Crédito: Reprodução. Coluna Negocios. B3 bolsa de valores de São Paulo Crédito: Reprodução. Coluna Negocios. B3 bolsa de valores de São Paulo

Bolsa fecha com leve alta no primeiro pregão da semana, a 109.129 pontos

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

Apesar de abrir em queda, nesta segunda-feira (9/1), após os atos terroristas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília na véspera, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) acabou encerrando o dia com leve alta em um sinal de que os agentes financeiros não estão muito preocupados com uma crise institucional, de acordo com analistas.

 

O Índice Bovespa (IBovespa), principal indicador da B3, encerrou o dia com alta de 0,15%, a 109.129 pontos, apesar de abrir em queda e chegar ao piso de 108.134 pontos, patamar 0,76% abaixo da abertura. O dólar, contudo, fechou o dia com alta de 0,40%, a R$ 5,257, na contramão do exterior, pois a divisa norte-americana perdeu força.

 

“Óbvio que a qualquer instabilidade do governo, o mercado fica mais nervoso. O pessoal está vendo que, como a resposta foi rápida, por enquanto, eles não estão visualizando como um fator que vai permanecer e que vai se sustentar.  Por isso, os mercados não reagiram mal”,  destacou Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust Gestora de Recursos.

 

Na tarde de domingo, os atos terroristas de bolsonaristas que invadiram, destruíram e saquearam as sedes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), deixaram agentes financeiros apreensivos em relação à capacidade de articulação do novo governo. Contudo, a nota conjunta dos Três Poderes, defendendo a democracia e a Constituição, repudiando os atos terroristas e sinalizando união para que as providências institucionais sejam tomadas, nos termos das leis brasileiras, acabou tranquilizando um pouco o mercado.

 

“A percepção do investidor estrangeiro de que as instituições brasileiras saíram fortalecidas após o que aconteceu ontem ajudou a evitar uma queda na Bolsa e esse foi um dos motivos para o dia não ter sido tão ruim, porque não houve ruptura institucional”, destacou Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco Alfa.

 

A desvalorização do real reflete que o mercado mantém o pé atrás em relação às incertezas políticas do país, por conta dos ataques em Brasília. A alta da moeda norte-americana diminuiu o ritmo após as respostas conjuntas dos Três Poderes, que acabaram diminuindo, em parte, os riscos políticos.