Crédito: Reprodução. Coluna Negocios. B3 bolsa de valores de São Paulo Crédito: Reprodução. Coluna Negocios. B3 bolsa de valores de São Paulo

Bolsa brasileira abre em queda em meio ao clima de guerra na Europa

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

Acompanhando a tendência antecipada no mercado futuro, o Índice Bovespa — principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) — abriu as negociações nesta quinta-feira no vermelho. Na primeira meia hora de pregão, registrava queda superior a 2% em relação à vespera, operando no novo patamar de 109 mil pontos.

 

Por volta das 11h10, o IBovespa recuava 2,04%, a 109.719 pontos. As empresas da área de turismo, como CVC e Azul destacavam-se com as maiores quedas da B3 nesta manhã.

 

O dólar voltou a subir e passou a se distanciar dos R$ 5 e passou para R$ 5,12, com alta de 2,38% às 11h19.

 

Diante da invasão da Ucrânia pela Rússia e ainda sem uma definição clara do grau de retaliação dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan),  o petróleo disparou continua acima de US$ 100. Às 11h16, o barril do óleo tipo Brent para entrega em maio era negociado a US$ 100,63, com alta de 7% sobre a véspera.

 

Os economistas Marco Caruso, Lisandra Barbero e Eduardo Vilarim, do Banco Original, destacaram em relatório que as ações globais caem, ativos de proteção, como títulos públicos norte-americanos, mas o dólar e o ouro têm maior procura e, por isso, sobem.

 

Na avaliação deles, os emergentes sofrem com aversão a risco, com curvas futuras aumentando inclinação e prêmio de risco. “As commodities avançam pelos países envolvidos — o mitiga parte da piora no Brasil e demais produtores. Gás natural europeu subiu mais de 40%, enquanto o petróleo superou US$ 100 o barril e renovou máximas desde 2014″, destacou o documento.

Apesar das turbulências, eles apostam que o Comitê de Política Monetária (Copom) não deverá ser condescendente com a perspectiva de alta de preços. “Guerras são essencialmente inflacionárias para o mundo. Ao mesmo tempo, os riscos recessivos de um novo choque no petróleo deixam os bancos centrais em corner, especialmente em economias como EUA e Europa. Para os emergentes, há pouco espaço para ser condescendente com a inflação, o que deveria manter o plano de voo do Copom para a Selic (taxa básica de juros)”, acrescentaram.