ANTONIO TEMÓTEO
Os brasilienses pagam pelo menos R$ 0,60 a mais do que os paulistanos pelo litro da gasolina. Na capital paulista, o litro do combustível é comercializado por R$ 3,39, enquanto que, nas bombas de Brasília, ultrapassa os R$ 4. A diferença no valor chega a 15,25% .
Os consumidores, entretanto, não sabem o motivo na diferença tão elevada dos preços. A suspeita é de que a máfia dos combustíveis tenha voltado com tudo no Distrito Federal. Alheio aos prejuízos causados aos consumidores pela cartelização, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) lança, nesta terça, 22, o Movimento Combustível Legal.
Um debate será realizado no Anexo 2 da Câmara dos Deputados, a partir das 14h30. A pauta trata apenas de temas do interesse dos empresários. Os consumidores serão deixados de lado. A propósito, o Sindicom foi presidido entre dezembro de 2015 e outubro de 2016 por José Lima de Andrade Neto.
Andrade Neto é ex-presidente da BR Distribuidora. Ele comandou a empresa entre 2009 e 2015, além de ter sido citado na delação de Nestor Cerveró, também ex-dirigente da estatal, na Operação Lava-Jato.
Outro lado
Em nota enviada ao Blog, o Movimento Combustível Legal diz que foi criado com o objetivo de esclarecer a sociedade e contribuir no combate às ilegalidades no setor de combustíveis, sobretudo a sonegação de impostos. “É um movimento nacional e conta com apoio de entidades como ETCO, Fiesp, OAB, Fecombustiveis e Federação Brasilcom, que representa 40 distribuidoras regionais no Brasil. Todos os anos, 4,8 bilhões de reais deixam de ser arrecadados por empresas que usam a inadimplência fiscal como modelo de negócios. Causa estranheza que uma iniciativa como essa, dedicada a combater ilegalidades, seja vista como algo que só interessa aos empresários do setor, e não à sociedade como um todo”.