50728549147_7cfa4ed3eb_c Juanfran domou Keno na vitória por 3 x 0 sobre o Atlético-MG. Foto: Rubens Chiri/SPFC Juanfran domou um dos pontos fortes da linha de ataque do Atlético-MG na vitória por 3 x 0. Foto: Rubens Chiri/SPFC

Precisamos falar sobre Juanfran, um dos símbolos do líder disparado São Paulo

Publicado em Esporte

O São Paulo teve uma exibição impecável na vitória por 3 x 0 sobre o Atlético-MG. Dito o óbvio, vamos conversar sobre um personagem importantíssimo da campanha do líder disparado do Campeonato Brasileiro. Parte da vantagem tricolor de sete pontos em relação ao Galo deve-se à experiência e ao comprometimento do lateral-direito espanhol Juanfran.

É difícil ser badalado em um elenco que conta com Daniel Alves. O brasileiro tem 40 títulos na carreira. O sucesso pessoal do dono do time ofusca um contemporâneo também vitorioso. Juanfran foi campeão no Espanyol (não é fácil), no Atlético de Madrid e colecionou troféus e medalhas da base à seleção profissional da Espanha. São 12 conquistas na carreira. Bagagem suficiente para anular Keno, um dos pontos fortes do ataque do Atlético-MG.

Juanfran é vitorioso desde a juventude. Foi campeão da Eurocopa Sub-19 com a Espanha em 2004. Aquele elenco tinha Sergio Ramos, Amorebieta, Borja Valero, Roberto Soldado, David Silva, Raúl Albiol e Rúben de la Red sob o comando de José Armando Ufarte. Fez gol na vitória da Espanha sobre a Turquia na fase de grupos da competição continental.

O lateral-direito também empilhou títulos no Atlético de Madrid na era Diego Simeone. Foi um dos símbolos da conquista do Campeonato Espanhol em 2013/2014. Da Copa do Rei em 2013. Do bicampeonato na Europa League em 2012 e 2018, da Supercopa da Uefa em 2012 e 2018 e de dois vices na Champions League contra o Real Madrid em 2014 e 2016.

O espanhol era titular da Espanha na final do Mundial Sub-20 de 2003, nos Emirados Árabes Unidos, na decisão contra o Brasil de Daniel Alves. A Seleção ganhou o título com aquele gol do volante Fernandinho, atualmente no Manchester City. Nove anos depois, estava no elenco da Espanha na conquista do bicampeonato da Eurocopa, em Kiev, na Ucrânia, na goleada por 4 x 0 sobre a Itália. Entrou no time da temporada 2015/2016 da Champions League.

A aposta tricolor não é badalada no Brasil por um motivo simples: gostamos de laterais ofensivos, que apoiem o ataque como se fossem aqueles pontas dos anos 1980. Juanfran oferece segurança defensiva. Anulou um dos pontos fortes do Atlético-MG na vitória desta terça-feira por 3 x 0. O espanhol é tão imprescindível ao São Paulo quanto o compatriota dele, Pablo Marí, foi para o Flamengo na temporada passada. Dá equilíbrio ao sistema de Diniz.

Juanfran oferece ao São Paulo um pouquinho do que ele e Filipe Luís faziam no Atlético de Madrid de Diego Simeone, ou seja, posicionamento capaz de reduzir o espaço dos adversários. Contra o Atlético-MG, ele funcionou como se fosse um quebra-molas ou fiscalização eletrônica contra a velocidade de Keno, Savarino e companhia. Obrigava a linha de frente do adversário a desacelerar e encarar os obstáculos oferecidos por uma linha defensiva experiente formada por Tiago Volpi, Juanfran, Arboleda, Bruno Alves e Reinaldo.

A segurança liderada por Juanfran lá atrás facilita a vida de Daniel Alves no meio de campo e libera os Meninos de Cotia para infernizar os marcadores adversários. Que partida de Igor Gomes. Que exibição de Gabriel Sara. Até o menino Toró fez gol na chuvosa noite no Morumbi. Há quem minimize o papel de Juanfran no São Paulo. Discordo. Ele nunca foi tão importante.

 

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