Meirelles cogita ficar no Ministério da Fazenda

Publicado em Economia

HAMILTON FERRARI

É grande a dúvida do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, se deixa ou não a pasta nesta sexta-feira (6/4) para concorrer à Presidência da República. Ele teve uma reunião com o presidente Michel Temer, ao qual pediu apoio do MDB para ser candidato do partido caso o chefe desista de encabeçar a chapa. Meirelles não aceita ser vice de Temer.

 

Se depender de assessores próximos, Meirelles pode ficar no Ministério da Fazenda. Ele deixou isso claro a Temer. Tanto que ainda não teve a exoneração publicada no Diário Oficial da União. O presidente assinou o desligamento de sete ministros, mas não a do líder da equipe econômica. Esta sexta é o prazo máximo para que ministros saiam das pastas para se candidatarem a cargos eletivos.

 

O ministro se reuniu às 10h desta sexta com o presidente para tratar do assunto. Após o encontro, que não durou nem uma hora, Meirelles foi para casa e anunciou uma coletiva de imprensa às 15h30 no auditório do Ministério da Fazenda.

 

O encontro com Temer foi decisivo para o ministro. Caso Meirelles se sinta confiante, a exoneração pode sair em uma edição extra do Diário Oficial. O documento, inclusive, está pronto na Casa Civil, só dependendo da assinatura de Temer. A Presidência da República é um grande sonho do líder da equipe econômica. Aos 72 anos, ele vê essa como a última oportunidade de chegar ao comando do Palácio do Planalto. Mas, para isso, precisa de apoio total de seu novo partido, o MDB.

 

Ontem, Meirelles passou o dia em casa e não foi ao Ministério da Fazenda. O secretário executivo da pasta, Eduardo Guardia, que, a princípio, será o sucessor do ministro, está preparado para uma eventual frustração na pretensão de assumir o comando da equipe econômica.

 

Em 2010, a situação foi semelhante. Quando era presidente do Banco Central, Meirelles limpou as gavetas e preparou uma festa de despedida para os funcionários do órgão, mas desistiu. Na época, ele também sairia para a chapa governista, como vice de Dilma Rousseff, mas acabou sendo preterido por Michel Temer.