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20% dos candidatos deixaram de prestar contas no DF

Publicado em Eixo Capital

Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) recebeu no prazo, encerrado terça-feira, 730 prestações de contas das eleições 2022, sendo 709 de candidatos e 21 de partidos. Todos os eleitos cumpriram a obrigação. Mas faltam, pelo menos, 150 prestações de contas, ou seja, quase 20%. A Justiça Eleitoral será camarada. Vai intimar esses candidatos e partidos a respeitar a obrigação em um prazo de três dias. Mas o presidente do TRE-DF, Roberval Belinati, alerta que quem não aproveitar essa oportunidade ficará inelegível para as próximas eleições e poderá ser condenado a devolver ao erário todos os recursos públicos e privados recebidos como doação para a campanha. Até 10 de dezembro, a Justiça Eleitoral vai analisar todas as prestações de contas dos candidatos eleitos que serão diplomados em 19 de dezembro.

Passado sinaliza tranquilidade no DF

Em 2003, 20 anos atrás, Luiz Inácio Lula da Silva tomava posse pela primeira vez como presidente do Brasil. No DF, Joaquim Roriz assumia o quarto mandato como governador, depois de uma campanha dura contra o petista Geraldo Magela. Roriz era aliado de Fernando Henrique Cardoso e apoiou o candidato tucano José Serra. Nem por isso houve grandes embates entre presidente e governador. Havia diálogo institucional, e Lula nunca tratou o DF como uma unidade da federação inimiga, mesmo em um contexto em que petistas e rorizistas eram inimigos e havia um processo na Justiça Eleitoral contra Roriz, movido pelo PT. Roriz acabou vencendo.

Aliado
O vice-governador do DF, Paco Britto, pode ajudar na boa relação do GDF com o governo Lula. Ele é presidente do Avante no DF, partido do deputado André Janones (MG), que liderou uma cruzada nas redes sociais contra o bolsonarismo.

Falta de empatia custou reeleição
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados cometeram alguns erros evidentes que podem ter custado a reeleição. Declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, os tiros e a granada do ex-deputado Roberto Jefferson em policiais federais, a arma em punho no meio de São Paulo da deputada Carla Zambelli (PL-SP) podem ter atrapalhado bastante. Mas um gesto de Bolsonaro foi crucial. Na pandemia, tirou votos de Bolsonaro a postura diante dos doentes com covid-19, ao dizer que era apenas uma “gripezinha”, que “não era coveiro”, ao imitar pessoas sufocadas e ao preferir não visitar nenhuma família de luto pela crise sanitária. Faltou empatia em um momento de extrema tristeza no país. Em um cenário em que a diferença de votos foi de 2,1 milhões, essa questão pode ter sido fundamental para a derrota.

Intercâmbio eleitoral
O advogado e ex-desembargador eleitoral do TRE-DF Bruno Martins, na condição de anfitrião da Missão de Observação Eleitoral Internacional para as eleições gerais de outubro de 2022, recebeu, no escritório para um coquetel de boas-vindas na semana passada, o diretor da Transparencia Electoral, Leandro Querido, a juíza do Consejo Nacional Electoral da Colombia Maritza Martínez e a vocal do Consejo Nacional Electoral do Equador Esthela Acero. Bruno Martins se prepara para embarcar para os Estados Unidos e acompanhar na próxima semana as tradicionais “midterms”, as eleições de meio de mandato dos presidentes. Estão em disputa 35 das 100 cadeiras do Senado e as 435 vagas da Câmara, além de 36 dos 50 cargos de governadores.

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