LulaAlckmin Foto: Marcos Alves/Diário de SP/Agência O Globo.

Genial/Quaest: Vantagem de Lula sobre Bolsonaro diminui, mas petista ainda tem chances de vencer no primeiro turno

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

A diferença entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) caiu de 18 para 16 pontos na intenção de voto no primeiro, conforme dados da 13ª rodada da Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (6/7), indicando que a disputa pelo Palácio do Planalto ficou mais apertada, mas o petista ainda tem chances de vencer no primeiro turno.

 

Conforme a pesquisa estimulada para o primeiro turno, se a eleição fosse hoje, Lula teria 45% das intenções de voto, contra 31% de Bolsonaro. Em junho, essa vantagem era 47% contra 29%. Essa queda na diferença entre os dois candidatos reflete maior preocupação dos eleitores com a economia, que deve pesar na decisão de voto nas eleições deste ano, de acordo com o levantamento, pois 44% escolheram a economia como maior problema do país.

 

“Na minha avaliação é que o todo o esforço do governo em torno do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), para a criação do auxílio caminhoneiro e de outros benefícios está gerando uma uma sensação positiva em um pedaço da população de que o governo está tentando resolver os problemas. O fato de ele tentar ajuda a entender essa diminuição da margem de Lula em relação a Bolsonaro. É isso o que me parece o mais relevante”, afirmou Nunes, em entrevista ao Blog. Ele destacou que a pesquisa um conhecimento elevado sobre os temas dos eleitores e, para 42% deles, Bolsonaro está fazendo o pode para evitar aumento dos preços dos combustíveis. “Não é a maioria, mas é um percentual expressivo e até mais do que aqueles que pretendem votar nele”, comparou. 

 

Nunes destacou ainda que, mesmo com a queda na vantagem, ainda há chances de Lula vencer no primeiro turno, quando se soma a preferência de Lula sobre os demais candidatos. Essa possibilidade ainda não está descartada, porque o petista ainda tem 51,7% dos votos válidos, considerando a soma dos percentuais dos demais candidatos.

 

De acordo com a pesquisa, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) oscilou de 7% para 6%, enquanto André Janones (Avante) manteve uma taxa de 2%, o mesmo percentual alcançado por Simone Tebet (MDB). Pablo Marçal (PROS) permanece com 1%. Os demais pré-candidatos não pontuaram.

 

Avaliação negativa estável

 

A avaliação negativa do governo Bolsonaro ficou estável em 47%, apesar de alguns números apontarem recuperação de Bolsonaro. Esse percentual é o mesmo de abril. Em maio, a fatia de insatisfeitos com o atual governo era de 46%.

 

Para 52% dos brasileiros, o governo Bolsonaro é pior do que esperavam; para 26%, nem melhor nem pior; e para 20%, melhor. Hoje, 45% do eleitorado diz que prefere uma vitória de Lula, contra 30% que torcem por Bolsonaro. Em julho de 2021, esses números eram, respectivamente, 41% e 24%.

 

Na comparação com regiões, Lula vence Bolsonaro em todas as regiões, menos do Centro Oeste. No Nordeste, a vitória do petista ocorre no primeiro turno, com 59% a 22%. No mês passado, essa diferença era maior, de 68% a 15%. Entre as mulheres, em junho, a pesquisa apontou 50% a 22% a favor para o petista. Neste mês, a vantagem ficou em  46% contra 27%. 

 

Em um eventual segundo turno, Lula teria 53% dos votos contra 34% de Bolsonaro. São dados similares aos de junho, quando Lula vencia por 54% a 32%, de acordo com a pesquisa. O percentual de indecisos é de 4% e 9% dos eleitores pretendem votar em branco, anular ou não comparecer às urnas. Em termos de rejeição, os números dos dois candidatos permanecem estáveis ao longo do último ano: o presidente oscila na casa dos 60%. Neste mês, está em 59%. Já a rejeição ao petista fica na casa dos 40%. Em julho, foi de 41%.

 

Foram realizadas 2.000 entrevistas presenciais entre os dias 29 de junho e 2 de julho, em entrevistas nas casas dos eleitores em 27 estados. Desde julho de 2021, a Genial/Quaest realiza pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais. É a mais longa série de sondagens feita presencialmente no país. A margem de erro é de dois pontos percentuais.