Inflação Foto: Bárbara Cabral/Esp. CB/D.A Press

Cebola foi o maior vilão da inflação em 2022, com alta de 130,14%

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

Nem tomate, nem gasolina. O vilão da inflação em 2022 foi a cebola, com alta acumulada de 130,14% no ano, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira (10/1).

 

A farinha de mandioca, o feijão carioca e o biscoito ficaram registraram algumas das maiores altas de 2022, acumulando variação de 38,56, 27,77% e de 24,04%, respectivamente. Já o tomate acumulou alta de 11,87% no ano, mas teve a maior variação mensal entre os alimentos, de 14,17%.

 

Em dezembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou em relação a novembro e registrou alta de 0,62%, acima do esperado pelos analistas do mercado (0,45%), conforme o boletim Focus, do Banco Central. No acumulado do ano, o IPCA subiu 5,79%, abaixo dos 10,06% registrados em 2021.

 

A inflação oficial ficou acima do teto da meta de 2022 determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) pelo segundo ano consecutivo e, de acordo com analistas, neste ano, o IPCA ficará acima do teto da meta novamente. A meta de 2022 era de 3,5%, com teto de 5%. Neste ano, o objetivo é de 3,25%, com limite superior de 4,75%. A mediana das estimativas do mercado para o IPCA vem subindo há quatro semanas e está em 5,36%, atualmente. As projeções para 2024 e para 2025 também estão subindo, lembrou Tatiana Nogueira, economista da XP Investimentos.

 

Deflação da gasolina

 

Graças à isenção fiscal dos impostos federais sobre combustíveis e a implementação do teto de 18% para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a inflação dos combustíveis deu uma arrefecida. A gasolina registrou deflação de 25,78% no ano enquanto o óleo diesel subiu 22,87% no acumulado de 2022. O preço do gás de cozinha teve alta de 6,27%, conforme os dados do IBGE.

 

Pelos cálculos do economista André Braz, coordenador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), se não fossem os estímulos fiscais, o IPCA de 2022 teria ficado em torno de três pontos percentuais cima do registrado no ano passado, ou seja, em 8,79%.