Lisboa Governo de Portugal desrespeita imigrantes, sobretudo, os brasileiros, por não renovar autorização de residência

A real de Portugal: brasileiros lucram com burocracia da imigração

Publicado em Economia

Não é segredo para ninguém que o sistema de imigração de Portugal entrou em colapso. Durante o governo socialista, houve a promessa de que tudo ficaria melhor com a extinção do Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a sua substituição pela Agência para a Integração, Migração e Asilo (Aima).

 

O que se vê, porém, foi a piora dos serviços. Mas há quem consiga tirar proveito do caos. Centenas de brasileiros têm cobrado 150 euros (R$ 840) para ficar no telefone, diariamente, tentando marcar um agendamento junto à Aima. Como são muitas as pessoas esperando pelo atendimento da agência, alguns desses “telefonistas” chegam a faturar 1 mil euros por mês (R$ 5,6 mil).

 

“Como atingi um ponto de desespero, decidi pagar os tais 150 euros para obter o agendamento na Aima. Faz três semanas que contratei o serviço, mas, até agora, nada”, diz a brasileira Sara Antunes, 42 anos, que tenta a regularização da documentação do marido em Portugal. “Estou disposta a pagar mais 150 euros para ver se consigo resolver as pendências”, acrescenta.

 

Estima-se que entre 150 mil e 200 mil brasileiros que vivem em Portugal estejam à espera da Aima para colocar a documentação em dia. Há de tudo nesse grupo: estudantes, trabalhadores, pessoas que entraram como turistas no país e decidiram ficar, famílias.

 

Para completar, o governo ainda precisa dar uma solução para as autorizações de residência emitidas por meio de um acordo entre Portugal e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Os títulos estão vencendo sem que as autoridades definam como a será a renovação. Muitos brasileiros têm perdido os empregos porque, com os documentos expirados, retornaram à ilegalidade.

 

É importante ter em mente que, ao pagarem 150 euros para alguém ficar tentando um contato com a Aima, os cidadãos podem se frustrar com a falta de retorno. Não há nada indicando que, tão cedo, a agência voltada para imigrantes conseguirá se livrar da incompetência. O novo governo, empossado em 2 de abril, está mais perdido do que nunca em relação ao tema.