51224836377_77ff1d0fbe_c Richarlison correu para abraçar Tite, que pode pedir demissão. Foto: Lulcas Figueiredo/CBF Richarlison correu para abraçar Tite, que pode pedir demissão. Foto: Lulcas Figueiredo/CBF

Por afago em Tite, Richarlison evita comemoração do “pombo” na vitória de uma Seleção sem paz

Publicado em Esporte

Impossível dissociar a crise na Confederação Brasileira de Futebol do que acontece dentro do gramado. Afinal, como Tite gosta de dizer, “o campo fala”. O primeiro gol da Seleção na vitória por 2 x 0 sobre o Equador nesta sexta-feira, no Beira-Rio, em Porto Alegre, é muito simbólico. Richarlison deixou de lado até a tradicional comemoração do “pombo” para dar um pique até o banco de reservas. Correu para abraçar o técnico Tite. Ele e alguns companheiros afagaram o comandante com aquela tradicional imagem de que “estamos fechados”.

Richarlison é uma das mentes fora da caixinha no elenco da Seleção. O sincerão. Fala o que pensa. Não abandona as origens. Tem alma, sentimentos aparentemente sinceros, honestos. Por vezes ingênuos até tamanha humildade. Sente a dor do próximo. Daí o afago em quem lhe deu chance de ser titular. Se pudesse, Richarlison certamente diria o que acha sobre a realização a toque de caixa da Copa América no Brasil. Coube ao capitão Casemiro mais uma vez reforçar que o posicionamento será dado na terça-feira depois da partida contra o Paraguai, no Defensores del Chaco, pela oitava rodada. Assim funciona o compliance da CBF.

O atacante do Everton, da Inglaterra, foi decisivo na vitória sobre o Peru, por 4 x 2, em Lima. Também brilhou no triunfo por 2 x 0 sobre o Uruguai, em Montevidéu. Balança a rede pela terceira vez em cinco partidas. Está cada vez mais encaixado no sistema tático de Tite.

 

 

Mas e se o treinador pedir demissão como especula-se?

A comemoração de Richarlison pode ter sido um gesto de gratidão. Quem sabe até despedida. O único título de Tite na Seleção teve a colaboração do Pombo. Foi dele o terceiro gol no triunfo por 3 x 1 sobre o Peru justamente na final da Copa América em 2019.

O Brasil dominou o jogo. Teve a paciência necessária para buscar espaço e minar o Equador aos poucos. O time teve presença de área com Gabriel Barbosa. O atacante até balançou a rede, mas estava impedido. Desperdiçou outras duas oportunidades. Nada diferente das atuações dele no Flamengo. O goleiro Domínguez defendeu uma e o brasileiro cabeceou cruzamento de Richarlison para fora.

O drama da ponta-direita continua. Ainda não há quem se imponha naquele pedaço do campo. Richarlison, Gabigol, Paquetá e até Neymar revezeram-se na movimentação por ali no apoio ao lateral-direito Danilo. Procura-se um ponta-direita insinuante. Há fartura de opções na esquerda e escassez no lado destro do setor ofensivo.

Depois do jogo, Casemiro reforçou o discurso de que o elenco só oficializará o posicionamento, provavelmente de não disputar a Copa América, depois da partida contra o Paraguai. “Não podemos falar do assunto, todos sabem nosso posicionamento, mas não vamos falar do assunto. Todo mundo sabe, está mais claro impossível, Tite deixou claro o que nós pensamos. Existe um respeito, uma hierarquia que temos que respeitar, queremos dar nossa opinião e aconteceram muitas coisas. Mas não queremos desviar o foco, porque isso para nós é Copa do Mundo. Hoje ganhamos jogo de Copa do Mundo”, disse o capitão.

 

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