o momento errado para anunciar a demissão voluntária de 5 mil empregados e o fechamento de 361 pontos de atendimento. Em meio à pandemia do novo coronavírus e com o desemprego atingindo mais de 14 milhões de pessoas.

 

Para piorar, a reestruturação do Banco do Brasil coincidiu com o anúncio da Ford de fechamento de todas as suas fábricas no Brasil. “Foi um desgaste político muito grande. Mostrou um governo totalmente insensível. Deu margem para todo tipo de crítica ao presidente, inclusive da base de apoio”, diz um integrante do Planalto.

 

Hélio Magalhães na mira

 

Bolsonaro já conversou com Guedes e Campos Neto sobre seu descontentamento com André Brandão, que veio do HSBC. Como esperado, ambos ressaltaram as qualidades do executivo, apontado como um gestor de visão moderna sobre o sistema financeiro.

 

A frigideira do Planalto também pode sobrar para o presidente do Conselho de Administração do BB, Hélio Magalhães. Quem acompanha o dia a dia da instituição sabe que nada é decidido por lá sem o aval de Magalhães, grande defensor da privatização do banco.

 

Magalhães não só avalizou todas as propostas de reestruturação do Banco do Brasil como pediu ousadia e celeridade na execução das ações para cortar despesas. A meta é economizar quase R$ 3 bilhões com os cortes até 2025.

 

Brasília, 15h01min