Comemoração do gol de Jean Pyerre, um dos guris da base tricolor. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Comemoração do gol de Jean Pyerre, um dos guris da base tricolor. Foto: Lucas Uebel/Grêmio

O momento “Tito Vilanova” de Renato Gaúcho no Gre-Nal 425

Publicado em Esporte

Há oito anos, em 26 de novembro de 2012, o técnico Tito Vilanova realizava um sonho do Barcelona: usou 11 titulares formados nas divisões de base do clube durante 49 minutos na goleada sobre o Levante pelo Campeonato Espanhol. O time azul-grená começou a partida com 10 jogadores formados na base. Quando o brasileiro Daniel Alves deu lugar a Montoya, a formação passou a ter apenas pratas da casa: Valdés; Montoya, Piqué, Puyol e Alba; Busquets, Xavi e Fàbregas; Pedro, Messi e Iniesta. A formação entrou para a história da trupe catalã. Engajado com o Barça, Tito Vilanova morreu em 2014, aos 45 anos, vítima de um câncer na glândula parótida.

O Grêmio não conta com os recursos financeiros do Flamengo ou do Palmeiras. Logo, recorre mais vezes às peças da base e tem no momento um técnico interessado em colocá-la na vitrine para benefício técnico e posteriormente financeiro do clube. Houve um momento no segundo tempo em que Renato Gaúcho teve em campo contra o Internacional seis guris formados no Grêmio:  Guilherme Guedes, Darlan, Matheus Henrique, Jean Pyerre e Éverton Cebolinha. Quatro começaram entre os titulares – Guilherme Guedes, Matheus Henrique, Jean e Éverton.

Para completar, o gol da vitória sobre o arquirrival foi assinado por Jean Pyerre. Sim, ele contou com o desvio na barreira colorada, mas o lance decisivo está registrado na história do GreNal 425 da pandemia do novo coronavírus, em Caxias do Sul. Uma noite dos sonhos para o Grêmio.

 

É um trabalho que fazemos desde 2016. Eu gosto de trabalhar com garotos, a base faz um excelente trabalho. Nós vamos lapidando. Quando precisamos deles, sempre dão conta do recado. Perdemos o Bruno Cortez por conta da covid-19, mas o Guilherme Guedes foi muito bem. Ninguém é dono da camisa. Nós queremos isso.

Renato Gaúcho, sobre o uso da base em entrevista coletiva depois do jogo

 

Vi a reprise do clássico nesta madrugada. Gostei muito do lateral-esquerdo Guilherme Guedes. O volante Matheus Henrique, o meia Jean Pyerre e Éverton são realidade. Cebolinha, que faz hora extra no Grêmio, deveria estar na Europa faz tempo. Interessa ao projeto de Jorge Jesus no Benfica. Dos seis, gostei muito de Guilherme Guedes.

Renato aprendeu a lição da derrota por 5 x 0 para o Flamengo na semifinal da Copa Libertadores da América do ano passado: é melhor ter um especialista na posição do que apostar no improviso. Lembram? Paulo Miranda foi lateral-direito naquele jogo. Aos 21 anos, Guilherme Guedes deu conta de substituir Bruno Cortez no duelo com o Internacional.

O Guedes esteve muito bem, se comportou e teve o apoio de todos os jogadores há dois dias, quando tivemos o problema do Cortez. Falei que ele iria jogar, pelo que vem treinando. Temos lapidado, tem subido de produção e queria oportunidade. Foi muito bem. O Grêmio é um grande clube e precisa de todo mundo. Ninguém é dono da camisa^, comentou Renato Gaúcho.

De guri em guri, Renato Gaúcho fortalece o elenco temporariamente e reforça os cofres do clubes com a venda de talentos. Walace está na Europa. Luan seguiu para o Corinthians. Éverton Cebolinha deixará o clube se Jorge Jesus convencer o Benfica a comprá-lo. Campeão mundial sub-17 no ano passado, Diego Rosa está praticamente fechado com o Manchester City.

 

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