Investidores dizem que intervenção na Petrobras afeta credibilidade do país

Publicado em Economia

A demissão de Pedro Parente da Petrobras provocou enorme nervosismo no mercado. Os investidores temem que intervenções na empresa, sobretudo na política de preços dos combustíveis, tragam de volta os prejuízos e a corrupção que quebraram a petroleira nos governos petistas. Por meio de nota, a Associação de Investidores do Mercado de Capitais (Amec) diz que uma intervenção da Petrobras vai minar a credibilidade do país. Leia a íntegra da nota pulicada pela Amec:

 

1. É com preocupação que acompanhamos as notícias que afetam a Petrobras nos últimos dias, em
particular a renúncia do seu Presidente Executivo, Pedro Parente. Sob sua liderança, e com apoio do
Conselho de Administração, Diretoria Executiva e demais órgãos de governança, a Petrobras evoluiu
rapidamente em sua governança, deixando para o passado as agruras que lhe foram impostas. Este
legado está incorporado à empresa e ao Brasil, e deve ser preservado.
2. Neste sentido, as ações que serão tomadas nas próximas horas e dias serão cruciais. Primeiramente,
a escolha do próximo presidente da Companhia deve seguir as normas de governança que foram
criadas.
3. Com relação à politica de preços, a Amec reitera seu posicionamento histórico: os administradores
da Petrobras têm um dever fiduciário com a Companhia, e subsidiar preços de combustíveis não está
entre os interesses públicos que levaram à criação da Petrobras. Ao contrário: vender derivados
abaixo do custo contraria não apenas a Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76, Artigos 153 a
155), mas também a Lei do Petróleo (Lei 9478/97, Artigo 61, Parágrafo 1º), e a Lei do CADE (Lei
12.529/11, Artigo 36, Parágrafo 3º, Inciso XV), dentre outras.
A Petrobras é uma das principais empresas de capital aberto do Brasil. A Amec entende que qualquer desvio
na observância das leis e das boas práticas de governança corporativa coloca em risco a sustentabilidade da
empresa e a credibilidade do nosso mercado para investidores de todo o mundo, tornando mais difícil a
recuperação econômica que tanto almejamos.

 

Brasília, 16h37min